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Revista mensal publicada pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
Tema da Edição
Good News for Young and Old, vol. 25 Joias de Rebeca
W. J. Prost
J. C. Bayley (adaptado)
H. W. Soltau (adaptado)
C. H. Brown
C. H. Mackintosh
A. T. Schofield (adaptado)
Adaptado de um documentário sobre os últimos dias de Auschwitz
W. J. Prost A Joia do Nosso Amor - Poema
Baseado no poema de G. V. Wigram
Joias
Uma joia é uma substância preciosa (rara) projetada e moldada para parecer atraente pela forma como reflete e direciona a luz. Quando uma pessoa valoriza outra, elas costumam dar uma joia de presente como expressão do seu amor e do valor que aquela pessoa tem aos seus olhos. Portanto, um anel de diamante é um presente comum de um homem para uma mulher, quando ele a pede em casamento, e ela aceita. Somos preciosos para o coração de Deus e de nosso Senhor Jesus. Deus nos escolheu para ser a noiva de Seu Filho – a “Pedra principal da esquina”, a Pedra mais preciosa. Fomos redimidos pelo precioso sangue de Cristo e vestidos com as vestes da salvação. Agora estamos sendo formados e moldados para ser como Cristo. Num dia vindouro, quando a obra do artífice Mestre estiver concluída, nós, como noiva de Cristo, somos descritos como tendo “a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente” (Ap 21:11). As joias são raras e valiosas, pois a substância de que são feitas é rara. Ao lermos os artigos desta edição, que aprendamos a valorizar mais o que significa ser uma joia. Uma joia deve manifestar externamente o que deveria ser verdadeiro internamente. Caso contrário, é “como joia de ouro em focinho de porco, assim é a mulher formosa que não tem discrição” (Pv 11:22).
Tema da edição
O Tesouro, a Pérola e as Joias
O tesouro
Existem três expressões usadas na Bíblia que mostram muito claramente o lugar que o povo do Senhor ocupa em Seus pensamentos. Em Mateus 13:44, o Senhor Jesus fala de “tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo”. Não é difícil ver que o Senhor está falando de Si próprio e de Seu amor aos Seus. O que trouxe o Senhor a este mundo? O que O levou a deixar de lado Sua glória e Seu poder? Aquele cuja glória Isaías viu (Is 6), tornou-Se o humilde Filho do Homem, que não tinha onde repousar a cabeça. Quando aqui na Terra, Ele não fez nada em Seu próprio poder, mas foi sempre dependente de Deus, e tudo o que Ele fez foi pelo Espírito de Deus. Por que o Senhor Jesus renunciou a tudo o que tinha? Porque, neste mundo de homens maus e rebeldes, havia aqueles que Ele amava, o Seu tesouro, e Ele veio comprar o campo. O campo é o mundo, e Ele o comprou para que o tesouro que está nele pudesse ser Seu. Além disso, o Senhor não apenas renunciou aos Seus direitos e glórias, mas também deu a própria vida, para que nós que cremos em Seu nome pudéssemos ser salvos. Como diz um antigo escritor, falando sobre isso: “Tendo dado o resto antes, aqui Ele deu Sua vida para pagar nossa conta”.
Pense no quanto Ele deve ter nos valorizado – Seu povo – para sofrer tudo o que Ele sofreu! Observe também Suas palavras: “pelo gozo... vai, vende tudo quanto tem”. O presente do Senhor não foi um presente dado com relutância, mas, assim como podemos alegremente renunciar a algo que prezamos pelo bem daqueles que nos são queridos, o Senhor, de uma maneira infinitamente mais plena, renunciou a tudo o que tinha – Ele “deu a Si mesmo”, como Paulo escreve – por nós.
A pérola
Mas isso não é tudo. Nós normalmente não valorizamos coisas desagradáveis, então o Senhor fala da beleza e também do valor de Seu povo; Ele os compara a “uma pérola de grande valor” (Mt 13:46). Sem dúvida, a maioria de nós sabe o que é uma pérola, e admiramos sua bela e pura tonalidade. Então o Senhor olhou para Seu povo, e a beleza que a pérola tinha aos Seus olhos O levou, como no caso do tesouro escondido, a dar tudo o que tinha para comprá-la. Que graça maravilhosa! No entanto, quando Ele veio, em busca de boas pérolas, “nenhuma beleza víamos, para que O desejássemos” (Is 53:2). Mas Ele nos desejou, e o preço que pagou foi Seu precioso sangue.
Joias
Mais uma palavra. O Senhor fala, em Malaquias 3:16-17, daqueles que O temem e diz: “Eles serão Meus... naquele dia serão para Mim joias” (ACF). Ele está falando aqui daqueles de Seu povo Israel que logo temerão a Jeová, mas não é menos verdadeiro para o povo do Senhor agora. “Minhas joias!” Como é doce ouvir isso! E isso é o que o Senhor diz de criaturas pecadoras como nós, nem um pouco melhores que os outros, a não ser apenas pelo que Sua graça fez. Que amor o d’Ele! Se tivéssemos algumas joias muito preciosas, constantemente olharíamos para elas, e você não acha que o Senhor sempre olha para o Seu povo? De fato, Ele olha, e eu oro para que, ao pensarmos em Seu amor e no prazer que Ele encontra em nós, sejamos cheios de paz e gozo n’Ele. E mais do que isso, se temos amigos aqui na Terra que nos amam e a quem amamos, procuramos agradá-los; quanto mais devemos procurar agradar Aquele cujo amor por nós é infinitamente maior do que qualquer amor terrenal pode ser.
Good News for Young and Old, vol. 25
Joias de Rebeca
É um fato bem conhecido da Escritura que a verdade e os princípios do Novo Testamento são frequentemente ilustrados pela história do Velho Testamento, e isso é verdade na história do diálogo de Rebeca com o servo de Abraão. O servo tinha vindo numa longa viagem da terra de Canaã para a Mesopotâmia, em busca de uma noiva para Isaque, filho de seu senhor. O Senhor favoreceu o servo em sua jornada, e de acordo com a sua oração ao Senhor, ele tinha sido levado a encontrar Rebeca. Labão, o irmão de Rebeca, convida o servo de Abraão e aqueles que estavam com ele para ficar em sua casa, e cuida dos camelos também. No entanto, de acordo com o tema desta edição, queremos focar nas joias que foram dadas pelo servo à Rebeca e o que elas representam.
Símbolos de amor e bênção
Em primeiro lugar, descobrimos que quando o servo encontrou Rebeca no poço e pediu-lhe água, ela não só deu-lhe de beber, mas ofereceu-se para tirá-la para seus camelos também. Depois que isso foi feito, ele deu-lhe “um pendente de ouro de meio siclo de peso e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez siclos de ouro” (Gn 24:22). (Na verdade, o pendente de ouro era provavelmente um anel de nariz, o que é bastante comum no Oriente.) O ouro na Escritura geralmente fala da justiça divina, e falaremos mais adiante sobre isso. No entanto, eu sugeriria que as joias de ouro dadas a Rebeca são, em figura, mais sugestivas de amor e um desejo de bênção. Abraão tinha sido abençoado grandemente, e tudo o que ele tinha daria a Isaque. O servo que procura uma noiva para Isaque é aqui uma figura do Espírito de Deus, que agora está reunindo deste mundo uma noiva para Cristo. Quando o servo coloca o anel de ouro em Rebeca e as pulseiras sobre as mãos dela, isso foi um sinal das boas intenções, e também das riquezas, daquele que estava procurando uma noiva para Isaque. Assim, quando o Espírito de Deus trabalha nas almas hoje para trazê-las a Cristo, Ele transmite não apenas vida nova (por meio da Palavra de Deus), mas também lhes assegura a graça de Deus e Seu desejo de abençoá-las. Por meio dos esforços de Satanás, muitos neste mundo foram convencidos que Deus é um Deus irado que constantemente precisa ser apaziguado pela humanidade. É verdade que Deus é luz e não pode olhar para o pecado, mas a obra de Cristo na cruz tornou possível que Ele venha em amor e graça para com Suas criaturas pecadoras.
Joias de prata e ouro
Mais tarde, descobrimos que quando o servo de Abraão fala sobre sua missão, tanto Labão quanto Betuel reconhecem que “do Senhor procedeu esse negócio”, e estão dispostos a deixar Rebeca ir e ser a esposa de Isaque. É então que o servo traz mais presentes para Rebeca: “joias de ouro e de prata e vestidos” (Gn 24:53 – ARA). Eu penso que esses presentes falam de salvação plena e de uma caminhada que esteja de acordo com a salvação.
Em primeiro lugar, a prata que é mencionada é uma figura para nós da redenção. Vemos isso antes de tudo no dinheiro da redenção que deveria ser pago por todo o Israel: “dará cada um … metade de um siclo segundo o siclo do santuário… para fazerdes expiação pelas vossas almas” (Êx 30:13, 15 – AIBB). Mais tarde, as tábuas do tabernáculo estavam assentadas sobre bases de prata, falando de crentes que descansam na redenção, a obra consumada de Cristo. Tudo isso é representado nas joias de prata dadas a Rebeca, colocando-a em um lugar de aceitação e favor.
Em segundo lugar, o servo deu-lhe joias de ouro. Ouro na Escritura, como já observamos, fala de justiça divina. A arca da aliança foi coberta com ouro puro, e tanto o propiciatório quanto os querubins foram feitos de ouro puro — todos eles mostravam a justiça de Deus (Êx 25:10-11). Da mesma forma, as tábuas do tabernáculo estavam cobertas de ouro, tipificando o crente, vestido de justiça divina (Êx 26:29). Este é o resultado da redenção – uma posição perfeita diante de Deus. Por causa da obra de Cristo para nós na redenção, somos feitos “justiça de Deus n'Ele [Cristo]” (2 Co 5:21). Deus nos trouxe em favor, embora fôssemos pecadores, e o fez com justiça, pois a punição pelo pecado foi paga na cruz do Calvário.
A veste de casamento
Finalmente, Rebeca recebeu vestidos. Podemos olhar para isso de duas maneiras. Primeiro, quando somos verdadeiramente salvos, somos vistos como sendo vestidos com uma vestimenta providenciada por Deus. Vemos isso destacado na parábola da ceia das bodas, onde uma veste nupcial foi fornecida para cada convidado. Aquele que ousou entrar sem uma veste nupcial foi levado a juízo (Mt 22:1-14). A veste nupcial falaria de sermos feitos aptos para a presença de Deus, e assim separados deste mundo.
No entanto, o vestuário tem outro significado na Palavra de Deus, e podemos expressá-lo como santificação prática. Quando pertencemos a Cristo, imediatamente estamos posicionalmente separados deste mundo. Mas à medida que o tempo passa e progredimos nas coisas divinas, somos progressiva e praticamente santificados cada vez mais, à medida que nos tornamos mais semelhantes a Cristo. Assim, o vestuário fala de nosso estilo de vida neste mundo, nossos hábitos, talvez nossos meios de ganhar a vida, tudo o que afeta nosso testemunho aqui embaixo.
A partir do momento em que ela disse à sua família “Eu irei” (Gn 24:58), Rebeca estava associada a Isaque e não mais à sua família de origem. Ela recebeu roupas para provar isso, e tudo isso resultaria na tomada de uma posição de peregrina na terra de Canaã, juntamente com a família de Abraão. Ela aprendeu o que era não possuir terra, mas esperar“a cidade que tem os fundamentos, cujo Arquiteto e Edificador é Deus” (Hb 11:10 – TB). Dessa forma, a nova veste de Rebeca, dada pelo servo, era uma figura dela sendo separada, tanto posicionalmente quanto praticamente.
As joias egípcias
Em tudo isso, é interessante notar que muito depois da união de Rebeca com Isaque, seus filhos, então muito numerosos, eram escravos na terra do Egito. Mas depois que o Senhor os redimiu, em figura pela Páscoa, e estavam prestes a deixar o Egito, eles “pediram aos egípcios joias de prata, e joias de ouro, e vestidos” (Êx 12:35 – TB). Eles tinham sido instruídos a fazer isso em Êxodo 3:22, pelo próprio Senhor. Essas mesmas joias, juntamente com os vestidos, deveriam caracterizá-los, então, como um povo diante do Senhor, com tudo o que as joias e o vestuário representam.
Nós, como Igreja, estamos diante do Senhor da mesma maneira. Somos redimidos (representado pela prata), feitos justos diante de Deus (tipificado pelo ouro) e santificados praticamente pelas vestes que nos foram dadas. Como é importante desfrutar de tudo isso e exemplificá-lo em nossa vida!
W. J. Prost
O Peitoral das Vestes do Sacerdote
A longa e elaborada explicação do vestuário dos sacerdotes é, naturalmente, cheia de significado espiritual importante. As cores e símbolos messiânicos estão em toda parte entrelaçados. Os pingentes de sinos dourados e romãs de suas vestes são considerados por alguns como significando os princípios de testemunho e fecundidade. Quando se fala do linho fino, sem dúvida, isso indica pureza pessoal. O Urim e Tumim foram os meios pelos quais a vontade de Deus foi dada a conhecer ao sacerdote. Eles correspondem ao Espírito e à Palavra que cada Cristão da presente dispensação possui.
As pedras preciosas
Da frente do esplêndido traje do sumo sacerdote resplandecia um fulgor de luzes misturadas, brilhando a partir do conjunto de pedras preciosas de que o “peitoral” é feito. Os nomes das tribos de Israel foram gravados nelas, pois, como as 12 pedras no fundo do Jordão, as 12 na margem do mesmo, e as 12 com as quais Elias construiu em um altar no Carmelo, essas 12 pedras também representam o povo de Deus. O caráter dessas pedras e a posição em que são colocadas mostram, de maneira maravilhosa, em que estima nosso Grande Sumo Sacerdote considera Seus indignos discípulos.
Estamos acostumados ao pensamento de sermos considerados pela misericórdia divina como objetos de piedade e benevolência, mas talvez estejamos muito pouco acostumados ao pensamento de sermos considerados pelo amor divino como objetos de valor e beleza, de esplendor e raridade. Ah! Isso é muito diferente. A apreensão disso ampliaria nosso conhecimento daquele amor que excede o entendimento, e nos daria uma estimativa mais elevada do valor daqueles a quem Ele chama de “Minhas joias”. Isso requer somente um leve exercício de fé para crer em Sua misericórdia e bondade, mas requer toda fé que possuímos para confiar que Seu amor realmente nos valoriza, que Ele nos carrega em Seu coração, considerando-nos como pedras preciosas de valor intrínseco e inestimável. Nosso Grande Sumo Sacerdote nos considera valiosos e — porque Seus olhos repousaram sobre nós – belos e dignos de admiração. Quanto mais conhecemos uns aos outros e a nós mesmos, mais maravilhoso parece esse amor que não só poderia sofrer por nós, mas poderia definir tal valor sobre nós. Como explicar isso? Quem pode explicar o amor e os caminhos do amor? Quando a mãe de dois irmãos proeminentes na história romana disse: “Estas são as minhas joias”, apontando para seus filhos. Será que ela os achava valiosos porque havia sofrido e trabalhado por eles? Ou porque realmente lhe dava prazer olhar para eles? – ou ambas as razões?
As pedras preciosas mais bonitas e valiosas
As pedras preciosas são as coisas mais bonitas e valiosas que a Terra contém. Tão valiosas quanto os metais raros, elas são mais bonitas; tão bonitas quanto as flores, elas são mais duráveis. Mas, afinal, quais são elas, qual é a origem delas? Há um texto bem conhecido de um escritor moderno, onde ele traça o curso o barro comum ou lodo, composto de argila, areia e fuligem. Pelo processo do tempo e a misteriosa alquimia do poder divino operando em todos os lugares, o barro é gradualmente desenvolvido em uma safira, a areia em uma opala e a fuligem em um diamante. E isso não é mera poesia, mas fato científico comum. O diamante é de fato “carbono cristalizado” — fuligem dignificada. É obra do Senhor e é maravilhosa aos nossos olhos. Como essas pedras foram assim transformadas para adornar a coroa do rei, a coroa da rainha e o peitoral do sumo sacerdote? Pelo poder do Altíssimo operando misteriosamente por meio do calor e do dilúvio, da pressão, das trevas e da luz. E quando tiradas do pó, o trabalho ainda não está feito: Elas têm que passar pelo rigor de ser cortadas e lapidadas. O lapidário se inclina sobre elas no movimento do torno e as faz gritar enquanto ele as toca aqui e ali. Ele as machuca muito, mas não as prejudicará. Elas vão brilhar com um brilho mais bonito agora.
Proteção e cuidados das joias
Que sensação de segurança isso dá! Aqueles que possuem pedras preciosas as protegem com o maior cuidado. A joia pode talvez estar em um ambiente pobre, como aquele rico rubi que o russo Pedro tirou do bolso em um pedaço de papel amassado e entregou ao rei William, ou não polido como o Koh-i-noor (N.T.: Um dos diamantes mais famosos do mundo), antes que o Duque de Ferro (o Duque de Wellington) o levasse ao lapidário para ser cortado e fragmentado para a rainha Vitória. Mas ele é valioso demais para ser descuidado. O duque se sentava, nunca deixando a joia fora de sua vista até que uma nova faceta fosse cortada, e então a envolvia cuidadosamente em um lenço de seda e a levava consigo até o dia seguinte (Diz-se que o diamante Koh-i-noor se originou na Índia e acabou sendo cortado em uma joia de 105 quilates. Agora faz parte das joias da coroa na Inglaterra). Tal cuidado protege – e tal valor é colocado sobre o povo de Deus. O Lapidário celeste inclina-Se sobre as grosseiras pedras malformadas à medida que se movem na roda da vida em seu movimento, e Ele as toca com muitos instrumentos afiados e faz seu polimento com seu próprio pó. Mas Ele mesmo não as prejudicará nem deixará que ninguém o faça, e Ele diz: “E eles serão Meus... naquele dia em que Eu preparar Minhas joias” (Ml 3:17 – KJV).
J. C. Bayley (adaptado)
As Ofertas Voluntárias para o Tabernáculo
“Então, toda a congregação dos filhos de Israel saiu de diante de Moisés, e veio todo homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o impeliu, e trouxeram a oferta alçada ao SENHOR para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas. E, assim, vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração; trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, e todo vaso de ouro; e todo homem oferecia oferta de ouro ao SENHOR; e todo homem que se achou com pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras, e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles de texugos, os trazia; todo aquele que oferecia oferta alçada de prata ou de metal, a trazia por oferta alçada ao SENHOR; e todo aquele que se achava com madeira de cetim, a trazia para toda a obra do serviço. E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as mãos e traziam o fiado, o pano azul, a púrpura, o carmesim e o linho fino. E todas as mulheres cujo coração as moveu em sabedoria fiavam os pêlos das cabras. E os príncipes traziam pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral, e especiarias, e azeite para a luminária, e para o óleo da unção, e para o incenso aromático. Todo homem e mulher, cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o SENHOR ordenara se fizesse pela mão de Moisés, aquilo trouxeram os filhos de Israel por oferta voluntária ao SENHOR” (Êx 35:20-29).
O povo de Israel respondeu às palavras do Senhor, entregues a eles por Moisés. A escravidão sob a qual a lei os colocou foi por um pouco de tempo posta de lado por esse apelo do Senhor ao coração deles. O tabernáculo era uma figura de Cristo, dom gratuito de Deus, e, portanto, aqueles que contribuíram para ele demostraram um sinal, ainda que fraco, do mesmo espírito liberal. Parece que a beleza da figura, o caríssimo dom de Deus para o qual ela apontou, de repente abriu o rude coração deles. Ai! Esses corações logo se fechariam novamente e, finalmente, rejeitariam o próprio dom que Deus, na plenitude de Seu amor, lhes ofereceu.
Um espírito servil – Um coração disposto
No que se refere à maneira que devemos procurar agradar a Deus, que verdade isso nos mostra! Um espírito servil é próprio de alguém que provou de Sua graça. Um coração avarento é especialmente uma abominação para Aquele que não poupou Seu próprio Filho. Contemplemos mais profundamente, mais verdadeiramente, a grandeza do Seu dom para nós. Vamos aprender um pouco mais do coração de Deus, como mostrado em Seu dom de Cristo, e vamos adquirir um caráter mais digno – mais verdadeira nobreza de espírito. Estaremos mais prontos para nos render – tudo o que somos e tudo o que temos – uma oferta voluntária em Seu serviço.
De bom coração, vieram, homens e mulheres, e trouxeram, primeiro, o seu ouro: “trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, e todo vaso [joias – TB] de ouro“. Seus ornamentos pessoais foram assim livremente entregues, como oferta alçada a Jeová. E nisto participaram tanto as mulheres como os homens – tanto os fracos como os fortes.
O ouro e o cobre
A esse respeito, há semelhança entre o ouro usado no tabernáculo e o cobre empregado para a pia. Os espelhos de cobre das mulheres que se reuniam à porta do tabernáculo da congregação foram entregues por elas, para a pia e sua base (Êx 38:8). Elas preferiram olhar para um vaso cheio de água purificadora, em vez de contemplar sua própria beleza no espelho. Assim, um pecador tocado pela graça de Deus deixa de buscar conforto ou satisfação em sua própria beleza e alegremente se dirige para a pia da regeneração – a morte de Cristo – que transforma sua corrupção em beleza e o purifica da imundícia da carne.
Da mesma forma, esses homens e mulheres israelitas preferiram a contemplação da morada de Deus a adornos pessoais. Eles desistiram de suas joias de ouro, a fim de que os olhos e coração de todos pudessem ser colocados sobre o tabernáculo do Altíssimo.
Oferta movida e oferta alçada
Depois de especificar que homens e mulheres trouxeram suas joias de ouro, é acrescentado: “todo aquele que oferecia oferta alçada de prata ou de metal, a trazia por oferta alçada ao SENHOR”. Em algumas versões as palavras “que oferecia [ou fazia] oferta” são peculiares. Literalmente é: “todo aquele que oferecia oferta alçada ao SENHOR”. O ouro é novamente chamado de oferta movida em Êxodo 38:24 (JND). Assim, temos as duas palavras usadas neste capítulo com referência às ofertas voluntárias dos filhos de Israel, “oferta movida” e “oferta alçada”. Duas porções do “sacrifício pacífico” foram, respectivamente, movidas e alçadas, “o peito movido” e “a espádua alçada” (Lv 7:34). A ação de mover diante do Senhor o que foi apresentado a Ele, parece indicar o movimento para um lado e para o outro diante dos Seus olhos de modo que Ele possa examinar cada parte, enquanto alçar a oferta indicaria levantá-la da Terra em separação para Jeová.
Cada homem, neste caso, moveu uma oferta movida de ouro ao Senhor, distinta das joias também apresentadas. Nessa ação, ele chamou a atenção para a preciosidade e pureza da quantidade de ouro fino que ele ofereceu. Foi o primeiro material apresentado. Pode ser porque é o metal precioso que, em figura, representa a glória divina do Senhor Jesus como o Filho de Deus.
H. W. Soltau (adaptado)
O Éfode de Gideão
Depois da vitória de Gideão sobre os midianitas, o povo de Israel veio até ele e quis fazer dele um rei. “Porém Gideão lhes disse: Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará; o SENHOR sobre vós dominará” (Jz 8:23). Isso não é maravilhoso? A resposta está doutrinalmente correta, mas o coração do homem já está longe do Senhor; o homem pode proferir coisas piedosas, mas seu coração não é reto.
“E disse-lhes mais Gideão: Uma petição vos farei: dai-me cada um de vós os pendentes do seu despojo (porque tinham pendentes de ouro, porquanto eram ismaelitas). E disseram eles: De boa mente os daremos. E estenderam uma capa, e cada um deles deitou ali um pendente do seu despojo. E foi o peso dos pendentes de ouro que pediu mil e setecentos siclos de ouro, afora as luetas [ornamentos em forma de meia-lua – ARA], e as cadeias, e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora as coleiras que os camelos traziam ao pescoço. E fez Gideão disso um éfode e pô-lo na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel se prostituiu ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e à sua casa” (Jz 8:24-27).
A armadilha das joias
Isso é triste, não é? Gideão estava disposto a aceitar um pouco de bajulação. Ele queria os brincos, joias e ornamentos tirados do despojo, e eles se tornaram uma pedra de tropeço para o seu povo, para ele mesmo e sua casa. Há um aviso aqui para nós, queridos santos de Deus. Você pode ser usado pelo Senhor poderosamente, como Gideão foi, mas se você não mantiver a mesma mansidão e humildade que o caracterizou como humilde e quebrantado em espírito, você vai se afastar do Senhor. Quando Gideão se afastou do Senhor, ele levou outros com ele. Quando você se afasta do Senhor, leva outros com você. O próprio filho de Gideão caiu na armadilha.
Deus não diz uma palavra sobre isso em Hebreus 11, tudo é omitido. Em Hebreus, Deus está fazendo um registro dos homens como homens de fé, não como homens fracassados; eles estarão naquela ressurreição gloriosa naquele dia vindouro, “para que eles, sem nós, não sejam aperfeiçoados”. Eles aspiram por uma melhor ressurreição. Deus passa por cima de todos os fracassos deles; isso é maravilhoso! Esse é o Deus e Pai que temos. Aqui neste mundo temos que colher o fruto de nossos caminhos, mas graças a Deus, quando passarmos pela jornada do deserto, quando formos reunidos, levados para a casa do Pai, estaremos lá sem mancha ou ruga ou qualquer coisa assim.
É uma coisa maravilhosa ser um filho de Deus — conhecer o Senhor Jesus Cristo como Salvador e buscar, de acordo com a medida de nossa fé, viver para Ele o pouco tempo que nos resta aqui.
C. H. Brown
O Remanescente – Passado e Presente
Voltemos por um momento para a última página das Escrituras do Velho Testamento — a profecia de Malaquias. Muitos anos se passaram desde os dias brilhantes de Esdras e Neemias, e temos aqui uma imagem muito triste da condição de Israel. Infelizmente, “o nível inferior” foi rapidamente pisado. É a mesma história triste — “É a tua destruição, ó Israel, estares tu contra Mim”! (Os 13:9) Vamos citar alguns versículos.
“Ofereceis sobre o Meu altar pão imundo e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível … Quem há também entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do Meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação … dizeis: A mesa do SENHOR é impura, e o seu produto, a sua comida é desprezível. E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o roubado, e o coxo e o enfermo; assim fazeis a oferta; ser-Me-á aceito isso de vossa mão? diz o SENHOR” (Ml 1:7, 10, 12-13; veja também Ml 3:5-9).
Que condição deplorável de coisas! Contemplar isso é simplesmente de partir o coração. A adoração pública de Deus trazida ao desprezo total; os religiosos ministros trabalhando apenas sob contrato; suborno e corrupção em conexão com o santo serviço de Deus; toda forma de depravação moral praticada entre o povo. Em suma, este era um cenário de profunda escuridão moral, deprimente além do que se possa imaginar para todos os que se importavam com os interesses do Senhor.
Meu especial tesouro
No entanto, mesmo no meio dessa terrível cena, temos uma figura mais tocante e notável de piedade. Como sempre, há um remanescente – uma companhia amada que honrou e amou o Senhor, e encontrou n’Ele o seu centro, o seu objeto, o seu deleite. “Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial escrito diante d’Ele, para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do Seu nome. E eles serão Meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para Mim particular tesouro [joias – ACF]; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve” (Ml 3:16-17).
Quão maravilhoso é tudo isso! Que contraste com a condição geral das coisas! Podemos percorrer toda a história da nação e não encontrar nada comparado a isso. Onde lemos sobre “um memorial escrito diante d’Ele”? Em nenhum lugar; nem mesmo em meio às brilhantes vitórias de Josué e Davi, ou aos esplendores de Salomão. Pode-se dizer que não havia necessidade, mas esse não é o ponto. O que temos a ponderar é o impressionante fato de que as palavras e os caminhos daquele fraco remanescente, no meio da abundante maldade, eram tão revigorantes para o coração de Deus que Ele tinha um livro de lembranças escrito a respeito deles. Podemos afirmar com segurança que a comunhão desses amados foi mais grata ao coração de Deus do que os cantores e trompetistas nos dias de Salomão. “Aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o seu companheiro”. “Para os que temem ao Senhor, e para os que se lembram de Seu nome”. Havia devoção individual, apego pessoal; eles amavam o Senhor; e isso os uniu.
Eles amavam o Senhor
Nada pode ser mais maravilhoso. Quem dera que houvesse mais disso no nosso meio! Essas queridas pessoas não estavam fazendo nada muito grande ou vistoso na visão do homem, mas amavam o Senhor, pensavam n’Ele, e seu apego comum a Ele os unia para falar d’Ele. Isso dava um encanto às suas reuniões que gratificaram e refrescaram o coração de Deus! Destacava-se em um brilhante e belo constraste, da obscuridade de uma fria rotina com que estavam cercados. Elas não estavam ligadas por certos pontos de vista ou opiniões que tinham em comum, embora sem dúvida tivessem seus pontos de vista e opiniões. Também não eram mantidas juntas por serviços ritualísticos ou observâncias cerimoniais. Não, elas tinham algo muito melhor e mais elevado do que qualquer uma dessas coisas; foram atraídas e unidas por profunda devoção pessoal ao Senhor, e isso era agradável ao Seu coração. Ele estava cansado de todo o sistema de ritualismo, mas revigorado pela devoção genuína de algumas almas preciosas que se reuniam sempre que podiam para falar umas com as outras e encorajar umas às outras no Senhor.
Quem dera houvesse mais disso entre nós! Nós ansiamos por isso, e nosso único desejo sincero ao escrever este artigo é promover tal coisa. Tememos muito a influência, que atrofia e paralisa, do mero formalismo ou rotina religiosa – entrar em um ritmo e continuar dia após dia, semana após semana, ano após ano, de uma maneira pobre, fria e formal. Isso é muito ofensivo para o coração amoroso de nosso adorável Senhor e Salvador, que deseja estar cercado por uma companhia de seguidores sinceros e devotos, fiéis ao Seu nome, fiéis à Sua Palavra, fiéis uns aos outros por amor a Ele, procurando servi-Lo de todas as maneiras corretas, enquanto aguarda ardentemente Sua bendita Aparição. Que o Espírito de Deus trabalhe poderosamente no coração de todo o Seu povo, curando, restaurando, reavivando e mantendo uma companhia fiel para dar as boas-vindas ao Noivo celestial! Vamos clamar ao nosso gracioso Deus por isso.
C. H. Mackintosh
A Nova Jerusalém
O assunto da Nova Jerusalém é muito pouco estudado em comparação ao intenso interesse que deveria haver em cada um de nós. Mesmo estando na Terra, cantamos: “Não há lugar como o lar”, e para ele nossos pensamentos sempre se voltam em todas as nossas andanças. Quanto mais, então, nosso coração deveria desfrutar da consideração de nosso lar eterno — aquela Jerusalém da qual há muito tempo se escreveu:
“Com jaspe brilham teus baluartes;
Tuas ruas com esmeraldas reluzem;
O sárdio e o topázio unem neles seus raios;
Teus muros eternos são cercados de ametista sem preço;
Teus santos constroem seu tecido, e a pedra angular é Cristo;
Jerusalém, a gloriosa! A glória dos eleitos!
Oh futura e desejada visão que nosso coração ansioso espera;
Mesmo aqui pela fé eu te vejo; ainda aqui prevejo seus muros;
A ti sobem meus pensamentos, e se esforçam e se cansam e anseiam.”
Bernard de Cluny (adaptado)
A cidade
Em Apocalipse 21:9, vemos que a Jerusalém celestial é a própria noiva, a esposa do Cordeiro. Ela é divina em sua origem – vem de Deus – é celestial em seu caráter. Ela estará sobre a Jerusalém terrenal à qual dará luz e glória (compare Is 4:5). Embora seja a noiva do Cordeiro que João vê, ela é descrita como uma cidade, sendo esta a sua aparência aqui embaixo na Terra. Estamos destinados a conhecer as mais profundas afeições de Cristo, como Sua noiva, mas para o mundo seremos o centro do governo celestial, transmitindo a glória e o poder de nosso Senhor às partes mais distantes do mundo redimido.
Um cubo transparente
A cidade é ainda descrita pelo apóstolo como um cubo transparente perfeito, 2.200 quilômetros em todas as direções, tendo a glória e o brilho do ouro, e a clareza cristalina do vidro ou jaspe. Essa cidade é segura; ela tem um muro grande e alto (apenas um símbolo) e 12 portões, ou tronos de julgamento, dos quais os anjos são os porteiros (ver também Hb 2 e 1 Co 6:3), e em cada um dos quais uma tribo judaica é julgada de acordo com as palavras do Senhor em Mateus 19:28: “também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel”. (Veja também Lucas 22:30). Os fundamentos dessa cidade gloriosa são os 12 apóstolos do Cordeiro, de acordo com Efésios 2:20. Tal é a nova e celestial capital do governo de Deus. Os fundamentos são pedras preciosas (a parte que será mais vista pela Terra), mostrando todas as variadas glórias de Cristo.
Criação, graça e glória
Temos essas glórias representadas três vezes na Escritura por pedras preciosas. Encontramos Suas glórias mostradas na criação em Ezequiel 28:13. Temos as variadas glórias em graça no peitoral do sumo sacerdote, e todas elas em glória aqui. A pura luz branca da glória de Cristo é assim dividida pelos meios pelos quais ela passa, até chegar às suas variadas características, como é exibida entre homens e apreendida por eles. Essa cidade difere da Jerusalém terrenal por não ter templo, pois a presença Toda-envolvente do Senhor Deus Todo-Poderoso e do Cordeiro está lá. Tal é então o aspecto glorioso geral do nosso futuro lar.
A cidade como portadora da luz
A cidade é um cubo de cristal, tendo nela o trono e o centro da glória de Deus e do Cordeiro (Ap 22:3). Cada raio da glória divina deve passar através desse cubo transparente, para chegar a esta Terra, e vem somente de Cristo, embora tudo seja transmitido por meio dos santos que irão, então, formar um meio perfeitamente transparente. Eles desfrutam da luz direta; a Terra, da luz transmitida. Que gozo pensar que então cumpriremos perfeitamente nosso alto destino de sermos portadores da luz da glória do Cordeiro.
Paraíso recuperado
Nesse panorama maravilhoso, temos novamente, em toda a sua perfeição divina, aquelas coisas das quais o homem foi excluído no paraíso terrenal, aqui reaparecendo no paraíso de Deus. Essa cidade é a fonte do rio da bênção; a árvore da vida cresce lá, seus frutos, sem dúvida, para os habitantes da cidade, suas folhas concedidas em graça às nações para a cura delas. Deus e o Cordeiro, agora unidos em glória, têm Seu trono na cidade, e os que a compõem são seus felizes servos. A glória de Deus sendo vista no Cordeiro, todavia, temos um Deus; portanto, Seus servos “O servirão: e verão o Seu rosto” (Ap 22:3-4). Eles também, como o Cordeiro (Ap 11:15), reinarão para todo o sempre.
A nossa posição
Teremos nosso lar na presença imediata de Cristo, cuja face veremos sempre, e seremos usados para transmitir Suas glórias à Terra milenar, sobre a qual reinaremos com Ele. Estaremos seguros de todo o mal; nenhuma das influências profanas que serão vistas na Terra, perto do fim do Milênio, jamais estragará nosso infindável gozo. Morte, tristeza e dor serão todas palavras esquecidas, exceto quando, ao contemplarmos Suas mãos ainda perfuradas, nos lembrarmos do alto custo que nos garantiu todo esse gozo infinito. Oh, como o coração anseia e suspira pela realização dessas cenas gloriosas! De qualquer modo, graças a Deus, todas elas estão asseguradas, e certamente contemplaremos o Rei em Sua beleza e desfrutaremos plenamente daquela esfera de bem-aventurança que temos considerado.
Beleza que nunca desvanece
Nos primeiros quatro versículos de Apocalipse 21, encontramos outro fato glorioso. Nos novos céus e na nova Terra que sucedem o Milênio – quando todo pecado é eliminado para sempre, quando Satanás tiver sido lançado no lago de fogo para não mais enganar – no estado eterno, nosso glorioso lar permanece inalterado e é visto descendo do céu tão fresco e belo quanto no início do Milênio no versículo 10. Pode parecer estranho para alguns que o versículo 10 deva realmente datar antes do versículo 2. A explicação é que os primeiros oito versículos deste capítulo encerram o assunto do capítulo 20, e no versículo 9 uma nova cena se abre na qual o anjo descreve a João o aparecimento da nova Jerusalém durante o Milênio.
Muito brevemente o consideramos, mas não deixemos que suas glórias sejam esquecidas quando este pequeno artigo for deixado de lado, mas que seja o meio de despertar desejos novos e duradouros para o momento em que a fé será transformada em visão e a oração em louvor.
A. T. Schofield (adaptado)
Diamantes para o Pão
O ano era 1944 e a guerra na Europa se arrastava. Àquela altura, os nazistas perceberam que iam perder no final, mas eles continuaram com a sua “solução final” para tentar livrar a Europa da sua população judaica. Em toda a Hungria, mais famílias judias foram reunidas e colocadas em vagões para transporte para Auschwitz e outros campos de extermínio.
Entre essas famílias estava a família Zisblatt. Irene tinha 13 anos na época, e ela e seus pais e irmãos subiram nos trens rumo a um destino desconhecido. A mãe de Irene tinha a sensação de que nem tudo ia correr bem, e ela costurou vários diamantes na bainha do vestido de Irene, dizendo-lhe que ela poderia estar com fome e precisaria usá-los para comprar pão. Diamantes para o pão! É difícil para nós imaginarmos isso.
Ao chegarem ao seu destino, Auschwitz, as famílias foram todas separadas, e Irene nunca mais viu a mãe ou os irmãos. Ela viu o pai uma vez através de uma cerca alta.
Imediatamente após a chegada, todos foram instruídos a colocar toda a bagagem que trouxeram em uma enorme pilha, e também suas roupas. E os diamantes costurados na bainha do vestido? Pensando rapidamente, ela os soltou e os segurou na mão. As filas de pessoas se moviam sendo inspecionadas. Ela não podia mantê-los na mão, então os colocou na boca. Mas então ela viu que os inspetores estavam verificando a boca de todos também! Ela fez a única coisa que podia e os engoliu.
Esse foi o início de um longo processo de engolir seus diamantes toda vez que as inspeções eram feitas e depois recuperá-los novamente. Ela não podia usar as latrinas públicas, pois os diamantes seriam perdidos para sempre. Ela teve que encontrar um local privado, arriscando sua vida cada vez que tinha que engolir e depois recuperar os diamantes. Não havia lugar no campo de prisioneiros para comprar pão, mas ela poderia precisar deles algum dia! E eram a sua única ligação com a mãe e a sua infância feliz.
Um pingente como lembrança
27 de janeiro de 1945 será sempre lembrado por aqueles que estavam naquele campo. Foi o dia em que a libertação finalmente chegou para aqueles que sobreviveram aos seus horrores. Irene, juntamente com várias outras pessoas muito doentes e esqueléticas, estavam livres para sair.
Com o passar dos anos, Irene passou a viver na América e, ao contar sua história, havia lágrimas ao lembrar-se de tudo o que havia passado. Não, ela nunca tinha comprado pão com os diamantes. Ela finalmente os transformou em um pingente na forma de uma gota de lágrima, como lembrança de toda a tristeza que eles traziam à sua mente.
Quando ouvi essa história, me fez pensar nos versículos em Malaquias 3:16-17: “Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial escrito diante d’Ele, para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do Seu nome”. “E eles serão Meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para Mim particular tesouro [Minhas joias – KJV]”.
Estamos em tempos difíceis. Mas num dia vindouro, muito em breve, nosso Senhor nos reunirá, Suas jóias. Vamos trazer-Lhe muito gozo, não tristeza! Que possamos pensar no Seu nome.
Adaptado de um documentário sobre os últimos dias de Auschwitz
Ordem e Desordem Mundial
Os termos “Ordem Mundial” e “Nova Ordem Mundial” têm sido usados de várias maneiras e em diferentes momentos durante os últimos 100 anos. Em geral, o termo refere-se a um conjunto de convenções políticas, econômicas e sociais que são aceitas no mundo durante uma determinada época, e o efeito que elas têm sobre as relações entre diferentes países. O termo foi provavelmente usado pela primeira vez nos tempos modernos pelo ex-presidente dos EUA Woodrow Wilson após a Primeira Guerra Mundial, e mais tarde pelo ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill após a Segunda Guerra Mundial. Ambos os líderes estavam falando sobre a “nova ordem mundial” que desejavam estabelecer após os enormes conflitos que haviam testemunhado e a tremenda desordem que havia resultado. Alguns acham que o conceito de ordem mundial remonta a 1648, quando o Tratado de Vestfália foi assinado na Europa. Esse tratado, assinado pela maioria das principais nações da Europa, pôs fim à desastrosa Guerra dos Trinta Anos na Alemanha e estabeleceu certos princípios e limites, supostamente para o bem de todos.
Mais recentemente, outros líderes mundiais usaram o termo, especialmente durante a chamada “Guerra Fria” que existiu entre o Ocidente e a União Soviética durante os anos de 1945 até o final dos anos 1980. Henry Kissinger, Secretário de Estado dos EUA e Conselheiro de Segurança Nacional durante as administrações Nixon e Ford, escreveu um livro com o título “Ordem Mundial” em 2014, no qual ele explora o conceito de ordem mundial ao longo da história deste mundo. O termo está sendo usado novamente desde o início da pandemia de COVID, um evento que também alterou muito a ordem geral que existia no mundo há alguns anos.
Governo mundial único
O termo “Nova Ordem Mundial” tem outros significados para algumas pessoas, particularmente na esfera das chamadas “teorias da conspiração”. Há alguns que estão convencidos há muitos anos de que um grupo de conspiradores de “elite” está trabalhando nos bastidores para tentar estabelecer um “governo mundial”, usando pressões financeiras, políticas e sociais para alcançar seus fins. Desde o início da pandemia de COVID, essas teorias da conspiração também se concentraram no que é percebido como uma tentativa de ganhar controle pela disseminação secreta do vírus, ou talvez pelo uso forçado de vacinas contra ele. (Ao fazer essas observações sobre teorias da conspiração, quero enfatizar que não confirmo nem procuro refutar essas teorias. Não é nosso propósito considerá-las neste artigo. Eu apenas as menciono em conexão com a frase “Nova Ordem Mundial”).
O período pós-Segunda Guerra Mundial foi visto como uma oportunidade para trazer propostas idealistas para a ordem global por esforços coletivos – esforços que abordariam problemas mundiais além da capacidade de resolução individual estados-nação, respeitando o direito das nações à autodeterminação. O objetivo de tudo isso era, nas palavras de Kissinger, “uma ordem cooperativa inexoravelmente crescente de estados observando regras e normas comuns, abraçando sistemas econômicos liberais, renunciando à conquista territorial, respeitando a soberania nacional e adotando sistemas participativos e democráticos de governo”. Essa ordem global liberal serviu como o alicerce da paz e estabilidade por muitos anos depois de 1945. Foi propositadamente projetada pelos EUA e seus aliados ocidentais para evitar conflitos armados, por meio de agências como a Organização das Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio e a OTAN, bem como de uma série de tratados e acordos menores. Enquanto experimenta seus altos e baixos, tem funcionado razoavelmente bem.
Desordem mundial
Nos últimos anos, no entanto, tudo isso mudou repentinamente. Edward Fishman, ex-membro da Equipe de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado dos EUA, fez as seguintes observações recentemente:
Em raros momentos, a confiança na velha ordem entra em colapso e a humanidade fica com um vácuo. É durante esse tempo que novas ordens nascem – que novas normas, tratados e instituições surgem para definir como os países interagem uns com os outros e como os indivíduos interagem com o mundo.
“Como a ruptura global de maior alcance desde a Segunda Guerra Mundial, a pandemia de coronavírus é um momento assim. A ordem mundial pós-1945 deixou de funcionar. Sob uma ordem saudável, esperaríamos pelo menos tentativas de boa fé na coordenação internacional para enfrentar um vírus que não conhece fronteiras. No entanto, as Nações Unidas desapareceram, a Organização Mundial da Saúde tornou-se um jogo político e as fronteiras fecharam não apenas entre países, mas, mesmo dentro da União Europeia. Hábitos de cooperação que levaram décadas para se consolidar estão se dissolvendo. Quer queiramos ou não, uma nova ordem surgirá à medida que a pandemia recuar”.
Como uma indicação dessa mudança dramática, vimos a Rússia invadir a Ucrânia, e enquanto escrevo isso em outubro de 2022, a Ucrânia (com apoio e armas ocidentais) parece estar tendo algum sucesso em se defender. Como resultado, a Rússia recorreu a um grande aumento da “agressividade militar” e até ameaçou usar armas nucleares.
Uma superpotência emergente
Em outra área do mundo, o seguinte comentário recente da CNN News enfatiza outro fator que influencia fortemente a ordem mundial:
“Em pouco mais de três décadas, a China transformou-se de uma nação asiática fechada, atolada na pobreza, em uma superpotência emergente que rivaliza com os Estados Unidos. Agora, os tentáculos da influência chinesa estão gradualmente se envolvendo em todo o mundo, subvertendo papéis e relacionamentos que dominaram a ordem global por meio século.”
Instituições que criam ordens
Talvez alguns dos nossos leitores estejam começando a perguntar: Para onde vamos com tudo isso? Alguns dias atrás, um artigo no National Post, um proeminente jornal nacional no Canadá, chamou minha atenção. Apareceu em 21 de setembro de 2022 e foi escrito por Brian L. Crowley, diretor administrativo do Instituto MacDonald-Laurier. Entre outras coisas, ele disse o seguinte:
“Na vindoura nova desordem mundial, os [comentários] de São Paulo serão o entendimento decisivo…‘Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino’ (1 Co 13:11).
“Uma das características marcantes do período pós-guerra foi a sua ordem e estabilidade quase sem precedentes. Isso, por sua vez, criou a ilusão reconfortante, mas infantil, de que o mundo foi simplesmente feito dessa maneira, que poderíamos incitar imprudentemente as instituições e comportamentos que sustentavam essa ordem e não sofrer consequências. …
As famílias em geral e o casamento em particular – que desde tempos imemoriais têm sido celebrados como o meio indispensável de ... socializar as crianças, cuidar dos idosos e transmitir a cultura e a propriedade através das gerações – poderiam alcançar um estado tão degradado que celebramos as pessoas rompendo seus casamentos porque não se sentem ‘realizadas'.
A desordem mundial vindoura é o resultado da segunda lei da termodinâmica, que essencialmente diz que o estado padrão do mundo é a desordem, não a ordem. Em outras palavras, a ordem deve ser infinitamente reconstruída...[em] um mundo hostil que está incansavelmente trabalhando para desfazer nossos esforços.
Se você não mantém as instituições e comportamentos que criam ordem e estabilidade porque essas instituições e comportamentos são restritivos, você não remove unicamente as restrições enquanto mantém a ordem anterior; você obtém restrições diferentes e muito mais dolorosas sem as bênçãos da ordem” (grifo do autor).
Princípios Cristãos
Como crentes, sabemos pela Palavra de Deus que as coisas neste mundo vão piorar cada vez mais, e parece pelo artigo que acabei de citar que mesmo o mundo secular está começando a reconhecer a fonte da tendência decadente. Embora as citações do artigo de Edward Crowley citem a Palavra de Deus, elas não nos mostram claramente (nem esperaríamos isso em um jornal secular) que é, principalmente, a renúncia a Deus e Suas reivindicações que resultou no caos que estamos experimentando hoje.
Quando o mundo ocidental estabeleceu uma nova ordem mundial após a Segunda Guerra Mundial, o fez em grande parte com base nos princípios Cristãos e mostrando bondade para com aqueles que haviam sido derrotados. Alguns podem argumentar com isso, talvez com boas razões, pois desde que as nações foram formadas na Torre de Babel, homens e nações sempre agiram em seus próprios interesses, pelo menos até certo ponto. No entanto, quando Deus foi honrado, mesmo de uma forma externa, o provérbio foi considerado verdadeiro: “A justiça exalta as nações” (Pv 14:34). Mas nos últimos 40 anos, o tom moral dos países ocidentais degenerou muito, e as consequências estão sendo sentidas. Em vez de ordem mundial, estamos vendo crescente desordem.
Cidadãos celestiais
Onde isso nos deixa como crentes? Somos cidadãos celestiais e não somos chamados a sair e tentar endireitar o mundo. No entanto, precisaremos redobrar nossa diligência para evitar a desordem em nossa vida pessoal, em nosso lar e coletivamente como Cristãos. O mundo hostil sobre o qual Edward Crowley fala é um mundo sob o controle de Satanás, e ele está realmente usando todo o seu poder para desfazer qualquer esforço de ordem, seja no mundo ou entre os Cristãos.
O homem pode trabalhar duro para tentar estabelecer algum tipo de ordem mundial hoje, mas o comentário de Deus sobre tudo isso é: “Eu o transtornarei, transtornarei, transtornarei; também o que é não continuará, até que venha Aquele a Quem pertence o direito; e lho darei a Ele” (Ez 21:27 – TB). Já estamos vendo o início da reviravolta, mas o verdadeiro cumprimento dessa profecia ocorrerá depois que formos chamados para casa e Deus começar a julgar este mundo.
Nosso trabalho hoje, nas palavras de outro versículo com uma ênfase tripla, é proclamar: “Ó Terra, Terra, Terra! Ouve a Palavra do Senhor” (Jr 22:29). Podemos estar preocupados com a crescente desordem no mundo de hoje, mas não é nada comparado ao que acontecerá durante a Grande Tribulação. É somente o evangelho da graça de Deus que salvará as almas do julgamento vindouro, e enquanto aplicamos a Palavra de Deus a nós mesmos, temos o privilégio e a séria responsabilidade de proclamá-lo aos outros. O tempo é curto.
W. J. Prost
A Joia do Nosso Amor
Pode a joia uma vez um lamento elevar Quando engastada for em seu limitado lugar E entre ouro e brilhantes ricamente encontrar?
A Joia do nosso amor! em Seu rico brilho, Jesus No claro cenário do céu; que brilha em toda Sua luz, Vê a joia que moldou olhando-a através da cruz.
Aquilo que Ele teceu no tear da natureza No lugar de exercícios que era quase sem beleza Mas que agora zomba da morte, com elos de realeza.
Sim! Elos de ouro sem liga, vem aqui para ouvir! Que tempo e morte não vão nunca mais destruir: Pois d’Ele a vida virá, e o gozo comum há de vir.
Que lindo som naquela esfera é ouvido, Aqui, pelo Maestro é ensinado E apesar do barulho da Terra, é sempre suave e afinado!
E aqui com cada um é assim — e lá ainda será bom, Pois Ele nos tem guiado à eternidade e seu som! Cuja mão-mestra define o tempo e o seu tom.
Baseado no poema de G. V. Wigram
“E eles serão Meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias”
(Ml 3:17 – ACF)
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