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Revista mensal publicada pela pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
Tema da edição
J. T. Mawson
W. J. Prost
J. W. Smith
Bible Subjects for the Household of Faith, vol. 1, 1863 (adaptado)
J. G. Bellett
E. Dennett
E. Dennett (adaptado)
Things New and Old , vol. 33
Hamilton Smith
Christian Truth, Vol. 33
Faithful Words for Young and Old, vol. 16
Christian Truth, vol. 32
W. Kelly
J. T. Mawson
Os Pés
“Quão formosos os pés [d’Aquele a Quem Deus enviou] ... que anunciam coisas boas!” (Rm 10:15). “Vede as Minhas mãos e os Meus pés” (Lc 24:39). João O vê e exclama:, “Eis … Aquele a Quem não sou digno de desatar as sandálias dos pés” (At 13:25). “E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento. E, estando por detrás, aos Seus pés, chorando, começou a regar-Lhe os pés com lágrimas, e enxugava-Lhos com os cabelos da sua cabeça e beijava-Lhe os pés, e ungia-Lhos com o unguento” (Lc 7:37-38). “Saíram a ver o que tinha acontecido … acharam, então, o homem de quem haviam saído os demônios, vestido e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus” (Lc 8:35). “Maria ... assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a Sua Palavra” (Lc 10:39). Todos O contemplam e tomam um lugar de reverência e adoração aos Seus pés? Com dor, nosso Senhor diz daqueles que O crucificaram: “traspassaram-Me as mãos e os pés … eles veem e Me contemplam” (Sl 22:16-17). Ao entrarmos na presença do Senhor, prestemos atenção ao que o Senhor disse a Moisés: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (At 7:33).
Tema da edição
A Seus Pés
Estar aos pés de Jesus é estar no lugar mais abençoado do universo de Deus; é lá que todos os problemas são resolvidos e todas as questões resolvidas, sejam elas de pecado, tristeza, do nosso ego ou serviço. Não há lugar como esse para o pecador carregado de culpa – nenhum lugar como esse para o santo feliz ou perplexo.
Jesus é maior do que os nossos pecados
A primeira grande verdade que surge na alma quando chegamos a esse lugar de bênção é que Jesus é maior do que os nossos pecados; foi isso que a mulher provou em Lucas 7. Ele disse: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28). Pode ser que ela tivesse ouvido essas palavras, e assim ela O procurou. Sem dúvida, ela teria hesitado na porta de entrada da casa de Simão ao ver o franzido das sobrancelhas do anfitrião e dos convidados, mas duas poderosas forças trabalharam juntas para levá-la aos pés de Jesus – sua grande necessidade a levou até lá, e Seu grande amor a atraiu. Sua hesitação foi vencida, e ela encontrou um lugar de refúgio e descanso aos pés do Filho de Deus, empoeirados por causa da viagem. Simão não teria permitido que ela o tocasse; os discípulos sem dúvida a teriam tratado com pouco favor, mas Ele, o humilde Jesus e ainda o poderoso Príncipe da vida, permitiu que ela chorasse seu arrependimento e sua gratidão a Seus pés.
Ela descobriu que Ele tinha um coração de infinita ternura, pois Ele não a desprezou nem Se concentrou nos pecados dela, mas Sua mão removeu o fardo, e ela ouviu a própria voz d’Ele declarar: “Os teus pecados te são perdoados … A tua fé te salvou; vai-te em paz”.
O passado, o presente e o futuro foram todos resolvidos ali para aquela que há muito tempo fora presa dos homens e do diabo, e todo o seu coração, purificado de seus maus caminhos pelo poder santificador de Seu bendito amor, derramou sua afeição sobre Ele. Ela “muito amou”, pois Ele havia perdoado muito.
A Seus pés ela encontrou salvação, e a mesma dádiva inestimável ainda pode ser encontrada lá, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Jesus é maior do que o nosso serviço
Nós não dizemos que a amada Maria de Betânia é idêntica à mulher da cidade; nós apenas apontamos que ela amava o lugar onde o fardo daquela mulher foi extinto. De fato, em cada caso registrado a respeito de Maria na Escritura, ela está aos pés de Jesus. O primeiro desses exemplos está em Lucas 10:38-42. Não temos nenhuma palavra de condenação para o serviço de Marta, pois o serviço estava certo, mas a serva estava errada; ela tinha perdido o segredo de um espírito pacífico e aliviado, e “muitas coisas” a sobrecarregavam, enquanto “uma coisa” – e uma coisa só – era o objeto de Maria – Ele mesmo.
Muitas vezes admiramos Maria por tomar o lugar do discípulo nesta ocasião; não pode ser que desperdicemos admiração nela que poderia muito bem ser concedida ao Senhor? Foi Ele Quem a atraiu para aquele lugar de bênção, e ela só respondeu à atração como uma agulha ao imã. Ele veio do Pai para tratar dos negócios do Pai – para encher o coração de homens e mulheres pecadores com uma satisfação e alegria das quais o mundo nada sabe. Ele, a cujos pés Maria estava sentada sem temor, não era outro senão Aquele diante de Quem poderosos anjos velavam seus rostos, mas ela O conhecia na revelação de Sua graça. Suas palavras eram as palavras de vida eterna, e o coração dela deleitava-se em se alimentar delas. Oh! Se ao menos Marta soubesse que Ele não veio para ser servido, mas para servir, que Seu coração encontrou um particular e indescritível gozo em preencher o vazio no coração humano com o conhecimento de Seu Pai e de Si mesmo, o Enviado do Pai, se Marta soubesse, ela teria deixado Maria servindo por algum tempo e se juntado à sua irmã aos pés do Senhor, encontrando lá a satisfação que Maria encontrou. Que possamos provar isso também, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Jesus é maior do que os nossos sofrimentos
Os ventos frios do luto haviam passado por aquela casa de paz em Betânia, e as irmãs foram esmagadas, quebradas e desnorteadas pela ruína de seu círculo familiar. Quando toda a esperança lhes faltou, pois seu irmão jazia no sepulcro fechado, Jesus veio até elas. E quando Maria chegou onde Jesus estava e O viu, ela se prostrou aos Seus pés, dizendo-Lhe: “Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11:32). Com o coração partido, ela lançou sua pesada tristeza aos Seus pés. O que passou entre eles não está registrado para nós, pois há momentos como estes em que o diálogo que acontece entre o Senhor e Seus santos entristecidos não podem ser expressos. O sentido de Seu amor e empatia é profundo demais para palavras. Uma coisa sabemos. Ele caminhou ao lado dela, e em Sua companhia, com Ele tão perto, o coração dela deve ter dito: “Está tudo bem”.
Logo Sua voz de poder soltou os laços da morte e libertou o cativo, mas Maria viu algo mais maravilhoso do que Seu poder. Ela conhecia Sua empatia, pois viu Suas lágrimas, e nunca teria sabido o quanto Ele a amava, ou quão terno era Seu coração, ou como, em Sua empatia, sustenta tudo, não fosse por aquela grande tristeza. Santos sofredores de Deus! Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Jesus é maior do que o nosso ego
A última vez que lemos sobre Maria está em João 12, e é apropriado que o registro de sua vida se encerre ali. O vaso “com unguento de grande valor” a teria distinguido no meio de seus conhecidos, mas ela derramou o perfume sobre Ele, sabendo bem que Ele estava indo para a morte. O mundo não tinha nada para Lhe dar a não ser uma cruz vergonhosa e uma sepultura, e apenas ela, entre todos os Seus amados, parecia perceber isso. Agindo assim, ela quis dizer: “O melhor que eu tiver entrará na Sua sepultura, pois Ele é digno”. O Senhor interpretou essa ação e disse: “Por que molestais esta mulher? ... ela o fez para o Meu sepultamento”, e “Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo este evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua” (Mt 26:10, 12-13 – ARA).
Assim, o Senhor valorizava o que era desprezado pelos homens, ou seja, o resultado do ego ser eclipsado e Cristo ser tudo em todos. Foi nesse ponto que Paulo chegou quando disse: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo” (Gl 6:14).
O Espírito Santo nos guia até esse ponto, e é aos pés de Jesus que essas lições são aprendidas. Logo toda alma resgatada se curvará diante d’Ele, na casa do Pai nas alturas, para lançar nossas coroas diante daqueles benditos pés uma vez traspassados na morte por nós, e para sempre, sem rival em nosso coração, para ter comunhão e adorar Aquele que conquistou nosso coração. Mas, se Ele era digno então para ser o nosso tudo em todos, Ele também é digno agora, pois, “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”.
Você não pode ver o Sol, senão pela sua própria luz; nem pode ver a Cristo senão pela Sua própria luz, isto é, pelo Espírito Santo por meio das Escrituras.
Do conhecimento mais claro ao amor mais profundo, e do amor mais profundo à comunhão mais íntima! Essa, Senhor, é a nossa oração – o nosso desejo sincero!
J. T. Mawson
Pés Como os das Cervas
Para aqueles no mundo moderno, a expressão “pés como os das cervas” pode parecer um pouco antiquada. No entanto, um cervo é um veado, e a expressão nos lembra a capacidade do veado de saltar sobre muitos obstáculos em seu caminho. É bem sabido que, se os proprietários ou jardineiros desejam manter os veados fora de sua propriedade, eles têm que construir cercas altas, pois esses animais são capazes de pular cercas comuns com bastante facilidade. No entanto, o Senhor tem uma lição para nós ao mencionar os pés de cerva em Sua Palavra, e Ele menciona essa frase três vezes – 2 Samuel 22:34, Salmo 18:33 e Habacuque 3:19.
Em todos os três casos, a referência tem a ver com a capacidade do veado de superar obstáculos simplesmente saltando sobre eles. Davi estava acostumado a sérias dificuldades em sua vida antes de se tornar rei, e ele relata tudo isso em 2 Samuel 22, que é, palavra por palavra, o mesmo que o Salmo 18. Depois que o Senhor o livrou de todos os seus inimigos, Davi regozija-se quando olha para trás e vê como o Senhor o fortaleceu e o ajudou durante aqueles tempos difíceis. Nesses dois cânticos de louvor, Davi é também uma figura de Cristo num dia vindouro, quando Ele derrubará todos os Seus inimigos e governará em justiça sobre este mundo, no Milênio. Mais tarde, quando Habacuque escreveu, ele provavelmente estava familiarizado com os salmos de Davi, pois ele escreveu várias centenas de anos depois que Davi viveu. Por causa de seu pecado, Deus podia levantar os caldeus, “nação amarga e apressada” (Hc 1:6), mas apesar do julgamento de Deus, a promessa era que “o justo, pela sua fé, viverá” (Hc 2:4). Então os piedosos seriam capazes de confiar em Deus, apesar dos resultados do julgamento. Deus os capacitaria a ter “pés como os das cervas” e desfrutar da bênção dos lugares altos de Deus.
Elas superam obstáculos
O veado não pode, é claro, saltar sobre todos os obstáculos em seu caminho; há algumas coisas que o impedem. No entanto, é capaz de saltar sobre um bom número de coisas, e especialmente quando está tentando fugir de predadores. Da mesma forma, o próprio Senhor nos encoraja, como Cristãos, a ter pés como “pés como os das cervas” e a superar as dificuldades da vida aqui abaixo. Quando salta sobre um obstáculo, o veado deve, é claro, descer do outro lado, mas em todas as três referências apontadas, o fiel é colocado em suas alturas e pode até andar nessas alturas. Você não precisa cair e chocar-se do outro lado!
Essa preciosa verdade é trazida ainda mais vividamente em foco quando consideramos a verdade no ministério do apóstolo Paulo, no Novo Testamento. O crente do Velho Testamento pode ter tido fé em Jeová, e em um dia vindouro os piedosos em Israel durante a grande tribulação também serão capazes de superar suas sérias dificuldades naquele dia. No entanto, nada disso se compara ao que temos como crentes hoje – um chamado celestial!
Lugares celestiais
Efésios 2:4, 6 diz que “Deus … nos ressuscitou juntamente com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”. Essa é a nossa posição, mas então, somos exortados a tomar esse lugar aqui de forma prática, e viver no benefício que ele provê. Cristo é a nossa cabeça no céu, e a nossa casa é onde Ele está. Ele quer que vivamos acima das circunstâncias pelas quais estamos passando, enquanto, ao mesmo tempo, aprendemos com essas dificuldades as lições que Ele procura nos ensinar. Ainda não estamos corporalmente nos lugares celestiais, mas pela fé podemos desfrutar das coisas celestiais como se estivéssemos lá. O Espírito de Deus, que habita em todo verdadeiro crente, procura levar nossa mente e coração a Cristo em glória, e assim Paulo poderia dizer aos colossenses: “Se, pois, fostes ressuscitados com o Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde o Cristo está sentado à direita de Deus: tende a mente nas coisas que são de cima, não nas coisas que estão na Terra” (Cl 3:1-2 – JND).
Os “cuidados desta vida” nem sempre são fáceis de superar, pois alguns deles podem ser muito sérios e muito difíceis. Uma vez que o crente segue um Cristo rejeitado, ele não pode esperar um caminho fácil por este mundo. Mas nosso bendito Mestre trilhou o caminho antes de nós, e Ele quer nos dar aqueles “pés de cerva” para nos capacitar a nos elevar acima de tudo e desfrutar daquelas “alturas”, nos lugares celestiais, onde Cristo está. Cristo Se santificou a Si mesmo (Jo 17:19); Ele Se separou deste mundo e está agora ressuscitado e assentado à direita do Pai. Agora Ele nos chama também a sermos “santificados pela verdade” (Jo 17:19 – JND).
É um privilégio caminhar por este mundo com os “pés de cerva” e poder elevar-se acima de tudo o que está ao nosso redor, sejam quais forem as dificuldades do caminho ou as atrações deste mundo. A energia humana não pode fazê-lo; somente pela fé e com a energia do Espírito Santo podemos ter força para fazê-lo.
W. J. Prost
Fazei Veredas Direitas para os Vossos Pés
“Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado” (Hb 12:12-13). Que grande oportunidade temos hoje para a realização prática dessa importante pequena exortação! Por todos os lados podem ser vistas mãos cansadas, joelhos desconjuntados e peregrinos coxos espalhados na estrada para o céu.
Não é como quando em triunfo, Moisés pôde revistar seus 600.000 guerreiros, bem-dispostos sobre o Mar Vermelho, e descobrir que “entre as suas tribos não houve um só enfermo” (Sl 105:37), mas sim como quando ele os contemplou, no meio do deserto, as tristes testemunhas da desobediência e incredulidade deles, abatidas e reclamando como aqueles que “desprezaram a terra aprazível” (Sl 106:24). De fato, a fraqueza deles os marcava, e os que coxeavam eram vistos em todos os lados. Deve ter sido um triste espetáculo para seu líder, embora ele suportasse com paciência dada por Deus suas muitas rebeliões!
Assim é hoje! Quão diferente é o aspecto da Igreja do belo quadro que ela apresentou nos capítulos iniciais de Atos. Então tudo estava no frescor e no florescimento e vigor de uma fé viva, atuante e que honra a Deus. O mundo foi mantido do lado de fora pela força do fogo inerente que queimava dentro; consequentemente, eles andaram “no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo” (At 9:31) e “se multiplicavam”. Havia gigantes naqueles dias, gigantes na fé, devoção e poder, justamente porque o coração estava em seu frescor, aquecido e verdadeiro.
Nada para se orgulhar
Eles não podiam se orgulhar de aprender; não, seus principais mestres, Pedro e João, eram considerados, pelos principais sacerdotes, como “homens iletrados e indoutos [ignorantes – KJV]”, e eram, sem dúvida, ignorantes da sabedoria deste mundo e do aprendizado escolar. Mas a falta foi maravilhosamente contrabalançada pelo conhecimento de alguns fatos eternos, tornando-os testemunhas oculares da vida e morte, ressurreição e ascensão do Senhor Jesus, mantidos em poder vivo na alma pela oração e fidelidade intransigente. O pouco que tinham foi usado corretamente e produziu um resultado esplêndido.
Graças a Deus por tal graça – um pão de cevada de Gideão ou uma funda e pedra de Davi; se apenas Deus estiver presente tudo é suficiente. Deixando de lado a armadura de Saul e tudo o que lhe pertence, quando as batalhas do Senhor devem ser travadas. Deus não quer poder ou sabedoria, a não ser os Seus, e sábios são aqueles que, mesmo neste dia tardio, acreditam e agem de acordo com eles.
Isso é poder, e Aquele que estava com o Seu povo de antigamente ainda está com o Seu povo. O florescimento pode ter desaparecido, mas Cristo permanece. As circunstâncias podem ter mudado, mas a Palavra e o Espírito permanecem. Agora, o chamado é que devemos levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados. Deus nos chama a agir em graça uns para com os outros.
As muitas necessidades e oportunidades
Olhe em volta para a “grande multidão de pessoas impotentes” que incham as fileiras da Igreja; olhe para o campo de batalha e veja o vasto número de feridos e mutilados, e pergunte a si mesmo se este é um dia para esmurrar ou para empurrar uns aos outros para fora do caminho.
Não, devemos vigiar tão corajosamente que nossa evidente alegria e bênção possam fazer com que os fracos sintam que é também sua própria porção garantida; assim, força e cura lhes serão administradas em vez de desânimo. Mas, para fazer isso, deve haver uma ocupação pessoal com Deus. Nossa própria alma deve estar se alimentando daquilo que a eleva acima das perplexidades do dia – alimentando-se da própria Palavra de Deus e não de pensamentos humanos sobre ela. E assim, em vez de afastar as almas de sua fonte de bênção, elas serão firmadas e consoladas. É o amor que nos leva à consideração dos fracos e coxos. Tais pessoas aumentam em número por todos os lados, e isso cada vez mais.
Que nosso coração seja atraído mais para os coxos, nas entranhas de Jesus Cristo, e seja capacitado para mostrar que a Igreja é algo mais do que um campo de batalha e controvérsia, algo mais do que uma escola para a aquisição de doutrina – que ela tem a verdade como uma questão de gozo, e que existe algo como “comunhão … com o Pai e com Seu Filho” – o privilégio mais rico e precioso da Terra – em si mesmo sempre um testemunho distinto de triunfo sobre o inimigo.
J. W. Smith
Lavar os Pés dos Discípulos
“Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13:1).
Os fiéis em Cristo Jesus, reunidos do mundo para ter sua porção com Ele, são aqueles a quem Jesus chama “Seus”. Ele é deles, e eles são d’Ele. Seu amor por eles nunca acaba. Ele os amou enquanto estava no mundo com eles; Ele os ama também enquanto está com o Pai – e eles ainda estando no mundo.
Assim como o amor de Cristo pelos Seus continua, também o Seu serviço continua em qualquer forma que Ele veja que precisamos dele. Não necessitamos de algum serviço que já temos: nesse somos perfeitos; Outros serviços nós ainda precisamos e Cristo os ministra a nós em amor.
Completo n’Ele
A Palavra de Deus traz salvação por meio de Cristo a todos os que creem, e eles são completos n’Ele. E assim diz o Apóstolo: “E estais perfeitos n’Ele, que é a Cabeça de todo principado e potestade; no Qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo; Sepultados com Ele no batismo, n’Ele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que O ressuscitou dos mortos; E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com Ele, perdoando-vos todas as ofensas” (Cl 2:10-13). Em toda essa bênção permanente, os santos de Deus são eternamente estabelecidos: Esses são os que são Seus, a quem Ele ama até o fim, e cujos pés Ele lava enquanto estão no mundo. Nisso, a liberdade com Ele é mantida, e a comunhão com Ele é desfrutada. Aquele que é vencido por uma falta é restaurado. Como a palavra de Sua salvação trouxe libertação aos Seus, pelo poder de Deus, quando estavam em um estado totalmente impuro na carne, assim a palavra de Sua graça nos traz libertação quanto à nossa caminhada, no lavar dos nossos pés. Ele lava os nossos pés para que possamos andar dignos de Deus (1 Ts 2:12). “Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8).
A necessidade dos que pertencem a Cristo de terem os pés lavados não lhes tira a santa condição de serem limpos em tudo, mas tampouco o fato de estarem limpos permite um andar impuro. Isso seria transformar a graça do nosso Deus em dissolução (libertinagem – ARA). Veja Judas 4.
Nem todos estais limpos
Em Judas Iscariotes aprendemos, não o fracasso na caminhada de alguém perfeito em Cristo, mas a horrível condição de um homem totalmente impuro: “Ora, vós estais limpos, mas não todos; porque bem sabia Ele quem O havia de trair; por isso, disse: Nem todos estais limpos” (Jo 13:10-11). Judas não tinha fé no Filho de Deus. Não se podia dizer que Judas não precisava de nada, a não ser ter somente os pés lavados, porque ele era impuro em tudo. A Palavra da vida não tinha lugar nele; aqui o Senhor nos ensinaria que o fundamento da bênção não é pela associação com pessoas, mas apenas pela fé n’Ele. Um homem fraco na fé não trairia a Cristo para o ganho deste mundo; um homem sem fé O trairia. Um sabe que não poderia ficar sem Ele; o outro não vê nenhum valor n’Ele. Um é limpo e o outro não. “Se não crerdes que Eu Sou, morrereis em vossos pecados” (Jo 8:24).
Jesus lhes lavou os pés
Depois que Jesus lavou os pés deles, tomou Suas vestes, e Se assentou outra vez, disse-lhes: “Entendeis o que vos tenho feito?”. Devemos entender, na presença de nosso Senhor, a bênção que recebemos de Suas mãos; é para a glória de Jesus que devemos conhecê-la, e nosso futuro serviço a Ele está ligado a isso. Nosso Senhor e Mestre pede o serviço de uns para com os outros, de acordo com o padrão de Seu próprio amoroso serviço a nós mesmos. “Vós Me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque Eu o sou. Ora, se Eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque Eu vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13:14-15). Quando recebemos bênçãos de Cristo para nós mesmos, Ele nos ensina nisso a ser uma bênção para outros, e isso quer dizer, lavando os pés uns dos outros, sabendo que Ele lavou os nossos. Que exemplo nosso Senhor nos deu nisso! Ele deixou de lado Suas vestes e tomou uma toalha e cingiu-Se, e assim, lavando os pés uns dos outros, devemos nos apresentar como servos uns dos outros em amor. Jesus manifestou-Se de tal modo aos Seus discípulos, servindo-os, que Pedro logo exclamou: “Senhor, tu lavas-me os pés a mim?” e acrescentou: “nunca me lavarás os pés”. Foi um ato de humildade tão surpreendente que Pedro estava relutante a ver seu Senhor agir assim por ele, até que ele aprendeu a necessidade e a bênção disso. Assim devem agir os servos de Cristo, em seu serviço de amor uns para com os outros, atraindo bênçãos d’Ele em poder purificador de todo caminho imundo, orando uns pelos outros e exortando uns aos outros. Em todo esse serviço, nosso amor deve estar na verdade, como diz o apóstolo João: “O ancião à senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade; por amor da verdade que está em nós e para sempre estará conosco” (2 Jo 1-2). Os irmãos no Senhor são os de Cristo, amados por Ele e purificados n’Ele, e tudo o que é d’Ele neles, deve ser amado neles, e nisso o Espírito Santo – o Espírito da verdade – O glorifica.
Observe, enquanto Ele lavava os pés deles, Ele disse a Pedro: “O que Eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois”. Por meio disso, o nosso Senhor tornou conhecida outra lavagem, também evidenciada pelo que Pedro Lhe disse: “Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. Essa lavagem não é a purificação da pessoa ou o perdão de todos os seus pecados, como declarado por nosso Senhor, dizendo a Pedro: “Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo”. Aqui toda a purificação de Seu povo é descrita; eles são comparados àquele que acabou de sair do banho e está perfeitamente limpo. No entanto, sabemos que seus pés podem se tornar contaminados naquele momento, e esse é precisamente o nosso caso. Eu agora falo de crentes, e Cristo comparece na presença de Deus por nós. Isso prova que Ele removeu para sempre todos os nossos pecados; por isso Ele veio ao nosso mundo e esteve na sepultura. Sua ressurreição e agora apareendo na presença de Deus são, eu digo, provas suficientes de que Ele removeu para sempre da vista de Deus todos os nossos pecados. Seu sangue está em lugar de nossos pecados, pelo qual eles foram removidos em todos os detalhes, mas nossos pés são continuamente contaminados. Vivemos num mundo impuro; e temos ainda nossa natureza terrenal. Satanás e o mundo agem sobre ela, e qual é a consequência?
A remoção da contaminação
Isso nos incomoda. A contaminação obscurece a glória para a qual somos chamados. Interrompe nossa comunhão com Deus e a bem-aventurança da comunhão com Cristo e o Pai. Essa é a contaminação de nossos pés, que precisamos lavar continuamente, mas porque temos uma parte com Cristo, embora agora em Sua glória, Ele nunca deixa de lavar nossos pés. Como Ele os lava? Removendo da nossa mente e consciência tudo o que interrompe a nossa comunhão com Deus e a Sua glória e bem-aventurança.
Sim, temos comunhão com Ele em Sua glória presente, mas uma mente e consciência contaminadas interrompem seu conforto e bem-aventurança. “Deus ... [disse Paulo em Efésios 2] nos vivificou juntamente com Cristo, ... e nos ressuscitou juntamente com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Somos semelhantes aos sacerdotes que serviam no pátio do templo e tinham entrada livre no lugar santo. Eles nunca foram removidos do seu serviço. Por quê? Porque eles haviam sido lavados e vestidos ao serem preparados para o serviço. Não havia necessidade de repetir isso, nem qualquer renovação do seu direito ao seu ofício sagrado. Mas suas mãos e pés estavam continuamente contaminados pelo sangue dos sacrifícios.
Então o que deviam fazer? Sem se afastar do lugar e do ofício deles; provisões foram feitas para purificá-los. A pia foi colocada entre o altar de bronze e o lugar santo, na qual lavavam as mãos e os pés, e então serviam dentro do véu. Esse, queridos irmãos, é precisamente o nosso caso. “Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes”.
Bible Subjects for the Household of Faith, vol. 1, 1863 (adaptado)
A Poeira dos Vossos Pés
Uma coisa muito importante é aconselhada no início de Mateus 10. Ao enviar os doze, Ele lhes disse para curar os enfermos e pregar o reino de Deus. Deviam curar doenças e alertar o mundo para as reivindicações de Deus. Mas teria Deus vindo ao mundo, trazendo salvação, a fim de abrir mão de Seus próprios direitos para atender às necessidades do homem? Ele não poderia fazê-lo, e nós, em sã consciência, não poderíamos desejá-lo. A glória do evangelho é que Ele é glorificado enquanto nós somos salvos. Poderíamos desfrutar de um roubo? Seria roubo, se pudéssemos obter uma bênção que retirasse a glória de Deus. Recebemos isso na cruz, se entendermos isso da maneira correta. A glória do evangelho é que Deus possa ser Justo, e ainda o Justificador daquele que crê em Jesus. Temos uma amostra disso aqui. Ele disse aos discípulos, então, para não levar com eles nem alforge, nem dinheiro, nem pão: “Vocês estão saindo com a Minha mensagem; confiem em Mim. Quem jamais milita à sua própria custa? Cuidarei das vossas necessidades, e quanto a vós, que a vossa mansidão seja conhecida de todos”. Então, “Se ninguém vos receber ... sacudi o pó dos vossos pés”. Embora haja uma graciosidade associada ao ministério Cristão, há uma solenidade também. O Senhor deseja que esse caráter seja associado ao Cristão. Vemos isso em Paulo, em Antioquia, quando ele sacudiu o pó dos seus pés e foi a Icônio, e vemos isso em Neemias, quando ele sacudiu suas vestes e disse: “Assim o faça Deus, sacuda de sua casa e de seu trabalho a todo homem que não cumprir esta promessa” (Ne 5:13 – ARA). Há uma constelação de glórias, não só no caráter, mas no estilo do ministério do Senhor.
J. G. Bellett
Os Pés de Nosso Senhor no Monte das Oliveiras
Em Zacarias 14:4, temos uma das previsões mais notáveis encontradas nas Escrituras proféticas: “E, naquele dia, estarão os Seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul”. Foi do monte das Oliveiras que nosso Senhor subiu ao céu (At 1:12) e uma nuvem O recebeu, ocultando-O aos olhos dos discípulos, e enquanto eles ainda olhavam fixamente pasmados para o Senhor que partia, dois anjos lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir” (At 1:11). Nenhuma palavra poderia ser mais precisa ou afirmar mais definitivamente que o próprio Jesus deveria retornar à Terra, e isso de uma maneira visível. Agora apreendemos de Zacarias que Ele retornará ao mesmo lugar de onde subiu, e que os mesmos pés que uma vez pisaram o Monte das Oliveiras, em companhia de Seus discípulos, estarão novamente no mesmo lugar. Não é preciso nenhuma habilidade para explicar as simples palavras: “estarão os Seus pés sobre o monte das Oliveiras”, e desta forma, como alguém apontou, “Jeová Se identifica, por assim dizer, com o Manso e Humilde Jesus anteriormente na Terra, a fim de que a identidade do Salvador e de Jeová seja claramente reconhecida”.
As nações tremem em Sua presença
Mas quando Jeová assim vier na Pessoa do Messias, Ele virá com poder e grande glória; a Terra reconhecerá a presença de seu legítimo Senhor, e assim o monte em que Ele estará se partirá ao meio. Como lemos no Salmo 18:7: “Então, a Terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto Se indignou”. Assim será novamente naquele grande dia. O efeito será que um grande vale será formado por metade da montanha removida para o norte, e metade para o sul, correndo para leste e oeste, sua extremidade ocidental sendo imediatamente oposta ao lado leste da cidade de Jerusalém, e sua extremidade oriental terminando, ao que parece, em Azel. Isaías clama: “Ó! Se fendesses os céus e descesses! Se os montes se escoassem diante da Tua face! Como quando o fogo inflama a lenha e faz ferver as águas, para fazeres notório o Teu nome aos Teus adversários, assim as nações tremessem da Tua presença! Quando fazias coisas terríveis, que não esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da Tua face” (Is 64:1-3). Assim será também naquele dia de que fala Zacarias, e as maravilhas que fluem da presença do Senhor aterrorizarão o coração dos que isso contemplarão, pois eles fugirão como fugiram antes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá.
O profeta não analisa esse aspecto do seu assunto. Jeová vem, e coloca Seus pés sobre o monte das Oliveiras, e Ele assim renova Seu relacionamento com Judá, ou pelo menos com o remanescente, de quem os discípulos (que viram seu Senhor ascender e que receberam a promessa de vê-lo retornar) eram os representantes. Ele agora recomeça (a segunda parte do capítulo começando neste ponto) com a vinda do Senhor. Ele diz, como se dirigindo a Jeová: “virá o SENHOR, meu Deus, e todos os santos Contigo” (Zc 14:5). A introdução dos santos como acompanhantes ou formadores da comitiva de Jeová é uma característica adicional, e o leitor instruído verá nisso uma notável confirmação do que aprendeu sobre a vinda do Senhor no Novo Testamento. Aqui, como é o Seu retorno a Israel, é a Sua manifestação pública, quando todo olho O verá, e quando, portanto, como Zacarias afirma, os santos virão com Ele. Se, no entanto, os santos glorificados retornam com Cristo, eles devem ter sido arrebatados para estar com Ele anteriormente, e isso é o que as Escrituras do Novo Testamento ensinam. Assim, em 1 Tessalonicenses 4, aprendemos que quando o Senhor descer do céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, tanto os santos adormecidos quanto os vivos serão arrebatados nas nuvens para encontrar o Senhor nos ares, e assim estarão sempre com o Senhor. Aqui em Zacarias e Isaías não há a questão do arrebatamento de qualquer ser; o Senhor vem aos Seus na Terra para socorrê-los e para uma salvação temporal. Isso mostra a diferença entre a esperança da Igreja e a esperança de Israel. Os crentes agora esperam diariamente para serem arrebatados para encontrar com Cristo e, portanto, depois, “quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então, também vós vos manifestareis com Ele em glória” (Cl 3:4), enquanto o remanescente crente, no dia de que o profeta fala, aguardará a vinda do Messias em glória, conforme descrito neste capítulo.
E. Dennett
As Glórias de Cristo: Todas as Coisas Colocadas Sob Seus Pés
Salmo 8; Hebreus 2:5-9
A supremacia de Cristo na era vindoura abre diante de nós as benditas consequências de Sua humilhação e morte na cruz. Por exemplo, lemos em Filipenses 2: “[Ele] humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus O exaltou soberanamente e Lhe deu um [ou ‘o’] nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na Terra, e debaixo da Terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:8-11).
Céu, Terra e debaixo da Terra
No Salmo 8, Seu domínio não parece ir mais longe do que toda a Terra, mas quando chegamos à epístola aos Efésios, é evidente que o círculo é ampliado para incluir coisas no céu, bem como coisas na Terra. De acordo com isso, “para a administração da plenitude dos tempos; encabeçar todas as coisas em o Cristo, as coisas nos céus e as coisas na Terra” (Ef 1:10 – JND). Então, também, se nos referirmos novamente a Filipenses 2, descobrimos que as coisas debaixo da Terra devem ser submetidas a Cristo. Não haverá fim dos limites de Seu domínio, pois nada é excluído, como Paulo ensina, exceto Ele, Deus Pai, que sujeitou todas as coisas a Ele (1 Co 15:27).
Isso nos ajudará a entender o significado das palavras: “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Ef 4:10), pois quando todas as coisas do universo forem colocadas sob Seus pés, Ele certamente inundará a todos com a luz e a bem-aventurança de Sua própria glória.
Do vasto universo de bem-aventurança,
Tu és o Centro e o Sol;
O eterno tema de louvor é este,
Para o Amado do céu:
Digno, ó Cordeiro de Deus, és Tu
Que todo joelho a Ti se dobre.
A fonte
Existem várias Escrituras que revelam a fonte dessa entrega de todas as coisas a Cristo. O apóstolo João, guiado pelo Espírito de Deus, diz: “O Pai ama o Filho e todas as coisas entregou nas Suas mãos” (Jo 3:35). João revela diretamente o deleite do Pai no Filho como a origem e manancial dessa entrega. Essa satisfação divina no Filho é notavelmente ilustrada em outra Escritura, como também o deleite do Filho no Pai. Respondendo aos judeus que procuravam matá-lo, “porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era Seu próprio Pai, fazendo-Se igual a Deus”; o Senhor disse: “o Filho nada pode fazer de Si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que Este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama o Filho, e Lhe mostra tudo o que faz” (Jo 5:18-20 – ARA). É verdade que é de Cristo como o Filho que estas coisas são ditas, mas certamente é do Filho como Se tornado Homem. Foi por causa do agrado do Pai em Seu amado Filho que Ele decretou que todas as coisas fossem colocadas debaixo de Seus pés.
Há dois fundamentos para a atribuição a Cristo dessa supremacia universal. Em primeiro lugar, foi a resposta de Deus à rejeição do homem. Sim, foi por meio dos sofrimentos da cruz que Cristo alcançou o Seu trono. É por isso que em Apocalipse 5, onde o Senhor toma o livro da mão direita d’Aquele que estava sentado no trono, Ele é visto como “um Cordeiro, como havendo sido morto”. O aspecto apresentado, no entanto, no Evangelho de João é que o dom procede do coração do Pai de acordo com Seus conselhos eternos para a glória de Seu Filho amado. Portanto, o Filho do Homem deve ser levantado antes que Ele possa tomar Sua herança. Que tema para meditação! E quão claro é que todos os pensamentos de Deus giram em torno de Seu Filho amado!
Os vários passos
Os vários passos que o Senhor dá antes de assumir Sua herança são apontados muito claramente em Hebreus 2, onde o Salmo 8 é citado, interpretado e aplicado. Aqui está toda a passagem: “Porque não foi aos anjos que Deus sujeitou o mundo vindouro, de que falamos. Mas em certo lugar testificou alguém dizendo: Que é o homem, para que Te lembres dele? ou o filho do homem, para que O visites? Fizeste-O um pouco menor que os anjos, de glória e de honra O coroaste, todas as coisas Lhe sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que Lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que não Lhe fosse sujeito. Mas agora ainda não vemos todas as coisas sujeitas a Ele; vemos, porém, Aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, Jesus, coroado de glória e honra, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 2:5-9 – AAIB).
O objetivo do Apóstolo é mostrar que, de acordo com o Salmo 8, o mundo vindouro é colocado sob o domínio do homem, não dos anjos. Então é dito, “Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas”. Como, então, o salmo deveria ser cumprido? Isso ele continua para demonstrar: “vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”. Jesus, então, é o Homem, o Filho do Homem (que Adão não era), sob O qual todas as coisas devem ser colocadas.
São dados agora os passos pelos quais Cristo, como Filho do Homem, alcança Sua supremacia. A primeira delas é a Sua encarnação, expressa em linguagem marcante: “Feito um pouco menor que os anjos”. Isso só poderia se aplicar à forma que nosso bendito Senhor teve o prazer em assumir, quanto ao Seu corpo que Deus Lhe havia preparado. Paulo nos diz que, na quando veio a este mundobendita humilhação do nosso Senhor, desde a mais alta altura até a mais baixa profundidade, Ele tomou sobre Si a forma de um Servo (Fp 2). Certamente, então, Ele foi feito um pouco menor do que os anjos, e nosso coração pode muito bem deter-se para admirar e adorar, quando pensamos nesta graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, embora Ele fosse rico, ainda por nossa causa Se tornou pobre, para que nós, por meio de Sua pobreza, pudéssemos ser ricos.
O sofrimento da morte
O próximo passo é manifestamente a Sua morte: “Feito um pouco menor do que os anjos ... para que ... provasse a morte”. Havia duas razões para o sofrimento da morte no caminho do Senhor, para Sua exaltação e supremacia no mundo vindouro. Em Hebreus 1, lemos que Ele foi nomeado “herdeiro de tudo” e, portanto, era uma necessidade divina que Ele assumisse todas as responsabilidades que recaíam sobre Sua herança antes que Ele pudesse tê-la. Isso, de fato, está implícito na frase do versículo 9 de Hebreus 2 – “para que [Ele], pela graça de Deus, provasse a morte por todos [todas as coisas – JND]” – não apenas por todo homem, mas também por tudo o que compôs Sua herança. Em Colossenses 1:20 também é encontrado a outra razão, a primordial e mais importante, o fundamento para o sofrimento da morte – “havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz”, por meio da glorificação de Deus a respeito do pecado que estava no mundo. Sobre esse fundamento, Deus pode justamente entrar e trazer tudo de forma adequada a Si mesmo, para que Ele possa descansar em perfeita satisfação e deleitar-se em toda a cena que foi sujeitada a Cristo e sobre a qual Ele irradiará com o esplendor de Sua glória.
“Convinha a Ele”
Uma ou duas palavras podem ser dadas sobre a notável conexão desta Escritura. Depois de dizer “para que [Ele], pela graça de Deus, provasse a morte por todos”, o apóstolo prossegue: “Porque convinha que Aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação deles” (v. 10). O ponto significativo é a introdução dos “muitos filhos” a quem Deus está trazendo à glória, em conexão com “todas as coisas”, abrindo assim todo o escopo dos propósitos de Deus, seja em relação a “todas as coisas” ou aos “muitos filhos” que estão sob a liderança do Príncipe da salvação deles. Não podemos duvidar que isso seja para ensinar que era necessário, para a glória de Deus na realização de Seus propósitos (“convinha a Ele”), que o Senhor Jesus passasse pelo sofrimento da morte. Foi assim que uma base imutável foi colocada para o estabelecimento do universo de bem-aventurança, onde toda a glória de Deus será manifestada e onde Cristo será o Centro e o Sol de todos. Também observamos a associação e identificação de Cristo com os “muitos filhos” como outra razão de Ele ter sido aperfeiçoado por meio de sofrimentos, pois tanto “O que santifica como os que são santificados, são todos de Um; por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar irmãos”.
E. Dennett (adaptado)
Ferro e Barro
Sem dúvida, muitos Cristãos, cercados por várias comoções e conflitos entre os governantes da Terra e aqueles que são governados, voltaram seus olhos para a Escritura para ver se isso dá alguma chave para a causa dessas contendas.
Felizmente, somos desobrigados por Deus de tomar qualquer parte na política do mundo. “Pois a nossa pátria [cidadania] está nos céus” (Fp 3:20 – TB), e não podemos ser cidadãos de dois lugares ao mesmo tempo. Devemos renunciar a um antes de podermos assumir o outro. Deus nos livrou da cidadania terrenal e nos deu a do céu. Isso também é visto na divisão da humanidade em judeus, gentios e a Igreja de Deus (1 Co 10:32), “a Igreja de Deus” é distinta dos judeus e dos gentios, dentre os quais ela é formada.
Os judeus sob os romanos
Sem dúvida, alguns teriam ficado satisfeitos se tivessem recrutado nosso Senhor, quando na Terra, para defender a causa dos judeus contra a dominação dos romanos. Em certa ocasião, relataram-Lhe como Pilatos cometera a grave profanação de misturar o sangue de alguns galileus com seus sacrifícios. Foi um evento que foi bem calculado para despertar o espírito de um patriota judeu. Mas nosso Senhor imediatamente desviou a atenção deles da indignação por causa de Pilatos para o pecado dos galileus, e dali para o de Seus ouvintes: “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lc 13:3). O povo não se arrependeu, e pereceu com a destruição de Jerusalém pelo mesmo poder romano. Pilatos pode ter abusado de seu poder, como sabemos que ele fez ao condenar nosso Senhor, mas foi uma parte dos tratamentos de Deus que os judeus estivessem sujeitos aos romanos naquela época.
Isso é visto ainda mais quando os fariseus e os herodianos tentaram enredar o Senhor em Sua fala perguntando: “que Te parece? É lícito pagar tributo a César ou não?” Se Ele dissesse: Sim, como Ele poderia ser um bom judeu? E se Ele dissesse: Não, eles teriam algo para acusá-Lo ao governador. O dinheiro que as pessoas estavam usando resolveu a questão no que diz respeito aos romanos. A inscrição no dinheiro foi reconhecida como sendo de César. Então nosso Senhor lhes disse: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:15-22). Quão simples é a resposta, mas quão sábia! Há certas coisas, como tributo, costume, honra, obediência, etc., que são devidas a César. Que sejam dadas a ele; isso de modo algum entrará em conflito com o que é devido a Deus.
Nabucodonosor vê a imagem
A grande imagem, vista por Nabucodonosor e explicada por Daniel, aponta claramente para diferentes formas de poder governamental. A cabeça da imagem era de ouro fino; seus braços de prata, suas coxas de bronze, suas pernas de ferro e seus pés parte de ferro e parte de barro. Isso referia-se a diferentes reinos, e os reinos que sucedem ao primeiro são explicados como sendo “inferiores”.
Deve-se notar que Nabucodonosor, que foi descrito como “rei de reis”, foi declarado ser “a cabeça de ouro”. Ele era um soberano absoluto: “todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele; a quem queria matava e a quem queria dava a vida; e a quem queria engrandecia e a quem queria abatia” (Dn 5:19).
Essa é a forma de governo que Deus compara ao ouro. O povo tinha simplesmente que obedecer; a responsabilidade do que era ordenado caía sobre o monarca, e como sabemos, Deus o chamou para prestar contas e o puniu severamente.
Os dez chifres (Dn 7:7) concordam exatamente com os dez dedos da grande imagem. A maneira como os imperadores eram frequentemente organizados pelo exército, as disputas que tinham com o povo e a morte violenta que muitos deles sofreram, são vividamente retratadas pelo que lemos sobre o ferro e o barro: “E, quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro” (Dn 2:41-43).
O ferro e o barro
Certamente esta é uma imagem verdadeira do que vemos ao nosso redor. O ferro talvez represente os que estão no poder, enquanto o barro representa o povo. Deus nos diz que eles “não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro”. Não precisamos nos admirar, então, com os conflitos que existem em tantos lugares. Deus nos advertiu a respeito disso. Lemos sobre alguns no Novo Testamento que “desprezam as dominações” e “não receiam blasfemar das autoridades” (2 Pe 2:10); e mesmo alguns dentro da igreja professa “desprezam a dominação e maldizem as dignidades” (Jd 8 – TB), usurpando uma autoridade que até mesmo os anjos que se destacam em força não se atreveriam a fazê-lo. Tal é o homem em seu orgulho; e ainda assim ele é apenas “barro de lodo” (Dn 2:41).
Graças a Deus, que em meio a todas as contendas ao redor, o dever do Cristão é simples, e o espírito que ele deve manifestar é claramente revelado na Escritura. “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação” (Rm 13:1-2).
Isso foi escrito para os Cristãos em Roma por volta de 59 d.C., quando Nero era imperador, o que deixa claro que a determinação para obedecer às “autoridades que há” não tinha nada a ver com o caráter do governante. Nero era um homem notoriamente perverso, e ainda assim era verdade quanto a ele que “as autoridades que há foram ordenadas por Deus”. Todos os governantes são, é claro, responsáveis perante Deus pela forma como governam o povo, enquanto é dever do povo obedecer àqueles a quem Deus ordenou.
Uma exceção
Há, como sabemos, uma exceção à obediência às autoridades civis, ou seja, quando suas ordens se chocam com o que Deus nos ordenou a fazer. Pedro, quando ordenado pelos governantes de Israel a não falar nem ensinar em nome de Jesus, disse: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus. Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4:19-20). Em outra ocasião, ele disse: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29). Em ambas as ocasiões, foram os governantes religiosos que ordenaram que eles ficassem em silêncio, mas houve casos em que os poderes civis deram ordens semelhantes.
Isso de forma alguma colide com a instrução geral de obedecer aos que têm autoridade. E essa regra simples é uma grande bênção. Muitos do amado povo de Deus, não vendo isso, se misturam nas várias questões políticas e se consideram competentes para julgar o que os governantes fazem e, assim, se envolvem com todas as questões políticas do dia, em grande detrimento de seu progresso espiritual.
Como vimos, nossa cidadania está no céu, e Deus graciosamente nos aliviou de todo cuidado e ansiedade quanto aos assuntos nacionais. Não temos nada a ver com eles: pertencemos a outro país e somos apenas estrangeiros e peregrinos aqui. E o que os estrangeiros e peregrinos têm a ver com a política da terra pela qual estão passando, na qual se hospedam, mas à qual não pertencem?
Que Deus abra os olhos de todo o Seu amado povo para ver essa liberdade feliz que Ele trouxe para eles, e que eles andem como um povo celestial, assim como o próprio bendito Senhor andou quando Ele pisou nesta Terra. Será certamente para a Sua glória e para a própria bênção do Seu povo.
Things New and Old Vol. 33
Obstáculos à Comunhão
Quando as afeições estiverem esfriadas, ainda que não haja nada que perturbe a consciência, haverá grave obstáculo à comunhão com Cristo. Nessas ocasiões, o serviço de lavar os pés vem para remover o obstáculo.
Na Escritura encontramos que a água é frequentemente usada como um símbolo do efeito purificador da Palavra de Deus. Na conversão, a Palavra é aplicada pelo poder do Espírito, produzindo uma mudança completa e comunicando uma nova natureza. Isso altera completamente os pensamentos, palavras e ações do crente. Essa mudança é expressada pelas palavras do Senhor: “Aquele que já se banhou, não tem necessidade de lavar senão os pés, porém está todo limpo” (Jo 13:10 – TB).
Não pode haver repetição dessa grande mudança. No entanto, aqueles que estão todo limpo podem muitas vezes ficar sem ânimo. Como os pés dos viajantes estão sujos e fatigados pelo pó da estrada, assim o crente, em contato com a rotina diária, os deveres da vida doméstica e as pressões dos negócios da vida, bem como o contínuo conflito com o mal, pode muitas vezes estar fatigado em espírito. Assim, ele é impedido de ter comunhão com Cristo em Suas coisas.
Não é que o crente tenha feito algo que a consciência levaria em conta, requerendo confissão e o trabalho do Advogado. Em vez disso, seu espírito está cansado e precisa ser revigorado. Cristo Se deleita em dar tal refrigério, se colocarmos nossos pés em Suas mãos abençoadas. Ele refrescará nossa alma, apresentando-Se diante de nós, em todas as Suas perfeições, por meio da Palavra.
Assim, também nos é dado o privilégio de lavar os pés uns dos outros – um serviço abençoado, não realizado procurando encontrar falhas uns nos outros, mas ministrando Cristo uns aos outros. Somente o ministério de Cristo trará refrigério a uma alma cansada.
Hamilton Smith
Quem Pode Lavar os Pés Outro
E aqui vamos observar, que quando nós mesmos estamos precisando ter nossos pés lavados, a fim de sermos restaurados, não é o momento para tentar lavar os pés de nossos irmãos. O próprio homem que iria aspergir a água da purificação sobre aquele que tinha sido contaminado por um corpo morto, deveria estar limpo (Nm 19). Se falhamos na vigilância em nossa caminhada, perdemos não apenas a comunhão como resultado, mas o grande privilégio de servir aos outros.
Christian Truth, Vol. 33
Tua Palavra – Meus Pés
Em uma noite escura e em uma estrada ruim, o valor da lâmpada para os pés será mais apreciado. Em um caminho plano com a plena luz do dia ninguém quer uma lâmpada, mas, diz o salmista, “Lâmpada para os meus pés é Tua Palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119:105). Pois andar direito no mundo não era fácil para ele. Ele precisava de luz divina para guiar seus passos, e na Escritura ele reconhecia, com alegria, que tinha essa luz. Além disso, ele se dirige a Deus com respeito à Sua Palavra, dizendo: “Tua Palavra”, e é uma alegria receber a Escritura como a Palavra dada por Deus, pessoalmente a nós.
Tua Palavra ... meus pés! Que alegria ter o “Tua” e o “meus” aqui! Muito pessoal é esse interesse na Palavra de Deus. E é assim que devemos nos ocupar com a Escritura. Precisamos receber a Palavra de Deus como luz para os nossos próprios pés para cada passo que damos. O mundo é um lugar de trevas; nosso caminho é difícil; podemos dar apenas um passo de cada vez corretamente, ao fazê-lo na luz que nos é dada pela lâmpada da verdade divina.
A “luz para meu caminho” é uma verdade muito graciosa. A luz assim dada não brilha muitos passos na frente de nossos pés, mas apenas longe o suficiente para nos preservar de armadilhas. Tudo ao redor pode ser trevas, mas há suficiente “luz para o meu caminho” para nos manter na jornada com segurança.
Evidentemente, o salmista fez uso da Palavra de Deus como seu guia. Às vezes, os homens saem à noite com uma lanterna escura; eles colocam a tampa sobre a luz. Mas, devemos fazer uso da luz se quisermos andar por ela, e, por mais escuro que pareça ser o nosso caminho, nunca deixaremos de receber a orientação de nosso Deus se humildemente nos dirigirmos à Sua Palavra, para que essa luz exiba quais devem ser os nossos passos na vida.
Faithful Words for Young and Old, vol. 16
Esteja Pronto para Ir
Parece que em Êxodo 12:11 os filhos de Israel estavam preparados para partir. “Assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão”. O que essa maneira de comer traz diante de nós? Quanto tempo o Cristão, supostamente, estará neste mundo? A posição Cristã é estar sempre pronto para sair. Ele não tem que cingir os lombos e calçar os sapatos, mas: “sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu Senhor” – esperando aquela palavra para partir.
Christian Truth, vol. 32
Os Pés dos Sacerdotes
“E aconteceu que, partindo o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levavam os sacerdotes a arca do concerto diante do povo. E, quando os que levavam a arca chegaram até ao Jordão, e os pés dos sacerdotes que levavam a arca se molharam na borda das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega)” (Js 3:14-15), e assim por diante; isto é, as dificuldades foram maiores naquele exato momento. O Jordão estava particularmente cheio. Portanto, era mais difícil atravessar naquele momento. Então, como foi que Deus supriu a dificuldade? “Pararam-se as águas que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade de Adã, que está da banda de Sartã; e as que desciam ao mar das Campinas, que é o mar Salgado, faltavam de todo e separaram-se; então, passou o povo defronte de Jericó. Porém os sacerdotes que levavam a arca do concerto do SENHOR pararam firmes em seco no meio do Jordão; e todo o Israel passou em seco, até que todo o povo acabou de passar o Jordão” (vs. 16-17). Quando os pés dos sacerdotes que levavam a arca tocaram as águas, elas encolheram e os sacerdotes permaneceram “firmes, em seco no meio do Jordão” até que o povo atravessasse. A fé estava assim em exercício vivo.
W. Kelly
Pés Formosos
No dia da libertação de Israel, as palavras do profeta serão cumpridas: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem” (Is 52:7 – ACF). Mas formosa, mesmo agora, não só sobre os montes, mas na Terra, no vale, na planície, na colina ou na cidade, na costa ou no mar, é a proclamação do evangelho da paz, até que o Senhor desça dos céus e este dia de salvação se encerre.
J. T. Mawson
Meus Pés e os D’Ele
O que é isso agora sob meus pés?
É um terreno sólido e firme!
Onde uma vez eu me debati,
Afundado no barro,
Finalmente minha noite acabou
Tornou-se em dia;
Meus pés na rocha foram achados.
O que é isso agora meu coração pode cantar?
Um novo cântico de louvor!
Meu Resgatador tem
Levantado-me;
Meus olhos uma vez cegos
Podem finalmente ver
A maravilha de Seus caminhos.
Eu O tenho comigo no caminho da vida;
Sua lanterna guia meus pés;
O caminho é difícil e
Íngreme às vezes;
Sua mão segura a minha;
Nós subimos juntos;
Que Companhia tão doce.
O que é isso agora sob meus pés?
Uma bacia de água limpa;
Viajando pela estrada da vida em
Sujeira e poeira…
Eu preciso da limpeza,
Ela é necessária…
Para lavar de onde eu estive.
Quem é agora que faz companhia
Ao longo dos variados caminhos da vida?
Aquele cujos pés foram
Traspassados em amor…
Para que Ele pudesse nos levar
Lá em cima,
Para o dia eterno.
“Quão formosos são sobre os montes os pés do que anuncia coisas boas, do que prega a paz, do que anuncia coisas boas”
Isaias 52:7 – TB
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