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Santidade (Dezembro de 2007)

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Revista mensal publicada originalmente em dezembro/2007 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


          J. W. Smith, Christian Truth, vol. 15: 186-187

          J. N. Darby

          G. V. Wigram

          W. W. Fereday

          Adaptado de The Bible Student, vol. 1:36

          W. J. Lowe

          C. Stanley

          J. N. Darby, Cartas, vol. 2: 159-164, adaptado

          J. N. Darby

          J. G. Deck, Hinário The Little Flock - hino 28

          W. D. Longstaff

 

 A Santidade da Graça


É bom estimar o fato de que “a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”, e que no Cristianismo temos a natureza de Deus declarada – isto é, o amor. Mas é igualmente importante lembrar que “Deus é luz” e, portanto, a notável declaração em Hebreus 12:29, “Nosso Deus é um fogo consumidor”.

 

A força total desta verdade que nos sonda nunca deve ser atenuada nem explicada. Nunca deve ser afirmado que Deus fora de Cristo é um fogo consumidor, pois tal Deus não pode ser concebido. Não há Deus fora de Cristo, nenhuma ideia de Deus, além de como é visto em nosso Senhor Jesus Cristo. Ele era Deus “que Se manifestou em carne” – a expressão completa e perfeita de tudo o que Deus é.

 

Será que a lei, dada como foi em meio aos relâmpagos e terrores do Sinai, era um sistema de maior pureza e santidade essenciais do que o Cristianismo? De modo algum! A graça pode ser profana? Não! Ela pode ser e, infelizmente, frequentemente é transformada em libertinagem e em seu caráter tristemente difamado por seus mestres pretensos, mas a graça é tão intrinsecamente santa e tão separada do pecado quanto é a lei. Ensina as mais altas lições de pureza (veja Tito 2:12), enquanto ela faz, por outro lado, para o pobre pecador o que a lei nunca poderia fazer – ela o salva. O Monte Sião, em sua riqueza de graça, é tão santo quanto o Monte Sinai em sua condenação implacável do transgressor. Os dois “montes” são igualmente santos, assim como os concertos que eles representam e os ministérios que fluem deles.

 

Mas a graça pode ser abusada e sua paciência mal interpretada. Em consequência o significado mais profundo e valor da declaração que “nosso Deus é um fogo consumidor”.

 

Deus em graça, apesar de suportar os pecadores e a Igreja infiel, é tão intolerante com o mal quanto o Deus apresentado na lei. Ele é o mesmo Deus em Sua essencial aversão ao pecado como em todas as eras, e por isso a perfeita adequação da exortação “retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade”.

 

Amados, nós precisamos hoje de tal reverência e piedade. A graça por muitos anos tem sido claramente revelada e milhares de almas desfrutam de sua preciosa liberdade, mas podemos ver em todas as mãos uma falta de seriedade, uma leviandade, uma superficialidade com as coisas divinas, que diz muito claramente da falta de reverência e temor piedoso. Que não abramos mão da liberdade da graça, mas lembremo-nos de que o Deus a Quem servimos em graça é um “fogo consumidor”.

 

J. W. Smith, Christian Truth, vol. 15: 186-187

 

Amor e Santidade


O amor de Deus é a fonte de todas as nossas bênçãos e alegrias, e Deus é amor, mas em certo sentido Sua santidade nos eleva mais. Seu amor é perfeito. Nós vivemos em amor, habitamos em Deus e Deus em nós. Isso é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos é dado. Está provado pela morte de Cristo, e assim devemos andar nele. Mas não se pode dizer que somos amor. Deus é soberano em amor, “riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou”. Tudo isso é objetivamente bem-aventurança e desfrutado por nós em comunhão.

 

Participantes de Sua santidade 

É dito que somos “luz no Senhor”. Ele nos torna participantes da Sua santidade – participantes moralmente falando, da natureza divina. Sem dúvida, nós amamos, mas nós somos luz. Quão bendita é esta participação da natureza divina! E para isso devemos ter respeito também em nossos relacionamentos para com Deus. Nós sabemos, graças a Deus, que Ele é amor para conosco e de fato em nós. Mas Ele é luz e, como isso testou o homem, assim, em graça, o homem é feito, isto é, o novo homem tem esse caráter, “segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade”.

 

Oração 

A oração leva nossas necessidades de onde estamos e as apresenta a Deus – vai onde Ele está, de acordo com o que Ele é. Os homens estão com necessidades e dificuldades aqui embaixo, e eles as carregam aqui embaixo, para Deus, e isso é totalmente correto, e certamente serão ouvidos, graciosamente ouvidos. Nas minhas necessidades eu posso orar por minhas necessidades, e outros também, como vimos, e isto está tudo certo. Mas se eu estou vivendo nas coisas celestiais, e vejo os santos na beleza que lhes pertence em Cristo, e minhas orações por mim e por eles são formadas naquilo em que estou vivendo, quanto mais elevadas e mais fervorosas elas serão. Estou pensando neles ou em mim mesmo com os pensamentos de Deus e quero que eles os alcancem. Meus desejos são formados por esses, e persisto em orar a Deus por eles. A Palavra, pelo poder do Espírito, revela coisas espirituais – Eu vejo os santos de acordo com a mente de Deus neles, e como estando com Deus, e para realizar Seus desejos e pensamentos por eles e neles, eu suplico a Deus de acordo com esses pensamentos. Oh, Quão diferente é isso! Mas quão próximos podemos estar de Deus para trabalhar em oração – para trabalhar para realizar Seus pensamentos neles, como eles estão no interior deles com Ele.

 

J. N. Darby

 

 A Necessidade de o Coração Habitar na Luz

 

A razão do pouco crescimento em santidade prática e desprendimento do mundo é que o coração não está habitando na luz dos olhos de Cristo no céu que a tudo sonda e fazendo com que todo o valor disso desça até ao fundo de tudo.

 

G. V. Wigram 

 

O Caminho da Verdadeira Santidade


O grande apóstolo dos gentios foi mais enfático quando escreveu: “Segui a... santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14). Por causa da natureza de Deus, sendo imaculada em santidade, alguém que não corresponda moralmente a essa natureza não pode andar em Seus átrios. É impossível que algo que contamine entre ali ou alguém que pratique abominação.

 

Nossa falta de santidade 

Santidade pode ser distinguida da justiça. A justiça é a coerência nos relacionamentos, e a santidade é uma aversão inerente à iniquidade e deleite no que é excelente e bom. Sendo medidos por um padrão como este, cada membro de nossa raça caída é desqualificado por natureza para estar na presença de Deus. Nisto “não há diferença, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Procurar santidade natural em um único exemplar da descendência do primeiro homem seria como esperar colher figos dos abrolhos ou uvas de espinheiros. Quando um homem reconhece isso diante de Deus de maneira franca e humilde é o começo de coisas boas com ele.

 

Cristo nossa santidade 

Aqui Cristo vem como a única esperança do pecador. Enquanto Ele mesmo, o Santo de Deus, em Quem a morte não tinha direito, e para Quem o julgamento não tinha nenhum significado, em Sua graça, Ele condescendeu a sofrer e morrer pelos pecados dos outros. Ressuscitado dentre mortos, Ele é apresentado por Deus a todos como Aquele que atende a todas as necessidades. Para os crentes em Corinto, o Espírito escreveu: “Mas vós sois d’Ele [Deus], em Jesus Cristo, o Qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação [ou santidade], e redenção” (1 Co 1:30). Todos os crentes têm em Cristo uma vida e uma natureza novas e absolutamente santas, que lhes permitem deleitar-se em Deus e que os tornam aptos a estarem na presença divina para sempre.

 

Santidade na vida diária 

A santidade na vida diária flui da percepção disso. O verdadeiro Cristão anseia por ser consistente na prática com o que Deus fez dele em Cristo. Ele não ocupa a mente consigo mesmo, mas com Cristo, em cuja imagem anseia sinceramente ser plenamente conformado. Ele não procura mais por coisas boas na carne. Em vez disso, ele a trata em fé como já estando uma coisa crucificada e procura desenvolver seu novo homem pelo poder do Espírito Santo. Ele mantém diante de si continuamente a importante exortação em 1 Pedro 1:15-16: “Mas, como é Santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu Sou santo”. De acordo com isso, ele apresenta seus membros “para servirem à justiça para a santificação” (Rm 6:19). A aflição, quando vem, ele a recebe como disciplina de Deus, enviada para o seu proveito, para que ele possa se tornar um participante prático da santidade de Deus (Hb 12:10).

 

W. W. Fereday 

 

Santidade


A palavra “santo” é usada em conexão com dias, pessoas e coisas. As coisas são feitas santas pela vontade de Deus. Em outras palavras, elas são separadas para Deus por Ele mesmo. Por essa razão, essas coisas santas devem ser santificadas, isto é, consideradas como santas pelo homem. Assim, um israelita devia santificar, ou manter santo, o sétimo dia, não para torná-lo santo mas porque Deus já o fez assim.

 

Se chegamos a Jesus como a Oferta pelo pecado, se pela fé O tocamos, para sermos curados, esse toque nos trouxe a um relacionamento santo com Deus, tendo agora a vida santa de Cristo e o Espírito Santo habitando em nós.

 

Nós recebemos a “lavagem da água pela Palavra”? É assim para que possamos ser santos e sem mácula. Será que percebemos isso? Todos os crentes são separados pelo precioso sangue, pela unção do Espírito Santo e pela Palavra que é a verdade. Se somos salvos, se recebemos o Espírito do Santo, somos santos; somos separados para Deus, agora e para sempre – Seu templo, Seu povo, a Noiva de Seu Filho. Para este povo santificado, é dito nas palavras de terno amor e graça: “Sede santos, porque Eu Sou santo” (1 Pe 1:16).

 

Adaptado de The Bible Student, vol. 1:36

 

 

A Necessidade da Santidade


Em Gênesis 3 vemos que foi pela queda que o homem adquiriu uma consciência, e o primeiro efeito da ação dessa consciência foi fazê-lo procurar cobrir a nudez que sua desobediência lhe dera conhecimento; e então, assim que ouviu a voz de Deus, procurou esconder-se de Sua presença. Essa foi a consequência necessária do conhecimento do mal, misturado com a sensação de que ele tinha cometido este mal, e que, consequentemente, ele estava inadequado para comparecer diante de um Deus que poderia, nesta circunstância, ser unicamente um Juiz que condenaria o pecador.

 

Consciência e inteligência 

A consciência nos diz isso e nos faz sentir isso, mas a inteligência humana, cegada por Satanás, procura desculpar o mal e explicar tudo colocando Deus totalmente de lado. Em princípio, esta é a repetição do que nossos primeiros pais fizeram – procurar cobrir-se e se esconder de Deus. Todos esses esforços resultam em enfraquecer o pensamento de santidade na alma. O homem, quando é guiado apenas por sua razão, é irracional e se distancia cada vez mais da verdade. Ele está em trevas, mas sendo também cego, ele não pode discernir entre luz e trevas. Portanto, está escrito: “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus” (Sl 10:4). E, a esse respeito, um filósofo não é melhor que os outros (Rm 2:1-11). Se a base do seu raciocínio for falsa, como pode permanecer firme o edifício que ele sustenta sobre ele? Daí a verdade desta afirmação frequentemente repetida: Não há moralidade à parte da revelação. Que aqueles que negam a Deus nos digam, se puderem, quais são os princípios morais que eles pretendem possuir, à parte daquilo que Deus nos revelou nas Escrituras.

 

Moralidade 

Mas a Palavra de Deus não nos oferece simplesmente um código moral, isto é, um sistema de princípios de ação arranjados de tal maneira para que os homens possam viver juntos em paz e que a sociedade seja defendida e mantida unida. Também mostra que a única fonte de verdadeira felicidade para o homem é aquela própria presença da qual ele foge e que ele sempre tenta evitar. Deus não desejou ser apenas o Juiz do pecador. Em Sua graça, Ele vem buscar o homem, embora o faça de acordo com o princípio da justiça. Ele Se revela como um Deus Justo e Salvador. Ao atrair para Si mesmo, em graça e em paz, Sua criatura caída, a quem o pecado pôs distante, Deus manifesta Sua glória mesmo onde o inimigo triunfou. Mas Deus não pode trazer uma criatura pecaminosa para Sua bendita presença sem lhe dar a percepção e a consciência da santidade divina. Deus não pode mudar Seu caráter nem abaixar o padrão de Sua santidade, a fim de trazer o homem para ter um relacionamento Consigo mesmo. A moralidade pode ser suficiente entre o homem e o homem, mas deve haver santidade para se ter relacionamento com Deus. A Escritura insiste nisso.

 

Graça e fidelidade 

Mas esta grande lição de santidade pressupõe outra lição, sem a qual ela não poderia ser aprendida por um pecador que está distante de Deus. Nós nos referimos à revelação da graça e da fidelidade de Deus. Eu devo conhecer Deus como um Deus-Salvador antes que minha alma possa estar em condições de entender o que Sua santidade exige. Portanto, as primeiras linhas da Escritura declaram Sua infinita bondade, preparando assim o caminho para a igualmente importante revelação de Sua santidade. Deus é amor e Deus é luz. A cruz de Cristo é a explanação destas duas grandes verdades e é também a sua expressão mais elevada, enquanto ao mesmo tempo elas alcançam em uníssono a ressurreição de Cristo (particularmente em relação à santidade), pois Ele “com poder foi declarado Filho de Deus segundo o espírito de santidade, pela ressurreição dentre os mortos - Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm 1:4 – AIBB).

 

A bondade fiel de Deus 

Em conexão com o que dissemos, vemos que o primeiro livro da Bíblia, Gênesis, apresenta diferentes fases da bondade fiel de Deus, Seus propósitos de graça para com o homem, mas sempre, é claro, com base na santidade, ainda assim apresentado para atrair o coração daquele que não conhece a Deus e para produzir confiança em alguém a quem o pecado tornou desconfiado de Deus. Os dois livros seguintes, pelo contrário, estão especialmente ocupados com a santidade. Êxodo estabelece as bases, e Levíticos, bem como alguns capítulos em Números, desenvolve os detalhes em conexão com a ordem nacional e sacerdotal dos filhos de Israel.

 

Com uma exceção, e isto é em referência à instituição do sábado (cap. 2:3), a palavra “santidade” ou “santificar” não ocorre em Gênesis. Na verdade, este livro não trata da redenção ou da habitação de Deus entre os homens. Deus sai em busca do homem; Ele o chama e o mantém em graça fiel; Ele o justifica e realiza todos os Seus propósitos para com ele; Ele produz fé em sua alma e a nutre e a prova, e assim faz com que Seus servos andem em comunhão com Ele. Tais são algumas das preciosas verdades quanto aos caminhos de Deus que podem ser encontrados neste primeiro livro e que são característicos dele, mas em nenhum lugar é sugerido neste livro que o pensamento de Deus é descer e habitar entre os homens.

 

Os primeiros vinte e dois versículos de Hebreus 11 dão uma recordação dos ensinamentos deste livro em relação à fé. Em Gênesis existem duas grandes divisões. A primeira termina com o capítulo 11 e desenvolve os grandes princípios do governo de Deus; a segunda, que começa com a história de Abraão, fala do chamado de Deus e da Sua soberana graça para com os Seus eleitos. Homens santos de Deus foram mantidos em comunhão com Ele, sua fé foi alimentada pelas comunicações que Ele fez para eles, e eles, confessando que eram “estrangeiros e peregrinos” na Terra, procuraram uma “pátria melhor” (TB), a “cidade celestial”, então Deus não Se envergonharia de ser chamado “seu Deus” (Hb 11:16). Mesmo na primeira parte do livro, encontramos um deles, Enoque, que recebeu testemunho durante a sua vida de que andava com Deus e não foi encontrado, pois Deus o havia transladado.

 

Redenção e um santuário 

Êxodo entra no grande assunto da redenção. Deus terá um povo para Si mesmo, a fim de habitar entre eles; consequentemente, esta nação deve ser santa, porque Deus é santo. (Veja Êxodo 19:46; 29:43-46). Portanto, o estado no qual a graça de Deus formou esse povo é dado em detalhes, bem como sua condição moral e a atitude de seu coração para com Deus. Sua libertação do Egito e o poder do faraó ocupam grande parte do livro, e isso prepara moralmente o caminho para o estabelecimento do santuário, no qual Deus Se dignou a habitar em seu meio (Veja o capítulo 15:17 e 25:8)

 

A santidade absoluta de Deus 

Moisés foi o vaso escolhido, levantado e preparado por Deus para a libertação do Seu povo Israel. Para ele, Deus revelou o único fundamento sobre o qual Ele poderia trazer o homem ao relacionamento com Ele mesmo – o da santidade absoluta. Ele mostrou isso a ele antes de enviá-lo aos israelitas. A chama de fogo no meio da sarça no deserto era a figura adequada para permitir que Moisés apreendesse a grande lição que Deus tinha para ensiná-lo e para fazer com que as palavras que lhe foram ditas entrassem profundamente em sua alma: “Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Êx 3:5). O Deus que estava aqui Se revelando a Moisés era o mesmo que tinha conduzido os pais em Sua perfeita graça e podia, portanto, dizer-lhe: “Eu Sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”, para que suas afeições pudessem ser atraídas a Deus pela lembrança de Sua bondade demonstrada aos patriarcas. Assim foi Moisés preparado para a recepção de todos os ensinamentos expressos na sarça ardente. Também vemos por meio de toda a sua história subsequente quão profundamente esta lição foi gravada em seu coração e como ela formou a base de todas as suas relações com Deus (Veja Êxodo 33; Deuteronômio 4:24; 9:3). Deus disse a ele: “Tenho visto atentamente a aflição do Meu povo... Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios”. Isso envolvia o relacionamento próximo do povo com Deus, uma relação que só poderia existir com base na santidade . Deus é amor e Deus é luz.

 

 W. J. Lowe

 

Santidade e Legalismo


Ao insistir na santidade, é importante manter diante de nossa alma a infinita graça de Deus, ou nossos corações traiçoeiros logo transformariam a santidade prática em uma escravidão tão grande quanto voltar à lei para alcançar a justiça. Se examinarmos cada Escritura do Novo Testamento que fala da vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, vamos encontrá-la conectada com a santidade prática.

 

C. Stanley 

 

Cristo, o Modelo da Santidade


A santidade de Cristo não é imputada. A única passagem que parece assemelhar-se a essa doutrina é 1 Coríntios 1:30, mas a imputação não é mencionada ali. Não é possível imputar a redenção. É em Cristo e por meio de Cristo que isso está de acordo com a vontade de Deus; como é isso não nos é dito. “Vós sois d’Ele; este é o novo homem, de onde ele vem. Cristo é feito para nós “sabedoria” de Deus. Nós não encontramos essas coisas em outro lugar. Não encontramos o verdadeiro caráter de nossa sabedoria, de nossa justiça, de nossa santidade Cristã ou de redenção em outro lugar além de Cristo e somente em Cristo. Quando possuo Cristo, possuo n’Ele a sabedoria de Deus. Ele mesmo é a sabedoria de Deus; Eu não busco sabedoria em outro lugar, e a sabedoria de Deus não é encontrada em outro lugar. Ele é a minha justiça diante de Deus. Eu sou considerado justo segundo a justiça de Deus pela fé em Cristo. Se busco a verdade, a totalidade, o caráter divino da santidade, só a encontro em Cristo: Esta santidade é apresentada a mim por Deus em Cristo. Só em Cristo está a redenção, a redenção final para entrar na glória.

 

É necessário distinguir entre as palavras usadas para santidade e santificação no Novo Testamento. “Agiosune” é a coisa em si, o hábito (incluindo “agiotes” – Hb 12:10 – , a santidade do próprio Deus), e “agiosmos”, a palavra usada em 1 Coríntios 1:30. A palavra nesta forma significa o resultado atingido, a soma do que é produzido em nós pelo Espírito Santo.

 

Cristo, o modelo 

Agora, Cristo é o modelo, a medida, a perfeição da santidade. Na medida em que possuímos Cristo como vida, possuímos essa santidade. A vida que possuímos é uma vida perfeitamente santa e, como estamos em Cristo, Deus não vê pecado em nós. Mas o próprio Cristo, como já foi dito, é a expressão perfeita do caráter, da perfeição, da santidade no homem, e embora a vida que está em nós seja uma vida santa, o resultado em nossos pensamentos, em nossos atos, em nossas palavras, em nossa relação com tudo não é produzido em sua perfeição, mas nosso desejo não é abaixar o padrão dela, mas alcançá-la. É nossa em Cristo, porém ainda não na prática, ainda não subjetivamente. O novo homem deseja que, em tudo, todo o seu ser corresponda ao modelo que ele conhece em Cristo. Nesta vida o resultado não é alcançado, mas o Cristão não tem outro modelo, nenhuma outra substância de santificação para a alma, além do próprio Cristo. Cristo é para ele, de Deus, a substância daquilo que ele almeja, porque Cristo, que é seu modelo, já é sua vida.

 

Nossa vida perfeita e santa 

É verdade que Deus nos vê em Cristo, e Ele vê apenas o novo homem, quando a aceitação está em questão: “Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó”. Mas a Escritura não fala de nossa santidade em Cristo. A vida que recebemos é perfeitamente santa, e eu não vivo, mas Cristo vive em mim. Se Cristo é a nossa vida, somos consagrados a Deus, separados para Ele, de acordo com o direito que Ele possui por meio da obra da redenção, e a graça que nos conquistou para Ele – totalmente nos consagrou a Ele pessoalmente. Assim, somos pessoalmente santificados, separados para Deus, mas, na verdade, todos os nossos pensamentos, nossos motivos, não têm Cristo como objeto, de modo que, na verdade, não somos aperfeiçoados na santificação. Na santificação pessoal não há progresso; nós pertencemos totalmente a Cristo de acordo com o valor de Sua obra e a reivindicação que Ele tem sobre nós, e de acordo com a vida santa que é o verdadeiro “eu” do coração. Mas, Cristo sendo a expressão perfeita desta vida no homem, muito está faltando em nós em relação a esta perfeição, e pela operação do Espírito Santo nos tornamos – devemos nos tornar, pelo menos – enquanto olhamos para Cristo glorificado, cada vez mais como Cristo, mais santo, quanto à santidade prática. Nós possuímos, então, a “agiosune” (a coisa em si) na vida de Cristo em nós. Nós não possuímos o “agiosmos (o resultado prático como foi manifestado em Cristo); isso é desenvolvido diariamente em comunhão com Cristo.

 

Primeiro vem a morte, depois a vida 

Estamos mortos para o pecado, para a lei, para o mundo, crucificados com Cristo, considerados mortos de acordo com a Palavra de Deus e nos consideramos nós mesmos mortos. Nosso dever é cumprir esta verdade, para que nada, exceto a vida de Cristo, se manifeste em nossos corpos, em nossa carne mortal, para que toda a nossa vida seja a manifestação da vida de Cristo em nós e de nada mais. A conexão entre essa verdade e santidade em nosso relacionamento com Deus e santidade prática é facilmente entendida.

 

Santidade pela santificação 

O Cristão é chamado santo porque ele é separado para Deus de forma absoluta, de acordo com os direitos conquistados por Cristo em Sua morte, e levados a efeito quando ele nasce de novo, e assim separado de uma maneira real, mais perfeita e com mais inteligência, quando ele é selado pelo Espírito Santo, estando purificado pelo sangue de Cristo. Então ele é santificado em seu relacionamento com Deus e, de fato, quanto ao novo homem. Também como vimos, o velho homem é considerado morto. Assim, quando os Cristãos são chamados santos, é de fato a expressão de um relacionamento com Deus, mas essa relação é formada pelo dom da vida e fundada no fato de que Cristo os comprou por Sua morte. Mas não há outro relacionamento, e quando um homem se chama de Cristão, ele se chama santo, consagrado a Deus, separado do mundo para Deus.

 

Santos 

A palavra “santo” é o nome de um relacionamento, isto é, que um homem é separado para Deus, mas este relacionamento, se for verdadeiro, é formado pelo poder do Espírito Santo, e pela Palavra de acordo à ordem designada por Deus para a manifestação no mundo deste relacionamento. Os santos então no Novo Testamento são considerados como tendo entrado em um novo relacionamento com Deus pelo sangue de Cristo, separados para Deus. Esta é a ordem de acordo com Deus, mas é sempre suposto que esta relação é fundada na realidade, exceto para demonstrar sua falsidade; só que o santificar pelo sangue de Cristo é usado de um modo mais geral, exterior, mas é considerado real se o contrário não for demonstrado. Os Cristãos são chamados “santos” em Romanos 1:7 e 1 Coríntios 1:2, mas no capítulo 10 da última epístola é possível que a admissão a esse relacionamento possa ter ocorrido sem a possessão da vida.

 

Santificação progressiva 

Como existe alguma confusão em relação ao progresso na santificação, acrescento que, ao nos separarmos para Deus pelo sangue e o novo nascimento – na entrada no relacionamento (isto é, santificação da pessoa) – não há progresso. Mas no desenvolvimento da vida pelo conhecimento de Cristo e em conformidade com o modelo revelado em Cristo, a Palavra fala distintamente do progresso. “Segui... a santificação”, está escrito em Hebreus 12:14. Nós “somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3:18). Agora “o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo” (1 Ts 5:23).

 

J. N. Darby, Cartas, vol. 2: 159-164, adaptado

 

Santidade Conforme a Escritura

 

Podemos muito bem perguntar se o assunto da santidade conforme a Escritura ocupa o devido lugar nas mentes de muitos de nós, pois muitas vezes estamos satisfeitos com um padrão muito baixo de caminhada e conduta. Tendo recebido o perdão dos pecados, descansamos na certeza de que estamos a salvo do julgamento de Deus. Consequentemente, somos governados, mais ou menos, por princípios mundanos; pensamos pouco nos fracassos diários e buscamos pouco mais do que manter a consistência exterior e uma boa reputação entre os companheiros Cristãos. A possibilidade de comunhão com Deus sem nenhum impedimento e vitória diária sobre o pecado não tem seu devido lugar em nossa alma. Ainda assim, é evidente em muitas partes da Escritura que nenhum padrão menor que este deve ser aceito. Paulo, por exemplo, disse aos coríntios: “purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co 7:1) Pedro disse: “Mas, como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu Sou santo” (1 Pe 1:15-16). João diz: “Aquele que diz que está n’Ele também deve andar como Ele andou” (1 Jo 2:6). Assim, Paulo, Pedro e João se unem em seu testemunho de que Deus nos chamou à santidade e a crescer em uma caminhada santa durante nossa peregrinação no deserto.

 

Impecabilidade e santidade 

Então, qual é a santidade conforme a Escritura? Não é apenas a de evitar cair em pecado. Pode ser que nenhum pecado tenha sido cometido, mas não podemos julgar nosso próprio estado e condição. Quando lemos que o pensamento tolo é pecado, seria muito corajoso da parte de um homem se aventurar a afirmar que ele passou, digamos, uma semana sem pecar. Mas vamos mais longe ainda e dizemos que a impossibilidade absoluta de pecar, se tal estado fosse possível, não é a santidade como apresentada nas Escrituras.

 

Então, o que é? O padrão de santidade de Deus é Cristo – Cristo como Ele está agora glorificado à direita de Deus. De Efésios 1 aprendemos que Deus escolheu crentes em Cristo antes da fundação do mundo para que eles fossem santos e irrepreensíveis diante d’Ele (v. 4). De Romanos 8, aprendemos que Ele os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho. A primeira Escritura vai além em sua importância completa para a nossa condição glorificada, enquanto a segunda mostra que essa condição é de uma total conformidade com Cristo glorificado, e que Ele, portanto, é a revelação dos pensamentos de Deus quanto à santidade. O próprio Senhor diz em João 17: “E por eles Me santifico a Mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade” (v. 19). Isso significa que o Senhor estava prestes a Se separar para estar à direita de Deus e que, estando ali glorificado, seria o modelo a Quem Seus discípulos deveriam ser conformados pela verdade do que Ele é nesta nova condição. Claramente, Cristo, como Ele é agora, é o padrão da purificação do crente.

 

Santificação prática 

Deve haver no Cristão um crescimento constante em sua conformidade com Cristo – santificação prática crescente, ou santidade todos os dias. Devemos considerar cuidadosamente o termo “santificação prática”, porque há uma santificação que pertence a todo crente, e em virtude da qual todos nós, sem distinção, somos chamados santos. Assim Paulo escreve aos coríntios: “Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas, haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (1 Co 6:11), e aos tessalonicenses: “Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade” (2 Ts 2:13 – AIBB). Essa santificação refere-se à separação para Deus de todos os que o Espírito operou no novo nascimento. Todo aquele que é nascido de Deus é assim santificado. Isto pertence à posição Cristã e não está de forma alguma relacionada com a santidade na caminhada, embora esta seja consequência da primeira.

 

Alcançando a santidade prática 

Tendo chamado a atenção para essa distinção, podemos considerar os meios para alcançar tal santidade prática. Há dois aspectos desta questão: vencer a tentação e crescer positivamente na semelhança com Cristo. Vamos primeiro considerar a vitória sobre o pecado. Em Romanos 6 lemos: “sabendo isto: que o nosso velho homem foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado [o pecado em sua totalidade] seja desfeito [ou anulado quanto a suas reivindicações], a fim de que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado” (vs. 6-7). A verdade mais preciosa está nesta curta declaração. Deus lidou com o que somos como filhos de Adão na cruz; a carne, a natureza que produziu os pecados, subiu até os olhos de Deus e foi tirada para sempre pra fora de Sua vista sob julgamento. Agora Deus vê o Seu povo como tendo morrido com Cristo (Gl 2:20; Cl 3:3). A fé agora recebe os pensamentos de Deus, e o crente vê a si mesmo como morto – morto na morte de Cristo. O pecado (interior) não pode ter nenhuma reivindicação sobre um homem morto.

 

Superando a tentação 

A caminhada agora é, não segundo a carne, mas segundo o Espírito; as coisas do Espírito ocupam a nova mente; o estado não é mais caracterizado pela carne, mas pelo Espírito, pois o Espírito de Deus habita na alma libertada. Se, além disso, Cristo está no crente, o corpo está morto por causa do pecado, e o Espírito é vida por causa da justiça; também há a certeza de que até mesmo seu corpo mortal será vivificado, porque ele tem habitando nele o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus dentre mortos. A alma liberta entrará imediatamente em um caminho de liberdade e poder. O caráter de sua liberdade será liberdade de si mesmo e liberdade diante de Deus, e isso conhecido em medida sempre crescente, conforme aprendemos mais da plenitude da graça que tem sido demonstrada na redenção. O poder fluirá da presença e atividade do Espírito Santo, um poder suficiente para resistir e superar todas as incitações da carne. Assim, o apóstolo pode dizer: “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm 8:12-13 – ACF).

 

Conformidade com Cristo 

Tendo agora abordado sobre os meios de vitória sobre o pecado, podemos considerar, em seguida, como podemos crescer em conformidade com Cristo e fazer avanços na santidade prática. Existem duas Escrituras que explicarão isso. Uma é João 17:19 e a outra é 2 Coríntios 3:18. A primeira já foi mencionada e explica como, quando o Senhor falou de Se santificar, Ele Se referiu ao fato de ser glorificado como Homem à destra de Deus, e que Ele Se apresenta ali como o modelo a Quem devemos ser conformados. Quando Ele fala de sermos santificados pela verdade, Ele ensina que seremos trazidos à semelhança moral com Ele pela aplicação à nossa alma da verdade daquilo que Ele é como glorificado; isto é, que a revelação para nós do que Ele é, em todas as Suas perfeições como glorificado, terá o efeito de produzir em nós, em diferentes graus, a correspondência moral com Ele mesmo. É, na verdade, apenas outro aspecto do que é encontrado na segunda passagem.

 

A face do nosso bendito Senhor é revelada em Sua condição gloriosa. A glória manifestada em Sua face proclama que Sua obra na cruz foi realizada para a satisfação eterna de Deus. A glória do Senhor é, portanto, o testemunho da própria estimativa de Deus quanto à Sua obra consumada. Isso explica como o crente pode “contemplar” a glória do Senhor, desvelada como é, sem medo. Ele vê em cada raio da glória de Cristo a declaração de que Deus repousa com infinita satisfação n’Aquele que O glorificou na Terra e consumou a obra que Ele Lhe deu para fazer. Mais que isso, Cristo glorificado à destra de Deus é a expressão do propósito de Deus para o Seu povo. Todo crente deve ser conformado à imagem de Seu Filho. Adão e sua descendência foi para sempre colocado de lado, e Cristo, que é o princípio, como o Homem dos conselhos de Deus, está em Seu estado glorificado, como o padrão divino, segundo o qual Deus está agora trabalhando. “Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial” (1 Co 15:48-49).

 

Crescimento em semelhança com Cristo 

Isso nos leva ao nosso último ponto nesta conexão, que é, que nosso crescimento em semelhança a Cristo, enquanto ainda estamos aqui embaixo, nosso aumento em santidade prática, é o fruto de estarmos constantemente ocupados e meditando na glória do nosso bendito Senhor. Essa afirmação é confirmada pela linguagem de nossa Escritura. Ela diz: “Mas todos nós, contemplando a glória do Senhor, com rosto descoberto, somos transformados de acordo com a mesma imagem, de (uma) glória para (outra) glória, como pelo Senhor o Espírito” (JND). Três coisas são dadas aqui. Primeiro, é por contemplar que somos transformados; segundo, que a transformação é gradualmente efetuada; e em terceiro lugar, que o Espírito é o poder pelo qual a transformação é realizada.

 

Aqui, então, estão os meios de toda a realização em santidade. Mas alguém pode perguntar: “Como, ou onde, podemos contemplar a glória do Senhor?” Que seja declarado de maneira clara que Sua glória, que agora Ele possui como um Homem glorificado, é revelada a nós pela Palavra escrita. À medida que lemos sobre ela na Palavra, a traçamos e a contemplamos, o Espírito Santo silenciosamente, mas de maneira ativa, trabalha dentro de nós e nos molda moralmente à Sua semelhança. Todas as perfeições de Cristo (pois elas constituem a Sua glória) – Sua graça, Seu amor, Sua santidade, Sua verdade, Sua ternura – e tudo o que pertence à Sua condição glorificada é manifestado diante de nossos olhos no registro santo, e quando meditamos sobre Ele somos transformados na mesma imagem, mas gradualmente, pois nos é dito: “De glória em glória”.

 

Pelo coração 

Outra coisa deve ser adicionada. Em toda parte da Palavra é ensinado que é para o coração (e consciência) que o Senhor comunica a Si mesmo. É por meio do coração que apreendemos pelo Espírito as coisas divinas. Aquele que mais ama, portanto, aprenderá mais e, na busca pela santidade, as afeições espirituais devem ser cultivadas. Não há nada que tanto nutra o coração do povo de Deus como a consideração de nosso bendito Senhor em Seu caminho por este mundo. Contemplá-Lo em toda a Sua mansidão e humildade, juntamente com Sua inteira devoção à glória de Deus, não pode senão tocar o coração renovado e suscitar emoções de gratidão e amor Àquele que nos amou e Se entregou a Si mesmo por nós. Com estas emoções em nossa alma, nosso olhar é atraído para Ele onde Ele está, e contemplando Sua glória presente nos regozijamos, e nós adoramos ao nos lembrarmos de que Aquele que agora é glorificado é o mesmo Jesus que aqui aprendeu obediência pelas coisas que Ele sofreu. Deste modo, a condição da alma é produzida, na qual o Espírito de Deus pode mais eficazmente trabalhar para a nossa transformação. Nos encontraremos julgando a nós mesmos e a tudo o que está ao nosso redor pela luz de Quem Ele é. Assim cresceremos em santidade incessantemente, e a medida de nossa realização será a medida de nossa conformidade à Sua semelhança.

 

E. Dennett (adaptado)

 

Justiça e Santidade

 

É importante distinguir entre a justiça e a santidade, ambas são elementos da natureza e do caráter de Deus, nos quais temos que tratar com Ele. A justiça, em contraste com a santidade em Deus, é a estimativa judicial daquilo que é certo ou errado e o tratamento com essas coisas – envolve responsabilidade para com alguém e obrigação naquele que é julgado – e, em seu exercício, a aceitação autoritária ou rejeição do que é apresentado para seu julgamento. A santidade, por outro lado, é a repugnância, na natureza, do que é mau e o deleite no que é bom e puro, e, quando falamos de homens, Deus tendo o Seu próprio lugar em nosso coração, como em Deus ela é a Sua separação de todo o mal e repugnância dele.

 

J. N. Darby

 

Aplique Tempo para Ser Santo

 

Aplique tempo para ser santo, fale frequentemente com o seu Senhor;

Permaneça sempre n'Ele e se alimente da Sua Palavra;

Faça amigos dos filhos de Deus, ajude os que são fracos,

Não esquecendo em nada de procurar a Sua bênção.

 

Aplique tempo para ser santo, o mundo corre;

Passe bastante tempo em segredo, só com Jesus;

Por ficar olhando para Jesus, como Ele você será;

Os seus amigos, na sua conduta, verão sua semelhança com Ele.

 

Aplique tempo para ser santo, deixe que Ele seja o seu Guia,

E não corras diante d'Ele, seja qual for o tempo;

Na alegria ou na tristeza, siga ainda o seu Senhor,

E, olhando para Jesus, continue a confiar na Sua Palavra.

 

Aplique tempo para ser santo, tem calma na sua alma

Cada pensamento e cada motivo, sob o Seu controle;

Assim conduzido pelo Seu Espírito às fontes de amor,

Em breve estará preparado para o serviço no alto.

 

W. D. Longstaff

 

 

“Nosso Deus é um fogo consumidor”

Hebreus 12:29

 

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