(Revista bimestral publicada originalmente em Março/Abril 1993)
ÍNDICE
EDITORIAL
Temos recebido muitas cartas perguntando o que significa a expressão 'Nova Era'. Este movimento, se pudermos chamá-lo assim, não é uma religião, mas todo um conjunto de religiões, idéias, filosofias, músicas, artes, dietas, e outras atividades que estão caminhando juntas na propagação da crença de que a presente 'Era' está terminando, para dar início a uma 'Nova Era'. Muitas coisas estão se unindo nesse propósito: astrologia, bruxaria, espiritismo, gnose, ocultismo, teosofia, yoga, medicina alternativa, etc. Não existe um líder humano por trás de tudo isso, mas Satanás certamente detém as rédeas desse movimento.
Não se trata, porém, de algo novo. Em 1981, quando eu morava em Alto Paraíso de Goiás, um lugar considerado místico por muitos simpatizantes da 'Nova Era' no Brasil, conheci um casal que fazia parte de um grupo empenhado no estabelecimento de sete campos de pouso (!) para discos voadores. Segundo eles, chegaria um momento em que os discos voadores iriam tirar deste planeta todas as pessoas espiritualmente 'atrasadas'. Então, com a Terra livre desses seres 'primitivos', chegaria um novo líder para trazer paz a este mundo. Mostrei a eles que a Bíblia também afirma que haverá um dia em que certas pessoas serão tiradas da Terra antes da chegada de um novo líder. Só que é o próprio Senhor Jesus (e não um disco voador), Quem virá buscá-las – a todos os que foram resgatados com o Seu precioso sangue derramado na cruz do Calvário. Ele virá buscar os Seus, que estiverem vivos naquele momento, e também os que morreram em Cristo. Todos serão transformados e levados para o céu, a fim de estarem para “sempre com o Senhor”. “Então será revelado o iníquo”, o qual enganará a todos os que não deram ouvidos à verdade. (1 Ts 4:13-18; 2 Ts 2:6-12).
O artigo "Em Qual Evangelho Devemos Crer?" é um alerta para mostrar que, neste final de tempos o diabo está trabalhando arduamente a fim de preparar as mentes e os corações, daqueles que não crêem na verdade, “para que creiam a mentira” (2 Ts 2:11). Todavia, é importante entendermos que, enquanto a Palavra de Deus nos alerta para a existência do mal, ela nunca nos sugere que devemos nos ocupar com o mal. Não temos que nos aprofundar no conhecimento das doutrinas e práticas demoníacas para estarmos preparados para combatê-las ou nos defendermos contra elas (Ef 5:3,11-12). É "DE DEUS"“a armadura” com a qual temos que estar vestidos para “resistir às astutas ciladas do diabo” (Ef 6:11 – JND).
É triste, mas a 'Nova Era' terá ao seu serviço Cristãos sinceros. Serão aqueles que desejam tornar-se 'especialistas' no assunto, estudando suas doutrinas e participando de suas reuniões sob o pretexto de poderem informar os Cristãos dos perigos do movimento. Satanás, que é muito astuto, não hesitará em usar tais Cristãos para tornar o movimento mais conhecido. Nenhum crente deve procurar aprofundar-se nas doutrinas ligadas à 'Nova Era', e nem participar de reuniões e palestras promovidas por seus adeptos. Aqueles que fazem isto, mesmo sob o pretexto de estarem se preparando para combatê-las, estão correndo um sério risco. Sua mente pode ser contaminada pelas mentiras de Satanás, que tem alguns milhares de anos de experiência em enganar o homem. Não sejamos tolos em nos acharmos capazes de entrar em seus domínios sem sermos influenciados de alguma forma (Leia Cl 2:8 e 1 Pe 3:11).
Não precisamos nos tornar 'especialistas' no mal para podermos nos desviar dele. Se tão somente nos ocuparmos com a verdade estaremos livres de enganos. Conta-se que um barqueiro que guiava seu barco por um rio cheio de perigosas rochas submersas quando um dos passageiros lhe perguntou: "Você conhece todas as rochas perigosas deste rio?", "Não", respondeu o barqueiro; "Basta que eu conheça o canal por onde devo passar". Assim deve ser conosco também.
M.Persona (1955)
Texto Escrito em Março 1993
EM QUAL EVANGELHO DEVEMOS CRER?
A conhecida palavra 'Evangelho' – no grego 'Ευαγγέλιο'; transliteração 'euanggelion' 'ευαγγελίων' – significa simplesmente “Boas notícias” ou “Boas novas”. Como sempre, há muito que ela é identificada como uma proclamação de Cristianismo. Assim, falamos de 'pregadores do Evangelho', 'missões Evangelísticas', etc.
“O EVANGELHO DE DEUS” (Rm 1:1, Rm 15:16; 2 Co 11:7; 1 Ts 2:2,8-9; 1 Pe 4:17), tem sido anunciado por quase dois mil anos. Ele não se baseia em frágeis fundamentos humanos, mas na Palavra do “Deus eterno” (Rm 16:26). O que ele propõe será realizado, não pelos débeis esforços de homens, mas pelo grandioso “poder de Deus” (Rm 1:16).
Único, entre todas as propostas oferecidas para satisfazer aos anseios de uma humanidade caída, ele mostra a verdade nua quanto à natureza pecaminosa do homem (Ef 2:3; 2 Pe 1:4). Único, ele propõe aquilo que satisfaz à consciência atribulada e preenche o vazio do coração (Hb 10:22). Único, ele responde as graves questões da morte e de nossa responsabilidade para com Deus (1 Pe 3:21).
Uma Mensagem Singular
O que é, então, esse maravilhoso Evangelho? Ele é, como as Escrituras simplesmente afirmam, o "Evangelho de Deus… acerca de Seu Filho… Jesus Cristo nosso Senhor" (Rm 1:1-4). O Evangelho nos diz que há um Deus pessoal com Quem nós, como Suas criaturas, temos, necessariamente, muito a ver. Nos diz que, a raça humana, outrora criada em perfeição, é agora uma raça caída e pecadora, um fato atestado por cada prisão, cada cemitério e ainda por cada consciência humana. O Evangelho, anuncia ainda o magnificente fato de que Deus nunca abandonou Suas criaturas e, apesar do ser humano nunca haver encontrado o seu caminho de volta a Deus, ou mesmo ter procurado fazê-lo, Deus, contudo, interveio por intermédio dos profetas e mensageiros e, por último, pela dádiva de Seu Filho. Ele nos conta a incomparável história da vinda de “Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1:1), a este mundo. Você, sem dúvida, conhece esta história. Você já ouviu falar da Criança de “Belém” (Mt 2:1-6); do Homem à beira da “fonte” de “Sicar” (Jo 4:5-7); de “Jesus de Nazaré” (Mc 10:47; Jo 1:45; At 10:38).
Uma Obra Completa
Você deve saber que Ele foi rejeitado e crucificado como um malfeitor. Mas, será que você já ouviu o que está revelado no Evangelho de Deus acerca de tudo o que a terrível morte de Jesus significa? A mesma cena do maior ódio do homem foi a ocasião do maior resplandecer de amor divino, pois Jesus morreu não como um mero mártir, mas como o sacrifício oferecido por Deus pelos pecados (1 Pe 2:24). Ele morreu como nosso Substituto. Ele recebeu o julgamento de Deus contra o pecado para expressar o amor de Deus pelos pecadores. – “Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pe 3:18). – A moderna teologia pode desprezar ou desdenhar este aspecto da morte de Cristo, mas é, isto, o que afirma o Evangelho de Deus.
Ele também nos conta que “Deus… ressuscitou a Jesus” (At 5:30) da morte e O fez sentar no mais alto pináculo de glória, como “Príncipe e Salvador” de todos os homens (At 5:31). O Evangelho de Deus é acerca d'Este glorioso e ressuscitado Salvador. Ele apresenta Alguém cuja obra completa irá satisfazer sua consciência, e cujo amor pode preencher seu coração. Ele nos diz que toda bênção para agora, e para a eternidade são encontradas n'Ele. O conhecimento presente da “remissão (perdão – KJV) dos pecados” (At 13:38), sendo “justificados… temos paz com Deus” (Rom 5:1), o imediato acesso à presença e favor de Deus (Rm 5:2), a felicidade presente e a satisfação na dádiva do Espírito Santo (Jo 4:14), além da aptidão para dirigir-se a Deus em um espírito de filiação (Gl 4:6), são algumas das bênçãos presentes ao alcance do mais simples e humilde crente no Senhor Jesus Cristo.
Um Futuro Garantido
Também com respeito ao futuro toda questão é divinamente estabelecida. O crente é libertado do medo da “ira vindoura” (1 Ts 1:10 – ARA); ele olha para Alguém que “com justiça há de julgar o mundo” (At 17:31); a ele é prometido que, compartilhando a presente rejeição de Cristo, ele irá também compartilhar a glória do Seu Reino vindouro (Rm 8:16-17); e, por fim (e mais doce que tudo), ele irá passar a eternidade com Aquele que o amou, e que em breve virá pessoalmente para levá-lo de volta ao lar – “…seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4:16-17).
É este, em resumo, o precioso Evangelho de Deus. Ele é a “revelação” do coração de Deus aos homens, e vem de Deus para você com divina autoridade (Gl 1:11-12). Sua base é a obra completa de Cristo. Sua verdade foi testemunhada por incontáveis milhares durante quase dois mil anos. Em vez de negarem a sua fé neste abençoado Evangelho e na Pessoa da qual ele fala, homens, mulheres, e até mesmo crianças foram, em tempos passados, corajosamente aprisionados, entregues à morte cruel e vergonhosa. Muitos, aos quais este mundo ofereceu todas as vantagens, têm sacrificado seu conforto pessoal, e em muitos casos a própria vida, para levar estas boas novas às terras pagãs. O Evangelho tem trazido paz e descanso a multidões de coração antes vazios. O Evangelho continua a ser, hoje, o fundamento sobre o qual milhares – o autor entre eles – estão apoiando tudo, para toda a eternidade.
O Evangelho do Homem
Somos agora informados, no entanto, que, ainda que este Evangelho possa ter satisfeito a nossos antepassados, ele não se enquadra mais nos anseios e aspirações do homem moderno. O Evangelho não se amolda à sua vaidade, ao dizer que o homem é uma criatura caída e perdida. Estraga o seu prazer ao avisá-lo de que a morte e o juízo estão diante do homem. O Evangelho tem, todavia, sido considerado necessário para produzir alguns 'novos evangelhos' que possam satisfazer ao desejo, inerente aos homens, da necessidade de reconhecer algo, por detrás, do que é meramente material, e ainda deixá-lo livre para seguir sua própria vontade, sem qualquer sentimento desconfortável de que há de vir o dia de ajuste de contas.
Por volta do último século, ou algo assim, foi lançado o que nós propomos chamar de 'EVANGELHO DO HOMEM'. Ao elaborá-lo, foi feito um esforço para se manter certos termos e frases familiares aos ouvidos Cristãos e, por conseguinte, adormecer qualquer suspeita na mente simples em que as crenças estavam sendo introduzidas, enfraquecendo ou minando, ao mesmo tempo, toda verdade primordial do cristianismo revelado. Tenta-se, de forma professa, encontrar uma base sobre a qual os homens de todas as religiões, e até mesmo de nenhuma religião, possam se unir.
"Sereis Como Deus"
Budismo, confucionismo, espiritualismo, teosofia, ciência e filosofia, estão sendo convocados a erigir esse grande templo em honra do homem, pois nós, que descendemos de ancestrais pagãos, em vez de sermos chamados a adorar o Sol e a Lua (que, pelo menos são maiores do que o homem), somos agora chamados a nos prostrarmos diante do próprio homem. Este 'Evangelho do Homem' tem sua origem no fundamento satânico lançado há 6.000 anos atrás: "Sereis como Deus" (Gn 3:5). Este evangelho, na forma como o ouvimos hoje, ensina que o homem, longe de ser uma criatura caída, tem se levantado e continua a subir de uma condição de imperfeição para uma de perfeição. Consequentemente, o mal e a miséria do mundo não são atribuídas ao homem, mas sim ao meio que o cerca, do qual ele está emergindo. Pela melhoria desse meio é, confiadamente, esperado que o próprio homem seja melhorado.
Na verdade, o novo evangelho almeja por um dia em que a idade áurea da paz e felicidade universal, serão concretizados pelos esforços unificados da raça humana. A única base para este extraordinário panorama da raça humana e suas perspectivas é a ingênua, porém totalmente improvada, teoria científica conhecida como Evolução; uma teoria que (em qualquer proporção de sua presente forma), ninguém havia ouvido até o século passado (século XIX), e que, à semelhança de outras teorias científicas, pode vir a ser abandonada a qualquer momento, tão logo surjam fatos que provem o contrário.
O Ser Humano Como Centro do Universo
No que concerne a Deus, o novo evangelho admite que pode haver um Criador, mas ensina que, de qualquer modo, nós somos por demais insignificantes para que nossos atos e ações sejam de alguma importância para Ele. Além disso, coloca de lado qualquer idéia da responsabilidade para com Deus, do pecado ou do juízo vindouro. Como consequência, repudia a idéia de expiação. Na verdade, muitos dos expoentes do 'Evangelho do Homem' duvidam que haja qualquer Deus, que não seja o que eles chamam de 'Mente', ou 'Consciência Universal', ou coletiva; em outras palavras, não há nada mais elevado no Universo do que o próprio homem.
No que concerne a “Cristo”, o novo evangelho trata d'Ele, meramente, como um dos grandes profetas ou reformadores que apareceram nas diversas épocas da história do mundo, colocado ao mesmo plano com Confúcio e Maomé. Sua divindade, Seus milagres e Sua ressurreição são negados. O novo evangelho está pronto a aceitar a ética do cristianismo, mas não a Pessoa de Cristo. Este evangelho professa admiração pelo “Sermão da Montanha” (Mt 5-7; Lc 6:20-38), mas não tem espaço para Aquele que o pregou.
No que se refere à Bíblia, ele está pronto a admirar sua grandeza literária, mas nega a sua inspiração divina, e até mesmo a sua exatidão histórica; todavia, quanto às partes que devem ser aceitas e as que devem ser rejeitadas, dificilmente dois dos novos evangelistas chegam a um acordo.
Quanto ao futuro, o 'Evangelho do Homem' deixa a vida após a morte como um mistério insolúvel, embora alguns de seus expoentes esperem que o espiritualismo esclareça este grande problema.
O mais deslumbrante aspecto que o 'Evangelho do Homem' pode oferecer à humanidade sofredora e moribunda é que, em alguma época de um futuro distante, alguma sorte de condições ideais possam ser estabelecidas nesta Terra. Não há um esquema satisfatório para realizar isto, tampouco é explicado como um mundo ideal poderia ser mantido. Acima de tudo, deixa sem resposta a grave questão de nosso destino eterno.
Agora, depois de tudo isso, querido leitor, você e eu podemos estar desejosos de fazer a nossa parte para ajudar a criar esta era dourada do futuro (supondo que estivéssemos certos de sua realidade), mas o fato que permanece, é que não ficaremos aqui por mais do que alguns poucos anos. Acaso terá o 'Evangelho do Homem' qualquer esperança a oferecer, ou qualquer segurança a proporcionar, na terrível hora da morte? Não, nenhuma! Ele deixa o ser humano lutando desesperançosamente em busca da miragem desértica de uma ilusória era de ouro, enquanto aqueles em suas fileiras vão rapidamente perecendo em suas areias.
O Contraste
Até aqui examinamos rapidamente o “Evangelho de Deus” e o 'Evangelho do Homem', e somos levados a ver o contraste!
De um lado temos o que Deus disse, o que Deus efetuou em Cristo, e o que Ele irá fazer para aquele que aceita a Cristo como Salvador. Do outro lado, estão as promessas vazias e a vã imaginação do homem, deixando a consciência inquieta e o coração insatisfeito; oferecendo como sua melhor esperança, uma distante perspectiva de uma condição mais feliz em um mundo, o qual, em pouco tempo, todos nós teremos que deixar para nos encontrarmos face a face com a infinita eternidade para a qual não estaremos preparados.
Leitor, qual satisfaz melhor o seu caso? Ambos os evangelhos não podem ser verdade. Um ou outro deve ser falso e ilusório. Se você é um Cristão professo, nós sinceramente o advertimos que você cuide, com toda a certeza, de estar crendo no “Evangelho de Deus” e no “Cristo de Deus”. Qualquer outro evangelho irá levá-lo ao fracasso, não importa quais sejam os nomes famosos que lhe dêem crédito. A solene advertência do apóstolo Paulo, escrevendo sob divina inspiração, diz respeito a todo aquele que prega um evangelho que vá além do qual ele recebeu da glória, e pregou com tanta diligência em seus dias (veja Gl 1:8-9). Se você é um obreiro Cristão, essa maldição irá com toda certeza cair sobre você, se em nome de Cristo e de Deus, você estiver pregando ou ensinando aquilo que contradiz o caráter de Deus como um Deus Salvador e diminui a glória da Pessoa do Seu Filho ou da Sua obra consumada.
Se você é um dos inúmeros milhares que, nesta época de amor aos prazeres, não se preocupa com as coisas de Deus, nós gostaríamos de adverti-lo, com a maior seriedade, a considerar como estas importantes questões lhe afetam. Você não está aqui para sempre. Você é apenas um 'inquilino', e cada ruga em sua testa é um sinal de que a 'ordem de despejo' já está sendo entregue. A morte nos cerca de milhares de maneiras. Você não pode querer ignorar a solene questão do seu bem-estar eterno.
Concluindo, queremos chamar a atenção de todo leitor para aquilo que Deus disse a Seu povo na antiguidade: "Te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe pois a vida" (Dt 30:19).
A.G.Doughty
"Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2 Tm 4:3-4).
Pensamentos
As duas grandes atividades de um santo são a fé e o amor, e ambas são exercidas fora de mim mesmo: fé para confiar n'Aquele que me ama, e amor para servir àqueles que Ele ama.
"DEPOIS DESTAS COISAS…"
"O testemunho de Jesus é o Espírito de profecia" (Ap 19:10).
Introdução
Este artigo é um pequeno esboço das "coisas que depois destas devem acontecer" – "Depois destas coisas, …mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer" (Ap 4:1). Neste momento estamos vivendo no – "período da Igreja" tratado em Apocalipse 1:19-20, e também nos capítulos 2 e 3, mas "Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da Sua vontade… de fazer convergir n'Ele (em Cristo), na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da Terra" (Ef 1:8-10 – ARA). Deus nosso Pai nos falou dos eventos que se seguirão a este presente “período da Igreja”, culminando no dia em que Cristo terá Seu justo lugar, e até “que Deus seja tudo em todos” (1 Co 15:28).
Que o conhecimento de tudo isso possa nos levar para mais perto de Cristo, separando-nos, em nosso coração e em nossos caminhos, deste presente mundo mau que muito em breve estará sob o julgamento de Deus. Nós estamos aguardando pelo Filho de Deus vindo dos céus, nosso Libertador da “ira vindoura” (1 Ts 1:10 – ARA).
"DEPOIS DESTAS COISAS…"
A Igreja, o corpo de Cristo, foi formada no dia de Pentecostes pela vinda do Espírito Santo, e agora aqueles que crêem no evangelho são acrescentados “à Igreja” (At 2:47). Eles estão assim unidos pelo Espírito a Cristo, o Cabeça no céu, e a cada crente sobre a Terra, pois "há um só corpo" (Ef 4:4; 1 Co 12:13; Ef 1:13). É nosso privilégio que estejamos agora reunidos no precioso Nome do Senhor Jesus Cristo como membros de Seu corpo (1 Co 10:17) para recordá-Lo em Sua morte até que Ele venha (1 Co 11:23-26).
Quando o Senhor Jesus vier nos ares, “com alarido” Ele irá chamar a todos os que Lhe pertencem, os que estiverem vivos e aqueles que morreram na fé, para o lar, para a “casa de Meu Pai” (Jo 14:2-3; 1 Ts 4:16-18). Os santos do Antigo Testamento, que morreram na fé, também serão arrebatados neste momento. Eles (os santos do Antigo Testamento) não farão parte da noiva (a Igreja), mas serão os amigos do Noivo nas bodas do Cordeiro, naquele glorioso acontecimento nas alturas (1 Co 15:23; Jo 3:29; Hb 12:23; Ap 19:7-9).
O tribunal de Cristo, que é a manifestação da vida dos crentes, terá lugar no céu, e galardões serão dados por qualquer fidelidade a Cristo. Esta não é uma questão de nosso direito de estar com Cristo na glória, o que é somente por meio do precioso sangue de Cristo, mas para manifestação e recompensa. Os resultados disso serão vistos na bodas do Cordeiro (Ap 19:7-8), e terão lugar quando Cristo estabelecer Seu reino (Lc 19:12-19; 1 Co 3:12-15; 4:5).
Após a Igreja haver sido chamada pela vinda do Senhor (o arrebatamento), Deus começará a tratar com a nação de Israel e, então, haverá um tempo de tribulação por sete anos. Esta tribulação virá “sobre todo o mundo” (Ap 3:10), mas principalmente sobre os judeus, por haverem rejeitado o Messias (Jr 3:10), e sobre a cristandade, a falsa Igreja (Ap 18:5-6). Este período de sete anos é chamado de "uma semana" em Daniel 9:27. Nos últimos três anos e meio de tribulação (o período chamado "grande tribulação"), haverá um homem que se levantará, o qual é chamado "a besta", a cabeça de dez nações da Europa que então estará unida (Ap 13:1-9). Trata-se do Império Romano restabelecido – o "ferro misturado com barro" (Dn 2:41-43), mostrando-nos, sem dúvida, que aquelas nações misturadas, cujas raízes nacionais provém da Europa (o antigo Império Romano), irão manter esta aliança, embora "por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil" (Dn 2:42). Deus usará essas dez nações para destruir a falsa Igreja (Ap 17:16-18). Tendo sido feito um acordo pela "besta" para proteger a terra de Israel, os judeus terão um líder sobre eles denominado “o anticristo” (1 Jo 2:18), “o filho da perdição”, que será adorado como Deus (Ap 13:11; 2 Ts 2:3-10). Estes dois, “a besta” e “o anticristo”, estarão de pleno acordo em sua terrível apostasia (Ap 13:11-18).
Durante esses anos haverá um piedoso remanescente de judeus levantados por Deus que irão pregar o Evangelho do reino (Mt 24:14); e serão perseguidos pelo seu testemunho. Alguns serão mortos por causa da Palavra de Deus (Ap 6:9-11), e outros por se recusarem a receber a marca da besta ou por não adorá-la (Ap 15:2-3). Aqueles que forem mortos receberão uma porção celestial, e irão reinar sobre a Terra no reino milenar (Ap 20:4). Outros serão fiéis, mas suas vidas serão preservadas por Deus para entrar no reino milenar na Terra (Ap 14:1-5), quando todas as doze tribos de Israel forem abençoadas em sua terra (Ap 7:1-8). (Em Ezequiel 20:34-38, lemos do retorno das dez tribos ao final da tribulação). Muitos gentios que não rejeitaram o Evangelho da graça de Deus, aceitarão o Evangelho do reino, e serão, também, abençoados sobre a Terra juntamente com Israel (2 Ts 2:10-12; Ap 7:9-17).
Devido à terrível maldade que ocorrerá durante aqueles sete anos de horrível tribulação, quando o mundo desistir de professar a Deus e a Cristo, e for atrás da “besta” e do “anticristo”, Deus permitirá que “o Rei do Norte” e sua Confederação de Nações Árabes (Dn 11:40-45; Sl 83:1-8; Is 28:18-19), venha à terra de Israel como um "dilúvio do açoite" – (“flagelo transbordante” – TB) – (Is 28:15,18), destruindo o seu país. Este é o princípio da "batalha de Armagedom", que é uma série de juízos sobre todas as nações do oriente e ocidente, antes que seja estabelecido o reino sobre a Terra com Cristo como Rei (Ap 16:13-16; Jr 25:26-33).
Quando “a besta” (a cabeça dos poderes ocidentais, do Império Romano restabelecido) vier com seus exércitos para proteger Israel, conforme o acordo que tiverem feito, então o Senhor virá dos céus com os Seus santos (2 Ts 1:6-10; Jd 1:14-15; Ap 1:7). Então, Ele irá julgar a grande Confederação Ocidental, destruindo seus exércitos, e ambos “a besta… e o anticristo… foram lançados vivos no ardente lago de fogo” (Is 28:14-15; Dn 9:27; Ap 19:11-21).
A aparição do Senhor naquele momento será para a libertação do piedoso remanescente de Israel que colocou sua fé n'Ele e está esperando por Ele (Is 8:9-18).
“O Rei do Norte” (que é o cabeça da Confederação Árabe), tendo descido ao Egito após atacar Israel (Egito é “o Rei do Sul”), retornará então para a terra de Israel e será julgado pelo próprio Senhor (Dn 11:45; Dn 8:24-25; Is 30:30-33).
Quando o Senhor tiver julgado estas nações, isto é, a Confederação Romana e a Confederação Árabe, então a nação de Israel, todas as doze tribos, serão reunidas fora das nações para serem abençoadas em sua terra (Is 18; Ez 20:34-38; Is 60:1-22). Rússia e todas as suas confederadas virão do norte neste momento, fazendo uma tentativa de derrubar o reino que Cristo estabeleceu em Israel, e o julgamento deste último grande inimigo é descrito em Ezequiel 38 e 39:1-16.
O Senhor tendo estabelecido o Seu reino na Terra, reunirá todas as nações diante do trono da Sua glória, e eles serão julgados de acordo com a maneira que trataram os mensageiros (o remanescente piedoso) que anunciou o evangelho do reino (Mt 25:31-46). Aqueles que os receberam entrarão no reino terreno para bênção, e os que rejeitaram serão mandados para o castigo eterno. O Senhor Jesus irá então reinar em paz “por mil anos” (o Milênio), julgando abertamente o mal tão logo ele apareça (Ap 20:4; Sl 101:8; Is 32:1; Hb 2:14; Zc 5:1-4). Os santos celestiais reinarão sobre a Terra e Israel reinará na Terra (Ef 1:10; Sl 45:16; Ap 20:4). Satanás será aprisionado e lançado no abismo, e não será capaz de enganar “as nações… por mil anos” (Ap 20:2-3).
Ao final dos mil anos, Satanás será solto novamente e aqueles que meramente se submeteram ao reino de Cristo, mas não nasceram de novo (Sl 18:44), seguirão Satanás. O Senhor então julgará Satanás e todos os seus seguidores e removerá todo o mal da Terra para sempre (Ap 20:7-10). Os pecadores que tiverem morrido em seus pecados então serão ressuscitados, e permanecerão diante do grande trono branco para serem julgados, e “lançados no lago de fogo” por toda a eternidade (Ap 20:11-15).
Depois disso, Deus criará “novos Céus e nova Terra” onde o pecado nunca poderá entrar. A justiça habitará para sempre, e haverá dois lugares de bênção, o celestial e o terreno. A porção da Igreja, com todos os que morreram na fé, será celestial, enquanto os santos terrenos do milênio entrarão na Terra eterna. As nações deixarão de existir no estado eterno (2 Pe 3:13; Ap 21:1-5; Cl 1:20; 1 Co 15:24-28).
Quando falamos destas coisas, e procuramos por elas na Palavra de Deus, não nos esqueçamos nunca do versículo em Apocalipse 19:10: "O testemunho de Jesus é o espírito de profecia". Deus agrada-Se em honrar a Seu “Filho amado”, o Senhor Jesus Cristo, o segundo Homem e o último Adão. Ele é Aquele que cumprirá todo o conselho e propósito de Deus, e uma vez que nós, que somos salvos, fazemos parte de Sua gloriosa noiva, e vamos compartilhar da Sua glória como Homem, Ele nos revelou todas estas coisas (Jo 15:15; Ef 1:8-11). O conhecimento de Sua graça salvadora deve encher nosso coração e lábios com louvor, e nos separar deste pobre mundo que muito em breve estará sob o juízo de Deus. Deve também levar-nos a advertir os pecadores do juízo vindouro, enquanto repetimos o convite de Deus no último capítulo de Sua Palavra: "Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida" (Ap 22:17).
G.H.Hayhoe (1911-2003)
"Foi a graça que escreveu cada nome
No livro eterno de Deus,
Foi a graça que nos deu o Cordeiro,
que levou todos os nossos fardos".
Meu nome escrito está, por graça divinal,
No livro do Cordeiro, já, de vida eternal.
A graça me chamou, me trouxe salvação;
A graça foi a que alcançou de todo mal perdão.
TRIBULAÇÃO PARA JACÓ
Para começar, a primeira e mais importante coisa para cada e todas pessoas é a Salvação. Deus oferece a vida eterna para todos através da fé em Seu Filho Jesus Cristo. A Salvação é para o Judeu e para o Gentio; Deus não faz acepção de pessoas.
“Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:21-24).
Com isso diante de nós, encontramos algumas razões para o Cristão não ajudar o Judeu a retornar para Israel. Não faz a menor diferença onde o Judeu está morando se ele conhece o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, porque todos os que crêem serão arrebatados antes do período da tribulação.
Quando conhecemos isto, o “tempo de Tribulação para Jacó” (Jr 30:7 – JND) – “Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia (tribulação – JND) para Jacó; ele, porém, será salvo dela” (Jr 30:7), – ou “grande tribulação”, será centrada na Judéia (Mt 24:21 – ARA), e está aproximando-se rapidamente, como podemos ajudar alguém a ir para lá?
Acreditamos que a sentença foi mudada para a nação culpada, que rejeitou e crucificou Jesus seu Messias, pelas palavras do Senhor na cruz. Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34). A acusação contra eles agora, durante esses 2000 anos, é homícidio culposo em vez de assassinato. Por todos esses anos desde a cruz, “cidades de refúgio” (ver Js 20) são providas para Judeus. O homicida não deve voltar ao local do crime até que o sumo sacerdote morra.
Nosso Senhor Jesus Cristo veio como um Profeta. Ele ascendeu aos céus e agora tem o ofício de Sumo Sacerdote. Em Sua volta, será como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Até que Jesus venha como Rei, e Seu principal ofício como Sumo Sacerdote mude para ser revelado como Rei, Judeus não devem retornar a área de Jerusalém, que será o centro da tribulação. É lá que o “vingador do sangue” (Js 20:3) irá pegá-los. Todo o povo Judeu disse a Pilatos, “O Seu sangue caia sobre nós, e sobre nossos filhos” (Mt 27:25). Alguns dos filhos estão lá; outros querem ir para lá. Você deseja ajudá-los?
Verdadeiramente, o Judeu e cada pessoa em todo o mundo precisa de Cristo e da Salvação em ordem a escapar da “ira vindoura” (1 Ts 1:10 – ARA). Foi para os Hebreus que Deus escreveu: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande Salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que O ouviram” (Hb 2:3 – KJV).
C.Buchanan (1917-2012)
Fonte: Christian Treasury – Volume 7
O MUNDO NÃO VISÍVEL
Vamos Nos Conhecer no Céu?
No céu, o Senhor Jesus será o centro de atração e o imã de cada coração. Embora isso seja verdade, por outro é igualmente claro que um de nossos gozos consistirá em estar e desfrutar da companhia de todos os redimidos que lá estarão. Enquanto estamos aqui na Terra, o Senhor ocupa o supremo lugar em nosso coração. No entanto, desfrutamos da companhia e da comunhão uns dos outros, e o gozo e a comunhão dos santos serão também conhecidos e desfrutados no céu.
"Hades" (At 2:31) é uma expressão do Novo Testamento e é uma palavra grega – ἄοης; – "sheol" (Sl 16:10 – TB) é a expressão do Velho Testamento e é uma palavra hebraica – שאול. – Ambas significam a mesma coisa: o mundo não visível, ou lugar ou estado dos espíritos que partiram. É correto dizer que nossos amados encontram-se no "hades". “Inferno” é uma palavra diferente e significa o “lago de fogo” (Ap 19:20). Em Atos 2:31, a palavra "inferno", que aparece em algumas traduções, deve ser lido "hades", e no Salmo 16:10, a palavra "inferno" deve ser lido "sheol".
Na época do Antigo Testamento havia três coisas claramente conhecidas sobre "Sheol":
"Sheol" contém duas esferas. Deuteronômio 32:22 – (TB) e Salmo 86:13 – (TB) falam do mais profundo "Sheol".
"Sheol" não separava alguém de Deus – Deus estava lá (Sl 139:7-8 – TB).
"Sheol" era um lugar de reconhecimento e onde a fala era mantida. Isaías 14:9-17 mostra que os que chegavam eram identificados e se comunicavam entre si.
Todo o assunto da vida e da incorruptibilidade é esclarecido por todo o evangelho pelo advento do amado Filho de Deus (2 Tm 1:9-10).
Moisés – Deuteronômio 32:48-50
Deuteronômio 32:48-50: "Recolhe-te aos teus povos" não significa ser enterrado no sepulcro da família, como muitos podem pensar. Aquela era uma terra estranha, portanto não poderia ser uma referência ao sepulcro da família. O lugar da sepultura de Moisés é um dos mistérios deste mundo. O mesmo se aplica a Aarão que é mencionado no versículo 50.
N.T.: A melhor tradução para este versículo é a versão Jerusalém
“irás reunir-te aos teus, assim como teu irmão Aarão, que foi reunido ao seu povo no monte Hor”.
Davi – 2 Samuel 12:22-23
Muitos crêem que Davi falou de sua morte aqui, mas trata-se mais da antecipação que Davi fez do vôo de seu espírito para o lugar onde o espírito de seu filho estava, e ele encontrou um grande conforto nesta verdade. Em 1 Reis 2:1 e 10, "Davi dormiu com seus pais". Seus ancestrais não tinham um sepulcro da família, mas aqui está declarado que ele dormiu com seus pais. O que significa isto? Simplesmente isto: que seu espírito encontrou companhia com os espíritos de seus parentes no "Sheol", o mundo não visível.
Jacó – Gênesis 49:33
"Congregado ao seu povo". Isto significa que ele morreu? Sim, mas algo mais. Se você ler o capítulo 50, descobrirá que ele morreu meses antes de ser enterrado. Isto significa que por ocasião de sua morte o seu espírito foi para o mundo não visível, e foi congregado ao seu povo que encontrava-se lá.
Abraão – Lucas 16:23-31
Isaías 14 é corroborado por Lucas 16:23-31. Vemos os dois lados do “Hades”. O “homem rico” do lado mais profundo, “em tormentos”, ergueu os olhos e reconheceu Lázaro, no seio de Abraão, no outro lado, e pode falar com ele. Pensamento, memória, e inteligência ainda estão lá. Abraão também o reconhece, assim como seu estado.
Abraão, Isaque e Jacó – Mateus 8:11
O Senhor quis dizer exatamente o que falou: "Assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó". É certo que eles irão se reconhecer. Não esperamos ter menos inteligência no céu do que aqui.
Enquanto estamos aqui na Terra, temos cinco sentidos e somos como alguém preso numa casa com cinco janelas. Quando chegarmos ao céu, estaremos livres de todas estas limitações. Teremos um corpo adequado àquele lugar, e o caráter de nosso conhecimento será moldado pelo conhecimento que Deus tem, não no mesmo grau, mas do mesmo tipo.
Pedro, Moisés e Elias – Mateus 17:3-4
Pedro os reconhece porque aqui ele é levado em espírito para dentro da atmosfera do céu. Teremos este tipo de conhecimento e iremos conhecer e reconhecer a todos. No céu não existe medo. Na plena inteligência e no pleno gozo do céu estaremos cercados pelos redimidos e sua presença será um dos gozos adicionais daquele lugar. Não há dúvida de que a comunhão e as afeições que foram formadas aqui serão desfrutadas e continuarão eternamente lá.
O Rico e Lázaro – Lucas 16:19-31
O Senhor não diz que esta é uma parábola. Ele declara que existiu um certo homem rico e que existiu Lázaro. Ele estava no "hades" (v. 23), não no inferno, pois o ímpio não vai para o inferno agora, uma vez que a porta do inferno ainda não foi aberta. A Escritura não diz: 'um lugar de tortura'. Haverá graus de punição: alguns receberão poucos açoites, outros receberão muitos, conforme decidir o Justo Juiz. O tormento é mais uma condição mental. O ímpio que morreu está aguardando pelo Dia do Julgamento diante do “grande trono branco” (Ap 20:11). Veja Abraão acima.
Paulo e os Coríntios – 2 Coríntios 1:13-14
Paulo irá conhecê-los naquele dia vindouro e eles o reconhecerão. Eles receberão uma porção em comum naquilo em que ambos se regozijarão (Leia também 1 Ts 2:19).
Haverá plenitude de gozo no céu. Alguns poderão ter vasos maiores, e outros, menores, mas todos estarão cheios e serão incapazes de conter nada mais.
Que Aparência Teremos Lá?
Não apareceremos como espíritos, mas como pessoas. Teremos corpos como o Senhor Jesus, de carne e ossos, um corpo espiritual. Será um corpo de perfeito desenvolvimento físico, sem rugas e sem cabelos grisalhos; não suspiraremos, nem gemeremos ou nem sentiremos dor. Teremos um corpo como o d'Ele, física e moralmente. Ele permanecerá assim para sempre e o mesmo acontecerá conosco – permaneceremos mais íntimos com Cristo e uns com os outros para todo o sempre (1 Jo 3:2; Fp 3:21).
J.R.Gill (1873-1962)
UMA GRANDE RECOMPENSA
PARA UMA GRANDE FÉ
Sadraque, Mesaque e Abednego
Este artigo é baseado em Daniel 3, o qual o leitor é fortemente encorajado a considerar em oração, antes de ler o que se segue.
Nesta porção da Palavra de Deus vemos Sadraque, Mesaque e Abednego, três dos santos no Antigo Testamento que foram muito privilegiados, por terem sido objetos de uma divina e maravilhosa intervenção para salvá-los de uma morte terrível e puderam desfrutar de alguns momentos indescritíveis na doce companhia do Senhor. Esse foi um privilégio maravilhoso que, sem dúvida nenhuma, marcaria o resto de suas vidas!
É muito importante vermos o caminho pelo qual eles chegaram a esta sublime ocasião. Examinemos suas circunstâncias. Esses jovens devem ter sofrido muito ao verem seu país sendo conquistado, e terem sido exilados para um país pagão distante de Israel. Isso significava que estavam longe da terra que haviam herdado de Deus, e, além disso, distantes do templo – o lugar onde Deus habitava no meio d'Eles – e levados para um país estranho onde Deus não era temido. Poderia se pensar que essas últimas circunstâncias não seriam de grande importância para muitos dos Israelitas, uma vez que o exílio era justamente um castigo de Deus sobre Israel devido à sua incredulidade e idolatria. Mas aqueles três homens eram diferentes; eles faziam parte de um remanescente fiel. Isso pode ser visto em sua atitude quando se uniram a Daniel em seu propósito de não serem contaminados com a comida do rei de Babilônia. Eles renunciaram a única coisa que parecia ser atrativa aos homens exilados já que eles estavam no palácio de um rei hostil. Eles foram abençoados e, como todos puderam ver, sua saúde foi beneficiada por isso.
A fé e fidelidade deles, entretanto, são reveladas numa maneira muito mais forte mais tarde. Por todo o país, foi proclamado um decreto pelo qual, todos deveriam adorar a abominável estátua que havia sido levantada pelo rei, sob pena de morte para aqueles que desobedecessem. Em meio a todo o povo, vemos aqueles três homens permanecendo sós e fiéis a Deus, não dobrando seus joelhos diante do ídolo.
Por favor, considere, por um momento, o que significa permanecer firme quando todos os demais cedem, sozinhos em meio a uma nação hostil, e ameaçados com a pena de morte. O que você faria em tais circunstâncias?
A fé deles é levada a uma prova ainda mais extrema. Após haverem permanecido firmes para o Senhor diante do povo, são levados diante do rei onde são mais uma vez ameaçados e sua fé em Deus questionada. A resposta deles não tarda; é tão firme quanto fora antes. Confrontados com uma morte horrível, com a qual são ameaçados, eles continuam confiando totalmente em Deus sem medo de confiarem sua vida em Suas mãos. Quantos de nós, diante de um inimigo ameaçador, permaneceríamos confiando totalmente em nosso Pai?
E eles não apenas glorificam a Deus ao mostrarem sua confiança, mas vão mais além: estão prontos a morrer se essa for a vontade de Deus. Eles não se prostrarão diante do ídolo; eles não darão honra a uma obra de homens no lugar de Deus, e não desobedecerão a Deus. Que grande alegria esse sacrifício de Seus filhos deve ter sido para Deus! – “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos Seus Santos” (Sl 116:15) – Sem dúvida alguma, era "como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus" (Fp 4:18).
Os três jovens que desafiaram o rei pagão, são entregues a seus executores. Eles os amarram e os lançam na fornalha, superaquecida com a ira e o rancor que este mundo tem para com os filhos de Deus – “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, aborreceu a Mim. Se vós fosseis do mundo , o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece. Lembrai-vos da Palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu Senhor. Se a Mim Me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardarem a Minha Palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do Meu nome; porque não conhecem Aquele que Me enviou” (Jo 15:18-21). – Até os homens que os empurram são mortos pelo calor das chamas. Humanamente falando, não há escapatória para os três crentes, mas Deus opera, e o incrédulo rei, amedrontado, é uma testemunha disso. Ele vê livres os homens que antes estavam amarrados. Eles estão caminhando nas chamas, sem sofrer dano algum, e com outra Pessoa em Quem o rei reconhece a deidade. Seu Deus não somente os livra, mas também os abençoa com Sua presença. Que grande gozo para aqueles homens desfrutar da companhia do Senhor; aquele momento de incomparável doçura entre as chamas da ira deste mundo hostil! Estamos prontos para desfrutar da presença do Senhor, em meio às circunstâncias adversas que nos cercam, ou as chamas preencherão a nossa visão e nos farão fugir? Mais do que isso, oferecemos nossa vida a Deus para Sua glória, ou desonraríamos a Deus por medo de perdê-la?
Quando são resgatados da fornalha, o rei de Babilônia, aquele grande rei e poderoso conquistador, é derrotado e glorifica a Deus. A grande fé e a grande confiança dos três jovens não somente glorificou a Deus em demonstrar temor e obediência a Ele, mas também em derrotar Seus adversários, os quais podem tão somente louvá-Lo e reconhecê-Lo.
Que grande vitória para a qual eles estavam dispostos a pagar um grande preço! Eles não foram como muitos de nós que, quando confrontados com alguma ameaça a nossas possessões ou à nossa segurança, recuamos em vez de olhar para Deus; ou como outros ao nosso redor, prostrando-se diante de alguma abominável estátua deste mundo. "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" (1 Jo 5:21).
“Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1 Jo 5:4).
J.Escuain S.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O Princípio da Criação de Deus
P. O que significa "o princípio da criação de Deus" (Ap 3:14)? As Testemunhas de Jeová usam este versículo para tentar provar que Cristo foi um ser criado. Existe alguma tradução melhor para a passagem?
R. A tradução acima, de Apocalipse 3:14, como citado na tradução ARC e KJV, é boa e fiel ao texto original. É realmente uma declaração de beleza transcendente quando vista em seu contexto e significado apropriado. Esta afirmação é encontrada na carta que o Senhor endereça à Igreja em Laodicéia – a Igreja que representa o último estado da cristandade – que havia desistido do chamado celestial da Igreja e assumido um lugar de destaque no mundo. Por sua própria avaliação, diz: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap 3:17), embora Cristo estivesse do lado de fora. Eles eram exatamente o contrário d'Aquele a Quem deveriam representar neste mundo. Por esta razão o Senhor Se apresenta como "o Amém, a testemunha fiel e verdadeira" (Ap 3:14). Ele era tudo aquilo que a Igreja deveria ter sido, mas não foi.
"Porque todas quantas promessas há de Deus, são n'Ele sim, e por Ele o Amém, para glória de Deus por nós" (2 Co 1:20). Toda promessa foi afirmada n'Ele e será confirmada n'Ele. Tudo foi feito bom em Cristo. Em contraste com uma profissão Cristã falsa e infiel, como o portador da luz neste mundo de trevas, somente Ele é "a testemunha fiel e verdadeira". Então, vem a afirmação de que Ele é "o princípio da criação de Deus". Adão foi o princípio da primeira criação dos homens sobre a Terra, mas, infelizmente, todos falharam em Adão, e o primeiro homem chegou ao seu fim na cruz, e foi posto de lado. "O segundo homem, o Senhor, é do céu" (1 Co 15:47), e quando Ele ressurgiu em ressurreição, Ele foi "o princípio da criação de Deus". Como Homem ressurreto, Ele é o Cabeça da Igreja que é Seu corpo, e Ele é o Cabeça de uma nova raça (criação) – N.T.: “se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2 Co 5:17). – Portanto, é bonito ver que, quando o homem falhou em tudo o que lhe foi confiado em responsabilidade, tudo foi feito bom no segundo Homem, como "o princípio da criação de Deus".
Não hesitamos em chamar, de 'doutrina de demônios', qualquer ensino que usa este versículo para indicar que o Senhor Jesus foi um ser criado. É distorcer as Escrituras para sua própria destruição. Ele, bendito seja Seu Nome, é o Senhor do céu, o Criador e Mantenedor de todas as coisas, mas Ele Se tornou um Homem, e em Sua morte toda a primeira Criação, da qual Adão foi o cabeça, chegou ao fim. Ele ressurgiu em ressurreição, como“o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1:18), e é "o princípio da criação de Deus".
Gostaríamos de acrescentar uma palavra de advertência aqui, para que se evite ter qualquer coisa com a 'heresia maldita' das Testemunhas de Jeová, seja ao receber suas literaturas, ou dando ouvidos aos propagadores de blasfêmias contra a Pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O Espírito de Deus dirigiu uma epístola a uma irmã, na qual Ele ordena a ela que não permita que tais ensinadores entrem em sua casa: "Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina", (a doutrina do Pai e do Filho) "não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras" (2 Jo 1:10-11).
P.Wilson (1899-1966)
Texto original: “The Begining of the Creation of God”
O LIVRO DE APOCALIPSE
"Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer" (Ap 1:19).
Quanto ao livro de Apocalipse, ele é dividido em três partes:
"De tudo o que tem visto"(Ap 1:2) – é o capítulo 1;
"As que são"(Ap 1:19) – estão nos capítulos 2 e 3, ou seja, a verdadeira condição da Igreja, a história de sua responsabilidade neste mundo, do princípio ao fim;
"As que depois destas hão de acontecer"(Ap 1:19) – capítulo 4 ao 22.
Os capítulos 4 e 5 são de transição, mostrando o lugar que a Igreja e os santos do Antigo Testamento irão ocupar, do momento do arrebatamento até a vinda de Cristo, em juízo, com todos os Seus santos (Ap 19) – N.T.: “Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos” (Jd 1:14).
O livro de Apocalipse, por ser principalmente judicial ou governamental, não registra o arrebatamento dos santos ou a vinda de Cristo para o Seu povo. A Igreja é vista na Terra, nos capítulos 2 e 3, e é vista no céu nos capítulos 4 e 5; mas não nos é falado de sua ida para lá – como ou quando. Esse não é o objetivo do livro. Não há uma palavra acerca da Igreja na Terra do capítulo 9 ao 18. Outros santos aparecerão na Terra, durante as comoventes cenas do capítulo 6 ao 18, mas a Igreja não estará ali.
No capítulo 19, Cristo vem em juízo sobre a “besta” 'romana' e o “falso profeta” (v.20), o 'anticristo' ou “homem do pecado” (2 Ts 2:3). “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos” (Ap 20:2 – AIB), e “Cristo reina por mil anos” (Ap 20:4). Então, vem o julgamento dos ímpios mortos: o lançamento de Satanás no lago de fogo, e, finalmente, o estado eterno. Devemos apenas acrescentar isto, durante o tempo presente, a justiça padece. Durante o milênio, a justiça irá reinar. No “novo Céu e nova Terra” (Ap 21:1 – ARA), ou no estado eterno, a justiça habitará.
Things New and Old – 1878
Correspondência de: “M.R.” Teignmouth, UK;
para: C.H.Mackintosh (1820-1896)
Pensamentos
Há um "índice" onde podem ser lidos todos os assuntos de nosso coração: nossa língua.
Uma pessoa é sábia se aprende com seus próprios erros, mas será mais feliz se aprender com os erros dos outros.
Uma Bíblia que está caindo aos pedaços, geralmente, é de alguém que não está caindo aos pedaços.
As duas grandes atividades de um santo são a fé e o amor, e ambas são exercidas fora de mim mesmo: fé para confiar n'Aquele que me ama, e amor para servir àqueles que Ele ama.
Dar ao Senhor, e em Seu nome a outros, não se trata de algo que nós fazemos; trata-se do resultado do que nós somos.
Nos caminhos de Deus não há atalhos.
"Eu nunca prego um sermão sem pensar na possibilidade do Senhor usá-lo para chamar o último dos santos, que completará o número dos eleitos de Deus e acarretará na volta do Senhor".
D. L. Moody (1837-1899)
PARA NÓS, OS QUE CREMOS, É PRECIOSO
Tudo o que diz respeito ao nosso Senhor Jesus Cristo é maravilhoso! Quantos testemunhos temos que falam da Sua integridade, bondade, poder, santidade e glória! Está escrito a respeito d'Ele: “Este nenhum mal fez” (Lc 23:41), enquanto morria pelos nossos pecados. “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7:46), exclamaram os que tinham sido enviados para O prender. “Não acho culpa alguma neste homem” (Lc 23:4), teve que confessar Pilatos, encarregado de O julgar. “Na verdade, este homem era justo” (Lc 23:47), reconheceu um centurião, dentre os que estiveram presentes no ato da crucificação. E o mais glorioso dos testemunhos é dado pelo próprio Deus, do céu, quando declara: “Este é o meu amado Filho, em Quem me comprazo: escutai-O” (Mt 17:5).
Através de todas as épocas, desde o nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, o homem tem ficado maravilhado diante da singularidade de Sua Pessoa e obra. Um certo escritor declarou: 'Ele fez-Se homem para que nós pudéssemos chegar a ser filhos de Deus. Na Sua infância provocou ciúmes em um rei; ainda na Sua infância causou admiração a muitos mestres; na idade adulta dominou o curso e as leis da natureza, andando sobre as águas, acalmando as tempestades e o mar; curou enfermidades e deu vida a corpos mortos, jamais escreveu um livro, mas as bibliotecas de todo o mundo estão cheias de volumes escritos acerca d'Ele. Jamais compôs sequer uma nota musical, mas não há dúvida de que Ele é o tema central de milhares de hinos compostos em Sua honra e memória. Grandes homens têm aparecido e desaparecido na história universal, mas Ele continua “o mesmo”, pois ELE VIVE “PARA TODO O SEMPRE” (leia Hb 13:8; Ap 1:18). Herodes não conseguiu matá-Lo, Satanás não pôde aniquilá-Lo, a morte não foi capaz de destruí-Lo, nem o túmulo pôde retê-Lo. Todos os outros fracassaram de uma maneira ou de outra, mas não o nosso Senhor Jesus Cristo! ELE é o Homem perfeito, que atrai, e que é “totalmente desejável” (Ct 5:16)'.
Autor Desconhecido
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