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Foto do escritorRevista O Cristão

Eva, Sara e Rebeca (Setembro de 2019)

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ÍNDICE

Present Testimony

C. Stanley

W. J. Prost

Autor desconhecido

W. J. Prost

W. Kelly

J. G. Bellett

Christian Truth

H. E. Hayhoe

W. Kelly

G. H. Hayhoe


 

Eva, Sara e Rebeca


O casamento foi instituído no Jardim do Éden e mostra de maneira viva a proximidade do relacionamento no qual os crentes serão trazidos a Cristo, como Igreja e noiva. Além disso, a familiaridade de nossa mente com esse relacionamento nos faz entender melhor o lugar para o qual somos trazidos nas afeições graciosas de Cristo. Neste mundo, tudo ao redor do Cristão serve para ilustrar como será esse bendito relacionamento entre Cristo e a Igreja.


Eva era para Adão a companhia em seu lar e o objeto de suas afeições. Então, “Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela”, e o fato de ela ter se tornado o objeto e testemunha de Suas afeições é um pensamento profundamente comovente sobre toda a glória que lhe será dada como a noiva de Cristo. O propósito do ministério de Cristo para com Sua Igreja é de “a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra”, e a finalidade deste ministério é “para a apresentar a Si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. Assim como Eva era para Adão, a Igreja também será para Cristo.


Assim Eva, Sara e Rebeca são belos exemplos para nós. Sara era uma mulher de fé e submissão. Rebeca ilustra para nós Deus, o Pai, provendo uma noiva celestial para Seu Filho quando Ele, o Filho de Deus, Se tornou Homem.


Present Testimony, Vol. 7 (adaptado)


 

Eva


Em Gênesis 2, temos o primeiro Adão como figura dAquele que estava por vir. Deus o colocou no paraíso, o Jardim do Éden. Disse mais o Senhor Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”. Quão maravilhosamente isso revela os pensamentos de Deus na eternidade: Seu propósito de que o Último Adão, agora no paraíso de Deus, não deveria ficar sozinho. Vemos então como Deus formou as criaturas, as trouxe para Adão, e Adão deu seus nomes. Mas não havia nenhuma ajudadora para ele no paraíso – nem uma da mesma natureza que correspondesse a ele. Os animais estavam com ele no paraíso, podemos dizer que eram seus companheiros, mas nenhuma criatura era adequada para ser UM com Adão.


Note que esse certamente era o caso até que “o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão”. Não poderíamos ter visto esta figura oculta de Cristo e a Igreja, se o Espírito Santo não a tivesse revelado em Efésios 5:30. Agora tudo está claro.


Não existia nenhuma Eva até Adão ter sido colocado, em figura, na morte: o sono profundo. Até então, ele estava sozinho, embora estivesse no meio de toda a criação. O Senhor Jesus nos diz exatamente a mesma coisa: Falando de Si mesmo, Ele disse: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12:24). Ele estava ali com Seus discípulos, ou no céu no meio das hostes angelicais, mas quanto à Sua natureza Ele estava e estaria para sempre sozinho, a menos que Ele morresse e ressuscitasse dentre os mortos.


Osso dos seus ossos

No momento em que Eva viu Adão, ela era como ele, osso de seus ossos, carne de sua carne. Será assim com a segunda Eva, a Noiva de Cristo: Quando ela Lhe for apresentada, será gloriosa. Quando O virmos, seremos como Ele (Ef 5:26; 1 Jo 3:2). Não havia Eva até que Adão, em figura, morresse e ressuscitasse. Então ela correspondia perfeitamente a Adão e fazia parte dele mesmo. E o Novo Testamento cumpre tudo isso plenamente no que diz respeito à Igreja, a noiva de Cristo. Para a fé, tudo agora está completo, mas a apresentação na perfeita semelhança de Cristo ainda não chegou. Certamente tudo isso deve nos preparar para encontrar algo maravilhosamente novo e diferente quando Cristo, o Último Adão, morreu e ressuscitou dentre os mortos. E que é algo novo, que a nova criação é a Igreja de Deus, uma com Cristo, a Cabeça no céu. “Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne”. Assim, Eva foi se encontrar com Adão para ser sua companheira e ajudadora no paraíso do Éden. E tudo isso era obra de Deus, de acordo com Seu próprio propósito.


O paraíso de Deus

E é assim que todos os crentes, de acordo com o propósito de Deus, são reunidos para o paraíso de Deus? Sim, todos podemos dar “graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz” (Cl 1:12). Como esta é a primeira figura da Igreja, é bom observar como tudo é de Deus, correspondendo a Efésios 1-2.


Assim como Eva foi uma com Adão, abençoada nele e com ele com todas as bênçãos no paraíso terrestre, agora também é com todos os santos de Deus: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu n’Ele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante d’Ele em caridade [ou, amor] (Ef 1:3-4). Mas tudo é de Deus. Deus levantou Adão de seu sono profundo? Então, “qual a sobreexcelente grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-O dos mortos e pondo-O à Sua direita nos céus [...] E sujeitou todas as coisas a Seus pés e, sobre todas as coisas, O constituiu como cabeça da Igreja, que é o Seu corpo, a plenitude dAquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1:19-23).


Lugares celestiais

E então o mesmo bendito Deus nos ressuscitou dentre os mortos: “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2:5-6).


Sim, o primeiro pensamento de Deus ao dar Seu Filho foi para que Ele não ficasse sozinho, o Homem na glória do paraíso celestial, mas que Ele tivesse uma noiva, a Igreja, em semelhança perfeita a Si mesmo. Os pecados e o pecado se foram para sempre, e ela deveria compartilhar de Sua glória para sempre com e como Ele – tendo Sua própria perfeição sem pecado, Sua própria natureza. Oh, como será ser a companheira do último Adão na glória eterna, correspondendo a Ele de todas as formas, como Eva a Adão! Nenhuma outra criatura no universo tem ou pode ter esse lugar.


C. Stanley (adaptado)


 

A Fé de Eva


Quando Eva é mencionada nos círculos Cristãos, é bastante comum encontrar o nome dela associado ao seu ato de ouvir Satanás na forma de uma serpente e depois ser tentada a desconfiar de Deus e acreditar numa mentira. Sem dúvida, isso é verdade, pois Eva quem foi enganada pelo diabo, não Adão. Foi ela quem olhou pela primeira vez o fruto proibido, observando que “era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento” (Gn 3:6). Foi ela quem primeiro comeu e depois deu ao seu marido. Em tudo isso, ela deve assumir a sua parte da culpa pela devastação que se seguiu, e a punição que logo em seguida foi pronunciada sobre ela pelo Senhor, reflete isso. Milhares de anos depois, Paulo pôde lembrar aos coríntios da sutileza de Satanás e adverti-los de como ele havia enganado Eva. Pode ser fácil para nós apontar o dedo para Eva por ter sido enganada por Satanás, mas quem de nós também não foi enganado pelas sutilezas de Satanás?


A promessa do Senhor

No entanto, é importante notar também que ela era de fato uma mulher de fé, apesar de seu fracasso. Antes que o Senhor pronunciasse as consequências sobre Eva e Adão pelos seus pecados, Ele não apenas lançou uma maldição sobre a serpente, mas também declarou a vitória final da Semente da mulher sobre ele. A princípio, pode parecer que Satanás seria vitorioso, pois não apenas ele havia conseguido trazer o pecado ao mundo, com a tristeza e morte, mas o Senhor previu que feriria o calcanhar da Semente da mulher. Sem dúvida, isso aconteceu na cruz, mas antes que o Senhor mencionasse isso, Ele declara que “a sua [da mulher] semente; esta te ferirá [ou esmagará - JND] a cabeça” (Gn 3:15). A Semente da mulher, que é Cristo, é claramente identificada como tal em Gálatas 3:16: “E à tua posteridade, que é Cristo”. Isso, é claro, foi dito a Abraão, de cuja família Cristo, como Homem, surgiria. Deus terá a vitória em Cristo, quando a cabeça da serpente for finalmente esmagada e ele for lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Isso é mencionado primeiro, antes mesmo da declaração de que a serpente feriria o calcanhar da Semente da mulher e antes que as consequências de seus pecados fossem pronunciadas a Eva e Adão.


Parece que Eva, juntamente com Adão, se apegou totalmente a essa declaração clara e, pela fé, prosseguiram com Deus, mesmo em uma Terra que, a partir de então, seria caracterizada por pecado, doença, angústia e morte. Adão, em um mundo de morte, podia contar com Deus a ponto de chamar sua esposa Eva de “a mãe de todos os viventes” (Gn 3:20). Eva, por sua vez, também cria que Deus cumpriria Sua Palavra a eles ao providenciar um Redentor por meio dela, e quando Caim nasceu, ela pôde dizer: “Alcancei do SENHOR um varão” (Gn 4:1). Mas ela deveria colher tristeza e mágoa deste filho primogênito, pois “o primeiro homem, da terra, é terreno” (1 Co 15:47), e ele deveria demonstrar tanto a violência quanto a corrupção que o pecado trouxe ao mundo. Restou a um segundo filho, Abel, mostrar o que era agradável a Deus, pois “o segundo Homem, o Senhor, é do céu” (1 Co 15:47).


A recompensa do Senhor

Não lemos muito mais sobre Eva, pois o nome dela é mencionado apenas quatro vezes na Palavra de Deus. No entanto, é importante reconhecer que sua fé era real, e o Senhor a recompensou, mesmo durante sua vida. Ela não viu a verdadeira Semente que esmagaria a cabeça da serpente, mas seu terceiro filho, Sete, era um homem de Deus, e Eva novamente reconheceu que o Senhor o havia dado a ela em lugar de Abel, a quem Caim havia matado. E quando Sete, por sua vez, teve um filho, Enos (que significa homem em sua fraqueza e mortalidade), temos a palavra encorajadora: “então, se começou a invocar o nome do SENHOR” (Gn 4:26). Parece que Sete, no meio de um sistema mundial que seu irmão Caim havia criado, reconheceu o que o homem havia se tornado como resultado do pecado, e ele começou a invocar o nome do Senhor. Assim começou a família da fé – uma família que acabou produzindo Noé e depois a linhagem abraâmica. Não nos é dito quantos anos Eva viveu, mas há todas as razões para acreditar que ela viveu uma vida longa, assim como o marido e outras pessoas daquela época. Sabemos que Adão viveu 800 anos após o nascimento de Sete, e ele “gerou filhos e filhas” (Gn 5:4). Sem dúvida, ela teria visto seu neto Enos nascer e experimentado o gozo de ver sua família invocar o nome do Senhor.


W. J. Prost


 

Sara


Sara era uma mulher notável. Teremos proveito ao considerarmos o crescimento de sua alma, conforme ensinado por Deus.


A primeira vez que ela age de maneira independente é registrada em Gênesis 16, quando, muito impaciente para aguardar o cumprimento da promessa de Deus a Abraão, de que teria um herdeiro, e evidentemente sem fé em relação a isso, ela sugere ao seu marido que tome a serva egípcia para ser sua esposa. Nos é dito em Gálatas 4:24-25 que Agar representa o concerto feito no Monte Sinai, e isso nos fala de escravidão. Abraão cede à sugestão de Sara e a fé desta vez dá lugar à natureza. A natureza encontra seus recursos e até sua religião nas coisas aqui embaixo, bem distantes de Deus, em contraste com fé que faz de Deus, que é a fonte de sua própria existência em uma alma, o centro de tudo.


Sara está sozinha nessa fase de incredulidade? Se sondarmos nossos próprios corações, quantas vezes devemos nos declarar culpados da tentação de buscar algum alívio da pressão ou de alguma dificuldade, recorrendo a este mundo e buscando seus meios para atender às nossas necessidades! Que desprezo para o Deus que nos deu tantas provas de Seu amor, fidelidade e sabedoria! Se O conhecemos de alguma forma, somos indesculpáveis. Sara não tinha a revelação completa que nos tem sido feita conhecida, e pelo texto não parece texto que ela estava presente quando a promessa foi feita a Abraão. Assim, ela perdeu a lição, cujo objetivo era inspirar a fé, dos céus cheio de estrelas e o ensino profundo e solene da vigília noturna ao lado do sacrifício (veja Gênesis 15:4-18). Seu triste ato de incredulidade, no entanto, não pode deixar de trazer tristeza e discórdia, e isso logo se torna evidente.


O julgamento de Agar

Sara é desprezada por Agar, e Sara responde com aspereza, de modo que Agar foge. Mas ela não tem permissão para ficar longe. Sara tem lições a aprender por meio da presença de Agar em sua casa, então Deus, que está tão interessado no crescimento espiritual de Sara quanto no de Abraão, a envia de volta. Deve ter sido uma provação para Sara quando Ismael nasceu e um teste durante os 14 anos em que ele e sua mãe permaneceram na casa de Sara. Mas Sara estava sem dúvida na escola de Deus o tempo todo, pois não lemos mais sobre brigas, embora ela tenha rido em escárnio por incredulidade quando os estrangeiros celestiais reiteraram a promessa de Deus, dando todos os detalhes relacionados a ela (veja Gênesis 18). Como somos relutantes em crer nas declarações divinas quando elas são contrárias à natureza, esquecendo que “para Deus todas as coisas são possíveis”. Quando a fé não está em exercício no crente, há algo nele que está atrapalhando, porque não há obstáculos diante de Deus. Com que habilidade Elifaz fez a pergunta a Jó: “Porventura, as consolações de Deus te são pequenas? Ou alguma coisa se oculta em ti?” (Jó 15:11). Acho que descobriremos que esse foi o caso de Sara. Em duas ocasiões, ela e o marido agiram de maneira enganosa, de modo que, embora sabendo mais de Deus e assumindo uma posição mais elevada do que aqueles ao seu redor, são repreendidos e reprovados por eles. Como Cristãos, devemos tomar cuidado para não dar ocasião aos que estão à nossa volta blasfemarem do nome de Cristo.

Arranjos secretos

A desculpa de Abraão por seu comportamento, dada a Abimeleque em Gênesis 20:11-14, fala de um acordo secreto feito entre Sara e ele quando respondeu pela primeira vez ao chamado de Deus. Apesar de uma revelação mais completa de Deus para eles com o passar do tempo, eles mantiveram esse mal e recorreram a ele, e disso temos um duplo relato (ver capítulos 12 e 20). Quão destruidor isso é para a alma! Não é de admirar que a fé deles esteja falhando! Evitemos cuidadosamente ser enganosos, sempre buscando viver de forma transparente diante de Deus e dos homens, pois esse é o único caminho pelo qual frutos podem ser gerados para Ele e benção pode resultar para nós.


Fé e esperança

Mas agora vamos passar para uma cena mais brilhante. Em Hebreus 11:11, lemos: “Pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por Fiel Aquele que lho tinha prometido”. Não nos é dito como Deus trabalhou em sua alma para realizar essa mudança maravilhosa, mas sua fé e esperança estão agora total e firmemente n’Ele, e ela confia n’Ele absolutamente. Ela finalmente chegou ao fim de si mesma e descobriu sua própria fraqueza total. Quando ela estava agindo por si mesma, tudo deu errado e só trouxe amarga decepção. Deus deve empreender tudo por ela para que Sua promessa seja cumprida nela, e ela “teve por Fiel Aquele que lho tinha prometido”.


Quando chegamos a esse ponto e deixamos o eu fora da questão, não há mais nenhum obstáculo ao nosso progresso nas coisas de Deus, porque a sabedoria dAquele que tem nosso treinamento em mãos é infinita e “quem ensina como Ele?” (Jó 36:22).


Risos

A promessa de Deus é cumprida, e Isaque, o filho há tanto tempo esperado, nasce. Sara agora parece quase ofuscar Abraão. Ele nomeia a criança na direção de Deus (veja Gênesis 17:19), mas Sara mostra inteligência e a interpreta. Ela parece reconhecer que ela tem fontes de refrigério e gozo em Isaque, pois diz: “Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo” (Gn 21:6). Que contraste com sua risada de incredulidade atrás da porta da tenda! Este é o riso puro do profundo gozo do desejo realizado e da fé em Deus, e presta seu testemunho. É um caso de “meu cálice transborda”.


Sabemos alguma coisa desse gozo em um sentido espiritual? Todos sabemos que Isaque é uma figura muito distinta de Cristo. Será que o nosso apreço por Ele é tão grande que Ele Se tornou fonte de um profundo gozo da qual ninguém pode nos privar, e que, fervilha e transborda, ministra refrigério aos que estão à nossa volta e se torna a fonte da verdadeira comunhão? Sara diz: “todo aquele que o ouvir se rirá comigo”.


Sara vai um passo além. Ela agora tem fé em Deus, um coração despertado e inteligente que pode apreciar completamente Isaque, mas ele deve ser supremo. Ele não deve ter rivais. Agora é a hora da decisão, e Sara está pronta para isso. “Deita fora esta serva e o seu filho” é o conselho que ela dá a Abraão, e Ismael tem que ir. Não há lugar para a carne quando a fé está em atividade e Cristo é verdadeiramente apreciado. Deus colocou um selo maravilhoso nessa decisão de Sara e a honrou de uma maneira muito especial. Em Gálatas 4:30, lemos: “Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava”. As próprias palavras de Sara são citadas, e Deus Se digna em chamá-las de “Escrituras”, mostrando claramente que ela tinha a mente d’Ele em sua decisão e que Sua ação encontrou sua aprovação.


Que cada um de nós imite a Sara e procure ter Cristo no lugar supremo em nosso coração.


Autor Desconhecido


 

Pela Fé, Também a Mesma Sara


Quanto à dispensação em que Abraão viveu, a perspectiva apropriada que ele tinha era semelhante à do crente hoje, embora, é claro, sem o conhecimento ou a posse de qualquer uma das bênçãos que são nossas no Cristianismo. Nos dias de Abraão, como nos nossos dias da graça, Deus não estava reivindicando este mundo de maneira exterior; ao contrário, Ele estava chamando aqueles que andariam diante d’Ele em caráter de peregrino, renunciando à vantagens do presente para terem ganhos futuros. Como tal, sua fé era exemplar e sua conduta típica daqueles que eram “estrangeiros e peregrinos na terra” (Hb 11:13). Ele seguiu o chamado de Deus ao deixar Ur dos caldeus e, como está registrado, “saiu, sem saber para onde ia” (Hb 11:8). Ao nos colocarmos em suas circunstâncias, percebemos que deve ter sido uma prova real de sua fé no começo, deixar uma cidade relativamente bem desenvolvida daqueles dias e sair para viver uma vida pastoral em uma terra povoada por um povo que ele não conhecia e que também eram ímpios em suas crenças e comportamentos. Mesmo assim, ele foi obediente ao chamado de Deus, e sua fé serviu de exemplo para todos os que o seguiram na crença em Deus e em Sua Palavra. “De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão” (Gl 3:9).


Não são do mundo

O mundo de hoje, em seu caráter e comportamento, é praticamente o mesmo em que Abraão viveu. Aqueles de nós que vivem em áreas onde o evangelho tem sido pregado há muitos anos e onde o Cristianismo é bem conhecido, podem ser gratos por essa herança. No entanto, continua a ser verdade que, para o crente, “no mundo tereis aflições” (Jo 16:33). Além disso, ao orar a Seu Pai pelos Seus, nosso Senhor pôde dizer: [Eles] não são do mundo, assim como eu não sou do mundo” (Jo 17:14). Muitos queridos crentes, através dos tempos, tiveram que enfrentar a oposição de suas famílias, vizinhos e do mundo ao seu redor, sofrendo perseguição e até o martírio por causa de sua fé. Isso está acontecendo hoje em muitos lugares do mundo, e mesmo nos países ocidentais, a oposição ao Cristianismo e aos princípios Cristãos está crescendo. O mundo que rejeitou o Senhor Jesus quase 2.000 anos atrás não mudou em sua perspectiva.


Unidos

Por tudo o que Abraão foi chamado a passar em sua vida diante do Senhor, é bonito e encorajador ver que Deus providenciou uma ajudadora para ele – alguém que compartilhava de sua fé e estava feliz em segui-lo em sua vida como peregrino e estrangeiro. É verdade que houve fracasso em sua vida, como ocorreu com Abraão, pois quando ela não foi capaz de ter um filho da maneira natural, foi Sara quem propôs dar sua serva Agar a Abraão como esposa, para que eles pudessem ter um filho por meio de Agar. Quando o próprio Senhor, com dois anjos, visitou a casa de Abraão (Gênesis 18), é verdade que Sara riu sem acreditar quando ouviu a profecia do Senhor a respeito do filho que ela daria à luz. No entanto, ela agiu com o marido, mostrando hospitalidade aos estrangeiros que tinham vindo visitar sua casa, e, como lemos em Hebreus 13:2, eles “não o sabendo, hospedaram anjos”. Nós aprendemos com Hebreus 11:11 que ela “pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por Fiel Aquele que lho tinha prometido”. Mais tarde, quando estava na mente do Senhor enviar Agar e Ismael para longe da família, Sara estava mais na corrente dos pensamentos de Deus do que o marido, Abraão, e o Senhor disse a ele: “ouve a sua voz” (Gn 21:12). Em todas essas coisas, encontramos uma mulher que viveu na corrente dos pensamentos de Deus, assim como seu marido Abraão.


Submissão

Mais do que isso, Pedro comenta sobre sua submissão ao marido, registrando que “Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor” (1 Pe 3:6). Como Sara na verdade era meia-irmã de Abraão, teria sido fácil, de maneira natural, considerar Abraão mais como um irmão do que como marido, mas reconheceu o comportamento adequado ao relacionamento em que havia entrado, e ela agiu em conformidade. Além disso, é interessante que, em conexão com Sara, Pedro continue dizendo: “da qual vós sois filhas, fazendo o bem e não temendo nenhum espanto” (1 Pe 3:6). Como já comentamos, o mundo ao redor de Abraão e Sara era perverso, e Deus acabaria por usar a nação de Israel para expulsá-los da terra por causa de sua extrema iniquidade. Pode ter sido tentador para Sara se envolver com seus maus caminhos, pois é uma tentação para as mulheres Cristãs de hoje adotar o pensamento e o estilo de vida do mundo ao seu redor. Mas Sara evidentemente tinha a mesma opinião que Abraão, pois olhou além do mundo atual e procurou “a cidade que tem fundamentos, da qual o Artífice e Construtor é Deus” (Hb 11:10). Pedro, por sua vez, nos adverte a não ter medo de obedecer ao Senhor e caminhar diante d’Ele, fazendo o que é certo e não temendo as consequências.


Uma companheira

A história de Abraão e Sara deve ser um incentivo para nós hoje, quando Deus o chamou para deixar seu país de origem e caminhar diante d’Ele como peregrino e estrangeiro, Ele providenciou uma companheira para compartilhar de sua vida e caminhar com ele. Certamente, o Senhor é capaz de fazer a mesma coisa hoje e fornecer um parceiro de vida com quem possamos andar com o Senhor e servi-Lo. Nós também estamos cercados por um mundo hostil e que está rapidamente se tornando cada vez pior. No entanto, a Palavra de Deus permanece a mesma, e Ele é capaz, não apenas de fazer um caminho limpo para nós, mas de fornecer um cônjuge que também queira agradá-Lo.


Ao dizer isso, não estamos sugerindo que o Senhor sempre forneça uma esposa ou um marido simplesmente porque queremos. Não, Deus tem Seus próprios caminhos com cada um de Seus filhos, e nem sempre nos dá o que achamos que precisamos. Mas temos a certeza de que “não negará bem algum aos que andam na retidão” (Sl 84:11). Ao confiar no Senhor, como Abraão e Sara fizeram, também podemos ter a certeza de que Ele nos dará da melhor maneira possível, para Sua glória e para nossas bênçãos.


W. J. Prost


 

A Morte de Sara


Em Gênesis 23, outro evento instrutivo se abre para nós. Não é a morte de Agar, que estabelece o pacto da lei ou do Sinai: Poderíamos ter esperado uma tal questão simbólica e todos entenderíamos isso. Mas a maravilha é que, depois da figura do filho Isaque levado como sacrifício ao Monte Moriá, mas ressuscitado (uma figura da morte e ressurreição de Cristo), temos a morte de Sara. Ela é quem representa o novo concerto com Israel, não da lei, mas da graça. E qual é o significado dessa figura, e onde ele encontra sua resposta nos tratos de Deus quando pensamos na realização da figura? É certo e também claro. Nos Atos dos Apóstolos, para não falar de outra Escritura, a verdadeira chave é colocada em nossas mãos. Quando o apóstolo Pedro se levantou diante dos homens de Israel e testemunhou a morte e ressurreição do Senhor Jesus, o verdadeiro Isaque, o que ele lhes disse? Isso – que, se eles estivessem dispostos pela graça de se arrepender e se converter, Deus certamente traria aqueles tempos de refrigério dos quais Ele havia falado pela boca de todos os Seus santos profetas desde o princípio do mundo (At 3:19-21). Ele acrescentou que eles eram filhos, não apenas dos profetas, mas da concerto que Deus fez com os pais, dizendo a Abraão: “Em tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra”.


Lá nós temos a solução necessária. Pedro apresentou depois disso a disposição de Deus para trazer a bênção do novo concerto, se eles, por graça, curvarem sua dura cerviz ao Senhor Jesus. Mas eles não deram ouvidos. Eles rejeitaram o testemunho e finalmente mataram uma das testemunhas mais brilhantes, na pessoa de Estevão. De fato, a incredulidade foi completa com a rejeição do testemunho do Espírito Santo, fundamentado na morte e ressurreição de Cristo, e, em consequência, a apresentação do concerto a Israel desapareceu completamente. Foi o cumprimento do que a morte de Sara era uma figura – a morte pelo tempo de todas essas propostas do concerto para Israel. Em nenhum lugar ouvimos falar de elas serem renovadas depois disso. Sem dúvida, Sara ressuscitará e, assim, o novo concerto aparecerá quando Deus realizar Sua obra nos últimos dias com o povo judeu. Mas, enquanto isso, a apresentação do concerto a Israel, como aquele que Deus estava disposto a trazer ali, que era a oferta então feita pela graça, passa completamente de vista, e uma coisa nova toma seu lugar.


O chamado de Rebeca

Então aqui estamos. Imediatamente após a morte e o enterro de Sara, uma nova pessoa é apresentada a nós, outro objeto distinto do que vimos, e o que é? A introdução de uma personagem totalmente inédita, chamada para ser a noiva de Isaque, o filho da promessa figurativamente morto e ressuscitado. Não é mais uma questão de lidar por meio de concertos. O chamado de Rebeca não estava em vista antes – é um elemento totalmente novo na história. Então, novamente, temos a figura, tão familiar para nós, de Eliezer, o servo fiel de tudo o que o pai tinha, agora o executor dos novos propósitos de seu coração, que vai trazer para casa a noiva da Mesopotâmia, pois assim como ninguém de Canaã poderia se casar com o filho de Abraão, assim Isaque, não deveria deixar Canaã para ir à Mesopotâmia. Eliezer deveria trazer a noiva, se quisesse, mas Isaque não deve ir até lá. Nada é mais fortemente insistido do que isso e, ao seu significado da figura, devo chamar sua atenção. O servo propõe uma dificuldade: Suponha que ela não esteja disposta a vir? Isaque deve ir atrás dela? “E Abraão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho”. Enquanto a Igreja está sendo chamada como noiva para Cristo, Ele permanece exclusivamente nos lugares celestiais. Ele não tem nada a ver com o mundo enquanto a Igreja está sendo reunida dentre judeus e gentios. Ele não deixa o céu, nem vem ao mundo para ter associações com a Terra, enquanto se trata de formar a noiva, a esposa do Cordeiro. Em relação ao chamado da Igreja, Cristo é exclusivamente celestial. É o mesmo Isaque que esteve sob a sentença de morte sacrificial. Como Isaque é ressuscitado em figura e nunca deve ir de Canaã à Mesopotâmia para encontrar Rebeca, então Cristo deve ter apenas associações celestiais, e nenhuma com o mundo, enquanto o chamado da Igreja estiver em andamento. Quando Cristo tiver Suas associações com o mundo, também podemos ter nosso lugar ali; se Cristo está inteiramente fora dele, como está manifestamente separado dele agora no céu, assim deveríamos estar.


W. Kelly (adaptado)


 

Caráter Familiar – Rebeca


Há uma lição sobre caráter e mentalidade na história de Rebeca, à qual eu chamaria sua atenção. Rebeca aparece pelo chamado do servo de Abraão, mas um caráter já havia sido formado, como acontece com todos nós, mais ou menos, antes de sermos convertidos. Podemos ouvir o chamado e o poder de separação do Senhor, mas o caráter e a mente derivados da natureza, da educação ou dos hábitos familiares levamos conosco depois que nascemos do Espírito, e eles podem ser levados em nós da Mesopotâmia até a casa de Abraão.


Eu preciso apenas falar brevemente do que aconteceu. A história de Rebeca revela tristemente o que podemos chamar de caráter familiar. Labão, seu irmão com quem havia crescido, era um homem sutil, astuto e mundano, e a única grande ação em que Rebeca foi chamada a participar, dá-lhe ocasião de exercer os mesmos princípios. Na obtenção da bênção para seu filho Jacó, vemos esse fermento de Labão trabalhando poderosamente. Sua mente estava muito pouco acostumada a repousar na suficiência de Deus e muito viciada em calcular e depositar suas esperanças em suas próprias invenções.


Nós também devemos observar a tendência peculiar de nossa própria mente e repreender a natureza bruscamente, para que sejamos sólidos ou moralmente saudáveis na fé (Tt 1:13). Não devemos dar desculpas por termos essa tendência em nossa natureza, mas mortificá-la por causa dAquele, que nos deu outra natureza.


Essas lições aprendemos da história dessa distinta mulher. Além disso, seu caminho não é muito rastreado pelo Espírito. Ela colhe nada além de decepção com a semente que plantou. Ela perde seu filho favorito, Jacó, e nunca mais o vê depois que seus próprios planos e artifícios culminaram em seu longo exílio.


O caráter de Jacó

Mas tem mais. Jacó teve sua mente formada pela mesma influência antiga. Ele era, todos os dias, um homem de coração lento e calculista. Seu plano para obter a primogenitura primeiro e depois a bênção, sua confiança em seus próprios arranjos, e não na promessa do Senhor, quando se encontrou com seu irmão Esaú, e sua permanência em Siquém e seu estabelecimento ali em vez de seguir a vida de um peregrino na terra como a seus pais – tudo isso revela a natureza e o funcionamento do velho caráter da família. Quão importante é observar as primeiras sementes postas no coração!


O nascimento de Esaú e de Jacó nos é mostrado no final de Gênesis 25. À medida que crescem, surge a ocasião para vermos a cena da família, que é realmente humilhante. Essa era uma das famílias de Deus na Terra naquela época – a mais distinta, na qual estavam as esperanças de todas as bênçãos para toda a Terra e onde o Senhor havia posto Seu nome. Mas o que vemos? Isaque, o pai, havia afundado na corrente dos desejos humanos, ele amava seu filho Esaú, porque comia a carne de sua caça! Esaú, como filho da família, tinha o direito de cuidar e prover a casa, mas é muito triste ver que Isaque o tornara seu favorito porque comia a carne de caça. Não vemos aqui mais uma ilustração do nosso assunto? Isaque foi criado com ternura. Ele nunca esteve longe de sua mãe, ele era filho de sua velhice. Sua educação talvez o tenha relaxado demais, e ele aparece diante de nós como um homem suave e autoindulgente.


Que triste prejuízo se abre para nossa visão nesta cena familiar! Estamos falando muito para dizer que um dos pais estava provendo à natureza em um dos filhos e a mãe a outro filho? O amor de Isaque pela carne da caça pode ter encorajado Esaú na perseguição, pois a esperteza de Rebeca, trazida da casa de seu irmão em Padã-arã, parece ter formado a mente e o caráter de seu filho favorito, Jacó. Que tristeza e causa de humilhação vemos aqui! Esta é uma família de fé? Esta é uma família temente a Deus? Sim, Isaque, Rebeca e Jacó são filhos da promessa e herdeiros do Seu reino, mas deram precedência a seus próprios desejos ao invés de agir com fé e obediência às promessas de Deus.


As consequências

Em outro momento e em outras ações, essa família se deleita e nos edifica. Veja Isaque na maior parte do capítulo 26, sua conduta é totalmente digna de um estrangeiro celestial na terra. Ele sofre e recebe tudo pacientemente, e seu altar e sua tenda testemunham seu caráter santo e não terrenal. O mesmo acontece com Rebeca no capítulo 24, com fé, ela consente em atravessar sozinha o deserto com um estranho, porque seu coração estava posto no herdeiro das promessas. Mas aqui no capítulo 27, que vergonha enche a cena, e ficamos corados e confusos ao pensar que herdeiros da promessa e filhos de Deus pudessem se comportar assim!


Mas nos resta ver a graça assumindo seu lugar e atitudes elevadas e triunfantes. Isaque perde seu propósito em relação a Esaú, Rebeca tem que se separar de Jacó, e o próprio Jacó, em vez de obter a primogenitura e a bênção à sua maneira, tem que partir para um exílio sem um tostão do lugar de sua herança. O único salário do pecado é a morte, mas a graça toma seu lugar alto e brilha através da ardente santidade de Jeová.


Jacó, o filho e herdeiro, tem que se deitar sozinho, sem cuidados, sem abrigos, tendo as pedras do lugar como seu único travesseiro. Mas a graça está preparando um descanso glorioso para ele. Ele ouve a voz do maravilhoso amor e é mostrado mundos de luz neste lugar de solidão e escuridão. Ele se vê, embora tão errante, tão pobre e vil, assim associado a uma glória penetrante, cheia de misericórdias e consolações presentes. A santidade da graça ainda o deixa errante, mas as riquezas da graça lhe dirão da consolação presente e das futuras glórias que são certas.


Existe então o caráter familiar, e a lembrança disso, quando estamos lidando com nós mesmos, deve nos deixar vigilantes e zelosos de todos os nossos hábitos e tendências peculiares. Quando estamos lidando com outras pessoas, isso deve nos tornar atentos e com um espírito intercessor, lembrando que existe uma antiga força de hábitos e educação trabalhando mais ou menos em todos nós. Mas não devemos esquecer que, se certo caráter familiar se apega a nós ou hábitos com os quais o nascimento nos conectou, também devemos exibir aquele caráter com o qual nosso nascimento e educação na família celestial nos ligaram desde então.


J. G. Bellett (adaptado)


 

Isaque e Rebeca – Uma Mensagem de Casamento


Vamos examinar algumas partes da vida de Abraão e sua extensa família. Em Gênesis 22, encontramos Deus testando sua fé, quando Ele o instrui a ir e oferecer esse filho amado como uma oferta queimada, um holocausto. Isto deve ter rasgado o coração de Abraão, mas ele começou com uma simples obediência a fazer o que havia sido dito. Deus, no entanto, o impediu de realmente oferecer seu filho e proveu um carneiro como um substituto para Isaque.


Nesse teste de Abraão, Deus queria expressar para nós algo do grande custo para Si mesmo ao dar Seu Filho unigênito. Deus amou aos pecadores culpados, mas Sua santidade absoluta O impedia de mostrar misericórdia até que Ele tivesse uma maneira de fazer isso com justiça. Isso foi realizado quando Deus enviou Seu Filho a este mundo e permitiu que homens maus O crucificassem, então, na cruz, naquelas três horas de trevas, Deus derramou sobre Sua cabeça sem pecado o julgamento devido aos pecados, para que Ele pudesse sair e salvar pecadores culpados, e ainda assim ser Justo. Assim, vemos que Gênesis 22 é mais que uma história, é uma revelação do coração de Deus em uma figura. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).


A procura de uma esposa

Então, em Gênesis 24, encontramos Abraão agindo para conseguir uma esposa, uma companheira, para aquele filho de seu amor. Este é o capítulo mais longo de Gênesis e um dos mais longos do Velho Testamento, e é todo dedicado a como um homem pode conseguir uma esposa. Por que Deus deveria entrar nesses detalhes dessa cena familiar? Para nos dizer que Ele está interessado em Seu Filho ter uma noiva e revelar Seus propósitos no Filho de Seu amor.


Aquele Amado teve que morrer a morte da cruz antes que pudesse ter uma noiva. Então o Espírito Santo desceu para buscar uma noiva para Ele, assim como o servo de Abraão foi para outra terra em busca de uma noiva para Isaque. Ele foi encontrar a noiva, atrair e conquistar seu coração para Aquele que esteve no lugar de morte e que recebeu todas as riquezas de Abraão. Esse servo fiel exibiu presentes que eram evidências das riquezas de Abraão e Isaque e os deu a Rebeca como sinal e promessa do amor de alguém que ela ainda não tinha visto.


Depois que Rebeca ouviu falar de todas as glórias de Isaque, ela foi questionada: “Irás tu com este varão?” Sua resposta foi afirmativa, clara e precisa: “Eu irei”. Ela não fazia ideia o que custaria a ela ir, pois seu coração foi conquistado e o amor não calcula. Imediatamente ela começou a longa jornada pelo deserto até seu amado noivo e o servo a conduzia por todo o caminho.


Uma noiva para Cristo

Hoje, o Espírito de Deus está neste mundo buscando uma noiva para Cristo, Aquele que teve que morrer para tirar seus pecados para que Ele pudesse tê-la. O Espírito Santo está aqui para falar da morte, ressurreição e glória de Cristo, para atrair e conquistar o coração dos pecadores para Aquele que os amou.


É significativo que a primeira vez que temos o “amor” mencionado na Bíblia seja em Gênesis 22, onde fala do amor de Abraão por Isaque, a segunda vez está registrada em Gênesis 24, onde é o amor de Isaque por sua noiva – Rebeca. O primeiro retrata vagamente para nossas almas o amor de Deus por Seu Filho, e o último vagamente fala do grande amor de Cristo pela Igreja, Sua noiva, pois enquanto em figura Isaque esteve primeiro no altar, no lugar de morte, antes que ele recebesse sua noiva, não se podia dizer dele como de nosso bendito Senhor: “Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” (Ef 5:25).


A noiva adornada

Agora vamos ao último livro da Bíblia, Apocalipse 21, onde vemos uma bela cena futura. A Igreja é vista descendo do céu “adereçada como uma esposa ataviada para o seu Marido” (v. 2). Isso traz diante de nós como a Igreja será para Cristo. Ela será linda porque Ele mesmo a fez assim, e toda a sua beleza deve ser para Ele e somente para Ele. Sempre gostamos de ver uma noiva, pois uma noiva é linda, mas aqui todo o seu adorno é para o marido. Será um prazer para ela ser completa e eternamente para Ele. Companheiro Cristão, que tempo glorioso nos espera – ser adornada como Ele nos deseja, e todos seremos para Ele! Que nosso coração salte de gozo ao pensar em estar assim preparados para Aquele que nos ama e Se entregou por nós. Não haverá mancha ou ruga para estragar aquela perfeição que é para Ele.


A esposa do Cordeiro

Então, no nono verso desse mesmo capítulo, lemos outra expressão profética: “Vem, mostrar-te-ei a mulher do Cordeiro”. Aqui a ênfase está na “esposa do Cordeiro”. Esta é uma glória que outros verão, pois ela é aqui exibida “tendo a glória de Deus”. Compartilharemos de toda a Sua glória e, embora nossa beleza seja para Si mesmo, também haverá para Sua glória a demonstração pública de que somos d’Ele.


Assim como Rebeca era apenas para Isaque, sua noiva, e a única necessária para sua felicidade, também nós, os que somos salvos, seremos para Cristo, de acordo com tudo o que Ele é e, além do mais, seremos necessários para Ele também. “O trabalho da Sua alma Ele verá e ficará satisfeito” (Is 53:11). Então, como Rebeca se fez uma com Isaque e possuía todas as suas grandes riquezas com ele, então seremos “a esposa do Cordeiro” e compartilharemos todas as Suas riquezas e glória. Rebeca não esteve no altar com Isaque, ele estava lá sozinho (exceto Abraão, que tinha o fogo e o cutelo, os símbolos do julgamento), mas ela foi trazida a ele mais tarde para satisfazer seu coração e compartilhar de todos os seus bens. Da mesma forma, o Senhor Jesus esteve sozinho na cruz naquelas três terríveis horas de trevas, exceto que Deus estava lá em julgamento sobre o pecado. Devemos ser levados a Ele como fruto de Seu trabalho e dores, para satisfazer Suas afeições e compartilhar de Sua glória.


O alto padrão do amor

E nossos amados irmãos e irmãs que acabaram de se unir em casamento, “no Senhor”, encontrarão instruções completas na Palavra de Deus para o caminho a seguir. Eles devem representar Cristo e a Igreja. O marido deve amar sua esposa “como Cristo também amou a Igreja”, que alto padrão é este! E como Cristo amou a Igreja? Até ao ponto de Se dar por ela. E Ele apenas Se entregou uma vez e parou por aí? Não, Ele Se ocupou com ela desde então, nutrindo-a e cuidando dela. Que nós, maridos, mantenhamos isso diante de nós e nunca nos cansemos de fazer o que é uma figura do amor e interesse de Cristo pela Igreja. E como a Igreja está sujeita a Cristo, a esposa deve ser sujeita a seu marido, lembrando-se de seu lugar abençoado na bela figura que nos é apresentada. Que possamos ter os pensamentos de Deus sobre o casamento, pois o mundo não os conhece.


Quando Rebeca se aproximou do fim de sua jornada no deserto, ela “levantou os olhos” para ver Isaque, ele estava vigiando e esperando por ela. Então ela lançou-se do camelo, pois aquilo que a carregava pelo deserto não era mais necessário.


Nossa jornada no deserto está terminando, que possamos “erguer nossos olhos desejosos e ansiosos”, esperando ver Seu bendito rosto.


Christian Truth, Vol. 4 (adaptado)


 

Obediência Sem Argumentação


“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11:3). O que isso significa? Significa obedecer sem argumentar. No Jardim do Éden, quando Eva foi tentada, a serpente a encontrou raciocinando (ponderando) em vez de obedecendo. Ela olhou para aquela árvore e parecia agradável aos olhos. Isto era perfeitamente verdade. Era boa para comer, e isso era perfeitamente verdade. Era uma árvore desejável para tornar-se sábio, o que também tinha a sua verdade. A serpente escondeu de Eva que o ato seria desobediência, e o resultado seria a morte. Eva começou a argumentar em vez de obedecer. Lembre-se de que a Palavra de Deus nos é dada para a obediência de fé.


H. E. Hayhoe (adaptado)


 

Rebeca, Uma Figura da Igreja


Após a morte de Sara, temos a introdução de Rebeca. Aquele que é de todo instruído nos caminhos de Deus reconhece nesta última a noiva para o Filho ressuscitado e Herdeiro de todas as coisas, e isso depois que a figura do concerto da promessa, em Sara, passou.


Até que os judeus tivessem recusado a nova convocação de Deus para receberem seu Messias, agora ressuscitado e glorificado, não poderia ser apropriado trazer os gentios, nenhuma formação de uma noiva celestial, o corpo de um Cristo celestial.


W. Kelly


 

As Virtudes de Rebeca


Quando o servo se pôs do lado do poço próximo a cidade de Naor, com seus camelos, ele os fez ajoelhar. Então ele orou e pediu ao Senhor que o dirigisse em sua escolha. Ele tinha algumas coisas em mente que iria buscar na jovem que iria escolher, e então pediu ao Senhor que o direcionasse. Qualquer jovem homem Cristão que lê sua Bíblia cuidadosamente aprenderá a esperar por cortesia (1 Pe 3:7-8), gentileza e diligência (Pv 31:10-31) vindas de uma jovem piedosa. Se alguma dessas coisas estiver faltando, ele deve se perguntar como esta poderia ser a jovem certa. O servo, entretanto, pediu ao Senhor que o dirigisse à jovem jovem que tivesse estas características. Também é importante ver onde ele a procurou. Não era na rua movimentada da cidade, mas ao lado do poço. Isso nos faz pensar em um lugar onde a Palavra de Deus é lida e falada. O Senhor Jesus disse: “Porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Você não pode esperar encontrar a garota certa no lugar errado. Você a encontrará no caminho da obediência, tipificado aqui pela água do poço (Ef 5:26).


Além disso, o criado pediu que ele não apenas conhecesse a jovem certa por sua cortesia, gentileza e diligência, mas pelo fato de ela o ter refrescado, e também por dar água a seus camelos, a ajudá-lo em sua jornada como uma verdadeira ajudante. Algumas jovens não são de ajuda espiritual para o jovem que as tomam. Elas o podem arrastá-lo para baixo em vez de ajudá-lo, e o impedem em sua jornada espiritual. Caro jovem crente, se você encontrar a jovem certa, descobrirá que ela refrescará sua alma no Senhor, e se ela não fizer isso desde o início, tenha cuidado.


Enquanto o servo estava orando e pedindo a orientação do Senhor, Rebeca saiu ao poço. Ele então se aproximou dela com cortesia e pediu um pouco de água no cântaro. Ela respeitosamente deu-lhe água e se ofereceu para tirar água para seus dez camelos. Que tarefa era essa: tirar água para dez camelos, mas ela fez isso rápida e voluntariamente! O servo só podia imaginar e manter a paz enquanto ela o fazia. Sua oração foi mais do que respondida. Ele não havia pedido boa aparência, pois a beleza é apenas superficial, mas ele buscava a beleza que permanece conforme a Escritura diz: “Enganosa é a graça, e vaidade, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada” (Pv 31:30). Mas agora o servo havia encontrado a beleza que permanece, em uma donzela que era “mui formosa à vista”. Como o Senhor Se deleita em exceder Suas promessas e fazer por nós mais do que pedimos ou pensamos!


Uma Palavra Sobre Namoro, G. H. Hayhoe

 

“Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”

(Ef 5:25 – ARC).

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