top of page
Foto do escritorRevista O Cristão

Vasos (Dezembro de 2018)


Baixe esta revista digital nos formatos:


Revista mensal publicada originalmente em novembro/2018 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE



Christian Truth (adaptado)

J. N. Darby (adaptado)

G. S. Byford (adaptado)

Christian Truth (adaptado)

F. G. Patterson (adaptado)

F. G. Patterson (adaptado)

W. J. Prost

E. Dennett (adaptado)

A. C. Hayhoe (adaptado)

E. Dennett (adaptado)

J. G. Bellett (adaptado)

P. Wilson (adaptado)

P. Wilson (adaptado)

Autor desconhecido

 

O Propósito de um Vaso


O que é um vaso? Suponha que você colocou um na mesa ao seu lado: Você não tem dois objetivos em mente quanto ao seu uso? Você o coloca lá para guardar o que você colocar dentro dele, este é um dos seus objetivos. Então o outro é que ele é seu para usar como quiser. Se ele tivesse vontade própria, você seria impedido de usá-lo. E assim deve ser com os vasos de misericórdia de Deus, eles não devem ter vontade própria, eles são para o uso do Mestre, eles devem ser preenchidos com aquilo que Ele coloca neles e para serem guardados e usados pelas Suas mãos. É somente na medida em que nossas vontades, nossos movimentos e nossos pensamentos são postos de lado, que somos realmente vasos preparados e úteis para o uso do Mestre.


Christian Truth (adaptado)

 

Tesouro em Vasos de Barro


É muito bom para os Cristãos lembrarem que Deus não introduziu a graça, Seu Filho e o Espírito para nos fazer viver com facilidades neste mundo, mas para nos levar a desfrutar das coisas celestiais e para que vivamos nelas. O que caracteriza um homem é em que sua mente está focada, e então todos os seus caminhos fluem disso.


Paulo diz que “neste tabernáculo, gememos carregados” – isso é tudo que temos neste mundo. Com a redenção estando estabelecida, o que encontramos aqui são dificuldades e exercícios, e o Apóstolo nos dá em 2 Coríntios 4:12 qual é o princípio e poder de sua caminhada. Aquilo a que somos chamados é a manifestação da vida de Cristo, toda a nossa vida é para ser nada além disso. Deus é revelado, temos vida e o Espírito Santo é o nosso poder, somos colocados aqui como “a carta de Cristo”, para os homens lerem. Enquanto esperamos que Cristo Se manifeste em glória, temos que manifestá-Lo em graça.


Livremente dado por Deus

Não é agradável fazer o bem e sofrer por isso, mas não é o que Cristo fez? É o que temos que fazer em humildade e mansidão. Ele primeiro nos dá um lugar no céu, e então Ele nos coloca aqui para fazer isso. Nós temos o conhecimento de Deus e poder para andar neste mundo. Além disso, as coisas celestiais são reveladas – as coisas que pertencem ao lugar em que estamos. “Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1 Co 2:12). Lá estamos nós, prontos para viver e obter o motivo que nos caracteriza como Cristãos. Se isso for sempre assim, devemos ser sempre verdadeiramente a carta de Cristo – em nossa casa, em nossas vestes, em nossa vida cotidiana, em todas as coisas que são a expressão do coração de um homem. Cristo é o motivo em tudo que fazemos? Se não, tendemos a deixá-Lo por alguma vaidade ou outra. O que todo Cristão tem que fazer é recomendar-se “à consciência de todo homem, na presença de Deus” (2 Co 4:2), que, se o julgarem, que isso seja por coerência.


A santidade de Deus, Sua majestade e Seu amor tem brilhado em nosso coração para que possamos demonstrá-Lo. Isso é muito simples, mas não é tudo. É a maneira de Deus colocar isso em um vaso de barro: “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4:7). O apóstolo não fala aqui de impiedade, mas de fraqueza. Não é uma questão de pecado ou fracasso, mas do caminho do Cristão agindo como tal. O primeiro elemento é que ele tem toda a glória de Deus revelada, mas é neste vaso de barro que “a excelência do poder seja de Deus” – uma constante dependência.


O vaso

Sendo o vaso tão maravilhoso quanto é o tesouro, Ele o colocou em um lugar que, aos olhos do homem, lhes parece impróprio para ele. Portanto, em nossa vida, recebemos esses dois elementos: toda a glória de Deus revelada em nosso coração, mas colocada propositadamente em vasos de barro, porque precisamos aprender quão pobres e frágeis criaturas somos. Pedro disse: “Por ti darei a minha vida” (Jo 13:37). Todos sabemos o que aconteceu. A carne é traiçoeira e vem à tona mesmo quando procuramos servir a Cristo honestamente, como Pedro estava buscando fazer. Deus coloca o tesouro neste vaso para que ele possa conhecer a si mesmo, e nós precisamos nos conhecer. Podemos sinceramente ir e pregar a Cristo, mas se não aprendemos sobre nós mesmos, existirá alguma confiança em nós mesmos e assim cometeremos erros. Devemos continuar vigiando a carne, pois sabemos o que ela é, então nos apoiaremos numa força que não é nossa. Esperamos pela direção e orientação de Deus, pois nos conhecemos de tal maneira que não temos confiança em nós mesmos, mas em Cristo.


Paulo tinha um espinho na carne, ele tinha que ser mantido humilhado para que soubesse que não era a capacidade de Paulo, mas para que o poder de Cristo pudesse repousar sobre ele. Ele vivia na consciência de que o Senhor estava sempre presente e ele O queria. Mesmo com sinceridade de coração, estamos aptos a continuar como se não quiséssemos o Senhor, e onde não há essa dependência, haverá fracasso. Não podemos fazer nada sem Ele e demoramos para aprender isso.


Existem dois remédios para isso. O primeiro é: “levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a Sua vida se manifeste em nosso corpo” (2 Co 4:10 – ARA). Se aplicássemos a cruz a todo pensamento que surge em nosso coração, a carne nunca traria um pensamento sobre nada. Se deixo meu corpo viver, há carne. Para manifestar a Cristo sempre, eu devo manter a carne mortificada. Essa é a nossa parte em fé. Então vem a segunda coisa – a parte de Deus. “E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal” (2 Co 4:11). Por mais fiéis que sejamos, Deus tem que nos ajudar. Ele não pode confiar em nós!


O coração

A glória brilhou em nosso coração, mas Ele a coloca em um vaso de barro, porque nosso coração tem que aprender o que somos. Nenhuma vontade do homem, nenhum pensamento de vaidade deste mundo, pode ser permitida – nada que não seja adequado a esse tesouro. Há coisas que não assumem a forma do mal grosseiro, mas que não são de Cristo. Será que nossa palavra é “sempre agradável, temperada com sal”? Quando eu aplico a cruz de Cristo, isso impede a movimentação do meu coração. Nós podemos bendizer a Deus por causa disso. Ele mortifica a carne que precisa ser mortificada. “De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida”. A morte estava trabalhando em Paulo, e nada além da vida trabalhava em relação aos outros. Oh, que isso fosse assim conosco!


O efeito prático disso é: “Porque tudo isso é por amor de vós”. Quando o eu está mortificado, começamos a ter os pensamentos de Deus e tudo é para nós. Ele faz com que tudo opere juntamente para o nosso bem – todas as circunstâncias em nossa vida. O que for necessário para isso, Ele fará. Se estou em Seu caminho, Ele me ajuda, mas devo estar ali com Sua força. Todo problema dá a apreensão do que está por vir, mas o homem interior não é tocado, ele se “renova de dia em dia” e recebemos bênçãos por essas mesmas coisas.


Estamos prontos para tomar este lugar, dispostos a estar sob a mão de Deus e dizendo: “Eu quero ter Cristo, conquistá-Lo, e aqui há uma coisa que devo fazer – manifestar a Cristo”? Estamos dispostos a manter nossa carne mortificada? O que Satanás quer que tenhamos, mesmo que um pouco, é a confiança na carne. Nós dizemos, “Que Ele lide com os vasos da maneira que Ele queira, em tudo que Ele veja que é preciso, para que Cristo seja manifesto, quer pela vida ou pela morte”? Que esse seja o desejo do nosso coração.


J. N. Darby (adaptado)

 

A Abundante Provisão da Graça


“Traze-me ainda um vaso”

Quando a viúva dos filhos dos profetas não tinha mais comida e clamou a Eliseu por ajuda, ele disse a ela: “Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia. E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse: Não há mais vaso nenhum. Então, o azeite parou” (2 Rs 4:3-6).


Temos aqui nesta história o que a graça de Deus pode fazer por uma família que está em luto. O orgulho ou a vontade própria do homem se opõe à graça. Mas nesta família não há perguntas de incredulidade ou independência de Deus. O profeta entra em seus sofrimentos e a coloca em contato com a plenitude da graça de Deus. As coisas estavam todas erradas em Israel, pois Deus havia sido abandonado e Sua aliança quebrada, contudo Ele estava visitando Seu povo em graça, e era para a fé aproveitar a oportunidade para contar com Ele em sua confissão de toda a triste verdade sem encobrir nada.


A plenitude da graça

Vemos no Novo Testamento que a plenitude da graça veio por Jesus Cristo. “A sabedoria já edificou a sua casa” e a mobiliou de forma suntuosa, providenciando abundantemente para a necessidade de todos que estão dentro dela. O testemunho do Espírito Santo é de um Cristo ressuscitado e glorificado à destra de Deus. Em Atos 2, a obra do Espírito Santo foi de tal caráter que chegou ao coração até mesmo daqueles que antes a desprezaram e recusaram. “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (At 4:32-33).


O Espírito Santo

O poder e a graça que produziram esses resultados abençoados nos primórdios da história da Igreja ainda permanecem, embora o mesmo efeito não possa ser visto agora. O Espírito Santo é Soberano em Sua ação e, de acordo com a própria Palavra do Senhor, habita conosco para sempre desde o Pentecostes, enquanto a assembleia estiver aqui, onde Seu poder e graça são necessários, Ele permanece conosco. As instruções de Eliseu à mulher angustiada revelam o caráter da maneira habitual que Deus age quando o apelo é feito a Ele. Ele fará com que os Seus sejam realmente exercitados sobre a necessidade, mas temos que aprender que nossa suficiência vem de Deus, que trabalha de acordo com Sua maravilhosa paciência e sabedoria infinita. Ele pode reviver verdades que há muito foram esquecidas em todo o seu poder original e frescor dentro do nosso coração, exatamente no momento em que elas são realmente necessárias, ou Ele pode nos estabelecer para aprender o valor e a aplicação a nós das Escrituras que há muito professamos acreditar e conhecer como aquilo que expressa as doutrinas do Cristianismo. Mas o desafio: “O que tens em casa?” nos faz pensar e nos lança sobre aquilo que Deus deu. E essa verdade não é peculiarmente aplicável nos dias atuais, uma vez que Deus deu agora no Cristianismo tudo o que Ele sempre quis ou pôde dar a esse pobre mundo arruinado? Tudo é apresentado no evangelho, que se recusado hoje, formará a base do julgamento em outro dia.


Do ponto de vista da posição Cristã, um desenvolvimento da graça completamente novo e inesperado é apresentado, em conexão com Cristo no céu e o Espírito Santo na Terra. O que é mais necessário para nós, então, é derramarmos o azeite – este suprimento abundante do Espírito Santo que Deus nos deu e que temos na “casa” (a Igreja). Vamos em fé simples e obediência trazer vasos vazios para dentro da casa e fechar a porta. Deus encherá os vasos.


Encha todos eles

“Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio” (v. 4). Eles são separados – consagrados. A justiça é vindicada, o credor é pago integralmente, o cativo é libertado e permanece uma reserva infinita de graça, que nunca podemos esgotar. O azeite continuava a fluir até não haver mais vasos – uma bela ilustração, certamente, da graça divina à maneira de Sua obra atual e aplicação cotidiana às necessidades pessoais do povo de Deus e conectando-se de uma maneira bendita com a consideração graciosa do Senhor por nós nesta cena atual de desordem e ruína.


G. S. Byford (adaptado)

 

A fé diz: “Pede... não poucos”


Estas palavras foram proferidas pelo profeta Eliseu no ouvido de uma viúva aflita que tinha chegado a ele para falar de sua triste história (veja 2 Reis 4:1-7). Eliseu sabia bem em nome de Quem ele estava falando – em cujo tesouro ele estava extraindo. Ele não disse: “Tome cuidado para não pegar vasos de mais”. Ele sabia que isso era impossível. A fé nunca sacou mais do que havia no banco de Deus, que tem “riquezas insondáveis” para seu crédito ali. Ainda a fé nunca trouxe um vaso vazio a Deus que Ele não tenha preenchido. No caso desta viúva, o azeite deixou de fluir somente quando não havia mais um vaso vazio para recebê-lo. A fonte não tinha fim, foi a promessa da fé de manter o canal aberto. Que a lembrança dessas coisas tenha o efeito feliz de encorajar nosso coração na vida de fé. O coração de amor terno de nosso Pai quer que extraiamos abundantemente de Seus recursos infinitos.


Pegue vasos vazios

Seu coração está perturbado pela sensação de pecado interior? “Vai, pede para ti vasos emprestados... vasos vazios” para receber os ricos suprimentos da graça que fluem de um Cristo crucificado e ressuscitado – nosso Fiador – nosso Grande Sumo Sacerdote – nosso Advogado. Jesus carregou todos os seus pecados na cruz e os colocou de lado para sempre. O olho de Deus nunca mais poderá ver seus pecados. Ele realmente colheu uma colheita de glória, os colocando longe. A graça divina colheu uma colheita mais rica no meio de um mundo de pecadores do que jamais poderia ter colhido em meio à multidão de anjos que não caíram. “Vá”, portanto, “pede para ti vasos emprestados... vasos vazios, não poucos”.


Mais uma vez, o seu coração está abatido sob o peso da tristeza? As frias garras da morte se apoderaram do querido objeto de suas afeições? Um espaço vazio foi criado em seu coração – um espaço vazio que nenhum objeto terrenal pode preencher? Então lembre-se que o coração de Jesus está transbordando de terna empatia. Ele sentiu sua tristeza. Se Ele estivesse aqui Ele não reprimiria sua dor. Ele Se sentaria ao seu lado e misturaria Suas lágrimas com as suas. Mas você diz: “Ele não está aqui”. É verdade, mas Ele está à destra da Majestade nos céus e você pode contar com certeza com a empatia de Seu coração. “Vá”, então, em luto e triste, “pede para ti vasos emprestados... vasos vazios”, para receber as abundantes consolações que fluem do coração de Cristo, cuja Palavra encorajadora para você é: “Pede para ti vasos emprestados... não poucos”.


Há azeite suficiente

Pode ser, no entanto, que nosso coração não esteja perturbado com a questão de pecado, nem se curve sob o peso da tristeza. Nosso coração está estabelecido em graça, e o amado círculo no qual estão nossos afetos permanece intacto. Mas então os cuidados familiares ou comerciais pressionam nosso espírito. Nossos filhos não estão agindo como gostaríamos ou nossas perspectivas de negócios são sombrias. Se tal é a nossa posição, nós também podemos aprender uma lição doce e temperada das palavras de Eliseu. Podemos sair e pegar emprestado os vasos vazios, pois há “azeite” suficiente para nós, até mesmo o “óleo de alegria” para nosso espírito sobrecarregado. Para nós a palavra é: “Lança o teu cuidado sobre o SENHOR, e Ele te susterá” (Sl 55:22). “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus” (Fp 4:6). Lance o seu cuidado diretamente, e inteiramente, Àquele que é capaz e está disposto, e tão disposto quanto Ele é capaz, de sustentá-lo. Em uma palavra, “vai, pede para ti vasos emprestados... vasos vazios” nos quais as copiosas torrentes da paz divina podem fluir para o seu espírito perplexo e ansioso.


Deus pode encher nosso vaso

Mas talvez o nosso exercício não provenha de uma consciência conturbada, de um coração em luto ou de um espírito perplexo com questões domésticas ou comerciais. O fato é que toda a cena nos repeliu e nos desapontou. E ainda não tanto o mundo, em vez disso, no próprio meio de amigos Cristãos, todas as nossas esperanças foram arruinadas. Havíamos olhado para aqueles Cristãos de uma certa distância, e eles pareciam apresentar a aparência de tudo que era adorável e atraente. No entanto, infelizmente, ao chegarmos para estar entre eles, não pudemos ver nossa esperança e nosso coração acalentados, uma vez tendo grandes expectativas, está agora contristado com uma dolorosa decepção. Este não é um caso incomum. Há muitos corações contristados dentro da Igreja de Deus. Mas, bendito seja Deus, os profundos sulcos do nosso coração são apenas muitos “vasos... vasos vazios”, nos quais podemos receber as correntes de conforto e consolo que emanam de “Jesus Cristo... o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”, e o coração que tem muitos sulcos já está equipado com vasos “não poucos”. Deus certamente preencherá esses vasos; e então aquele que estava desapontado volta a ser um canal de bênção na cena que o havia decepcionado.


Os vasos emprestados

Em uma palavra, seja qual for o estado ou condição da alma – seja uma questão de pecado ou tristeza, dificuldade ou desapontamento – a mensagem de Deus é uma e a mesma. “Vai, pede para ti vasos emprestados”, e note, são “vasos vazios”, “não poucos”. Que graça magnífica brilha nas palavras “vazio” e “não poucos”! Nosso vaso deve estar vazio. Deus não irá derramar em um vaso meio cheio com suprimentos da criatura. Em todos os casos, o vaso deve estar vazio, pois somente então será totalmente manifesto que o “azeite” veio diretamente do próprio Deus. A palavra “vazio” tira a criatura de cena. As palavras “não poucos” deixa espaço para que Deus entre em cena.


Estas são verdades simples, mas simples como são, elas se mantém conectadas com o grande elemento essencial da vida divina na alma. Que elas possam ser mais profundamente gravadas em nosso coração pela pena eterna do Espírito Santo.


Christian Truth (adaptado)

 

O Propósito de Deus para com os Vasos


2 Coríntios 4:6-7

“Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é Quem resplandeceu [ou “acendeu uma tocha”] em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”.


Estes versos expressam o maravilhoso propósito de Deus! Para que resplandeça dentro de nós, e então, começar a lidar conosco para que Ele transforme nosso vaso de barro à transparência em Suas mãos – para que a glória de Deus, brilhando em Jesus nas alturas, resplandeça no nosso coração, para que possamos ser as tochas de Deus nas trevas de um mundo que rejeita a Cristo.


Alguns se referiram às tochas e aos cântaros de Gideão (Juízes 7) como uma analogia da glória de Deus brilhando em nosso vaso de barro. No entanto, as tochas do dia de Gideão brilharam apenas quando o jarro foi quebrado. Aqui, o vaso não está quebrado, mas foi feito completamente transparente. Todos os elementos impeditivos da carne são tão atenuados (diminuídos e tornados pequenos) para que o “tesouro” que há dentro do vaso possa brilhar sem impedimento. Assim, Paulo diz no verso 10: “levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a Sua vida se manifeste em nosso corpo” (2 Co 4:10 – ARA).


Paulo, um vaso resplandecente

As circunstâncias pelas quais Paulo estava passando quando escreveu suas cartas a Corinto merecem nossa séria consideração, pois mostram como seu próprio vaso estava se tornando mais transparente para o resplendor da glória de Deus. Seus sentimentos e circunstâncias entraram em todo o caráter do ensinamento que fluía de Deus para nós em suas cartas. Quando seu vaso passou pelas provações ou exercícios, seu coração foi treinado. Suas afeições foram formadas por essas coisas, e ele foi sustentado e apoiado por Deus nas tristezas do caminho, de modo que “do seu ventre correrão rios de água viva”. Paulo havia bebido do rio de águas vivas que é a fonte de todas as bênçãos (Jo 7:37-38). Sua sede foi saciada por Cristo. E assim o seu homem interior – a mente, o coração, a alma – tornou-se o meio de frescor fluindo para os outros. Aquilo que consolara sua alma em sua tristeza era um consolo para os outros. O Pai das misericórdias tão abençoadamente preencheu a alma de Paulo com toda a Sua consolação em Cristo que transbordou, e o rio passou em poder vivo, produzindo frutos nas areias do deserto do mundo aonde ele foi.


Paulo teve que aprender a viver no poder daquilo que ele ensinaria aos outros. Seu propósito era levar em seu corpo o morrer de Jesus. Como ele poderia ser ajudado nisso? Ao ser entregue à morte por amor a Jesus, a vida de Jesus pôde se manifestar em sua carne mortal. Esta é a recompensa de Deus para aqueles que procuram viver no poder do que ensinam e conhecem.


F. G. Patterson (adaptado)

 

O Vaso no Oleiro, o Oleiro no Vaso


“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido” (At 9:15).


“E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer” (Jr 18:3-4).


“Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9:21).


Deus, o Oleiro Mestre

É de grande interesse para nós traçar a história das almas na Palavra de Deus. Em toda essa obra Sua soberania brilha visivelmente, e Ele nos concede de acordo com Ele mesmo o Seu próprio lugar nisso, pois Ele “faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade”. Ele tem o direito de fazer o que quiser; já o homem não tem esse direito. Os homens procurariam vincular Deus a certas leis criadas por eles próprios e, assim, restringir Sua vontade soberana. Mas, uma vez que sabemos que todas as nossas bênçãos dependem dessa soberania e que Ele Se agrada em Se mostrar em misericórdia, tudo é transformado. De fato, permanecemos calados diante de Deus. Não temos mais direito de reivindicar a salvação de nossa alma por Ele do que temos o poder de trocar de lugar com Ele em Seu trono de glória! Precisamos de graça para renunciar a essa suposta reivindicação – nos colocar diante d’Ele, conscientes de que Ele tem o direito de fazer o que Lhe agrada. Descobriremos, também, que o descanso da alma é encontrado em Sua própria natureza – a qual, se Ele não tivesse Se agradado em nos revelar em Cristo, nós nunca nem a teríamos conhecido.


Foi do Seu agrado criar um mundo, para colocá-lo girando no espaço entre as inúmeras órbitas que brilham nos céus ao nosso redor. Foi do Seu agrado permitir que o pecado e a morte entrassem naquela bela cena. Quem pode contestar? Foi do Seu agrado escolher e chamar um povo desse mundo e permitir que eles se destruíssem, enquanto Ele, com longanimidade, os suportava até “que mais nenhum remédio houve”. Foi do Seu agrado enviar Seu Filho para suportar a cruz e suportar Sua ira. Quem foi antes d’Ele em tudo isso? Ninguém. Em todas as coisas em que Ele trabalhou, Ele permitiu, Ele ordenou, e é Ele quem desafia o coração teimoso que diria: “Por que Se queixa Ele ainda? Porquanto, quem resiste à Sua vontade?” É Ele Quem responde: “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9:20).


O vaso na mente do oleiro

Você já visitou a casa de um oleiro e o observou enquanto ele trabalhava nas rodas? O trabalhador pega um punhado de barro, o pressiona contra a roda, a roda gira diante de seus olhos. Onde agora (deixe-me perguntar) está o vaso? Está na mente do oleiro, antes de ser formado, o seu formato está lá. Seus dedos moldam a massa diante dele, gradualmente cresce diante de seus olhos; gradualmente, o pensamento em sua mente é transferido para o barro, e ele se eleva diante dele, e os pensamentos, que até então não estavam expressos, se desenvolvem no recipiente que seus dedos moldam.


O oleiro vê uma falha em seu vaso

Ele vê uma falha, uma imperfeição no barro. Outros não detectaram essa falha, mas ele sim, com o olho de um artista. Ele esmaga o barro sob sua mão e o transforma novamente em uma massa sem forma. E novamente seus dedos moldam e o forma de acordo com seu projeto. De novo e de novo aparecem defeitos. De novo e de novo o barro é reduzido a uma massa sem forma, até que finalmente se eleva, na perfeição do seu desígnio diante dele, seu olho examina-o com satisfação, e ele o remove da roda para ocupar seu lugar com as coisas escolhidas da Terra ao redor.


Onde está agora o oleiro? Onde estava o vaso antes do oleiro começar seu trabalho? Estava no oleiro! Onde está agora o oleiro? Ele está no vaso. Tudo o que sua mente projetou e forjou está ali para ser visto. O vaso está apto para aquilo a que ele foi feito.


E esta é a história da alma. O barro está na mão do Oleiro. Seus dedos o moldam, ainda há defeitos, o barro precisa mais uma vez de Sua paciente manipulação e habilidade. Ainda não está suave nem uniforme, nem maleável à Sua mão. Ele esmaga o barro vez após vez. O vaso perfeito estava diante de Sua mente e proposto antes que Sua mão pegasse o barro e o colocasse na roda. Mas quando tudo está feito, Ele transferiu Seu pensamento com habilidade infalível para o barro, o Oleiro é agora visto em Sua obra, e é um vaso de misericórdia, que Ele preparou de antemão para a glória.


Quão importante, à medida que esses esmagamentos acontecem, é a necessidade da interpretação desta habilidosa obra da mão do Oleiro! Quantas vezes as lições são mal entendidas, ou não são entendidas de forma alguma! Na história das almas na Palavra, essas ações são vistas, os resultados são alcançados. Neles, lemos a história de Suas obras com nossa própria alma e com a obra de Deus. Nós olhamos então para as linhas de beleza, resultantes de Sua mão, nós nos entregamos às coisas que acontecem, vemos o objetivo do Senhor. “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por Seu decreto” (Rm 8:28).


Como um Oleiro, o Senhor Deus tomou do pó da Terra, na primeira criação, e o transformou em um homem. Ele então “soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Mas o vaso foi danificado. Mais uma vez, o divino Oleiro toma a mesma massa, exibe novamente Sua habilidade e forma um vaso de misericórdia para a glória eterna – uma nova criação “em Cristo”.


F. G. Patterson (adaptado)

 

Vasos Vazios e Cheios


Nesta edição, falamos tanto dos vasos vazios como dos cheios. Isso pode causar alguma confusão em nossa mente, quanto a se o Senhor quer que sejamos vasos vazios, para que Ele possa nos encher, ou se devamos estar sempre cheios, prontos para o Seu uso. Eu sugeriria que ambas as condições são verdadeiras, dependendo de como olhamos para isso.


Primeiro de tudo, o Senhor só pode encher um vaso vazio. Assim, a mulher de 2 Reis 4 foi instruída a “pede para ti vasos emprestados... vasos vazios” (v. 3). Então o Senhor pôde enchê-los de azeite, falando do Espírito de Deus. Se nós, como vasos, estamos cheios das coisas deste mundo e com tendências pecaminosas, não podemos ser “cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:19). Devemos nos esvaziar dessas coisas mundanas para que Deus possa derramar Sua plenitude em nós.


Por outro lado, Deus usa vasos cheios, não vazios. Assim, devemos ser “cheios do Espírito” (Ef 5:18), enquanto os apóstolos em Atos 6:3 instruíram os irmãos a “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões… cheios do Espírito Santo”, quando houve a necessidade de alguns supervisionarem a distribuição dos fundos para os necessitados. Outras Escrituras poderiam ser mencionadas para dar suporte a essas, mostrando que Deus preenche primeiro os vasos e depois os usa em Seu serviço.


Estamos mais uma vez na esfera da soberania de Deus e da responsabilidade do homem. Se nosso vaso estiver vazio e nosso coração estiver disposto, Deus certamente nos encherá com Seu Espírito, que Se deleita em ministrar-nos as coisas de Cristo. Por outro lado, a exortação em Efésios 5, já referida, nos diz “enchei-vos do Espírito”. Mas a casa de Israel que foi deixada “desocupada, varrida e adornada” quando o espírito imundo partiu (Mt 12:44), sem qualquer pensamento para com Deus, apenas forneceu a oportunidade para “outros sete espíritos piores do que ele” entrassem. A casa que é esvaziada com o desejo de que Deus venha para preenchê-la será sempre “cheia da bênção do SENHOR” (Dt 33:23), mas a que não tem desejo de Deus vai descobrir que Satanás está pronto para entrar nela.


W. J. Prost

 

Vasos Vazios ou Cheios


Muito já foi dito e escrito, especialmente em poesia, sobre a necessidade de sermos vasos vazios, prontos para o uso do Mestre. O pensamento é que estarmos sempre vazios é a qualificação para uso imediato e que, quando estamos nessa condição, o Senhor pode nos levar, nos encher e nos enviar para qualquer serviço para o qual Ele chama. Isto é algo ensinado nas Escrituras?


Vamos considerar, em primeiro lugar, as Escrituras em que o termo “vasos” ou “vaso” é encontrado. Em 2 Coríntios 4, o apóstolo diz: “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro” (v. 7). Esta passagem contém uma alusão a Gideão e seus homens. Nós lemos que “Então, repartiu os trezentos homens em três esquadrões; e deu-lhes a cada um nas suas mãos buzinas e cântaros vazios, com tochas neles acesas” (Jz 7:16). Podemos observar que os vasos [cântaros – ARC] estavam vazios, mas Gideão colocou as luzes (ou tochas) dentro. Isso nos ajudará a entender o significado do tesouro nos vasos de barro de que fala o apóstolo Paulo. É evidente, no contexto, o conhecimento daquela glória de Deus que, exibida na face do Cristo glorificado, Deus fez brilhar em nosso coração. Mas isso, uma vez recebido, não vem e vai, mas permanece como uma possessão permanente. A condição de sua exibição é outra coisa, envolvendo o constante levar no corpo do morrer de Jesus (v. 10 – ARA), mas o tesouro permanece no vaso.


Vasos santificados

Em 2 Timóteo 2 o termo “vasos” também é encontrado. “Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (vs. 20-21). A questão aqui não é de vasos vazios ou cheios, mas é inteiramente de associação. Para ser um vaso pronto para as mãos do Mestre, “um homem” deve estar separado dos vasos de desonra, confirmando assim o princípio de contaminação por meio de nossas associações e consequente desqualificação para o serviço. Somente quando purificado dos vasos de desonra, alguém pode se tornar um vaso para honra, alguém que o Mestre terá deleite em tomar e empregar. Mas passando para o próximo capítulo, aprendemos que se o homem de Deus deve ser “perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3:17), ele deve ser bem instruído nas Escrituras. O vaso deve estar cheio e, nesse estado, habitualmente, a Palavra deve permanecer no vaso, e então fluirá no ensino como o Mestre pode requerer.


Rios de água viva

Se nos referirmos agora à verdade envolvida de maneira mais geral, o mesmo resultado será obtido. Quando nosso Senhor estava falando com a mulher samaritana, Ele disse: “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Aqui novamente a água uma vez recebida – um símbolo da vida no poder do Espírito Santo – permanece como uma possessão permanente. Por isso, se nos voltamos para João 7, descobriremos que a água não é apenas recebida, mas que também flui para fora: “Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (v. 38). Claro, deve haver a recepção constante, mas o vaso nunca deve ficar vazio. Em vez disso, o poço ou fonte está dentro, porque está ligado ao dom do Espírito que habita em nós. Possuindo, portanto, o Espírito Santo, o estado normal do crente deve ser o de estar cheio até transbordar com o Seu poder, para que “rios de água viva” possam fluir para a bênção dos que estão ao redor. Não poderia haver um vaso vazio, pois estar preparado para o serviço é estar cheio até transbordar. Por outro lado, se essas correntes, pelo entristecimento do Espírito Santo de Deus, não estiverem fluindo e o vaso, em certo sentido, se tornar vazio, este vaso não estaria, é desnecessário dizer, em condição de ser usado pelo Mestre.


Se nos referirmos agora a outra Escritura, a mesma conclusão será alcançada. Duas serão suficientes: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias” (Lc 12:35), e “Entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2:15). Agora, as “luzes” nestas e em outras Escrituras sempre significam Cristo – Cristo como resplandecendo, no poder do Espírito Santo, por meio da vida do crente. Mas Cristo deve ser recebido antes que Ele possa ser expresso, a luz deve estar dentro antes que possa brilhar.


Um vaso sem Cristo

Um vaso vazio seria, então, um vaso sem Cristo. Eram as virgens imprudentes, e não as prudentes, que tinham seus vasos vazios, elas não tinham azeite com elas, significando o fato de elas não terem nascido de novo, e consequentemente não tinham o Espírito habitando nelas. As prudentes falharam em não acenderem suas lâmpadas, mas já que seus vasos não estavam vazios, elas foram levantadas a tempo para se encontrarem com o Noivo e foram com Ele para as bodas.


A questão então pode ser levantada, é possível um Cristão ser vaso vazio? Uma de duas coisas sempre acontecerá. Ou ele estará cheio de Cristo ou de si mesmo e das coisas que têm ele mesmo como centro. Assim, se não for preenchido com Cristo, ele estará sempre em perigo. Foi isso que aconteceu com a nação judaica. O espírito impuro da idolatria havia saído, mas não encontrando descanso, na linguagem de nosso bendito Senhor, o espírito imundo disse, “Voltarei para a minha casa, donde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má” (Mt 12:43-45) Se agora aquela nação tivesse recebido a Cristo, Ele teria preenchido o vazio, e eles teriam ficado seguros desta terrível intrusão de espíritos malignos. Da mesma forma, a menos que o Cristão esteja cheio de Cristo, ele estará sempre exposto para estar ocupado e possuído com as coisas que se opõem a Cristo.


Cheios com o Espírito

É bem verdade que, se o Senhor envia qualquer um dos Seus para um serviço especial, tudo deverá ser recebido da parte d’Ele. Nada de nós mesmos, nada que flua de nós mesmos, poderá ser usado para Ele. Mas o ponto é que o crente não estará em uma condição de ser usado por Deus a menos que ele já esteja cheio. E quanto mais cheio ele estiver, quanto mais Cristo possua sua alma de maneira prática, mais dependente ele será, de forma consciente, e certamente, assim sendo, quando o privilégio de algum serviço aparecer ele olhará para cima para receber tudo o que ele precisa vindo do Senhor. Assim, na Igreja primitiva, foi depois deles estarem cheios do Espírito Santo que eles falaram a Palavra de Deus com ousadia (veja Atos 4:31; 2:4). Sendo assim, repetimos novamente, não são os vasos vazios, mas os cheios que o Senhor requer à Sua soberana disposição em serviço.


E. Dennett (adaptado)

 

Um Vaso com uma Cobertura


Em Números 19:15, lemos: “Também todo o vaso aberto, sobre que não houver pano atado, será imundo”. Um princípio muito importante está incorporado nessas palavras, pois em nossa vida cotidiana – na escola, no local de trabalho, durante as compras – muitas vezes estamos inevitavelmente expostos à “comunicação corrupta”. Embora possamos não ter comunhão “com as obras infrutuosas das trevas” (Ef 5:11), somos contaminados por elas. Podemos não permitir que “saia da vossa boca nenhuma palavra torpe” (Ef 4:29), mas devemos lembrar que “as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33).


Em um mundo pecaminoso, é fácil para nossa mente se tornar “vaso aberto” sem cobertura sobre eles. Elas podem facilmente estar abertas e prontas para receber o que está diante dela, e isso, é claro, é exatamente o que Satanás quer. Nossa mente é frequentemente mencionada nas Escrituras, e devemos tomar o controle dela. Somos lembrados que devemos cingir “os lombos do vosso entendimento” (1 Pe 1:13) e colocá-la nas “coisas que são de cima” (Cl 3: 2). Se mantivermos o vaso da nossa mente limpo, devemos ter uma cobertura sobre ele. A cobertura não deve ser posta de maneira frouxa; deve estar “ligado” ao vaso, de modo que não possa ser facilmente removido.


Em nossos dias, a cobertura corresponderia à Palavra de Deus. Se a Palavra de Deus é lida no lar antes de sairmos ao encontro do mundo, isso formará uma cobertura em nossa mente. Uma mente que está cheia das coisas de Cristo não será facilmente aberta às más comunicações deste mundo. Cuidemos, então, de ler as Escrituras, em primeiro lugar, para nós mesmos, e depois, se formos pais, que leiamos para nossos filhos, a fim de que suas mentes sejam fechadas para as influências contaminantes deste mundo.


A. C. Hayhoe (adaptado)

 

Vasos para Honra e Vasos para Desonra


Em 2 Timóteo 2:26, vemos o estado no qual o Cristianismo, em sua forma exterior no mundo, caiu: “Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (vs. 20-21).


Devemos observar que o apóstolo não diz exatamente que a casa de Deus contém vasos para honra e para desonra, embora isso seja verdade quando falamos da casa de Deus como construída pelo homem sob responsabilidade, de acordo com sua apresentação em 1 Coríntios 3. É mais uma comparação que ele usa e, portanto, ele diz: “Numa grande casa”. Devemos lembrar que isto é o que a casa de Deus na Terra se tornou – uma esfera na qual os crentes e meros professos, servos fiéis e servos maus se tornaram tão misturados que vasos de ouro e prata se misturam em toda parte com aqueles de madeira e barro.


Tal era o estado de coisas que havia surgido até mesmo nos dias de Paulo e do qual o Espírito de Deus toma ocasião para estabelecer princípios para orientação individual, à medida que a confusão e a corrupção se tornam mais pronunciadas. O apóstolo então diz: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas [ou “destes” vasos – JND], e a linguagem usada é muito forte – “se purificar [purgar] destas”. Aqui nos é dito que devemos nos purificar dos vasos da desonra. Como indivíduos, temos que nos separar do mal para sermos aprovados para o serviço do Senhor.


Quais são os vasos para desonra?

Vasos para desonra representam aqueles, Cristãos ou simplesmente professos, que estão contaminados com o mal de qualquer tipo ou envolvidos em qualquer coisa que desonra o nome do Senhor. A responsabilidade não é julgar o estado pessoal e a condição de outros vasos, mas purificar-se daquilo que desonra o nome do Senhor, porque ele está sob a obrigação, por confessar o nome do Senhor, de se afastar da iniquidade.


A consequência da separação de tais vasos é que assim seremos vasos para honra (e isso explicará o significado dos vasos de ouro e de prata no versículo anterior), santificados, separados e úteis, para serem usados pelo Mestre – preparados para toda boa obra. Esta é uma palavra solene para os crentes. Será que alguém deseja ser usado pelo Senhor? Aqui está, então, a Sua própria qualificação para o serviço. Então, quando estivermos qualificados, Ele nos tomará para nos usar da forma que Ele quiser.


Um coração puro

Há, no entanto, também o lado positivo da separação [N. do T: algo que deve ser feito na sequência] e, portanto, o apóstolo acrescenta: “Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2:22). Por um lado, Timóteo deveria “fugir” das paixões da juventude, mas, por outro lado, deveria “seguir [perseguir – KJV] as coisas indicadas aqui. Um propósito de coração será necessário para ambos. Note, além disso, que essas coisas devem ser “perseguidas” em companhia daqueles que invocam o Senhor com um coração puro. Muitas vezes, argumenta-se que a separação do mal levaria a um caminho de isolamento. Essa Escritura é uma resposta completa a tal afirmação, pois é evidente que todos os que reconhecem sua responsabilidade individual de se afastar da iniquidade devem estar reunidos na mesma companhia.


Perguntas insensatas

Mais uma vez, o apóstolo adverte Timóteo para tomar cuidado com as controvérsias: “E rejeita as questões loucas e sem instrução, sabendo que produzem contendas” (2 Tm 2:23; compare com 2 Tm 2:16). São questões literalmente tolas e “indisciplinadas”, e a palavra “indisciplinado” é frequentemente usada para uma “mente não sujeita a Deus; um homem que segue sua própria mente e vontade”. Isso explicará o tipo de questionamento a que se refere – aqueles que brotam dos próprios pensamentos e raciocínios do homem e que, portanto, não poderiam deixar de produzir problemas. A introdução desta última palavra, “contendas”, fornece a oportunidade para uma bela descrição do que deve ser o caráter de um verdadeiro servo. “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos” (2 Tm 2:24-26).


Tal é a revelação feita aqui – que todos os que resistem à verdade de Deus, os que a recusam, por mais eminentes que possam ser no mundo do intelecto ou da ciência, não são nada além do que pobres escravos de Satanás, liderados, se não inspirados, por ele, assim como os servos do Senhor são guiados e ensinados pelo Espírito de Deus.


E. Dennett (adaptado)

 

O Vaso Quebrado do Oleiro: Jeremias e Seus Tempos


Eu sinto muito distintamente que há um caráter especial neste tempo presente pelo qual estamos passando. As grandes potências que estão destinadas a completar a ação do dia de encerramento da Cristandade estão se preparando, cada uma em suas várias esferas, com grande seriedade e habilidade. Eu me refiro ao civil e o eclesiástico.


Não duvido que, por um período, a vontade eclesiástica prevaleça. A mulher deve montar a besta (Apocalipse 17) por um tempo – um símbolo profético, creio eu, significando a supremacia eclesiástica. E este momento presente é marcado por muitos esforços em favor daquilo que toma o lugar da Igreja, para se exaltar a si mesma. Ela está tão habilmente direcionando esses esforços que o sucesso rapidamente será alcançado, e então o sangue dos santos poderá ser derramado novamente.


O poder civil, no entanto, é tudo menos ocioso. O tremendo avanço que está fazendo todos os dias demonstra grande habilidade e atividade da sua parte. Está se gabando em grande parte, mostrando o que tem feito e se comprometendo com o que mais pretende fazer. Eu não duvido que o poder civil tenha que abrir mão da supremacia por um tempo, e a mulher irá a montar novamente, embora que a grandeza dela seja apenas por um momento, pois o poder civil se ofenderá e removerá a mulher.


Se nós, na graça de Deus, mantivermos uma boa consciência para com Cristo e Sua verdade, poderemos contar com o fato de que nenhuma herança na Terra vale muito. Se consentirmos em nos tornar o que quer que os tempos nos fizessem ser, é claro que podemos continuar, e isso também, avançando com um mundo que está evoluindo (Eu falo simplesmente das coisas como elas são na Terra. Eu sei que a qualquer momento, independentemente delas, os santos podem ser levados para se encontrarem com Senhor nos ares).


O espírito de Jeremias

Tenho sido sensível ultimamente a respeito de quanto o espírito de Jeremias se adapta a estes tempos. A iniquidade era abundante na cena ao redor dele, embora fosse reconhecida pelo nome de Deus, e lá era de fato Seu lugar na Terra. A casa de oração havia se tornado um “covil de ladrões”, embora ainda clamassem: “Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este”. Ele sabia que o julgamento de Deus estava à espera de tudo isso, e ele esperava dias felizes que estavam distantes, além da corrupção presente e do julgamento que se aproximava. Sobre toda essa corrupção, Jeremias lamentou contra tudo o que ele testemunhou, e como seu Mestre, ele foi odiado por causa de seu testemunho (Jo 7:7). Ele estava, no entanto, cheio de fé e esperança, e na força disso (antecipando o futuro) ele colocou seu dinheiro na compra da herdade de Hananel (Jeremias 32). Tudo isso era belo – a atual tristeza por causa da corrupção da filha de seu povo, a certeza da fé no juízo vindouro e a perspectiva de esperança da coroa de glória no final.


Este é um padrão para o nosso espírito. E eu observo outra característica do poder no profeta. Ele não seria seduzido pelas aparências ocasionalmente justas e promissoras a afastar-se das conclusões da fé (ver Jeremias 37). O exército caldeu tinha penetrado o acampamento sob os muros de Jerusalém por causa da chegada dos aliados egípcios. Esta circunstância bajulava o povo judeu em esperanças, mas Jeremias deixou a cidade porque ele ainda mantinha a conclusão dada pela fé, que Jerusalém estava condenada por Deus com um julgamento justo. Tudo isso é uma bela exibição de uma alma caminhando pela luz de Deus, não apenas através da escuridão, mas através das trevas que pareciam ser leves. Como nos dias de Jeremias, a separação é o lugar e o chamado do Cristão – separação por causa da cidadania celestial e da união com um Cristo já ressuscitado.


A parábola do oleiro

Tudo isso pode nos admoestar, amado, mas eu tenho outra palavra em meu coração agora também.


A parábola do oleiro em Jeremias 18 e 19 foi projetada para mostrar a Israel que, embora levados à aliança, ainda estavam ao alcance dos juízos divinos. Na época de João Batista, Israel é encontrado no mesmo caráter de autoconfiança. Se nos dias de Jeremias eles dissessem: “Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este”, nos dias de João Batista eles diziam: “Temos por pai a Abraão”. Mas João, como Jeremias, os ensinaria novamente que, embora debaixo da aliança, o julgamento poderia alcançá-los. No ministério do Senhor, encontramos o mesmo. Israel ainda se vangloriava, e o Senhor repetidas vezes advertiu-os do julgamento vindouro. Tudo isso traz uma lição para nós também.


A Cristandade, ou Babilônia, tomou este antigo lugar de Israel. Ela confia na segurança, apesar da infidelidade. Ela se orgulha do Senhor, embora sua condição moral seja vil. Ela diz: “Estou assentada como rainha, não sou viúva e não verei o pranto” (Ap 18:7), embora o sangue, o orgulho e todas as abominações a manchem. Mas Apocalipse 18 é outra ação. Como a do profeta na casa do oleiro, ensina ao infiel que a perdição dos vasos quebrados, ou as pedras de moinho jogadas no mar, esperam por ela. Isso é para o nosso aprendizado. Deus nunca sanciona a desobediência. Ele não entrou no Jardim do Éden para aprovar o pecado de Adão, mas para trazer alívio dele por meio da graça. Assim, no evangelho Ele condena totalmente o pecado, enquanto liberta o pecador.


Ele também nunca Se compromete com Seus despenseiros. Ele Se compromete com os seus próprios dons e chamados (Rm 11:29), mas nunca com os Seus despenseiros. Eles sempre são considerados responsáveis perante Ele, e a desobediência resulta em perda. Cristo é o único Despenseiro que já Se levantou e respondeu por Si mesmo no lugar condicional, e como sempre, Ele é a contradição moral do homem. Na tentação (Mateus 4), o diabo procurou inspirar o Senhor com confiança, apesar da desobediência. Ele citou parcialmente o Salmo 91, citou a segurança prometida, omitindo a obediência exigida. Mas ele foi totalmente derrotado. O Senhor, ao responder, citou Deuteronômio 6 e agiu de acordo, pois nesse capítulo a obediência é declarada como a base da segurança de Israel. Deste modo, Jesus guardou Suas próprias bênçãos sob o Salmo 91 e as bênçãos de Seu Israel sob Deuteronômio 6. Mas todos os outros despenseiros, por sua vez, fracassaram, e o orgulho da Babilônia, que já ouvimos, é uma mentira.


Vasos orgulhosos

Tudo isso pode ser lembrado de forma oportuna nos dias de hoje, pois vivemos em uma época em que a Babilônia está se enchendo de novo com essa ostentação, pouco antes de sua derrota, quando ela irá encontrar a destruição da mó (Ap 18:21). Pois o orgulho da “cidade eterna”, como ela se chama, apenas sinaliza para ela mais terrivelmente o julgamento de Deus. É o pensamento favorito dela, que enquanto outras Igrejas tremem pela sua segurança, ela está acima de tais medos, ela é a cidade de Deus e tem seus muros ao seu redor. Isso é imponente, mas quando considerado pelo ensinamento da Palavra, só mais distintamente declara o que ela é, e testemunha sua maturidade mais avançada para o julgamento de Deus. Este orgulho é um desafio. É a negação de sua sujeição a Ele, de sua mordomia ou lugar de ser responsável perante Ele e Seu julgamento. Isto a deixa pelo destino do vaso de oleiro no vale do filho de Hinom, ou da mó na mão do anjo. “Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Deste modo quebrarei Eu este povo e esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se” (Jr 19:11).


J. G. Bellett (adaptado)

 

Um Vaso de Honra ou de Desonra


No primeiro versículo de Atos 18, duas cidades da Grécia são mencionadas pelo nome – Atenas e Corinto. Elas eram muito diferentes em caráter, embora localizadas a uma distância de 160 km uma do outra. Atenas era o grande centro de aprendizado e filosofia, superando muito qualquer outra cidade do mundo. Corinto era um lugar pervertido e contrário aos bons costumes – tanto que se um grego se transformasse em um leviano, seria dito a ele que deveria ir para Corinto. Seus habitantes, embora buscassem a sabedoria e se glorificassem na erudição, geralmente queriam facilidade e condescendência carnal.


O apóstolo Paulo visitou e pregou o evangelho nas duas cidades. Em Atenas, ele teve que descer ao ponto mais baixo e falar do poder do Criador e das evidências de Sua obra, pois, mesmo com todo o seu empenho em buscar o conhecimento (At 17:21), eles não conheciam o Deus vivo (Quantas vezes isso tem sido verdade entre os sábios deste mundo). Apesar dos sinceros esforços do maior pregador da cruz de Cristo, houve pouco fruto de seus labores. Dionísio e Damaris, com alguns outros, creram no Senhor Jesus, mas nunca lemos sobre Paulo voltando para lá, nem de uma assembleia sendo formada ali. Nenhuma carta apostólica dirigida aos santos em Atenas foi deixada para nós.


Para Corinto, Paulo foi uma vez e depois retornou. No início, a oposição foi forte, mas ele foi encorajado pelo Senhor com estas palavras: “E disse o Senhor, em visão, a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; porque Eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9-10). O que? Muita gente na rica e devassa Corinto, e não em Atenas? Sim, Deus tem salvação para os pecadores perdidos e arruinados, mas os orgulhosos e filosóficos raciocinadores que estão contra Deus não reconheciam essa necessidade. Os areopagitas podiam especular sobre as “novidades” que o “paroleiro [tagarela – ARA] dizia, mas não se importavam com aquilo que fazia pouco caso do homem ou de sua sabedoria orgulhosa. Isso era tolice para eles.


Em Corinto, uma assembleia florescente foi formada, e Paulo dirigiu duas longas epístolas para eles. Vários outros irmãos os visitaram, e os santos de lá não tinham falta de nenhum dom, de modo que eles estavam inclinados a se gloriarem nos homens e nos dons que possuíam. Eles eram carnais, não obstante, andavam como homens e precisavam ser repreendidos por causa disso (1 Co 3:3), pois o espírito partidário e as contendas eram a evidência da carnalidade.


Antes de serem salvos, alguns deles haviam sido “devassos... idólatras... ladrões... bêbados... roubadores”, etc., mas haviam sido salvos, lavados e justificados (1 Co 6:9-11). Que mudança maravilhosa o evangelho traz para as vidas das pessoas! O “rearmamento moral” e as reformas sociais podem afetar certas mudanças na conduta das pessoas, mas não podem lavar e justificar os pecadores e transformá-los por dentro.


Amor à verdade perdido

Havia, no entanto, o perigo de que, quando o amor da verdade tivesse perdido seu poder sobre suas almas, houvesse algum deslize e ocasionalmente cairiam em velhos hábitos e costumes. Isso aconteceu em Corinto, e deu ocasião ao apóstolo para escrever a eles para expor um homem culpado de fornicação. A assembleia era responsável por julgar aqueles que estavam dentro de suas fileiras, pois estava sem fermento, o mal não tinha lugar ali. Para enfrentar esse perigo sempre presente, o apóstolo lembrou-lhes que haviam sido comprados por um preço alto e, portanto, não eram mais deles mesmos, eles pertenciam a Outro a Quem deviam agradar. Eles agora deviam glorificar a Deus em seus corpos e não viver como os descuidados pagãos ao redor deles, o corpo era para o Senhor, não para o ego e indulgência das concupiscências carnais (1 Co 6:18-20).


Estas advertências na Palavra de Deus são particularmente salutares nos dias em que vivemos. A moralidade está mais baixa do que em todos os tempos nos países chamados Cristãos. As pessoas estão se entregando à indulgência das concupiscências da carne e da mente. Estamos vivendo nos últimos dias, quando a Cristandade, em geral, está amando mais aos prazeres do que a Deus (veja 2 Tm 3:1-5 – JND). Nossos queridos jovens (até mesmo crianças nas escolas de ensino fundamental) estão sendo criados em um ambiente cada vez mais corrupto do mundo e precisam ser instruídos, como os coríntios, de que nós, que estamos unidos ao Senhor, somos um só espírito com Ele. Portanto, tudo o que fazemos e permitimos deve ter a impressão de pertencermos a Ele. “Purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co 7:1).


Vasos com mentes puras

O apóstolo Pedro dirigiu-se aos Cristãos, referindo-se às suas “mentes puras” (2 Pe 3:1 – JND). Precisamos guardar nossa mente para que ela não se torne contaminada pela vida dissoluta dos ímpios, como a do pobre Ló estava depois que foi a Sodoma (2 Pe 2:7, 8; 3:1). “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” (2 Co 6:17-18).


Como possuir o seu vaso

Tessalônica não estava longe de Corinto, e as mesmas condições morais gerais prevaleciam naquela vizinhança. Na verdade, foi difundido nos dias do antigo Império Romano, então o apóstolo os exortou: “Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir cada vez mais... Porque esta é a vontade de Deus... que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Ts 4:1-4). Nosso corpo aqui é o que Paulo se refere como “seu vaso”, e em outros lugares nós lemos que nosso corpo é “o templo do Espírito Santo” (1 Co 6:19). Quão importante que o corpo seja guardado de tudo o que desonra ao Senhor e ao Seu Espírito Santo que habita ali!


O que todos nós precisamos cada vez mais é apego de coração ao Senhor Jesus, afeição ardente na alma, com a Palavra de Deus tendo poder sobre nossa consciência. Assim, seremos capazes de “andar e agradar a Deus”. Enoque “andou com Deus” e “agradou a Deus” (Gn 5:22; Hb 11:5), embora ele tenha vivido em meio da corrupção que estava ao seu redor e da depravação moral. O mundo estava caminhando então para o dilúvio, como agora está acontecendo com os perigos e a destruição da grande tribulação e o subsequente julgamento do “grande e terrível dia do Senhor”. Enoque andou “trezentos anos”, mas isso foi feito apenas um dia de cada vez. Precisamos da graça para cada dia que vem – “Basta a cada dia o seu mal”. Ele “dá maior graça”, e não precisamos antecipar as dificuldades ou provações do amanhã. Temos apenas que “andar e agradar a Deus” hoje com a graça e a força supridas por Ele mesmo que está disponível para todos os que esperam n’Ele.


Paul Wilson (adaptado)

 

Vaso da Ira


Em conexão com as pragas que o Senhor trouxe sobre o Egito, é evidente a partir de Êxodo 7:13, bem como em outras Escrituras que se seguem, que o Senhor endureceu o coração de Faraó. Este fato também é referido em Romanos 9, onde a questão da soberania de Deus e da responsabilidade do homem é tratada. Neste capítulo, lemos a respeito do Senhor: [Ele] endurece a quem quer” (Rm 9:18). Alguns não admitem a ideia de que Deus endureceu o coração de Faraó de forma que ele não pudesse deixar o povo ir embora somente depois que Faraó havia se mostrado um inimigo incorrigível de Deus e de Seu povo. Em vez disso, eles insistem que Deus endureceu seu coração arbitrariamente antes que o faraó mostrasse suas ímpias intenções para com o povo de Deus. Citamos alguém que traz este ensinamento: “Não é endurecimento judicial... mas soberano 'endurecimento' de uma criatura caída e pecaminosa por nenhuma outra razão senão... a soberana vontade de Deus”.


O endurecimento judicial

Mas vamos notar palavras que descrevam melhor a situação: “O rei do Egito era um homem completamente egoísta, cruel e profano quando Deus lhe enviou pela primeira vez uma mensagem por meio de Moisés e Arão. O efeito da intimação em tal espírito foi expor sua blasfêmia contra Jeová e uma opressão ainda mais feroz sobre Israel. Deus fez de faraó um exemplo mais marcante, não apenas expondo sua malícia, mas manifestando Seu próprio poder nesse contexto, para que Seu nome fosse assim divulgado largamente por toda a Terra. Deus nunca faz um homem mau, mas o homem mau Faraó, tornado ainda pior por sua resistência aos mais impressionantes apelos divinos, foi manifestado por Ele, levantando-o a uma alta posição como a que tinha entre os homens, a tal altura que sua queda pudesse falar às consciências por todo o mundo. Endurecido desde o início, Deus finalmente o selou num endurecimento judicial. Se fosse verdade, como Calvino diz, que aqueles que perecem foram destinados à destruição pela vontade de Deus, o caso era realmente difícil. Mas as Escrituras nunca falam assim, e a linguagem dos textos geralmente citados em apoio a tal decreto, quando examinados de perto e de forma imparcial, invariavelmente afastam tal pensamento, por mais perto que pareça se aproximar”.


Preparados para destruição

Romanos 9:22-23 também foi distorcido para fornecer apoio para uma visão errada dos tratamentos de Deus: “E que direis se Deus, querendo mostrar a Sua ira e dar a conhecer o Seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da Sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou”. Estes versos são usados por algumas escolas de opinião para declarar que Deus preparou estes vasos, alguns para a destruição de um lado e alguns para a glória do outro. Mais uma vez, citamos um forte expoente dessa teoria. “[O apóstolo] insinua aqui que antes de nascerem, eles são destinados a sua sorte”. Isso é falsificar o que o apóstolo disse, pois ele não disse tal coisa como é alegado aqui.


Um exame cuidadoso desses versículos mostrará que não é dito que Deus preparou tais vasos para a destruição, mas que Ele preparou os vasos de misericórdia para a glória. Dizer mais do que é dito aqui é adicionar coisas à Palavra de Deus. Além disso, em vez de dizer que Ele preparou os vasos da ira para a destruição “antes de nascerem”, diz-se que Ele “suportou com muita paciência” estes vasos – nem uma palavra sobre Ele preparando-os, mas sobre Sua tolerância para com eles.


Vaso da ira

Mais uma vez, citamos um autor mais confiável: “Homens pecadores vivendo assim em inimizade contra Deus são aqui denominados 'vasos de ira', por outro lado, já aqueles que creem são designados 'vasos de misericórdia' do outro… Mas há um tom de diferença, tão distinto quanto refinado e profundamente verdadeiro, que nenhum leitor deve ignorar. É dito dos vasos da ira que estão ‘preparados para a destruição’. Mas isso não é dito nem implicado aqui, ou em qualquer outro lugar, que Deus os preparou para isso. Eles foram preparados por seus próprios pecados e, acima de tudo, por sua incredulidade e rebeldia contra Deus. Mas quando ouvimos Ele falar sobre os fiéis, a frase é completamente diferente: 'vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou'. O mal é do homem e, em nenhum caso, é de Deus; o bem é d’Ele e não nosso. Deus, não os santos, preparou os vasos de misericórdia para a glória. Mais estritamente, Ele os preparou de antemão tendo em vista a glória. Assim, o homem perdido será no fim compelido a justificar a Deus e a assumir toda a culpa sobre seus próprios ombros, aqueles que preferiram confiar em Satanás como seu amigo e conselheiro, em vez de em Deus; enquanto os salvos, embora habitando em bem-aventurança, saberão e serão conhecidos como as riquezas da Sua glória, devedores de si mesmos à Sua infalível e insondável misericórdia”. E do mesmo escritor: “Para mim, confesso que parece a influência ofuscante da falsidade quando os homens ignoram a diferença de vasos de ira preparados, por um lado, para a destruição e vasos de misericórdia que Ele, por outro lado, preparou de antemão para a glória”.


Deus suporta com longanimidade

Vamos citar mais uma excelente fonte: “Embora seja verdade que os Cristãos são 'eleitos n’Ele [Cristo] antes da fundação do mundo' (Ef 1:4), nunca seria correto dizer que os pecadores perdidos foram, de maneira paralela, eleitos para a reprovação… No caso dos iníquos, longe de serem eleitos para a miséria eterna, descobrimos que Deus os suporta [enquanto estavam na Terra] – vasos de ira – com muita longanimidade, preparados não por Ele, mas por seus próprios atos para a destruição. A palavra ‘katartizo’ (Rm 9:22) significa corrigir, reparar, consertar; depois, em sua forma participial, ajustada, preparada. A palavra não supõe um decreto de Deus, mas uma obra do homem”. O homem não regenerado continua a dizer: “Ele prepara os não-eleitos para a destruição por meio de Seus decretos preordenados”.


O faraó era um déspota cruel muito antes de Moisés e Arão serem enviados a ele com uma exigência da parte Deus para que ele deixasse Israel ir. Mesmo antes de Moisés nascer, um faraó anterior havia emitido o decreto de que todas as crianças do sexo masculino deveriam ser afogadas no Nilo, e Moisés foi libertado daquele destino pela intervenção providencial de Deus. O faraó foi endurecido em seu cruel curso de exterminar o povo terrenal escolhido por Deus muito antes de Deus começar a trabalhar para livrar Seu povo do poder de faraó. Deus poderia com justiça ter matado faraó por seu pecado contra Ele naquele tempo, mas Ele suportou o perverso rei e finalmente endureceu seu coração em Seu governo de modo que faraó se precipitou nas garras da morte de uma maneira calculada para demonstrar o poder de Deus.


Cuidado com o endurecimento

Um jovem escarnecedor uma vez abordou um servo fiel de Cristo sobre o endurecimento de Deus do coração de Faraó, mas ele recebeu uma severa repreensão com as palavras: “Cuidado, jovem, para que Deus não endureça o seu coração”. E da mesma forma, à Cristandade, que rejeita amplamente a graça de Deus hoje, será dada uma mentira para que creia, de modo que aqueles que não quiseram a verdade possam perecer (veja 2 Ts 2:9-12). “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:31). Deus é paciente e longânimo, mas quando a graça é desprezada, Ele age em julgamento. É perigoso para alguém resistir às ofertas da graça; ele pode então ser cegado como sua justa punição.


P. Wilson (adaptado)

 

Apenas um Vaso Vazio


O Mestre estava em Seu jardim,

Entre os belos lírios,

Que Sua própria destra plantou,

E moldado com o mais terno cuidado.


Ele olhou para suas florações nevadas,

E observou com olhar atento

Que as flores estavam tristemente caindo,

Pois suas folhas estavam ressequidas e murchas.


“Meus lírios precisam ser regados”,

O Mestre celestial disse;

“De onde devo tirar água para eles,

E levantar cada ramo encurvado?


Perto de Seus pés no caminho,

Vazio, frágil e pequeno,

m vaso de barro estava deitado,

O qual parecia inútil.


Mas o Mestre viu e levantou-o

Da poeira em que estava,

sorriu, enquanto sussurrava gentilmente,

“Isto fará o Meu trabalho hoje”.


“É apenas um aso de barro,

as estava tão perto de Mim;

É pequeno, mas está vazio –

Isso é tudo o que ele precisa ser”.


Então, para a fonte Ele o levou,

E encheu-o até a borda;

Quão feliz estava o vaso de barro

Para ser de alguma utilidade para Ele!


Ele derramou a água viva

Sobre Seus lindos lírios,

Até que o vaso estivesse vazio,

E novamente Ele o encheu ali.


Ele regou os lírios encurvados

Até que eles reviveram novamente;

E o Mestre viu com prazer

Que Seu trabalho não foi em vão.


Sua própria mão tirou a água

Que refrescou as flores sedentas;

Mas Ele usou o vaso de barro

Para carregar as águas vivas.


Autor Desconhecido

 


“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”


2 Coríntios 4:7

 




590 visualizações

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page