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ÍNDICE
Tema da edição
H. F. Witherby
T. Ruga
A. Miller
W. J. Prost
Things New and Old
W. J. Prost
Faithful Words for Young and Old
J. N. Darby
W. Kelly
The Young Christian
W. Kelly
J. N. Darby
J. N. Darby
J. D. Smith
Guerra
Na história das guerras, muitas vezes nos lembramos dos comandantes ou estadistas importantes, de suas escolhas e de como o seu caráter e escolhas afetaram o resultado da guerra. Por essa razão nos lembramos de homens como Josué, Davi, Alexandre o Grande, Júlio César, Abraham Lincoln, Winston Churchill, Joseph Stalin, Dwight Eisenhower entre outros. Você e eu somos soldados numa guerra. É importante conhecermos e confiarmos plenamente em nosso Comandante supremo. Quando Josué estava prestes a liderar os filhos de Israel nas batalhas pela conquista da terra de Israel, ele se encontrou com seu comandante. “Então, disse o Príncipe [Capitão – KJV] do exército do SENHOR a Josué: Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim” (Js 5:15). Obediência absoluta e santa é o lugar a tomarmos com nosso Comandante. Fazemos bem em recordar uma lição do combate entre o povo de Israel e os filisteus. Os homens de Israel se compararam ao gigante Golias e tiveram medo de enfrentá-lo em combate. Então o jovem Davi entra em cena. Ele se compara a Golias como os outros fizeram? Não, ele tem uma visão diferente e correta de Golias e da guerra. “Então, falou Davi aos homens que estavam com ele, dizendo: [...] Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” (1 Sm 17:26). Que possamos seguir o nosso Comandante com o mesmo espírito encontrado em Josué e Davi.
A Tática de Guerra
Josué 6:6-21
No final de Josué 5, encontramos o Senhor assumindo o Seu lugar como Capitão do Seu exército. No capítulo 6, a ação de Israel como o exército de Deus começa imediatamente após o comando ser dado por seu Capitão. Até esse ponto, Deus havia introduzido o Seu povo em Canaã e dado a eles do alimento da terra para prepará-los para a guerra. Assim, o Cristão deve estar estabelecido na graça antes de ser um efetivo soldado de Cristo. Um filho de Deus que duvide de sua filiação ou esteja envolvido em lutas espirituais consigo mesmo não é um efetivo soldado de Cristo.
Além disso, se a liberdade Cristã é conhecida como uma questão de fé, é preciso uma vida santa para sustentar o conflito espiritual. Sujeição a Deus e obediência às Escrituras são necessárias para a verdadeira guerra Cristã. Devemos andar com Deus se formos guerrear para Deus. Ser um soldado Cristão exige que haja fé no que Deus fez por nós, bem como submissão à Sua obra em nós.
Entrada nos lugares celestiais
Tanto a bênção do crente em Cristo quanto o estado saudável da alma do Cristão, conforme vemos nos tipos e figuras do livro de Josué, são preliminares à batalha propriamente dita. A passagem do Jordão nos mostra, em figura, a entrada do crente nos lugares celestiais. Gilgal mostra o verdadeiro lugar de liberdade do crente, enquanto a participação das festas da Páscoa, dos pães asmos e do trigo da terra do ano antecedente proclamavam verdadeiro alimento em Cristo. Com base nessas grandes realidades vieram a visão da espada desembainhada e os comandos relativos à derrubada de Jericó. Parece que Josué deu suas ordens a Israel imediatamente após recebê-las do Capitão do exército do Senhor. A fé é igualmente equilibrada em sua energia e paciência, pois a fé é simplesmente executar a mente de Deus. Aos sacerdotes a palavra de ordem foi: “Levai a arca”; aos homens armados: “Passai e rodeai a cidade, e quem estiver armado passe adiante da arca do Senhor”.
Ele já nos prometeu a vitória assim como prometeu a Israel. Eles creram n’Ele, e “pela fé, caíram os muros de Jericó”. Que o soldado de Cristo, a mando de seu Senhor, saia para lutar por Ele, e que ele esteja tão certo da vitória quanto Israel estava. Soldados de Cristo, despertem a alma para a coragem! A coragem Cristã afeta os adversários como nenhuma outra coisa é capaz. Igualmente, vamos despertar nossa alma para a dificuldade. Guerreiros não lutam deitados em colchões de penas, nem espreguiçados à vontade em poltronas; o soldado Cristão deve esperar dificuldades. Além disso, ele não deve se embaraçar com os negócios desta vida, mas agradar Aquele que o chamou para ser um soldado. Os deveres da vida devem ser honradamente cumpridos, mas somos proibidos de nos embaraçar com eles. Existem muitos “indispensáveis”, como podemos chamá-los, que são realmente embaraços e que um Cristão, zeloso por Cristo, aprende a descartar. Assim como o atleta, ele se desfaz de todo peso. Qualquer coisa que mantenha a mente ocupada, com exclusão dos interesses de Cristo, deve ser considerada suspeita.
Um bom soldado
Um bom soldado ama sua profissão, e um verdadeiro soldado Cristão ama a guerra Cristã. Ele tem prazer nas dificuldades e no cansaço. Avante, sempre avante, é o seu brado. Não é um fardo para ele; ao contrário, é seu alegre serviço esgotar e ficar esgotado para o seu Senhor. Ociosidade e comodidade são uma aflição para aquele que tem ardor pelas perspectivas eternas, energizado pelo Espírito Santo e constrangido pelo amor de Cristo. “Eternidade”, ele sussurra para si mesmo, quando seu corpo cansado quase se ressente de cumprir as ordens de sua alma. Tal espírito marca os homens da linha de frente. Que o jovem Cristão que leia isto tenha ardor pelas perspectivas da eternidade e seja cheio de santo zelo em toda sua vida!
Josué deu ordens apenas para o dia: “Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado passe adiante da arca do SENHOR”. Todo trabalho da fé é um trabalho diário, um progresso passo a passo; essa é a única forma feliz e verdadeira de se viver para Deus. Com alegre satisfação de terem obedecido a Deus, o primeiro dia de Israel terminou – um conforto que acreditamos que pode ser nosso também.
A arca do Senhor
Na madrugada do segundo dia Josué se levantou, e os sacerdotes levaram a arca do Senhor. Um fato novo, de importância prática, é agora apresentado. Os sete sacerdotes “iam andando, tocando as trombetas” (AIBB). Nenhuma voz foi emitida por Israel; os únicos sons eram da contínua marcha de muitos pés e do sonido das trombetas. Tal tática de guerra parecia aos homens de Jericó, muito provavelmente, uma loucura consumada. Não havia trincheiras levantadas, construção de aríetes[1], escadas de escalada – nada além das trombetas de júbilo! Os homens de Jericó não sabiam o que significavam aqueles sonidos, nem o mundo hoje entende o alegre som do evangelho e da mensagem de que Cristo está vindo.
Os sacerdotes – os homens cujo serviço nesta Terra era a adoração de Jeová – tocavam as trombetas. Assim, o som de gozo vem de almas que adoram – um verdadeiro testemunho. O gozo da Sua vinda surge somente quando o amor de Cristo é doce ao coração. A força da verdadeira coragem Cristã já foi mencionada, mas o verdadeiro gozo Cristão é quase tão grande quanto um testemunho da presença de Deus. A alma do crente, trazida ao conhecimento da perfeita salvação em Cristo, não pode senão expressar exuberante gozo, e as notas de gozo das trombetas de júbilo duraram todos os sete dias – todo o tempo em que Israel rodeou Jericó.
O som de gozo não era apenas um cântico de sua própria liberdade, mas o testemunho contínuo de que as forças do mal estavam prestes a serem derrubadas e que o reino de Deus viria. A obediência do silencioso exército e o contínuo som das trombetas proclamando o ano aceitável do Senhor oferecem uma contemplação muito sugestiva para os soldados Cristãos. Israel desferiu o golpe que venceu Jericó tocando as trombetas.
A sétupla energia da fé
O sétimo dia foi marcado por um zelo especial e uma energia sete vezes maior. “E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; naquele dia somente, rodearam a cidade sete vezes” (Js 6:15). Em vista disso, podemos muito bem estimular nossa alma a um zelo e paciência renovados. A paciência está estampada na tática da batalha de Israel – aquela paciência peculiar que continua até que o tempo da vitória de Deus chegue. “Persistência” é a palavra que todo Cristão precisa ter inscrita em sua bandeira. Há um sétuplo, um perfeito teste de fé para os soldados de Cristo no caminho da obediência, e, quanto mais próximo o dia da vitória final, maior a necessidade de fervoroso trabalho para o Senhor. Quanto mais próximo o fim, maior o apelo à diligência.
O poder de Satanás não pode ser vencido senão na força divinamente dada, e, seja qual for o zelo dos santos de Deus, a oração é sua necessidade constante. “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança” (Ef 6:18) é o que Deus ordena ao soldado de Cristo.
O brado da vitória em breve será ouvido! O Senhor dará a palavra, e então as defesas do mal cairão diante d’Ele. Chegará o tempo em que os homens dirão: “Paz e segurança”; e então repentina destruição virá sobre eles. Na perspectiva daquele dia, que cada um suba diretamente perante Ele em simples obediência ao Senhor. Que estejamos entre os poucos que ousam enfrentar o escárnio de ser diferente, fazendo cada um o seu próprio dever em obediência à Palavra do Senhor.
H. F. Witherby (adaptado)
A Nossa Milícia
A Palavra de Deus ensina que os crentes hoje têm inimigos, contra os quais eles travam uma guerra constante enquanto aqui na Terra. Há três inimigos mencionados na Escritura: a carne, o mundo e o diabo (Satanás). Antes de qualquer coisa, porém, existe um estado de espírito correto que precisamos apresentar no conflito a fim de termos a vitória. Em 2 Coríntios 10:3-5 diz: “Embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruição de fortalezas; derrubando as imaginações e toda altivez que se exalta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (KJV). As pessoas deste mundo lutam batalhas físicas umas contra as outras, mas a nossa batalha é espiritual. Iremos prosseguir para ver quão poderosas são as armas da nossa milícia, mas observe o que é trazido à tona nestes versículos. Devemos derrubar as imaginações! Há muitos pensamentos que podem ser considerados verdadeiros, mas, quando examinados à luz da Palavra de Deus, descobre-se que são apenas imaginações e inverdades. Cada um desses pensamentos deve ser levado cativo à obediência de Cristo, Aquele que é, Ele próprio, a Verdade. Não podemos ser vitoriosos sem fazer isso!
Vamos prosseguir para ver nossos inimigos e depois a armadura que nos foi dada para a nossa luta contra eles.
Inimigo número 1: a carne
Embora não seja o principal assunto deste artigo, a carne é, na verdade, o maior inimigo do crente e aquele sobre o qual a Escritura mais tem a falar. A carne é a natureza má com a qual cada um de nós nasceu e que permanecerá conosco até a nossa morte ou até que tenhamos o nosso corpo de glória na vinda de nosso Senhor Jesus. O crente nunca é instruído a lutar contra a carne, mas sim deve estar vigilante a quaisquer ataques que possam vir e confiar no Espírito de Deus para preservá-lo. Somos instruídos acerca das obras da carne em Gálatas 5:19-21, e no versículo 16 nos é dito: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne”. Mais uma vez, aprendemos a grande importância de seguirmos a Palavra de Deus e de sermos cheios de Seu Espírito se quisermos levar vidas Cristãs vitoriosas.
Inimigo número 2: o mundo
O segundo inimigo é o mundo. O mundo é o sistema de coisas ao nosso redor que é contrário a Cristo e que é, na realidade, liderado por Satanás. O Senhor Jesus disse em João 15:19: “[vós] não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo”. O mundo é a sociedade, a cultura e o modo de pensar que caracteriza todas as pessoas ao nosso redor que não são salvas. Quanto mais cedo aprendermos que essas coisas são erradas desde sua raiz, melhor poderemos fazer aquilo que é correto e de acordo com a Escritura. Em 1 João 2:17 nos é dito: “O mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. Tiago diz isso ainda com mais veemência quando diz: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4:4). Este deveria ser um verdadeiro aviso para aqueles que estão tentados a seguir em amizade com pessoas não salvas, juntando-se às suas atividades. Infelizmente, descobrimos que há crentes que estão dispostos a abdicar de qualquer coisa que tenha a ver com Satanás e as obras das trevas, mas simplesmente não conseguem ver como se libertar do mundo.
Contudo, em nosso relacionamento com Deus, o mundo não tem sabedoria alguma! Na verdade, a sabedoria do mundo é chamada de loucura em 1 Coríntios 1:20-21, onde diz: “Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação”. Tiago diz, “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (Tg 3:15). A sabedoria do mundo apela aos sentidos naturais e é do diabo (Satanás), que é o deus deste mundo. Há somente uma forma de sermos libertados dos pensamentos do mundo. Como é dito em Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (AIBB).
Em se tratando da nossa cultura, parece que a única maneira de nos livrar das nossas obrigações e das responsabilidades que nossa sociedade nos impõe é morrendo. De fato, nos é dito em Mateus 16:25: “aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de Mim achá-la-á”. Isso não significa morte física; antes, significa que devemos morrer para todas as nossas ambições, sonhos, honra e respeito neste mundo. Mas então vemos a recompensa: “quem perder a sua vida por amor de Mim achá-la-á”. Sim, participaremos de Sua rejeição e perseguição, porém é uma vida de gozo que vai muito além de qualquer coisa que um incrédulo ou um crente desobediente possa conhecer.
Isso não significa que devemos ser desrespeitosos de alguma forma com aqueles em nossa comunidade. Ao contrário, devemos dizer a eles que os respeitamos muito, mas que pertencemos ao Senhor e não podemos fazer aquilo que O desagrada. A maioria dos que assumem uma posição de fidelidade dessa maneira descobrem que, embora eles não nos entendam, aqueles na comunidade respeitarão nossa posição. Mas, em muitos casos, eles não ficarão contentes, e, como fizeram os discípulos no princípio, teremos que fazer aquilo que é correto, apesar deles. É dito em Atos 5:41 que, depois de serem açoitados, eles “retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus”.
Inimigo número 3: o diabo
Agora chegamos ao terceiro inimigo do crente – o diabo, ou Satanás. Quando nos referimos a Satanás, estamos incluindo todos os demônios que o seguiram em sua rebelião contra Deus e que o ajudam a realizar sua obra maligna. Nos é dito em Efésios 6:12 que nossa luta não é contra homens, mas contra Satanás e seus anjos, pois diz: “Não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Mas qual é a natureza da nossa luta com Satanás e suas forças? Existe uma parte física nisso ou há apenas ilusões e engano? Muitos já ouviram falar do poder dos espíritos (demônios) onde eles fizeram pessoas adoecerem ou outras coisas sobrenaturais. Vemos um exemplo disso na Escritura com Jó, onde Satanás destruiu tudo que ele tinha e depois até tirou a saúde de Jó. Mas é essa a forma como Satanás e os demônios agem com os crentes hoje? Para dar uma breve resposta, sim, eles podem ter a permissão de Deus para tocar um crente fisicamente, mas seu principal meio de lutar contra nós é nos enganar para que acreditemos no que é falso. Antes de continuarmos a ver como lutar essa guerra, vejamos como Satanás vem contra nós e qual seria para nós a atitude apropriada ao nos deparar com ele.
Em 1 Pedro 5:8-9 nos é dito: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo”. A partir desses versículos, aprendemos que nossa posição é defensiva e que nossa proteção é espiritual; “resisti firmes na fé”. Mas há outra coisa que devemos notar em relação à nossa atitude ao se deparar com Satanás. Nos versículos 5-6 lemos: “revesti-vos de humildade; porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus”. Devemos estar verdadeiramente humilhados debaixo da mão de Deus para ter alguma chance neste conflito! Podemos confiar n’Ele por proteção, e assim na sequência é dito no versículo 7: “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”. É somente depois que nos sujeitamos à poderosa mão protetora de Deus que podemos prosseguir para enfrentar Satanás. Tiago diz a mesma coisa: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; […] resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Novamente, a primeira coisa é sujeitar-se completamente a Deus. Então, com a proteção d’Ele, somos instruídos a resistir ao diabo, e teremos a vitória.
T. Ruga (adaptado)
A Real Causa da Perseguição
Embora diferentes razões possam ser dadas por diferentes pessoas e governos para perseguir os Cristãos, acreditamos que a real causa é a inimizade do coração contra Cristo e Sua verdade, como visto na vida piedosa dos Seus. Além disso, a luz que irradiam torna manifestas as trevas ao redor e expõe e reprova as inconsistências de falsos professantes e a vida de impiedade dos ímpios. O inimigo, tomando ocasião por essas coisas, incita as cruéis paixões daqueles que estão no poder para apagar a luz, perseguindo o portador da luz. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz” (Jo 3:20 – ACF). Esta tem sido a experiência de todos os Cristãos, em todas as épocas, tanto em tempos de paz como em tempos de angústia. Nenhum de nós está isento de perseguição, de forma velada ou abertamente, se vivemos de acordo com o Espírito e a verdade de Cristo. Entre as últimas palavras que Paulo escreveu, lemos estas: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3:12).
A seguir está o que pode ser considerado como algumas das causas inevitáveis de perseguição, olhando para os dois lados da questão – os propósitos de Deus e as razões do homem.
A guerra de agressão
O Cristianismo, diferentemente de todas as outras religiões que o precederam, era agressivo (abertamente ativo) em seu caráter. O judaísmo era exclusivo (a religião de uma só nação), enquanto Cristo era proclamado para o mundo todo. Isso era algo totalmente novo na Terra. “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15) foi a ordem do Senhor para os discípulos. Eles deviam sair e fazer guerra contra o erro, em todas as suas formas e modos de operação. A conquista a ser feita era o coração ser levado para Cristo. “Porque as armas da nossa milícia”, diz o apóstolo, “não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10:4-5). Nessa guerra de agressão contra as instituições existentes e contra os hábitos corruptos dos pagãos, os discípulos de Jesus não tinham muito o que esperar senão resistência, perseguição e sofrimento.
Religiões pagãs e o Estado
As religiões pagãs que o Cristianismo estava rapidamente minando e destinando à queda eram instituições do Estado. Elas estavam tão intimamente entrelaçadas com os sistemas civil e social que atacar a religião era o mesmo que entrar em conflito tanto com o civil quanto com o social. E isso foi exatamente o que aconteceu. Se a igreja primitiva tivesse sido tão acolhedora com o mundo como a Cristandade faz agora, muita perseguição teria sido evitada. Mas a igreja primitiva não aceitaria tal negligente acomodação. O evangelho que os Cristãos então pregavam, e a pureza da doutrina e da vida que eles mantinham, abalaram o alicerce das antigas, e profundamente enraizadas, religiões do Estado. Os Cristãos naturalmente se afastaram dos pagãos. Tornaram-se um povo separado e distinto. Não poderiam outra coisa senão condenar e abominar o politeísmo, como algo totalmente contrário ao único Deus vivo e verdadeiro e ao evangelho de Seu Filho Jesus Cristo. Isso deu aos romanos a ideia de que os Cristãos eram hostis à raça humana, visto que condenavam todas as religiões exceto a deles próprios. Por isso, eles foram chamados de “ateístas”, por não crerem nas divindades pagãs e recusarem a adoração pagã.
A adoração Cristã
Simplicidade e humildade caracterizavam a adoração dos Cristãos. Eles pacificamente se reuniam antes do nascer do Sol ou depois do pôr do sol, para evitar qualquer ofensa. Eles cantavam hinos a Cristo como a Deus; partiam o pão em memória de Seu amor ao morrer por eles; edificavam uns aos outros e se comprometiam a uma vida de santidade. Mas eles não tinham belos templos, estátuas, ordem de sacerdotes, nem vítimas para oferecer em sacrifício. O contraste entre a sua adoração e a de todos os outros no império ficou muito evidente. Os pagãos, em sua ignorância, concluíram que os Cristãos não tinham religião e que suas secretas reuniões eram com o pior dos propósitos. O mundo agora, assim como naquela época, diria daqueles que adoram a Deus em espírito e em verdade que “essas pessoas não têm religião”. O culto Cristão, em verdadeira simplicidade, sem o auxílio de templos e sacerdotes, ritos e cerimônias, não é melhor entendido hoje, pela Cristandade professa, do que era então, pela Roma pagã. Ainda assim, é verdadeiro que “Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24).
Os interesses temporais
Com o progresso do Cristianismo, os interesses temporais de um grande número de pessoas foram seriamente afetados. Esta foi uma rica e amarga fonte de perseguição. Uma multidão incontável de sacerdotes, fabricantes de imagens, negociantes, cartomantes e artesãos encontravam bons meios de vida ligados à adoração de tantas divindades.
Todos eles, vendo a sua profissão em perigo, unindo forças levantaram-se contra os Cristãos e procuraram por todos os meios deter o progresso do Cristianismo. Eles inventaram e espalharam as piores mentiras contra tudo o que é Cristão. Os astutos sacerdotes e os ardilosos adivinhos facilmente convenceram as pessoas comuns, e a opinião pública em geral, de que todas as calamidades, guerras, tempestades e doenças que afligiam a humanidade foram enviadas sobre eles pelos deuses, que estavam irados porque os Cristãos, que desprezavam a autoridade dos deuses, eram tolerados.
Ovelhas entre lobos
Muitas outras coisas poderiam ser mencionadas, mas estas eram, em todos os lugares, as causas diárias dos sofrimentos dos Cristãos, tanto publicamente quanto na vida privada. Um momento de reflexão convencerá qualquer leitor da verdade acerca disto. Mas a fé conseguia ver a mão do Senhor e ouvir a Sua voz em tudo: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; […] eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas; e sereis até conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de Mim, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios [...] Não cuideis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mt 10:16-18, 34).
A. Miller (adaptado)
Conflito ou Concessão
Desde o momento em que o pecado entrou neste mundo, aqueles que quiseram viver para a glória de Deus tiveram que enfrentar oposição e conflito. O sacrifício aceito oferecido por Abel despertou o ódio de seu irmão Caim; mais tarde, homens fiéis, como Noé e Abraão, se viram em desacordo com o mundo ao seu redor. A Escritura registra que, quando a ocasião demandou, os servos de Abraão já estavam “treinados e armados” (Gn 14:14). Quando Israel entrou na terra de Canaã, eles tinham que se envolver em conflitos, se quisessem possuir e desfrutar da terra.
O Senhor Jesus veio a este mundo como “o Príncipe da Paz” (Is 9:6), mas, quando foi rejeitado, Ele disse aos Seus seguidores: “Supondes que vim para dar paz à Terra? Não, Eu vo-lo afirmo; antes divisão” (Lc 12:51 – ARA). No Cristianismo, sob a plena luz da revelação de Deus em Cristo, não somos chamados à guerra física, porque “as armas da nossa milícia não são carnais” (2 Co 10:4). Antes, somos chamados a uma guerra espiritual, uma guerra que é tão real e tão mortal quanto o combate físico. Se vamos caminhar com Deus e obedecer à determinação de “guarda o que tens” (Ap 3:11), então a guerra Cristã será inevitável.
O conflito
O verdadeiro conflito Cristão é trazido diante de nós em Efésios, onde o crente é exortado a revestir-se de “toda a armadura de Deus”, para poder resistir aos “principados e potestades”, aos “senhores universais destas trevas” e às “forças espirituais da maldade nas regiões celestiais” (Ef 6:12 – JND). Isso se refere a Satanás e seus exércitos, que procuram roubar do crente seu gozo em Cristo, o desfrutar de suas bênçãos celestiais, bem como sua capacidade de ser um testemunho para Cristo neste mundo.
Embora essa guerra seja uma parte necessária da vida Cristã, muitas vezes ela é evitada ou talvez feita da maneira errada. De um lado, pelo fato de alguns queridos crentes não terem praticado julgamento próprio adequadamente em sua vida privada, coisas como pecado não julgado, atitudes erradas e uma personalidade difícil podem levá-los a defender a verdade de Deus em um espírito errado. Uma guerra desse tipo pode envolver o uso de meios carnais, e o resultado é afastar os corações da verdade ao invés de enaltecê-la. Tais crentes podem estar na posição correta, mas sua condição está errada.
Paz a qualquer preço
Outros, após verem um espírito tão errado na guerra, podem ir para o extremo oposto e querer “paz a qualquer preço”, mesmo que seja à custa da verdade. Como o batalhar “pela fé que uma vez foi dada aos santos” é um trabalho árduo e às vezes desconfortável, alguns preferem evitá-lo. Outros podem tomar uma atitude semelhante, justificando-se dizendo que o Cristianismo deve ser caracterizado pelo amor, não pelo conflito. Outros, ainda, permitiriam o conflito com o mundo, mas se opõem a qualquer divergência com outros Cristãos, exceto em circunstâncias extremas. Nestes últimos dias, também é fácil temer a derrota, à medida que vemos o testemunho coletivo enfraquecendo e um abandono geral do que antes era de apreço.
Vemos essa batalha ilustrada para nós em Lucas 14:31-32, onde um rei com apenas 10.000 homens se depara com a perspectiva de batalhar contra outro rei com 20.000. Como a Escritura aponta, pode muito bem ser prudente para o rei com apenas 10.000 pedir a paz, em vez de arriscar ser derrotado nas mãos do inimigo. Se o rei com 10.000 representa o crente, então certamente o rei com 20.000 é Satanás, e muitos Cristãos queridos são levados a fazer paz com ele ao perceberem que ele é forte demais para eles. No entanto, é fácil ver que qualquer paz em tais circunstâncias certamente favoreceria Satanás em vez do crente, e é desta maneira que ele muitas vezes nos leva a ceder.
Qual, então, é a reposta? A guerra Cristã deve ser evitada, ou deve ser realizada na energia humana? A resposta é encontrada na Palavra de Deus, que nos encoraja a seguir em frente rumo à vitória. Lemos em 2 Timóteo 1:7 que “Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (AIBB). Além disso, em Efésios 6:10, nos é dito: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder”. A batalha é do Senhor, e em Sua força podemos alcançar a vitória. Não podemos sair em nossa própria força; se tentarmos fazer isso, nos veremos derrotados, como Israel em Ai (Js 7:1-4). É somente em completa dependência do Senhor e renunciando a todos os meios humanos que podemos contar com Seu poder. Mas em Sua força a vitória está garantida, não importa qual seja o poder do inimigo.
Guerra individual e coletiva
Isso nos leva a uma consideração sobre guerra individual e guerra coletiva, bem como sobre conflito privado e conflito público. Notamos em Efésios 6 que a maior parte da armadura de Deus é defensiva. Esta parte da armadura deve ser colocada em privado e como indivíduos. Ela deve ser colocada todos os dias, e devemos ter o cuidado de vestir toda a armadura de Deus. Lemos em Romanos 8:7 que “a inclinação da carne é inimizade contra Deus” e descobrimos que devemos estar continuamente “derrubando as imaginações e toda altivez que se exalta contra o conhecimento de Deus” (2 Co 10:5 – KJV). É somente com toda a armadura de Deus que podemos fazer isso. Não podemos permitir em nossa vida o que é inconsistente com a luz que recebemos e, no momento em que o permitimos, damos a Satanás uma vantagem sobre nós. Mas, vestidos com toda a armadura, não precisamos sucumbir às “astutas ciladas do diabo” (Ef 6:11).
Quando vestimos a armadura de Deus individualmente e empreendemos a guerra Cristã em nossa vida privada, o resultado será visto publicamente, e poderemos efetivamente empunhar “a espada do Espírito”. Entretanto, embora seja a Palavra de Deus que temos em nossas mãos, ela é a espada do Espírito; não é nossa para que seja usada na energia humana. Antes, é a Palavra de Deus que lemos, digerimos e na qual andamos; essa é a nossa espada. Aquilo que porventura saibamos intelectualmente como conhecimento racional não pode ser usado pelo Espírito; a Palavra de Deus deve ser uma realidade viva em nossa vida. Quanta necessidade há hoje daqueles que irão se envolver na guerra Cristã de forma privada, como Davi fez com o leão e o urso, e que então serão capazes de obter grandes vitórias publicamente, como Davi fez com Golias! Em cada caso, o poder era o mesmo, pois vinha do Senhor; não importava se era um leão, um urso ou Golias. Se estivermos dispostos a entrar na guerra privada, teremos Sua força para enfrentar o conflito público.
O testemunho coletivo
Mas há também uma necessidade de guerra coletiva, e isso muitas vezes é negligenciado. O pecado de um só homem foi suficiente para ocasionar a derrota de Israel nas mãos de Ai, pois o Senhor pôde dizer: “Israel pecou” (Js 7:11). Da mesma forma hoje, o pecado de um pode muito bem afetar toda uma companhia de crentes. Não lemos exatamente acerca de conflitos coletivos na Escritura, mas sabemos que Satanás está atacando o testemunho coletivo como nunca. Embora Satanás certamente não saiba quando o Senhor vem para os Seus, ele, sem dúvida, entende que nestes últimos dias “pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12 – ARA). Se os crentes procurarem, como indivíduos, desfrutar de suas bênçãos celestiais e viver para a glória de Deus neste mundo, eles serão um objeto especial da fúria de Satanás. Assim será também quando os crentes procurarem expressar toda a verdade de Deus de forma coletiva e exibir a preciosa verdade do um só corpo.
Nós já mencionamos as tristes dificuldades que Satanás introduziu no meio do povo de Deus através dos tempos. Essas dificuldades são permitidas pelo Senhor, pois o nosso estado coletivamente é apenas um reflexo do que somos como indivíduos. Às vezes, podemos culpar os outros pelo fracasso coletivo, quando deveríamos examinar nosso próprio coração quanto a quão fielmente vestimos toda a armadura de Deus e quão diligentes temos sido em nos preparar para a guerra. Em 2 Crônicas 14 lemos a respeito de Asa, que usou os dez anos de paz para realizar duas coisas importantes: ele removeu todas os ornamentos da idolatria na terra e construiu fortificações. Ele também se certificou de que seu exército estava bem-preparado para a guerra. Como resultado, quando veio a guerra, ele estava pronto e, confiando no Senhor, ele alcançou uma das maiores vitórias no Velho Testamento. Portanto, nós, como crentes, deveríamos usar tempos de paz e tranquilidade em nossa vida para lidar com aquelas coisas que não são consistentes com a comunhão com o Senhor, e para nos edificarmos nas coisas do Senhor, em preparação para a guerra que certamente virá. Muitas vezes ficamos acomodados e, assim, nos encontramos despreparados quando o conflito começa.
Em resumo, então, lembremos que o conflito na vida Cristã é inevitável, se formos viver para a glória de Deus em um mundo de pecado e Satanás. Lembremos que a guerra individual e privada é importantíssima e que toda vitória pública e coletiva, em última análise, depende disso. Que estejamos dispostos a enfrentar o inimigo, mesmo nestes últimos dias, e a não ceder para ter um caminho mais fácil. No final de sua vida, Paulo pôde dizer: “Combati o bom combate [...] guardei a fé” (2 Tm 4:7). Não há razão alguma que nos impeça de fazer isso também, pois o Senhor é o mesmo.
W. J. Prost
A Espada do Espírito
A espada é o símbolo da batalha agressiva (ofensiva). As três primeiras partes da armadura nos protegem no tocante ao nosso próprio estado, as duas seguintes são defensivas e a sexta é ofensiva. Possuímos apenas uma arma para usar contra o inimigo – a Palavra de Deus. Mas, se soubermos como manuseá-la, ou, o que é igualmente importante, como desembainhá-la, nenhum inimigo poderá resistir a ela. Qualquer um pode sacar a espada carnal, ainda que não seja capaz de golpear com ela. Mas não é o caso da espada do Espírito. Só podemos sacá-la corretamente quando guiados pelo Espírito Santo. É a espada do Espírito. Ou seja, devemos estar caminhando em comunhão com Deus e no poder não entristecido do Espírito Santo para poder usá-la tanto de forma ofensiva quanto defensiva. Então, a passagem bíblica certa será sugerida à mente e aplicada com divino poder. Mera inteligência humana e capacidade humana não têm utilidade alguma nesta guerra. A Palavra de Deus é nossa única arma, porém totalmente suficiente. Ela confunde o poder de Satanás, detecta suas artimanhas, incapacita todos os adversários, silencia a voz do “eu”, traz luz à cena do conflito e descobre os enganos obscuros do inimigo.
Mas pode ser de proveito para nós mudar um pouco o foco e meditar sobre o modo como o Senhor usou a Palavra quando conversava com os judeus e quando estava em conflito contra Satanás no deserto. Aos primeiros, Ele respondeu de tal forma, com base na Escritura, que nenhum homem ousou fazer-Lhe mais perguntas; o segundo, Ele venceu com todas as suas hostes e o despojou de seus bens. Ó, por mais dessa habilidade divina de usar, à maneira do nosso Senhor, a Palavra de Deus – a espada do Espírito! Senhor, ajuda-nos a citar a passagem certa, e no momento certo, para que possamos manter nossa posição de acordo com a Palavra, para que o inimigo não obtenha vantagem sobre nós!
Batalha espiritual agressiva
Mas a espada do Espírito também é usada ativamente em nossa batalha espiritual. O Cristianismo é essencialmente agressivo em seu caráter. Julga tudo o que se opõe as suas doutrinas puras e celestiais. Trava guerra com o poderoso império da incredulidade em suas milhares de formas. O evangelho deve ser pregado a toda criatura[2] debaixo do céu e deste lado do inferno. Ele ataca abertamente a indiferença, o mundanismo, o formalismo, a infidelidade, a superstição, o erro e o vício de qualquer espécie. Não ataca nenhum corpo político, Estado ou reino, mas invade a cidadela do coração e consciência individual e procura ganhar almas, uma a uma, para o Capitão da nossa salvação, Cristo Jesus, o Senhor.
Quando o império de Satanás é invadido e ameaçado dessa forma, podemos ter certeza de que ele não deixará nenhum estratagema sem ser testado, nenhuma força sem uso, para impedir nosso progresso e apagar a luz do nosso testemunho. Daí a contínua, a interminável, a incessante batalha. Mas nossas armas são espirituais, nossas vitórias são a paz, a afiada espada do Espírito ao penetrar a consciência subjuga o coração, trazendo a alma conquistada, em triunfo, aos pés de Jesus.
Oração no Espírito
Temos agora diante de nós as várias partes da armadura de Deus (aquilo que se refere ao nosso estado, tanto interior como exterior): julgamento próprio, afeições controladas, piedade prática, confiança em Deus, um andar pacífico e pacificador, gozo na salvação e a energia ativa do Espírito, tanto na espada quanto no cinturão, pela Palavra. Mas por trás de tudo isso há uma fonte de poder escondida, que conecta e dá força a toda a armadura, e sem a qual tudo seria inútil. É a dependência em Deus – uma dependência que se expressa na oração. “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6:18).
A força e a bem-aventurança dessa posição são incalculáveis. Em todas as nossas meditações, não há ponto mais digno do nosso mais profundo e minucioso estudo. Coloca a alma em conexão com Deus e em dependência d’Ele. Todas as nossas batalhas devem ser travadas desta forma, e, caso sejam, todas as nossas batalhas serão vitoriosas. Observe por um momento a estrutura desse versículo notável. É “orando em todo o tempo” – em todas as ocasiões, habitual e completa dependência. E “no Espírito” – no poder do Espírito Santo, em comunhão. E “vigiando nisso com toda perseverança” – ativo, vigilante. E “súplica por todos os santos” – zelo, interesse pelos outros, afeição que transforma tudo em oração. Esta é a torre forte de toda alma. Nem todos têm dons para o ministério público – para lutar nas linhas de frente – mas todos têm o privilégio de assim poderem se aproximar de Deus e ali permanecer.
Sejamos, pois, vigilantes e diligentes no uso desta arma. Veja e evite tudo o que possa nos tornar não espirituais e nos afastar de Deus ou interromper nossa comunhão com Ele. A nossa força está na comunhão. Que o espírito de inteira dependência em Deus nos caracterize enquanto filhos na família, membros no corpo e servos no reino.
Things New and Old, Vol. 14 (adaptado)
Guerra e Cristianismo
Em uma edição anterior de “O Cristão”, consideramos a questão de se um Cristão deveria estar atuando no governo no mundo hoje. Agora, outra questão relacionada está aparecendo atualmente nos noticiários, a saber, como os soldados podem guardar a fé enquanto estão sob fogo na guerra. Embora o assunto possa envolver principalmente as nações ocidentais atualmente, a questão é relevante para qualquer indivíduo ou nação que entre em guerra hoje.
O governo de Deus no Velho Testamento
A controvérsia não é nova, pois a questão sobre Deus e a guerra tem sido debatida desde a queda do homem. No Velho Testamento, Deus estava reivindicando a Terra por meio de Seu povo escolhido, Israel, e Ele os usou como Seu braço de poder contra outras nações. Isso foi particularmente verdadeiro na conquista da terra de Canaã, pois a “iniquidade dos amorreus” (ARA) e a adoração a ídolos por parte dos cananeus fizeram com que o Senhor os expulsasse e desse sua terra a Israel. Mais tarde, após o próprio Israel fracassar, Deus levantou potências gentias (Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma) como Seu governo na Terra. Os “tempos dos gentios”, que foram inaugurados com Nabucodonosor e os babilônios, continuam até hoje e não cessarão até a batalha do Armagedom.
Assim, vemos claramente que os governos que Deus instituiu no mundo após o dilúvio estão hoje aqui conosco. Como foi Deus Quem os estabeleceu, Ele espera que eles cumpram suas funções no temor d’Ele e os responsabiliza pela maneira como o fazem. Infelizmente, por milhares de anos a guerra tem sido um fator na administração do homem neste mundo, e os governos têm usado continuamente o conflito armado para aumentarem seu poder ou para protegerem suas posições. Algumas nações, entretanto, foram à guerra especificamente para tentar corrigir o erro existente no mundo e para libertar outras da tirania de regimes injustos e opressivos.
Invocando o nome de Deus na guerra
Uma vez que o homem é essencialmente um ser consciente de Deus, Deus frequentemente é alvo de apelos e Seu nome é invocado em favor das nações que estão indo para a guerra. Muitas vezes, tanto no passado como no presente, falsos deuses ligados a falsas religiões foram procurados em busca de ajuda, e algumas dessas ocasiões estão registradas na Palavra de Deus. Quando o apelo era feito ao verdadeiro Deus no Velho Testamento, em uma causa que Ele aprovava, Seu povo Israel podia contar com a vitória, para a glória de Deus e a bênção final deles. Sem dúvida, houve momentos em que os apelos a falsos deuses estavam conectados com a vitória, pois Deus está nos bastidores e “faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade” (Ef 1:11). Do mesmo modo, os apelos ao verdadeiro Deus algumas vezes estavam conectados com a derrota porque Seu povo estava se refugiando em uma posição correta externamente, mas sem realidade interna. Embora permitisse a derrota em tais circunstâncias, Deus sempre reivindicava Seu nome de outras maneiras, mesmo que Seu povo estivesse andando mal.
O pior do homem
Em nossos dias, vemos que as guerras são frequentes, seja em grandes conflitos envolvendo muitas nações ou em combates menores envolvendo apenas algumas nações ou grupos étnicos. Em tais guerras, sejam grandes ou pequenas, muitas vezes o pior da natureza pecaminosa do homem se manifesta, e as atrocidades que são cometidas eles justificam pelo fim que se pretende. O nome de Deus é introduzido na cena para justificar tudo isso, muitas vezes por ambos os lados, pois cada um se vê como possuindo a razão do seu lado. Mesmo que seja desconhecido o cometimento de atrocidades, o próprio ato de fazer guerra, especialmente nestes dias de armas sofisticadas, resulta em uma terrível carnificina que dificilmente pode ser imaginada por aqueles que não a experimentaram. Enquanto escrevemos isto em fevereiro de 2022, o atual impasse entre a Rússia e a OTAN sobre a Ucrânia é um bom exemplo de tudo isso, onde tanto a Rússia quanto a OTAN se consideram justificadas em seus objetivos.
Corrigindo as coisas
Para os crentes que vivem em uma nação que professa ser Cristã, a guerra provou ser uma questão difícil de enfrentar. Por um lado, quando vemos iniquidade e injustiça no mundo, é tentador querer envolver-se diretamente e corrigir as coisas. Se isso envolver guerra e derramamento de sangue, podemos tentar usar a justificativa de que é necessário enfrentar o mal para promover o bem. Isso é particularmente verdadeiro em se tratando de nações Cristãs, como a Grã-Bretanha no século XIX e os Estados Unidos hoje. Por outro lado, muitos crentes se perguntam como isso pode ser conciliado com a mensagem de Deus de amor e graça nesta dispensação e o mandamento do Senhor Jesus de “amai os vossos inimigos” (Mt 5:44).
Como sempre, encontramos a resposta na Palavra de Deus. É verdade que Deus estabeleceu o governo na Terra, pois não há outra maneira de conter os impulsos pecaminosos do homem caído. Por essa razão, Paulo nos lembra de que “toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Rm 13:1). Em conformidade com isso, ele prossegue, dizendo que ele (o governo) “é ministro de Deus para o teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal” (Rm 13:4). O governo pelo homem continuará até que o Senhor Jesus venha e reine em justiça, e até lá nenhum governo será perfeito, porque é administrado pelo homem caído. No entanto, o governo ainda é “ministro de Deus”, e o crente é chamado a submeter-se a ele, mesmo que, como Daniel lembrou a Nabucodonosor, Deus às vezes Se agrada em colocar no governo “o mais baixo dos homens” (Dn 4:17).
O lugar do Cristão
No entanto, está claro na Escritura que o Cristão não tem lugar no governo hoje, pois Cristianismo e governo não se misturam. Pela mesma razão, também, o crente realmente não tem lugar na guerra. Por termos uma nova vida que se deleita com a justiça, somos constantemente sobrecarregados com a crescente onda de mal neste mundo e podemos ficar seduzidos a tentar endireitar as coisas. No entanto, fazer isso é ser como os coríntios, aos quais Paulo teve que dizer: “Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós reinais!” (1 Co 4:8). Este não é o momento para reinar ou para corrigir as coisas, pois nosso bendito Salvador foi rejeitado. Até Ele ter o Seu lugar de direito, nada estará certo neste mundo. Não devemos reinar antes do tempo.
Mais do que isso, ir à guerra e procurar “corrigir o que está errado” é comprometer nossa posição como cidadãos celestiais e arruinar nosso testemunho do amor e da graça de Deus. Há quase 150 anos, um piedoso servo do Senhor atravessava o Atlântico num navio naval britânico. Os marinheiros de alguma forma descobriram que ele não acreditava que os Cristãos deveriam ir à guerra, e um dia alguns deles o cercaram no convés, querendo saber o motivo. Naqueles dias, a Grã-Bretanha era reconhecida como uma importante “polícia” do mundo, um papel que em grande parte passou para os Estados Unidos hoje. A resposta dele foi excelente e em uma linguagem que eles entenderam. Ele disse: “Rapazes, eu acredito em jogo justo. Suponha que eu vá para a guerra e encontre um incrédulo do lado inimigo. Disparamos um contra o outro. Ele me mata, e eu o mato. Ele me envia direto para o céu, enquanto eu o envio direto para o inferno. Rapazes, eu não chamo isso de jogo justo”. Pior ainda, quão sério é pensar que um crente que vai para a guerra poderá se achar lutando contra um companheiro de fé de outra nação.
Embaixadores celestiais
Se nós, como Cristãos, entendermos nossa vocação celestial e entendermos nosso papel aqui neste mundo como embaixadores, prontamente iremos ver que não temos lugar nos conflitos deste mundo. Seremos gratos por qualquer grau de lei e ordem que experimentarmos, pois “a justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Pv 14:34). (Nessa linha, é desanimador ver nações ocidentais que antes defendiam princípios Cristãos, agora legalizando a impiedade, como práticas homossexuais e casamento entre pessoas do mesmo sexo. Tal pecado é, na verdade, um opróbrio e degrada uma nação.)
No entanto, como embaixadores celestiais, não buscaremos nos identificar com nosso país de cidadania natural, seja em sua justiça ou em seu pecado, mas nos veremos como aqueles que foram chamados para fora deste mundo e fazendo parte da Igreja, que foi formada de todas as nações. Buscaremos promover os interesses de Cristo aqui embaixo, pregar Sua mensagem de amor e graça e esperar que o Senhor venha e nos leve para casa.
O Dia do Senhor
A Escritura nos diz que Deus lidará com o mal quando nosso Senhor voltar em poder e glória para assumir o Seu lugar de direito. O derramamento de sangue e a destruição daquele dia serão terríveis, e, ao contrário de hoje, ninguém escapará. A respeito daquele tempo, lemos, “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até os freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios” (Ap 14:20). Além disso, lemos que o Senhor Jesus irá “ferir [...] as nações; e Ele as regerá com vara de ferro e Ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso” (Ap 19:15). Terminado o juízo, Deus inaugurará o Milênio, no qual reinará a justiça. Naquele tempo, “uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Is 2:4 – ARA). É interessante que a União Soviética, que negava a existência de Deus, doou uma escultura de bronze às Nações Unidas em 1959, mostrando a verdade de Isaías 2:4: “estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices”. A doação foi feita por Nikita Khrushchev, ex-líder da União Soviética, que era inegavelmente um mestre da intriga e um constante fomentador de contendas mundiais. Contudo, ele obviamente apreciava a Palavra de Deus e, sem dúvida, queria a paz, desde que fosse nos seus termos. A escultura foi feita pelo escultor russo Yevgeny Vuchetich e ainda está no jardim do prédio das Nações Unidas, em Nova York.
Armas da nossa milícia
Mas será que não há guerra para o crente? Certamente há. Paulo podia dizer a Timóteo, “Combate o bom combate da fé” (1 Tm 6:12 – ARA), também podia dizer aos coríntios que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus” (2 Co 10:4). Então, em Efésios 6:11, nos é dito para nos revestirmos “de toda a armadura de Deus”, para podermos realizar tanto a guerra defensiva quanto a ofensiva.
Em particular, Paulo nos diz para ter “calçados os pés com a preparação do evangelho da paz” (Ef 6:15 – TB). Isso pode parecer uma contradição, pois um guerreiro normalmente não é um homem de paz. No entanto, a contradição é apenas aparente. O mais gentil dos Cristãos deve ser um guerreiro ferrenho, e seu poder no conflito com o inimigo será proporcional ao seu poder como pacificador. A menos que seja um homem de paz, ele não pode ser um homem de guerra. O Cristão deve primeiro ser governado pela verdade – “tendo cingidos os vossos lombos com a verdade” (Ef 6:14) – e deve andar com coração íntegro. Isso resulta em consistência na conduta, e ele buscará a felicidade dos outros, sejam eles pecadores ou santos. Então, o crente, enquanto um homem de paz, estará pronto para a guerra contra “as astutas ciladas do diabo”, contra “os príncipes do mundo destas trevas” (AIBB), contra “as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Ef 6:11-12). É esse tipo de guerra em que o crente deve se envolver hoje.
Podemos ter certeza de que Deus julgará o mal, mas nossa parte, enquanto esperamos por Seu retorno, é ser uma testemunha para Cristo no meio do mal, como Ele foi durante Seu ministério terreno.
W. J. Prost
Batalha Espiritual
A batalha espiritual exige coragem. A única coragem de algum valor para um Cristão vem da comunhão com Deus. “Deus não nos deu o espírito de temor [covardia – ARA]” – mas geralmente os Cristãos são tremendos covardes. Muitos homens fortes fisicamente, quando convertidos, tremem na presença de seus companheiros, com medo de dizer a eles o que Deus fez na salvação de sua alma. “A carne para nada aproveita”. Do mesmo modo, quando Satanás ataca o povo de Deus, quanto medo é demonstrado por eles. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”, é a Palavra de Deus. Satanás não consegue suportar uma frente de ataque ousada – a ousadia sendo a força de Deus. “Maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 Jo 4:4). Devemos esperar ferimentos em uma batalha, e o coração sai ferido no conflito espiritual, mas toda ferida que na prática nos leve à uma dependência de Deus mais verdadeira é um benefício real para nós. Se levarmos nossas feridas a Deus, não iremos recuar no conflito por causa delas. Deus irá curar, mas carregaremos as cicatrizes.
Talvez o mais difícil para um jovem Cristão seja o começo. Um mau começo raramente termina bem. Um começo acovardado se mantém preso a nós por muito tempo. Quando um jovem Cristão hasteia a sua bandeira e deixa seus amigos e companheiros saberem que ele é por Cristo, metade da sua batalha já acabou. Não tenha medo de confessar Cristo, e procure viver apenas para Cristo. O pior trabalho que você pode efetuar em toda a sua vida será vincular o seu nome a uma política de compactuar com o mundo e o diabo.
Faithful Words for Young and Old, Vol. 9
Deve Haver Guerra Presente
Se alguém representa Deus no mundo, deve haver guerra, porque o inimigo está ali.
J. N. Darby
As Armas da Nossa Milícia
“Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10:3-5).
Podemos ver em 1 Coríntios como o apóstolo empregou essas armas, com Deus, para a destruição de fortalezas, qualquer que tenha sido o raciocínio ou a altivez levantada contra o conhecimento de Deus. Veja o zelo carnal deles por Paulo, Apolo ou Cefas: ele traz Cristo e Sua cruz para julgar essas raízes, declarando que aqueles homens eram apenas servos ministradores por meio dos quais eles próprios creram. Era uma deturpação carnal dos privilégios que tinham. Veja o conforto mundano deles: com uma antecipação tão infiel, como essa, do dia em que todos nós reinaremos juntos, Paulo contrasta os apóstolos sendo colocados por Deus como últimos, condenados à morte, desprezados, sofredores e feitos lixo do mundo até agora. Veja o apelo deles aos tribunais: ele confronta a indignidade dos santos, que irão julgar o mundo e os anjos, em irem a juízo uns contra os outros perante os injustos. Veja a lassidão deles em relação às festas do templo: ele mostra que a inteligência de que eles se vangloriavam, com respeito aos ídolos serem vãos, estava expondo-os ao laço de Satanás e os levando a ter comunhão com os demônios. Por último, veja a negação deles de que os mortos ressuscitam: Paulo prova que isso praticamente nega a ressurreição de Cristo e, consequentemente, o evangelho, com todos os seus privilégios e esperança celestiais. Assim, de forma admirável, a primeira epístola leva cativo todo pensamento à obediência de Cristo.
W. Kelly
Sê Forte
A vida é uma guerra, Cristão, sê forte e corajoso. Não há bênçãos para soldados que sejam covardes.
The Young Christian, Vol. 23
Combatendo o Bom Combate
A condição da alma tem muito a ver com combater o bom combate. A fé deve ser mantida, brilhante, simples e exercitada, os olhos do coração sempre nas coisas invisíveis e eternas. Além disso, uma boa consciência é algo imperativo, pois, se a fé insere Deus, uma boa consciência julga o “eu” de modo a manter o pecado fora. Isso é em todo momento, para todo Cristão, e é preeminentemente necessário para aquele que se dedica ao serviço de Cristo. Não há nada que endureça tanto o coração quanto o contínuo anúncio da verdade apartado da própria comunhão e do andar.
W. Kelly
Quando Colocar a Armadura
A armadura deve ser colocada antes da batalha, não apenas na batalha.
J. N. Darby
Coragem e Consciência
Muitos não têm a coragem de prosseguir na guerra de Deus, porque se apegam a algo que é inconsistente com a luz que receberam. Talvez, infelizmente, eles percam a luz na qual não andaram, e Satanás é capaz de trazer a mente para debaixo da escuridão dos seus bons motivos para permanecerem onde estão, sem conquistar mais do território dele.
J. N. Darby
Sê Corajoso
“Maior é Aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 Jo 4:4).
Sê corajoso à medida que se agrava o conflito
Na batalha incessante, que aumenta cada vez mais forte;
Na luta que sem fim desgasta e adoece – no atrito;
No combate que parece eterno, atraindo a morte.
Sê corajoso sob a esmagadora pressão,
Por toda a Terra mais e mais santos a estão sentindo;
Forças opostas, que peso sem medida trarão,
E novas formas de mal que vão surgindo.
Sê corajoso, à medida que a escuridão permeia
A escuridão que, com certeza, na Terra se espalha;
A escuridão moral, aquela que a virtude barateia;
Sombra escura da escuridão mais profunda da batalha.
E de onde vem a coragem que nunca te faltará?
Não a humana – ainda que nobre, forte e verdadeira;
Teu lugar em Cristo triunfante te valerá,
E a derrota dos que atacam será tua bandeira.
J. D. Smith (adaptado)
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus”
(2 Co 10:4)
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