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Juventude (Agosto de 2019)


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ÍNDICE

Tema da Edição

E. F. Smith

C. H. Brown

W. J. Prost

W. J. Prost

W. J. Prost

W. J. Prost

Norman Berry

A. J. Pollock

J. W. Smith

A. J. Pollock

C. H. Mackintosh

H. Smith

C. T. Studd


 

Juventude


A vida começa no coração. “Não há dúvida de que o coração controla a vida”. Barnabé exortou os jovens convertidos em Antioquia “que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor” (At 11:23). O homem sábio exortou seu filho com palavras memoráveis: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4:23). Quando jovem, Daniel “assentou no seu coração não se contaminar”. Você é um jovem crente? O Senhor lhe diz: “Filho Meu, dê-Me o teu coração”. Será que você o tem dado?


Considere o jovem Davi. Deus rejeitou Saul para o serviço, dizendo: “Agiste nesciamente e não guardaste o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou” (1 Sm 13:13). Em vez disso, “já tem buscado o SENHOR para Si um homem segundo o Seu coração”. Quem era aquele homem? Os sete filhos mais velhos de Jessé são apresentados ao profeta Samuel. Nenhum passa no teste. É dito a Samuel: “o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração”. Então Samuel pergunta a Jessé: “Acabaram-se os jovens?” Ele responde: “Ainda falta o menor”. “Envia e manda-o chamar”. “Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é”. No fim da vida de Davi, o Senhor pode dizer: “Davi, que guardou os Meus mandamentos [...] andou após Mim com todo o seu coração”.


 

Juventude – Purificação – Caminho


Queremos observar essas três coisas: Juventude, Purificação e Caminho. Elas são encontradas no Salmo 119:9. “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a Tua Palavra”.


Em nosso trabalho de tradução, descobrimos que “jovem rapaz” [young man – KJV] aqui significa juventude, para que o gênero feminino não seja dispensado dessa tremenda obrigação diante de Deus. “Como purificará o jovem o seu caminho?” Talvez você se surpreenda, mas acredito que não se ofenderá quando eu lhe contar o significado de juventude. Você já viu um leão furioso, com aquele olhar feroz no rosto e sua juba erguida? Esse é um dos significados de juventude. Se você ler Jeremias, descobrirá que, duas vezes, juventude significa gritar. Você já viu crianças correndo quando estão saindo da escola? Certamente já as vimos gritando quando saem correndo. Nós as vimos e ouvimos – juventude. Mas ainda há outro significado. Você já viu uma criança travessa, quando a mãe a corrige, cai no chão, morde a perna da mesa e dá chutes? Juventude também significa “ataque de paixão”. Juventude, juventude! Lembre-se do teu Criador nos dias da tua juventude, antes que aqueles dias maus cheguem sobre ti, e regozija-te, rapaz e moça, na tua juventude. Mas que você conheça a Cristo como seu Salvador antes de embarcar nessa jornada tão carregada de pecado e maldade. Cuide para que você seja d’Ele por fé em Seu precioso sangue!


Agora essa palavra “purifica”. A limpeza tem dois significados. Um pai pede que seu filho limpe as janelas de seu carro. Ele as limpa para que seu pai possa ver através delas. Este é um aspecto. Mas há outro significado para a palavra “purificar”. E é ser purificado da contaminação. Sim! da contaminação. Outra palavra para isso pode ser transparente – você pode ver através dela. Portanto, limpo tem dois significados: antes de tudo ser limpo no precioso sangue de Cristo, e depois ser transparente e limpo em seu testemunho aqui abaixo.


Existem também dois significados para “caminho”. Um é o caminho pisado que você vê pelas ruas onde os pés de homens e mulheres de todas as categorias andam diariamente. Esse é o caminho pisado. Existe outro caminho, e temos esta palavra no original aqui: É o caminho certo. “Disse-lhe Jesus: Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim”. Tive uma ilustração disso quando uma vez viajamos em um velho navio de carga da América do Sul. Ao largo da costa do Equador, era uma noite tempestuosa e nosso navio estava a uma certa distância da costa. Eu disse à minha esposa: “Eu me pergunto como o barco piloto [guia] encontrará seu caminho nessas águas tempestuosas em uma noite tão sombria”. Enquanto conversava com ela, ao observarmos as ondas, a luz brilhava do outro lado do mar tempestuoso. Sob essa luz, o barco piloto chegou em segurança ao nosso navio. A Palavra de Deus, que temos em nossas mãos, é uma luz por todo esse deste caminho que se dirige ao inferno. Não sejamos enganados, amados; por todo esse caminho temos este livro abençoado e temos Jesus no começo e no fim do caminho, pois Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Ele.


E. F. Smith


 

Uma Entrada Ampla


2 Pedro 1:2-11

Gostaria de considerar como temos uma entrada ampla no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Vir se arrastando para o céu – apenas se espremendo – não é característico do Cristianismo, pois, em vez de o amor divino estar ali, há mais o medo do julgamento. Deus nos deu uma natureza que só pode ficar satisfeita com a glória divina, e todo Cristão vai “chegar ao porto”. Mas que tipo de entrada teremos? Confio que todos desejamos ter uma “entrada ampla” e temos a receita para isso aqui neste capítulo.


Ser feito “participante da natureza divina” aqui, não é tanto o novo nascimento, mas o resultado prático dele. Entendemos isso na primeira parte do quarto versículo, pois se a alma se apegar a essas promessas que pertencem a ela, vivendo no gozo delas, o resultado será a manifestação da natureza divina.


Quando alguém chega à hora de deixar este mundo, o tipo de entrada que ele terá no final dependerá em grande parte do tipo de entrada que ele teve durante sua vida – a experiência Cristã que ele estava desfrutando. A maneira de olhar adiante com confiança para essa mudança é ter de forma ativa alma essas virtudes mencionadas nos versículos intermediários de nosso capítulo (vs. 3-10).


Posse das promessas

O terceiro versículo diz: “Visto como o Seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento dAquele que nos chamou por Sua glória e virtude”. Como jovens Cristãos, às vezes inventamos desculpas para a nossa superficialidade, alegando que nossas circunstâncias não são vantajosas para o tipo de vida que gostaríamos de viver. Você pode ter meditado e pensado que seria diferente se você estivesse vivendo de outra forma. Mas aqui não falta nada; nós temos um equipamento completo. Deus não vai pedir para vivermos para Ele e depois nos colocar em uma posição em que não podemos cumpri-la. Não! Em nossa exata posição atual Deus nos deu todos os recursos para viver para Ele. Não precisamos esperar até ficarmos mais velhos ou conhecer melhor nossas Bíblias antes de começarmos a viver para Ele.


Como essas “grandíssimas e preciosas promessas” nos tornam “participantes da natureza divina”? É a entrada nelas e o desfrutar dessas promessas como realidades. O resultado é que estou tão sob o poder delas que outras coisas perdem o encanto. Quando realmente nos apegamos às promessas que são nossas, essa esperança opera em nossas vidas de uma maneira prática, e somos vistos como sendo “participantes da natureza divina”.


Escapando da corrupção

A última parte desse versículo diz: “havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo”. Como jovens, podemos não valorizar muito isso. Se isso era verdade nos dias de Pedro, hoje é duas vezes mais verdadeiro. O que é concupiscência? São desejos insatisfeitos e este mundo é uma sucessão constante de novos desejos. Quão diferente é com aqueles que conhecem o Senhor Jesus Cristo! As realidades divinas dão paz e calma à alma. Eu me entristeço ao ver o caminho do jovem neste mundo – a falta de vergonha que existe nesta idade, sem restrição; eles se tornam propensos a se fartarem com o que este mundo tem para oferecer. Nós fomos graciosamente tirados disso, e com tal valioso Objeto como o que temos encontrado não pode deixar de ter um efeito tremendo em nossa vida. Quanto devemos valorizar o lugar bendito em que nos encontramos agora! Poderíamos pensar em um lugar mais abençoado do que este de estarmos associados àqueles que amam a Ele em sinceridade e verdade? Este é um privilégio maravilhoso.


Diligência

Nos versículos 5-7, nos é dito: “vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade”. Nenhum de nós deseja obter a reputação de ser preguiçoso nas coisas materiais, mas há muitas coisas nas Escrituras sobre ser diligente nas coisas divinas. Portanto, este versículo diz: “pondo nisto mesmo toda a diligência”. Deve haver um propósito no coração. Isso é verdade com qualquer coisa neste mundo em que as pessoas tenham sucesso; as pessoas não escorregam para o sucesso. É uma questão de trabalho duro, de ter um propósito e deixar esse propósito formar e controlar a alma.


Agora, o versículo 8: “Porque, se em vós houver e aumentarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”. Eu sei que o Senhor não nos ocupa com os frutos ou falta deles nas nossas vidas, mas nenhum de nós quer ser infrutífero. Aqui está o caminho para dar frutos, ser um ramo frutífero para o Senhor Jesus.


Suponha que nos falte essas coisas? “Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados” (v. 9). Existe um governo de Deus operando entre Seu povo, e se um Cristão se torna indiferente e mundano, deixa as coisas divinas escorregarem e se envolve com este mundo, na mesma medida que perde a consciência da bem-aventurança que há em Cristo. Ele não perde a bem-aventurança, mas a consciência dela. É possível que um Cristão esqueça que foi purificado. E até não saber se é ou não filho de Deus. Queremos escapar disso, não é? Queremos ter a garantia constante na alma de que estamos indo para a glória. Aqui está a nossa maneira de obtê-la: “Porque, se em vós houver e aumentarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”.


Nunca caia

“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (v. 10). Deus sabe que estaremos lá, mas é assim que temos constantemente renovada em nossas almas a certeza disso – para garantir isso a nós mesmos. Tão certo quanto somos descuidados e nos envolvemos neste mundo, perdemos essa segurança e, talvez, até chegamos a um estado em que esquecemos que fomos purgados de nossos pecados. Não temos que cair. A nossa queda não traz nenhuma glória ao Senhor Jesus. Traz desonra a Ele, à verdade e à Igreja de Deus.


“Porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Não é uma entrada gloriosa? Esse é o privilégio de todo Cristão. Não é uma questão de dádiva, dom ou habilidade, mas de o coração estar ocupado com Cristo – vivendo no desfrute do que temos como povo de Deus. Cada um de nós aqui tem o privilégio de ter uma entrada ampla. É posto em nossas próprias mãos, mas ao mesmo tempo todos sabemos que a capacitação deve vir d’Ele. É uma questão de graça, do começo ao fim, e nenhum de nós tomará para si o crédito, mas será que não devemos reivindicar a graça que Ele dá com tanto prazer, para que possamos ter a alegria de uma entrada ampla “no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.


C. H. Brown (Conferência em Chicago de 1927 – adaptado)


 

Diferença entre Gerações


A expressão “Intervalo entre Gerações” descreve uma diferença entre gerações – uma diferença que pode envolver crenças, gostos, opiniões, valores morais, vestuário e até expressões na linguagem. Ao longo da história do homem, houve uma “diferença entre gerações” entre jovens e idosos, não apenas porque cada época de nossa vida tem uma perspectiva própria, mas também porque esse mundo está sempre mudando. Encontramos um exemplo disso na Palavra de Deus, em Esdras 3:10-13. Alguns dos judeus conseguiram retornar à terra de Israel, após os setenta anos de cativeiro, e reconstruir o templo. Quando o fundamento do templo foi estabelecido, está registrado que “muitos dos sacerdotes, e levitas, e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa sobre o seu fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria” (v. 12). Os mais jovens levantaram as vozes com júbilo porque, pela primeira vez em suas vidas, havia um centro divino em Jerusalém, enquanto os mais velhos choraram porque esse edifício parecia tão insignificante em comparação com o majestoso templo de Salomão. O Senhor entendeu essas duas reações, pois cada uma era apropriada à faixa etária envolvida.


Mudança

Às vezes, a mudança neste mundo tem sido lenta, mas certamente todos concordariam que, no século passado, o ritmo de mudança acelerou bastante. Embora sempre tenha havido diferenças entre as gerações, diferenças drásticas não estavam tão em evidência até o século XX. Antes desse período, a maioria das sociedades não era muito mutável. Os jovens geralmente moravam perto dos pais e frequentemente trabalhavam na fazenda da família ou em uma empresa familiar. Mas com o advento de entidades como cinema e televisão, os jovens começaram a experimentar um mundo bastante diferente do seu.


Pelo menos na América do Norte, as várias gerações nos últimos cem anos receberam nomes. As datas exatas podem variar um pouco com definições diferentes, mas aqui estão os nomes comuns para os nascidos entre essas datas:


1900 – 1924: geração G. I.; 1925 – 1945: geração silenciosa; 1946 – 1964: baby boomers; 1965 – 1979: geração X; 1980 – 2000: mileniais ou geração Y; 2000 – 2010: geração da Internet (iGen) ou geração Z.


Parece que as mudanças profundas e rápidas no mundo exageraram a chamada “diferença entre gerações” e, além disso, notamos que, em geral, os anos atribuídos aos diferentes grupos se estreitam com o passar do tempo. As mudanças no mundo estão acontecendo em um ritmo muito mais rápido, e as mudanças são mais extremas. Isso é especialmente verdadeiro na área de tecnologia, onde a chegada de computadores, Internet, telefones celulares, mensagens de texto e Facebook aumentou a diferença entre jovens e idosos. Tudo isso pode ter um efeito positivo, pois os mais velhos geralmente ficam satisfeitos com a proficiência tecnológica dos mais jovens, enquanto os mais jovens podem se aproximar dos mais velhos por sua experiência e sabedoria.


Efeitos negativos

No entanto, também pode haver efeitos negativos. Por exemplo, é sabido hoje que os mais jovens geralmente se sentem à vontade para falar com qualquer pessoa, de qualquer idade, como se estivessem conversando com um de seus colegas. Embora isso possa não ser considerado desrespeitoso, certamente é assim considerado pelos idosos que estão acostumados a serem abordados por jovens com algum grau de reverência. Nós, que somos mais velhos, podemos perguntar: como devemos, como Cristãos e como idosos, reagir a tudo isso?


Antes de tudo, os jovens querem, acima de tudo, ser tratados com respeito. Isso não significa que os tratemos como trataríamos as pessoas mais velhas, mas significa que os respeitamos, tentamos entendê-los e respeitamos o fato de que suas perspectivas podem ser diferentes das nossas.


Além disso, precisamos “nos doar”. O apóstolo Paulo fez isso quando ministrou aos vários que ele procurava nutrir na verdade, e vemos isso em 1 Tessalonicenses 2:8: “Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos”. Hoje, a instrução é boa e muito necessária, mas cultivar um relacionamento junto com a instrução acrescentará peso moral ao ensino. Isso pode significar estar vulnerável – estar disposto a compartilhar algumas das experiências de nossa vida, até ao ponto de admitir alguns de nossos próprios erros e falhas. Aceitamos conselhos com muito mais facilidade se vier de alguém que achamos que conhecemos.


Também devemos estar dispostos a ignorar as falhas, a menos que sejam tão flagrantes que devam ser tratadas. Algumas coisas desaparecem com o tempo, enquanto outras podem ser simplesmente a manifestação da cultura diferente na qual os jovens vivem e se movem hoje. Precisamos dar a eles o tempo necessário para amadurecer. Além disso, devemos ter cuidado para que nossas objeções não sejam meramente baseadas na tradição. É fácil cair em certas maneiras de fazer as coisas e, quando uma convenção específica não é seguida, os mais velhos podem ficar chateados. Quando o oeste do Canadá estava sendo estabelecido, a Polícia Montada Real do Canadá às vezes era acusada de fazer a lei à medida que avançavam, para se adequar à ocasião (Isso era verdade, e eles admitem!). Não façamos isso nas coisas divinas. Sejamos cuidadosos ao separar as Escrituras da tradição, e não tentar impor nossos costumes como se fossem ensinados pela Palavra de Deus.


Mantendo princípios morais

No entanto, devemos manter a verdade, os princípios morais e os absolutos da Palavra de Deus. A preciosa verdade da Palavra de Deus está sendo desafiada no mundo de hoje, e o colapso moral, pelo menos nos países ocidentais, foi nada menos que precipitado nos últimos anos. Os jovens são afetados por tudo isso, pois estão sendo ensinados que tudo é relativo. Eles precisam daqueles que se apegam a absolutos morais, apoiados pela Palavra de Deus. Lembro-me bem de uma jovem Cristã que, depois de uma discussão sobre a homossexualidade baseada na Palavra de Deus, comentou: “Eu não fazia ideia de que havia tanta coisa na Bíblia sobre esse assunto!” É aqui que os mais velhos podem ser uma ajuda real.


Finalmente, é preciso haver amor genuíno – amor divino. Onde o amor verdadeiro está presente, a diferença entre gerações pode ser diminuída e cada um pode aprender com o outro. Mas uma atitude crítica por parte dos mais velhos pode gerar desprezo e escárnio por parte dos mais jovens. Certamente essa reação não é correta, mas os mais velhos devem assumir a liderança no amor e na atitude correta, a fim de pavimentar o caminho para uma resposta certa dos mais jovens.


Devemos lembrar também que a Palavra de Deus é viva e nunca precisa ser revisada por causa de uma nova geração. Ela tem todas as respostas, mas quando chegamos em 2 Pedro 1:3, também é encontrado “pelo conhecimento dAquele que nos chamou por Sua glória e virtude”. Precisamos da Palavra de Deus, mas precisamos de Cristo, Aquele que entende perfeitamente e que instruirá perfeitamente, se formos a Ele.


W. J. Prost


 

Bem Desenvolvidos na Sua Mocidade


No Salmo 144:12, encontramos uma expressão um tanto singular: “Para que nossos filhos sejam, como plantas, bem desenvolvidos na sua mocidade”. No contexto em que a frase ocorre na Escritura, é uma antecipação das bênçãos milenares para Israel, e o versículo expressa um desejo de rapazes e moças mostrarem um caráter de acordo com a glória daquele dia. Mas como alguém pode ser bem desenvolvido na juventude?


Nas coisas naturais, aqueles que são familiarizados com plantas sabem que é impossível para uma planta em crescimento, em qualquer fase, manifestar algo além do seu próprio estágio de maturidade. O pé de trigo com seus grãos ainda imaturos não pode “fingir” e mostrar um trigo já maduro. Uma abóbora ou videira, enquanto ainda está em flor, não pode mostrar um fruto já desenvolvido. Mas para a raça humana, sabemos que é possível para aqueles que são jovens demonstrar um caráter e comportamento que estão muito além de sua idade, e talvez assumir posições que não se encaixam com sua idade. Referimo-nos a tais crianças e jovens como sendo precoces, e podemos até mesmo dizer que são pretensiosos, impetuosos e que têm um excesso de confiança. Podemos perguntar: é isso que significa “desenvolver” em nossa mocidade? Não, pois assumir um ar que não é adequado para a nossa idade e maturidade natural nunca é algo correto diante de Deus.


Linda em sua estação

Tudo nas coisas divinas é belo apenas em sua estação. Vemos isso exemplificado na vida de nosso bendito Senhor. Quando Ele, na idade de doze anos, foi ao templo com Seus pais e Se sentou entre os doutores da lei, está registrado que Ele estava “ouvindo-os e interrogando-os” (Lc 2:46). Ele certamente sabia muito mais do que todos eles, mas Sua conduta estava de acordo com a de um menino de doze anos. Ele era (e falamos com reverência) “desenvolvido” em Sua juventude, pois quando Seus pais protestaram com Ele sobre isso, Sua resposta foi: “Não sabeis que Me convém tratar dos negócios de Meu Pai?” Enquanto estava sujeito aos Seus pais terrenos, Ele percebeu que Seu Pai, que O havia enviado a este mundo, tinha trabalhado para Ele fazer isso que estava além das Suas obrigações para com José e Maria.


Da mesma forma, na vida dos jovens crentes neste mundo, às vezes vemos comportamentos que não são precoces ou fora do lugar, mas mostram um caráter de maturidade e entendimento que está além do que normalmente esperamos de alguém daquela idade. Talvez duas anedotas da história sirvam para ilustrar isso.


Duas anedotas

No século XVI, um homem chamado Robert morava na França. Ele era um Huguenote – alguém que conhecia e amava o evangelho e viajou extensivamente para o tornar conhecido por outras pessoas. Ele tinha uma esposa e uma filha chamada Arlette, e quando sua esposa ficou doente e foi para o Senhor, sua filha, talvez com dez anos de idade, foi obrigada a viajar com ele. Robert e seus companheiros levaram a vida de andarilhos e muitas vezes “não tinham pousada certa”. Uma noite, eles se refugiaram em uma velha cabana na floresta e se aventuraram a acender uma fogueira para se aquecer. Mas a fumaça da chaminé foi detectada por seus inimigos, e todos foram presos e levados a julgamento como hereges. Como era habitual naqueles dias, todos os adultos foram condenados a serem queimados publicamente na estaca, e a sentença foi executada alguns dias depois. A pequena Arlette foi poupada, mas estava presente quando o pai e os outros homens foram levados para fora, amarrados à estaca e o fogo foi aceso. Quando as chamas se levantaram, os sentimentos piedosos de Arlette a dominaram. Enquanto viajava com o pai e outras pessoas, muitas vezes as ouvia falar da perspectiva de martírio. Agora isso estava prestes a acontecer. Soltando-se daqueles com quem estava, correu para as chamas, colocou-se corajosamente ao lado de seu pai e renunciou sua vida com ele.


Quando a Reforma ocorreu na Inglaterra, o evangelho foi pregado, e em muitos houve uma verdadeira conversão ao Senhor. Mas quando a rainha Mary I subiu ao trono em 1553, ela tentou, durante seu reinado de cinco anos, restaurar a autoridade do papa e fazer a Inglaterra voltar ao catolicismo romano. Um jovem chamado William Hunter, que morava em Brentwood, Essex, foi pego um dia lendo sua Bíblia e foi preso. Ele foi interrogado várias vezes e passou nove meses em uma prisão sombria, com apenas um pouco de pão e água para sustentá-lo. Seu carcereiro foi instruído a colocar sobre ele “o maior número possível de grilhões de ferro que ele pudesse suportar”. Finalmente, depois de não ter abandonado a verdade do evangelho e sua fé em Cristo, ele foi levado para ser queimado em março de 1555. Ele permaneceu firme até o fim e alegremente renunciou sua vida aos dezenove anos.


A seriedade da vida

Esses dois jovens estavam “desenvolvidos em sua mocidade”, não porque estavam tentando falar e agir além de sua idade, mas porque perceberam a seriedade da vida e a realidade das preciosas verdades do Cristianismo. Sua fidelidade pode muito bem servir de exemplo para todos os jovens. Nem todos podemos ser chamados a morrer por Cristo, em um sentido, pois o Senhor permite que alguns vivam suas vidas e O sirvam neste mundo. Mas, em outro sentido, cada um de nós é chamado a morrer para nossos próprios pensamentos e ambições e viver para a glória de Deus.


A coroa da vida é mencionada duas vezes na Escritura: uma vez em Apocalipse 2:10 e também em Tiago 1:12. No Apocalipse, é a coroa dada aos que renunciam a vida por Cristo, pois a promessa é: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Mas em Tiago lemos: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”. Alguns receberão essa coroa por morrer como mártires, enquanto outros a receberão por resistir às constantes tentações deste mundo, talvez por toda a vida.


Discipulado

O Senhor Jesus lembrou a Seus discípulos: “Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me, porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de Mim achá-la-á” (Mt 16:24-25). Nos dias em que essas palavras foram ditas, qualquer homem que fosse visto tomando sua cruz estava indo morrer. Era a penalidade máxima por um crime; os romanos faziam a vítima carregar nas costas a mesma cruz em que seria crucificado em breve. Se somos chamados a morrer como mártires (e muitos neste mundo hoje estão sofrendo o martírio por Cristo) ou se somos autorizados a viver por Cristo, o custo do discipulado é o mesmo; devemos estar dispostos a abandonar tudo por Ele. Os termos não são negociáveis; se deixamos de fazer isso, o Senhor diz: “Qualquer que não levar a sua cruz e não vier após Mim não pode ser Meu discípulo” (Lc 14:27). Alguns falharam nisso e, arrependendo-se mais tarde na vida, ousadamente assumiram a cruz. Mas quão melhor é levar a cruz na juventude, custe o que custar! É então que nossas ambições e energia estão no auge; é nesse momento que uma decisão de viver para Cristo pode dar o tom para o resto de nossas vidas.


W. J. Prost


 

Treinamento para o Serviço


Quando somos jovens, temos energia e força. Tudo isso é bom, pois o Senhor nos deu, e quando associado à fé em Cristo e ao desejo de agradá-Lo, esse vigor juvenil geralmente se manifesta no desejo de fazer algo a serviço de nosso Senhor e Mestre. Novamente, este é um bom desejo, e que pode muito bem surgir da verdadeira devoção ao Senhor, juntamente com o desejo de apresentar o nosso corpo como “um sacrifício vivo”, que é o nosso “culto racional” (Rm 12:1). No entanto, como em todo empreendimento natural, é necessário treinamento para esse serviço. Obviamente, isso não impede que façamos algo para o Senhor em nossa juventude, mas muitas vezes o tipo de serviço que o Senhor tem para nós exige mais preparação do que imaginamos. Assim, é fácil quando somos mais jovens nos lançarmos naquilo para o qual ainda não estamos prontos.


Certamente, há pessoas na Escritura que serviram ao Senhor de uma maneira admirável, mesmo quando jovens. Encontramos João Batista, quando jovem, realizando seu serviço como precursor de nosso bendito Senhor Jesus, e, de fato, ele foi martirizado no início da vida, provavelmente não com mais de trinta e um anos de idade. Ainda assim o Senhor Jesus pôde dizer dele: “Entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista” (Mt 11:11).


Da mesma forma, encontramos um jovem rei como Josias, do qual está registrado que “sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; e, no duodécimo ano, começou a purificar a Judá e a Jerusalém dos altos” (2 Cr 34:3). Na tenra idade de oito anos, ele subiu ao trono de Judá e, aos vinte, assumiu uma séria responsabilidade nessa posição. Timóteo também era um homem relativamente jovem, mas Paulo podia dizer sobre ele: “Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado” (Fl 2: 20).


Escolaridade e treinamento

No entanto, em geral, encontramos um curso de educação e treinamento que precedeu a incumbência toda que Deus tinha para Seus servos. Moisés estava no auge aos quarenta anos; ele foi “instruído em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras” (At 7:22). No entanto, quando ele partiu para libertar seu povo Israel, ele fez isso da maneira errada, e Deus o enviou para a parte de trás do deserto por quarenta anos, aparentemente para não fazer nada além de cuidar de ovelhas. No entanto, esse era o treinamento necessário.


Da mesma forma, quando o Senhor tinha grandes coisas reservadas para José, Ele permitiu que ele fosse vendido como escravo e acabasse na prisão por alguns anos, antes de ser elevado a governador de toda a terra do Egito.


Davi foi um dos melhores reis de Israel e “um homem segundo o coração de Deus”, mas o Senhor permitiu que ele fosse um fugitivo, perseguido e caçado por Saul, por vários anos antes de ser rei. Como outro já disse, “Aquele que deveria ser usado por Deus para levar Seu povo a um conhecimento mais profundo de Si mesmo, deve primeiro aprender a confiar n’Ele quando todos os outros falharam”. Davi não se tornou rei sobre Judá até os trinta anos de idade, e ele não foi rei sobre todo o Israel por mais sete anos.


Eliseu

Eliseu era evidentemente um fazendeiro bem-sucedido (1 Rs 19:19) e foi escolhido pelo Senhor para suceder Elias como profeta do Senhor. Mas então o Senhor permitiu que ele fosse um servo de Elias por aproximadamente dez anos, antes de levar Elias ao céu em um turbilhão, abrindo assim caminho para Eliseu tomar seu lugar como profeta. Eliseu deve ter aprendido sobre o fracasso de Elias e a consequente remoção de seu lugar como profeta, mas ficou feliz em acompanhar Elias por vários anos e aprender com ele.


Timóteo

Além disso, encontramos em 1 Timóteo 4:12-16 que Paulo intima Timóteo a necessidade de uma caminhada piedosa, como a primeira coisa que o recomendaria aos outros. Não podemos assumir a responsabilidade de servir ao Senhor sem antes prestar atenção ao “reino de Deus”, pois a expressão “o reino de Deus” traz diante de nós um estado moral e um caminhar que está de acordo com aqueles que reconhecem o Senhor Jesus como o rei legítimo. Paulo finaliza sua instrução a Timóteo, dizendo: “tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4:16). Devemos cuidar de nós mesmos antes de podermos servir ao Senhor e ajudar os outros; precisamos nos salvar antes que possamos salvar a outros. (A palavra “salvar” aqui tem o pensamento de ser salva do poder do pecado em nossa vida Cristã e das influências mundanas; não se refere, pelo menos primariamente, à salvação eterna).


Adoração e serviço

Finalmente, devemos lembrar que, em toda a Palavra de Deus, a adoração sempre vem antes do serviço. Na própria lei, os primeiros mandamentos diziam respeito ao que era devido a Deus; então o que era devido ao homem se seguia. Durante Seu ministério terrestre, o Senhor Jesus resumiu esse mesmo fato, mostrando que o primeiro mandamento dizia respeito ao que era devido a Deus, enquanto o segundo trazia o que era devido ao homem. Quando o Senhor abençoou Israel com uma boa colheita na terra de Canaã, eles deviam trazer suas primícias ao Senhor, e isso está relacionado à adoração (Dt 26:1-11). Foi somente depois disso que o dízimo foi mencionado e a importância de dar aos órfãos, ao estrangeiro e à viúva.


Essa mesma ordem de adoração e serviço é encontrada em todo o Novo Testamento. Em Hebreus 13:15 somos lembrados: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o Seu nome”. Então, no próximo versículo, nos é dito: “E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus Se agrada” (Hb 13:16). Pedro nos diz que agora somos “sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pe 2:5), enquanto mais tarde no mesmo capítulo ele nos diz que somos “sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9). Novamente, a ordem é primeiro adoração, depois serviço.


É de suma importância, então, aprender a ser um adorador primeiro. Sem ser um verdadeiro adorador, não se pode ser um servo aceitável. Nossos corações e mentes podem se apaixonar pelo serviço, especialmente se outros estiverem ativamente envolvidos nele, e podemos supor que podemos elevar nosso estado espiritual se nos envolvermos. Raramente isso acontece; com demasiada frequência, resultará em nossa busca de salvar nossa consciência com uma atividade frenética após outra, ou com espírito de queixa, como aconteceu com Marta quando se sentiu sobrecarregada em servir. Antes de podermos servir efetivamente, devemos estar em comunhão com o Senhor.


O treinamento é muito importante e varia de acordo com cada um; com alguns, o Senhor impõe um período de treinamento mais longo do que com outros. É importante não se ressentir disso, mas submeter-se às aulas do Senhor para nós, a fim de que possamos servi-Lo melhor. Deus é um Deus de qualidade, não de quantidade, e é melhor servir bem por um curto período de tempo do que procurar servir antes de estarmos prontos.


W. J. Prost


 

“Ninguém despreze a tua mocidade”


Em sua primeira epístola a Timóteo, Paulo diz a ele: “Ninguém despreze a tua mocidade” (1 Tm 4:12). Quando jovem, lembro-me de gostar dessas palavras, e talvez os jovens de hoje também possam se relacionar com esse sentimento. Mais de cem anos atrás, um homem chamado Joseph Conrad escreveu um livro intitulado “Juventude”, no qual descreve suas próprias experiências como o segundo comandante de um navio da Inglaterra com destino a Bangcoc, Tailândia. Parecia que quase tudo deu errado naquela viagem, mas Conrad enfrentou tudo isso com a autoconfiança típica de um jovem. Ele tinha apenas vinte anos na época, um jovem típico de alto astral e autoconfiança. Mais tarde, quando escreveu o livro aos quarenta anos, refletiu sobre a exuberância, energia e confiança que exibira naquela viagem, além de observar algumas das indiscrições que o caracterizavam, devido à sua falta de experiência. Talvez alguns de nossos leitores de meia-idade e mais velhos possam se relacionar com esse sentimento.


Um exemplo

A Palavra de Deus menciona a juventude várias vezes e da mesma forma nos dá instruções equilibradas sobre ela. Antes de tudo, como vimos, Paulo diz a Timóteo, que era evidentemente de natureza tímida e retraída, para não deixar que aqueles a quem ele ministrava desprezassem sua juventude. Por que os mais velhos, mesmo em coisas naturais, às vezes desprezam a juventude? Devido à falta de experiência e, talvez, um espírito imprudente e que pensa que sabe tudo. Por outro lado, por que os jovens às vezes desprezam os mais velhos? Porque eles podem percebê-los como tendo uma atitude ultraconservadora e atrapalhada, relutante em aprender algo novo. Mas Deus reconhece energia espiritual e devoção em qualquer idade, e se isso estiver presente, aqueles que observam um homem mais jovem não devem menosprezá-lo por causa de sua idade. No entanto, é abundantemente claro nas instruções de Paulo que algo mais é necessário – deve haver uma caminhada piedosa. Timóteo deveria ser “o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1 Tm 4:12). Da mesma forma, ele deveria se dedicar “em ler, exortar e ensinar” (1 Tm 4:13). Deve haver uma caminhada de acordo com a verdade, e não simplesmente um conhecimento profundo dela.


Questionando

É comum em nossa juventude questionar o que aprendemos, à medida que amadurecemos e começamos a pensar por nós mesmos. Não há nada de errado nisso, pois, às vezes, aquilo em que fomos ensinado está errado, seja nas coisas naturais ou nas espirituais. Novas invenções são frequentemente o resultado de questionar o pensamento atual e, nas coisas espirituais, foi uma volta à Palavra de Deus que gerou movimentos como a Reforma. Alguém comentou apropriadamente a mesma coisa:


“Não há nada de errado em os jovens terem uma atitude como a dos bereanos, ‘examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim’ (At 17: 11) [...] No entanto, esse exame das Escrituras deve ser feito com humildade e dependência do Senhor, não com espírito de rebelião ou orgulho. É esse espírito de orgulho e rebelião que exige uma admoestação”.


É interessante notar que o próprio Paulo, quando jovem, chamado Saulo, era o que poderia ser chamado de “ativista estudantil”, que usava sua energia e zelo juvenil para tentar derrubar o que ele sentia ser uma séria ameaça à religião de seus pais. Mas suas ideias jovens independentes, apenas o levaram a pecar seriamente contra Deus e o homem. Quando foi abatido pelo Senhor no caminho de Damasco, se tornou Cristão e começou a usar essa energia de maneira proveitosa. Ao refletir sobre suas atividades antes de ser salvo, ele foi obrigado a se chamar chefe dos pecadores.


Prós e contras

Foi Deus Quem criou a juventude com força e energia, mas o mais sábio dos homens (Salomão), no final de sua vida, poderia dizer: “a adolescência e a juventude são vaidade” (Ec 11:10). Jeremias também comentou: “Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade” (Lm 3:27). O mesmo Deus que fez da juventude o que é, também reconhece que o pecado a corrompeu e que muitas vezes é necessário direcionar essas energias juvenis na direção certa, em vez de deixá-las seguir um curso errado. Até o mundo às vezes reconhece isso, pois Benjamin Disraeli, primeiro ministro da Grã-Bretanha durante o século XIX, pôde escrever: “Juventude é um erro, maturidade é uma luta, velhice é um arrependimento”. Sem dúvida, ele reconheceu em seus anos mais maduros que, como outros jovens, tinha sido propenso a cometer erros por causa de seu excesso de confiança.


Lembre-se de teu Criador

Nossa juventude não precisa ser assim. Da mesma forma, os comentários de Disraeli sobre maturidade e velhice não precisam ser assim na vida de um Cristão. No capítulo seguinte (Eclesiastes 12), Salomão nos dá o antídoto para as indiscrições e tolices da juventude. Ele diz: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade” (Ec 12:1). A criatura não pode se dar bem sem o seu Criador, e especialmente agora que o pecado entrou neste mundo. Os desejos naturais do homem o desviam, e isso talvez seja mais evidente quando somos jovens. O temor de Deus deve estar presente e, de fato, Salomão traz esse pensamento, logo no final do livro: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12:13). Para nós hoje, os mandamentos de Deus não consistem mais em manter uma certa lei para agradar a Deus, pois o teste do homem no Velho Testamento deixou claro que não havia bem no homem natural. Mas quando o Senhor Jesus veio, Ele falou aos homens sobre o mandamento mais importante que deve ser obedecido. Quando os judeus Lhe perguntaram: “Que faremos para executarmos as obras de Deus?” Sua resposta foi: “A obra de Deus é esta: que creiais nAquele que Ele enviou” (Jo 6:28-29).


Para agradar a Deus, seja na juventude ou na maturidade, precisamos de uma nova vida de Deus. Então, podemos usar nosso zelo e força juvenil da maneira correta e evitar as armadilhas que são tão fáceis de experimentar na juventude. Mais do que isso, podemos ter uma juventude que não será desprezada, mas ajudará os outros. Mais uma vez citando as palavras de Paulo a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4:16).


W. J. Prost


 

A Cabeça do Machado Perdida


“E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face nos é estreito. Vamos, pois, até ao Jordão, e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para habitar ali. E disse ele: Ide. E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei. E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira. E sucedeu que, derribando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado. E disse o homem de Deus: Onde caiu? E, mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez nadar o ferro. E disse: Levanta-o. Então, ele estendeu a sua mão e o tomou” (2 Rs 6:1-7).


Nos capítulos anteriores deste livro, alguns dos mais jovens não estavam em um bom estado de alma e haviam perdido a mente do Senhor. Mas parece que agora eles estavam crescendo em suas almas. Eles disseram: “Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face nos é estreito”. Parece haver um desejo de se desenvolver, e eles consultam um ancião.


Desejando a comunhão do homem mais velho

Então, os mais jovens disseram: “Vamos, pois, até ao Jordão”. O Jordão fala da nossa morte com Cristo; isso certamente era progresso em suas almas. Mas observe, eles o consultaram. Eles disseram a Eliseu: “Vamos, pois, até ao Jordão, e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para habitar ali. E disse ele: Ide”. Que feliz aprovação! Há muito tempo se percebe que os mais jovens que agem de forma independente, sem buscar a comunhão de seus irmãos, frequentemente terminam em desastre. “E disse um: Serve-te de ires com os teus servos”. Eles disseram carinhosamente: “Nós não iremos sem você, Eliseu”. Este é o caminho para a sabedoria e a bênção. Ele respondeu: “Eu irei”.


“E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira”. Madeira na Escritura normalmente fala da humanidade, mas se aplica primeiramente a Cristo. Ele, o eterno Filho de Deus, se tornou Homem. Que todos nós desejemos construir o testemunho de Sua graça, para o bendito nome do Senhor Jesus Cristo.


A prova

“E sucedeu que, derribando um deles uma viga, o ferro caiu na água”. Vamos considerar o ferro que caiu como uma figura da verdade. Ele perdeu o ferro na água. Ele imediatamente pensa no “homem de Deus”, e confessa que era emprestado. A verdade não é nossa, foi confiada a nós como um depósito, e podemos perdê-la. Que possamos valoriza-la bem como Aquele de Quem ela fala! O homem de Deus perguntou: “Onde caiu?” Onde você a perdeu? Isto é muito importante. Se perdemos a verdade não é apenas a perda imediata que devemos temer, mas onde a perda começou. Não perdemos a verdade sem termos passado por muitas “luzes vermelhas”. Ele teve que voltar ao local de partida. Quando negligenciamos isso, estamos no caminho da perda do discernimento e da própria verdade. “E, mostrando-lhe ele o lugar”.


A sombra da cruz de Cristo

Ele “cortou um pau”. Que tocante! Precisamos voltar à cruz – o começo de nossa bênção e onde encontramos nossa restauração. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é Fiel e Justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). “E fez nadar o ferro”. Milagre! Oh, prove o Senhor e descubra que Ele é Fiel à Sua Palavra. Mas o ferro não se prendeu à alça. “E disse [Eliseu]: Levanta-o. Então, ele estendeu a sua mão e o tomou”. Ele teve que se ajoelhar, estender a mão, pegar o ferro do machado e colocá-lo de volta no seu cabo. A verdade foi restaurada para ele, mas ele teve que tomar um lugar de humilhação.


O ferro do machado do Novo Testamento


Paulo, o mais velho, diz a Timóteo, o mais jovem:


“Procura apresentar-te [ou, esforça-te diligentemente apresentar-te] a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja [corta em pedaços precisos] bem a palavra da verdade” (2 Tm 2:15).


Timóteo deveria ser um trabalhador, cortando com o machado em uma linha reta. “A Palavra da Verdade” deveria ser manuseada com cuidado; ele não poderia perder o ferro do machado.


Outro ferro do machado

“Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza. Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4:12-16).


“Ninguém despreze a tua mocidade”. Não é que Paulo estava dizendo a Timóteo: “Não deixem eles te colocarem de lado porque você é um irmão jovem”, ao invés disso Paulo estava dizendo a ele: “consistência, Timóteo, consistência. Se você estiver vivendo de acordo com a verdade que você está ensinando, eles não irão te desprezar”. Ter consistência em nossas vidas é muito importante. Nós temos a tendência de não “cortar bem a Palavra”. Os pais e as mães também precisam disso. Não existe poder moral, pais e mães, se houver inconsistência em sua vida. É a aplicação consistente desse “ferro” do machado que trará honra ao Senhor Jesus Cristo em nossas vidas.


O uso cuidadoso do “ferro do machado” traz recompensa

Então ele diz (versículo 14): “Não desprezes o dom que há em ti [não seja negligente]. Todos nós recebemos um dom. Assuma essas responsabilidades; se o Senhor nos deixar aqui por muito mais tempo, nós, os mais velhos, partiremos.


“Medita [ou, ocupe-se com] estas coisas”. “Estas coisas” são a verdade celestial; não os problemas desta vida. Certamente estamos cercados de problemas, mas a resposta é Cristo. Ele é a resposta para todos os problemas! “Ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos”. Como é encorajador ver os mais jovens crescendo em suas almas e assumindo responsabilidades!


Mães: fixe os olhos no ferro do machado

Vocês mães – não desistam! Seja um exemplo e um incentivo para suas filhas, jovens e mais velhas. Continue! Lembre-se da mãe de Timóteo e de sua avó.


Paulo diz: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina [ou, ensino]; persevera nestas coisas”. Ele alertou em Atos 20 dos perigos de fora, mas também alertou sobre os perigos de dentro.


Um outro ferro do machado

“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado [ou, totalmente persuadido], sabendo de quem o tens aprendido” (2 Tm 3:14). Nós aprendemos a verdade daqueles que andam nela. Se nos basearmos naqueles que compraram a verdade, pagaram por ela com fidelidade à Palavra de Deus e nos deixaram seus escritos comprovados das Escrituras, então seremos estabelecidos na verdade. Levante-se pela verdade e você experimentará o cuidado preservador do Senhor; conhecereis o gozo de viver em um dia sombrio para a glória do Senhor.


Segure o cabo do machado com leveza

As palavras finais de Paulo a seu amado Timóteo são: “O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém” (2 Tm 4:22). O dia da fé logo terminará – todas as provações e tristezas e a febre da vida desaparecerão para sempre! O Senhor Jesus está vindo em breve!


Norman Berry (adaptado)


 

Daniel


Daniel é um exemplo muito encorajador para os jovens Cristãos considerarem. Cativo na corte do rei da Babilônia, quando lemos sobre ele pela primeira vez, ele devia ser apenas um jovem na adolescência. O começo que ele teve foi bom, pois seu ímpeto o levou por uma vida muito longa, por mudanças de dinastias e em meio a muitas adversidades. Cerca de setenta anos ele serviu ao Senhor, às vezes em posições de grande destaque, às vezes durante anos na obscuridade.


O que marcou o início de Daniel? Ele foi posto à prova quando jovem. Ele e três companheiros foram escolhidos para serem ensinados na ciência e na língua dos caldeus e, portanto, preparados para assumir posições de honra e confiança no reino. Uma porção do manjar e bebida do rei lhes foi permitida pelos três anos de estudo. Então lemos: “Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia” (Dn 1:8). A porção do rei, sem dúvida, havia sido oferecida aos ídolos primeiro e, como tal, Daniel não aceitaria nada disso. Foi uma atitude ousada de se ter. Um monarca tirânico poderia facilmente ter pensado em matar o jovem corajoso, que ousou insultar seus deuses assim e desprezar a própria comida da qual o próprio rei consumia.


O segredo de seu coração

Qual era o segredo de sua ousadia? “Daniel assentou [propôs ACF] no seu coração”. Seu coração foi conquistado por Jeová. Sua alma se revoltou contra a superstição cega da idolatria e, a todo custo, ele se posicionaria. Ninguém pode dizer como o coração é assim conquistado. Não podemos impor devoção a nós mesmos. É bom que o jovem Cristão lamente sua falta de coração para o Senhor e se volte para Ele em oração, para que isso seja diferente. Este é um dia de grande mornidão. Laodiceia – morno e que dá náuseas – é o último estágio da história da Igreja de Deus nesta Terra, o resultado completo do primeiro declínio em Éfeso, a perda do primeiro amor. É somente a apreciação do amor do Senhor por nós que trará o amor que responde a Ele. “Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro” (1 Jo 4:19). É apenas o amor de Cristo que pode nos levar a viver para Ele e não para nós mesmos.


O apoio de Deus

E veja como Deus entrou e apoiou Daniel. Deus era capaz de sustentar o jovem Daniel na presença do orgulhoso monarca. Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos. Quando Daniel pediu que ele e seus companheiros fossem alimentados com legumes e água por dez dias como um experimento, o chefe dos eunucos concordou com isso. Dez dias não foram muitos para que um experimento alimentar tivesse muito resultado. Mas, no final dos dez dias, os rostos de Daniel e seus três companheiros estavam “mais gordos” do que aqueles que se alimentavam do manjar e da bebida do rei. O melhor de tudo, quando o estudo de três anos foi concluído, em questões de sabedoria e entendimento, esses quatro eram dez vezes melhores do que aqueles que haviam participado do manjar e da bebida do rei. Assim Daniel foi justificado.


Mas tudo começou com o coração. “Não há dúvida de que o coração controla o homem”. A mente pode lhe dizer que tal e tal conduta não está certa, mas é o coração que conduz o homem. Barnabé exortou os jovens convertidos em Antioquia “que, com firmeza [propósito – ACF] de coração, permanecessem no Senhor” (At 11:23). O homem sábio exortou seu filho em palavras memoráveis: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4:23).


É uma coisa terrível quando o jovem crente permite que seu coração corra atrás das coisas do mundo. Quão enganadoras são essas coisas! Quão bom é quando o coração do jovem Cristão está estabelecido no Senhor.


A. J. Pollock


 

Quanto Mais Cedo Melhor


Aqueles a quem Deus decidiu usar especialmente para instruir a Igreja foram levados a se render ao Senhor quando jovens. A graça salvadora pode alcançar a alma a qualquer momento e depois fazer com que ela se renda às reivindicações de Cristo, mas, como regra, os melhores servos de Cristo foram convertidos ainda cedo e levados a render seus corações e vidas a Ele. O resultado é que esses tais têm sido mais claramente reconhecidos na ajuda de Seu povo e na exposição de Sua Palavra. Há um fundamento moral para isso. Se um homem vive o melhor de seus dias na gratificação de seus próprios prazeres e deixa a vontade de Deus praticamente de lado, ele não deve sofrer as consequências a seu tempo, mesmo sendo perdoado e trazido a Deus? A graça pode fazer maravilhas e levar um homem de idade assim convertido a realizar grandes coisas. No entanto, quando o coração jovem é conquistado por Cristo, tendo assim escapado dos efeitos mortificantes do pecado, certamente é mais facilmente treinado e ensinado e, portanto, habilitado a formar um julgamento mais correto da verdade, das coisas que diferem, e daquelas sombras de significado que exigem uma mente espiritual e um olho nítido e claro.


Assim, Saulo era um “jovem” quando se converteu, e Timóteo era um “jovem”; assim, na história da Igreja, será encontrado que os mestres proeminentes e ilustrese líderes distintos têm sido encontrados desde cedo pelo Senhor. É verdade que mais do que mera juventude é necessária. Nossa passagem fala de devoção (1 Tm 4:15). Mas um coração jovem dedicado a Cristo e procurando sustentar essa devoção é o coração que é usado por Ele.


Isso pode muito bem incentivar os jovens. O pecado é um mestre terrível. Cristo é digno de todos nós. Ele morreu por nós; Ele busca nossa crença, nossa confiança, nosso amor. Ele diz: “Quem irá por nós?” Ele poderia enviar um anjo; Ele prefere ter você e eu.


J. W. Smith


 

Período Crucial de Decisão


Ter um conhecimento superficial das Escrituras significa que será um Cristão superficial. Devemos nos contentar em ser meramente superficiais? Lembre-se de que sermos superficiais, significa que há muito espaço para o mundo entrar. Nossas mentes estão cheias das coisas do Senhor ou das coisas do mundo. Nas quais ela estará? Cada um de nós faz sua escolha, e a escolha é intensamente solene e repleta de grandes possibilidades de bem ou mal. A juventude é o período crucial para a decisão.


A. J. Pollock


 

Treinamento Secreto Antes do Serviço Público


Consideramos realmente um sinal muito bom ver os jovens se retraindo e ficando quietos. É bom para todos, mas especialmente para os jovens, ser “pronto para ouvir, tardio para falar”. Nos regozijamos em toda manifestação de dom espiritual, seja de evangelista, mestre ou pastor. Mas a pessoa realmente espiritual é sempre cuidadosa para avançar, enquanto, por outro lado, os homens que não possuem poder de tipo algum, são os que mais avançam para se exibir. Foram necessários oitenta anos de treinamento para adequar Moisés ao ministério, e mesmo depois disso, quão lento ele foi para iniciar a obra. Até o próprio Mestre, embora certamente não necessitasse de treinamento, ainda como um Exemplo para nós, passou trinta anos retraído antes de sair para trabalhar em público. Deve haver o treinamento secreto da própria mão de Deus para preparar um homem para o serviço público. Se seguirmos em frente sem isso, vamos rapidamente sucumbir e naufragar. Sempre descobriremos que, quando Deus vai usar alguém em Seu serviço, Ele o capacita para o trabalho, o chama para o trabalho e dá-lhe o trabalho a realizar.


C. H. Mackintosh (adaptado)


 

Fujam dos Desejos da Mocidade


A instrução para separar-se do mal é seguida pela determinação igualmente importante: “Foge, também, dos desejos da mocidade” (2 Tm 2:22). Tendo nos separado das corrupções da Cristandade, devemos tomar cuidado para não cairmos nas corrupções da natureza. Os “desejos da mocidade” aludem não apenas aos desejos mais grosseiros da carne, mas também a todas as coisas que a natureza decaída deseja com a impetuosidade impensada e a vontade própria da juventude. Nunca estamos em maior risco de agir na carne do que depois de termos agido em fidelidade ao Senhor. Alguém disse: “Podemos nos deixar levar a um relaxamento moral pela da satisfação em nossa separação eclesiástica”. Quão oportuna é essa exortação, “Foge, também, dos desejos da mocidade”, logo após a determinação de apartar-se da iniquidade e purificar-se dos vasos de desonra.


H. Smith


 

Só uma Vida, Que Logo Vai Passar


Um dia escutei duas linhas, nada mais, Enquanto viajava ocupado numa vida falaz; Aquilo, ao coração, trouxe certeza presente, E nunca mais sairia do pensar de minha mente; Só uma vida, que logo vai passar Só o que for pra Cristo irá ficar.

Uma vida só, isto mesmo, apenas só uma. Cujas horas, fugazes, são como a bruma; Então estarei com o Senhor no dia previsto, Ali, em pé, diante do Tribunal de Cristo; Só uma vida, que logo vai passar Só o que for pra Cristo irá ficar.

Só uma vida, ecoa uma voz no pensamento, Rogando: “Escolha o melhor de cada momento”; Insistindo que eu deixe minhas metas egoístas, E me apegue a Deus, em meus atos e minha vista. Só uma vida, que logo vai passar Só o que for pra Cristo irá ficar.


Dá-me, ó Pai, um só propósito eu ter, Na alegria ou tristeza, a Tua Palavra viver; Fiel e constante em qualquer tentação, A Ti somente eu dedicar meu serão; Só uma vida, que logo vai passar Só o que for pra Cristo irá ficar.

Que Teu amor atice a chama de fervor, E me leve a fugir deste mundo vil de dor; Vivendo para Ti, e para Ti somente, O teu prazer seja minha meta frequente; Só uma vida, que logo vai passar Só o que for pra Cristo irá ficar.

C. T. Studd


 

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”

(Pv 4:23).

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