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Revista mensal publicada originalmente em fevereiro/2008 pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
J. M. Marchbanks, Comfort of the Scriptures
A. H. Rule (adaptado)
W. J. Prost
J. N. Darby, adaptado de Practical Reflections on the Psalms
J. M. Marchbanks
C. H. Mackintosh
C. H. Mackintosh, adaptado
Payson, Christian Truth, 17: 119
Christian Truth, 5:328
J. M. Marchbanks, Comfort of the Scriptures
Christian Truth, 13: 190
A. B. Simpson
Eu Sou Contigo
“Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR por longos dias” (Sl 23:6). “Bondade e misericórdia me seguirão” sempre porque o próprio Senhor está conosco e nos diz: “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque Ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei”. Muitos de nós somos criaturas de diferentes humores. Às vezes sentimos que o Senhor está próximo; outras vezes, sentimos que Ele está longe. Mas nossos sentimentos não têm nada a ver com os fatos da Palavra de Deus. “O SENHOR, pois, é Aquele que vai adiante de ti; Ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te espantes”. Estas são as palavras d'Aquele que é chamado de “Fiel e Verdadeiro”, pois “Deus, que não pode mentir”, concedeu Sua presença sempre para os Seus. “Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” Para ter certeza, há momentos em que estamos mais do que normalmente conscientes de Sua presença, mas isso não torna Sua presença permanente mais certa. Não depende de nossa consciência sobre isso, mas de Sua própria Palavra. “Não to mandei Eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares” (Js 1:9). “Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu Sou o teu Deus” (Is 41:10).
Nosso Senhor nunca deixa os Seus,
Ele fica perto deles, sempre;
Embora os fardos pressionem e as provações venham,
Ele está conosco todos os nossos dias.
J. M. Marchbanks, de Comfort of the Scriptures
Força e Coragem
Força e coragem são mais necessárias em um dia de declínio do que quando tudo está indo bem. Existe um inimigo contra quem lutar, e em vez de ter o apoio de nossos irmãos, podemos nos encontrar com aquilo que estremece o coração e o enche de tristeza. Aqui o coração é testado e só Deus pode sustentá-lo.
Serviço e conflito
Não existe apenas conflito com um inimigo comum, mas há o estado dos santos a ser suportado como um fardo para o coração. Você vai suportar este fardo? Você vai se apegar aos santos no poder do amor divino quando eles se afastarem de você como todos na Ásia fizeram com Paulo? Será que você irá procurar servi-los quando for mal entendido, mal interpretado ou mesmo difamado, como Paulo disse aos santos coríntios: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”? O estado dos santos com os quais temos que lidar será muitas vezes o meio de testar o estado de nosso próprio coração. É fácil amar meus irmãos quando eles me amam e amontoam seus favores sobre mim. Mas eu os amo mesmo quando eles se voltam contra mim ou me abandonam? Ainda me apego a eles quando eles desistiram de mim? Eu intercedo por eles noite e dia quando talvez eles só estejam falando mal de mim? A verdadeira questão é: Eu tenho o coração de Cristo a respeito dos santos? E vejo a glória de Cristo ligada a eles? Então eu agirei em relação a eles de acordo com Seu coração, e buscarei Sua glória em conexão com o estado deles, independentemente de direitos pessoais ou vantagem presentes.
Paulo poderia apelar para Deus como sua Testemunha, como ele ansiava por todos os santos filipenses em entranháveis afeições de Jesus Cristo. Foi devoção de todo o coração aos santos por causa de Cristo, e como tendo o coração de Cristo sobre eles. E isso também precisamos ter, mas requer força e coragem para perseverar nela, e ainda mais se os santos estiverem em um estado baixo e carnal. E precisamos ser continuamente lançados a Deus, o Único que pode dar força em meio à fraqueza e nos conduzir à vitória. A busca diligente da face e da paciência de Deus, esperando por Sua vontade, Sua ajuda e Sua direção são indispensáveis. Por que não temos força? Por que há declínio entre nós? Por que há quebra nas fileiras e dispersão dos santos? Não é porque não vivemos perto de Cristo e não seguimos em humilde dependência de Deus? E que o Cristo de Deus, a verdade de Deus e o povo de Deus não têm seu lugar de direito em nossas afeições? Temos visto alguém se tornando descuidado e outro caminhando de modo errado, e talvez tenhamos falado sobre eles e os criticado quando deveríamos estar ajoelhados intercedendo por eles?
O exemplo de Josué
Há muitos exemplos que nos são dados na Palavra de Deus, em que vemos a demonstração desse poder e coragem em cumprir a vontade de Deus. Mas o primeiro capítulo de Josué é importante, pois nos dá as condições que governam essas coisas. Três vezes o Senhor exorta Josué nesse capítulo: “Esforça-te e tem bom ânimo”. Havia uma obra a ser executada, o princípio sobre o qual ela deveria ser feita, e a base de força e coragem para isso.
A obra
1. A obra a ser feita era a divisão da terra entre as tribos de Israel. “Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria”. A terra a ser dividida era uma terra em que havia nações mais poderosas que Israel – uma terra de “gigantes”, “carros de ferro” e cidades grandes e “muradas até o céu”. Essas nações precisavam ser vencidas para que a terra fosse dividida, para essa grande obra, esforço e bom ânimo (força e coragem) eram necessários.
O princípio
2. A obediência era o princípio sobre o qual esta obra deveria ser realizada e a condição de sucesso. “Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei que Meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás”.
Aqui podemos ver que não havia como ter sucesso senão pela obediência. Josué não deveria se desviar da lei para a direita ou para a esquerda. As palavras da lei não deveriam se apartar de sua boca; ele deveria meditar sobre elas dia e noite, e o resultado seria um caminho próspero e um bom sucesso. Nunca vamos estimar o suficiente a importância disso. Se tivermos que tratar com Deus, Sua vontade deve ser tudo. É d'Ele o comando; e nossa parte é obedecer.
Agora Deus fez conhecida Sua vontade para nós em Sua Palavra. Sua vontade, Seus propósitos e Seus conselhos são todos revelados ali. E se quisermos conhecer a Sua vontade e ser obedientes, devemos atender a Sua Palavra. É na recepção da verdade que recebemos e desfrutamos da bênção. A Palavra de Deus é pão para a alma. É assim que crescemos espiritualmente e aprendemos a mente de Deus para que possamos fazer a Sua vontade e ter comunhão com Ele. Deste modo, a vida, os caminhos, as ações, as palavras, os motivos, os desejos e as afeições do povo de Deus são formados e, de maneira prática, se tornam um testemunho da verdade e da graça de Deus. E Deus Se manifestará com e por aqueles que são governados por Sua Palavra de maneira prática.
A base
3. A base de esforço e bom ânimo (força e coragem) é o fato que Deus foi Quem mandou e está com aquele que obedece. “Não to mandei Eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares” (Js 1:9).
As dificuldades poderiam ser como montanhas, o inimigo poderia ser grande e poderoso, mas Jeová era maior do que todos e estava com Seu servo obediente, de modo que ele não tinha nada a temer. Ele havia libertado Israel do Egito e o levado através do Mar Vermelho, do deserto e do Jordão, e Aquele que havia feito isso poderia levá-los à vitória. Ele poderia dar força e coragem contra as quais nenhum inimigo poderia suportar.
É dessa mesma força e coragem que precisamos. “Fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder”, é dito, onde se trata do poder e das artimanhas de Satanás. E quando o Cristianismo começou a declinar e Timóteo estava perdendo o ânimo, o apóstolo Paulo o encorajou com estas palavras: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro Seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus”, e novamente, “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”. Timóteo precisava desse encorajamento, e nós precisamos disso, e, mais ainda, Deus é capaz de dá-lo e o dará àqueles que prosseguem em dependente obediência à Sua vontade.
Fé em Deus
Mas precisamos ter fé em Deus. A fé traz Deus para dentro da questão, e para o Seu poder não há limite. Hebreus 11 nos dá muitos exemplos dessa fé que agia com Deus e na qual Seu poder era manifestado. Moisés “ficou firme, como vendo o invisível”. “Pela fé” eles “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos”. Em meio à fraqueza, a fé os fortaleceu. Como Paulo também disse: “Quando estou fraco, então, sou forte”.
“Tende fé em Deus”, disse Jesus aos Seus discípulos e depois acrescentou: “em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito”. E como poderia ser de outra forma se existe a fé que traz Deus para dentro da questão? Aquele que criou as montanhas certamente também poderá removê-las se tiver prazer em fazê-lo. A verdadeira questão é: estamos andando com Ele? Temos o conhecimento de Sua vontade para que possamos agir com confiança? Podemos trazê-Lo ao que estamos fazendo? Estamos em pé com Ele e por Ele no cumprimento de Sua vontade e Seu propósito, para que possamos conectar Seu nome com nosso serviço? Se for assim, nenhuma dificuldade pode ser muito grande. Podemos seguir em frente no nome do Senhor com força e coragem de coração e destemido quanto a todo o poder que Satanás possa levantar contra nós.
Diligência de coração
E aqui vamos observar que a diligência de coração é necessária, e posso acrescentar, como de igual importância, a dependência em oração. Oh, se fôssemos mais diligentes quanto à Palavra de Deus e à oração, quão diferente seria nosso estado! Que fervor de coração em todo o nosso serviço e que devoção a Cristo e a Seu povo haveria, e quão maior bênção seria desfrutada!
Quanto nos falta essa diligência de coração! Quantos momentos a cada hora, e horas todos os dias, são desperdiçadas – tempo que poderiam ser entregue à oração e meditação sobre a Palavra abençoada de Deus, na qual devemos encontrar o refrigério do Espírito Santo em nossa alma e a enchendo com aquilo que flui do coração de Cristo em glória. Quantas horas gastas em conversas tolas e fofocas ociosas, entristecendo o Espírito, atrapalhando o crescimento espiritual e secando as fontes do amor divino na alma, que poderiam ser gastas em conversas santas e edificantes sobre Cristo e Suas coisas. “A Palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros” (Cl 3:16). Nisto precisamos de diligência de coração para que o Senhor seja honrado e nossas bênçãos e a bênção dos outros possam ser garantidas.
Nosso próprio estado
Mas será que agora vamos considerar o nosso próprio estado e o de nossos irmãos? Será que nós reconheceremos nossa frouxidão de alma – nosso culpado descuido – e com diligência de coração buscaremos a face de Deus e caminharemos com Ele? Então poderíamos esperar Sua bênção e o gozo de Seu favor que é melhor que a vida (Sl 63:3). “Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus” (Ef 5:14-16).
Que o bendito Senhor dê ao escritor e ao leitor esforço e bom ânimo (força e coragem) neste mundo mau para viver para Si e para os Seus, servindo a Ele e a eles em humilde graça, até sermos tirados do cenário de conflito e serviço para descansarmos no eterno brilho da Sua própria presença e no gozo do Seu amor imutável.
A. H. Rule (adaptado)
Fontes do Desencorajamento e do Encorajamento
Provavelmente todos que estão lendo isso admitiriam ter sido desencorajado em algum momento de sua vida. Da mesma forma, se realmente pertencemos a Cristo, também experimentamos o encorajamento que vem d'Ele. É bom quando podemos reconhecer as fontes de ambos, e assim esperamos evitar o desencorajamento e desfrutar de Seu encorajamento.
A raiz do desencorajamento
Uma raiz básica do desânimo ou do desencorajamento é encontrada em termos expectativas sobre algo e não consegui-lo, ou pelo menos não recebê-lo no tempo e maneira em que gostaríamos. Geralmente estamos esperando algo do homem, mas é triste dizer que isso pode progredir para a espera de algo de Deus. Quando as coisas não terminam como esperávamos, o desencorajamento pode facilmente se instalar.
Todos nós esperamos que nossos semelhantes se comportem para conosco de determinada maneira, e este é um princípio universal que se aplica tanto aos crentes quanto aos incrédulos. Como Cristãos, porque pertencemos a Cristo, tendemos a aplicar padrões mais elevados aos nossos irmãos, uma vez que eles também têm uma nova vida n'Ele. Esperamos ver o fruto dessa nova vida em outros que também estão em relação com Deus e experimentar o gozo, a bênção e o encorajamento que normalmente fluiriam daqueles que caminhavam em comunhão com o Senhor. Quando isso não acontece, nosso coração pode facilmente ser abatido.
Elias e Jonas
Isso aconteceu no caso de Elias, que foi levantado por Deus nos dias do rei Acabe para chamar Israel (as dez tribos), que estava em idolatria, de volta para Deus. Ele suportou uma fome de mais de três anos e, em seguida, ele corajosamente enfrentou Acabe e fielmente sustentou as reivindicações de Jeová. No Monte Carmelo, ele foi o instrumento que Deus usou para demonstrar Seu poder sobre os deuses pagãos e depois para matar todos os profetas de Baal. Quando tudo isso resultou em Jezabel ameaçando sua vida, ele ficou desencorajado, e mais tarde intercedeu contra o povo de Deus e não por eles, dizendo: “Eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem” (1 Rs 19:10). Este foi um fracasso que não pôde ser ignorado, e o resultado foi que Deus lhe disse para ungir Eliseu para ser profeta em seu lugar. É um fato solene que este é o único fracasso de um santo do Velho Testamento que está registrado no Novo Testamento (Veja Romanos 11:24). Tudo isso nos lembra que não devemos esperar algo do homem, mesmo o mais brilhante e melhor deles, mas sim ter nossos pensamentos e nossos olhos voltados para Deus.
No entanto, até mesmo voltar os olhos para Deus pode não ser suficiente, se nosso coração não for correto. Podemos olhar para Deus, esperando algo d'Ele, e ainda assim ter nossos pensamentos muito fora de sintonia com os d'Ele, e assim ficar desanimados se Ele não fizer o que desejamos. Vemos um exemplo disso em Jonas, que foi enviado para pregar uma mensagem de julgamento ao povo de Nínive. Quando o povo de Nínive se arrependeu, Deus mostrou misericórdia para com eles e reteve o julgamento. Então lemos: “Mas desgostou-se Jonas extremamente disso e ficou todo ressentido” (Jn 4:1). Ele ficou muito desanimado e pediu ao Senhor para tirar sua vida. Sem dúvida, ele acabou aprendendo mais do coração de Deus, pois o Senhor usou um bicho (verme – ARA) insignificante para ensinar-lhe o valor de uma alma aos Seus olhos. O fato de ele ter escrito o livro sobre si mesmo nos mostra que ele aprendeu a lição.
Deus e Sua Palavra
O que aprendemos com tudo isto? Em primeiro lugar, aprendemos que não devemos esperar algo do homem, pois certamente ficaremos desapontados, mais cedo ou mais tarde. Para relatá-lo à nossa dispensação da graça, se estamos chateados porque nossos irmãos não são mais espirituais, isso é somente o “eu”, e não o coração de Cristo. Devemos olhar para Ele para nosso gozo, nossa força e nosso encorajamento. Outros podem de fato nos encorajar, mas eles fazem isso apenas na medida em que eles trazem Cristo diante de nós. Quando isso acontece, podemos ser muito gratos por isso, mas se os outros falharem, lembremo-nos de que nosso bendito Mestre nunca nos desaponta.
Em segundo lugar, aprendemos que nossos pensamentos devem ser formados pela Palavra de Deus e no poder de Seu Espírito. Mesmo em coisas divinas e em nossa vida Cristã, podemos facilmente permitir que nossos próprios pensamentos nos dominem, em vez de pensar nos pensamentos de Deus. Então, quando o Senhor não age de acordo com nossos pensamentos, podemos ficar desanimados. O homem natural assume esta atitude constantemente, indo todo o caminho de volta para Caim e sua oferta, mas, mesmo como crentes, devemos andar com o Senhor, de modo a ter nossos pensamentos formados em Sua presença. Se descobrirmos que Deus não está agindo da maneira como pensávamos que Ele poderia agir, vamos nos ajoelhar e buscar a Sua face e permitir que Ele nos leve ao Seu modo de pensar.
Encorajados, não desanimados
Quando falamos de encorajamento, há muitas maneiras pelas quais Deus traz isso para nossa vida, se O deixarmos fazer isso. A palavra “encorajamento” em si não ocorre no Novo Testamento na versão ARC (Almeida Revista e Corrigida), mas a palavra “consolação” é usada várias vezes e tem o mesmo significado no original. Em última análise, todo o encorajamento deve vir do próprio Senhor, por isso que Paulo pôde dizer aos coríntios: “assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo” (2 Co 1:5). Ao escrever aos tessalonicenses, ele pôde dizer: “Nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança”. Notamos a linguagem edificante usada nesses versículos – “sobeja” e “eterna”, nos mostrando que quando Deus encoraja, não é apenas um pouco de ajuda, mas antes a plenitude de Cristo e todos os propósitos de Deus para nós em Cristo sendo ministrados para nossa alma.
A pergunta pode ser feita: “O crente nunca deve desanimar, mesmo em circunstâncias desanimadoras?” Respondemos com um “não” bem definido, pois, não importa o que aconteça, seja para nós ou para os outros, seja individual ou coletivamente, realmente não temos o direito de estarmos desencorajados. Pode ser correto se sentir triste, mas não desanimado. Alguém comentou que um Cristão verdadeiramente humilde nunca é desencorajado, pois ele não procura nada dentro de si mesmo, mas sim fora de si mesmo, para Deus. As circunstâncias podem ser muito difíceis, e a fidelidade pode não ser apreciada por aqueles que são infiéis. Mais do que isso, pode haver frieza e indiferença e um declínio no testemunho Cristão coletivo, que tendem a pesar sobre nosso próprio espírito. Estar sobrecarregado com isso, sentir isso intensamente na presença do Senhor, até derramar lágrimas – tudo isso é apropriado para o crente piedoso. Mas ele nunca deve estar desencorajado.
Não perdendo o ânimo
Em vários lugares do Novo Testamento, os crentes são encorajados a não desfalecer. O pensamento é o de não se tornar desanimado – não perder o ânimo, e as razões dadas para não desfalecer são úteis para nós em nossos dias. Em Lucas 18:1, o próprio Senhor falou uma parábola aos Seus discípulos “sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer”. A história subsequente do juiz injusto nos mostra que Deus está pelo menos tão pronto quanto está o homem pecador para ouvir os Seus e julgar a causa deles. Assim, em nosso tempo, se sentimos a tendência de nos desanimar, somos exortados a orar. A oração desta maneira faz duas coisas. Primeiro, expressa nossa total dependência de Deus e, assim, nossos pensamentos estão voltados para Ele e para longe de nós mesmos e da situação ao nosso redor. Segundo, ao sermos trazidos à presença de Deus por meio da oração, nossos próprios pensamentos são ajustados com os Seus, pois a oração é baseada no imenso privilégio de termos interesses em comum com Deus. Em Sua presença somos encorajados, enquanto nossos pensamentos e coração são direcionados para ver as coisas do lado de Deus e não do homem.
Em 2 Coríntios 4:1, Paulo diz: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”. No capítulo anterior, ele tem trazido aos coríntios a bem-aventurança de ter Cristo escrito no coração, de ser uma epístola de Cristo neste mundo e de contemplar um Cristo ressurreto em glória. Quando tudo isso é percebido e desfrutado na alma, não desfalecemos, mesmo se não formos a epístola de Cristo que gostaríamos de ser. Se de fato “com a cara descoberta [desvelada – JND]” contemplarmos a glória do Senhor, gradualmente seremos transformados “de glória em glória” e seremos mais semelhantes a Ele. Nos será dada a graça de renunciar “as coisas que, por vergonha, se ocultam” (2 Co 4:2) e remover tudo o que possa impedir essa transformação constante que nos torna mais semelhantes a Cristo.
O futuro é brilhante
Então, no final do capítulo, Paulo dá mais uma razão para não desfalecermos. Ele diz: “sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus e nos apresentará convosco. Porque tudo isso é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, torne abundante a ação de graças, para glória de Deus. Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Co 4:14-16). Se o Espírito de Deus está trabalhando para nos tornar mais parecidos com Cristo agora, o mesmo poder que ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos vai despertar os santos que dormem em Jesus e transformar nosso corpo mortal, para que quando Ele vier para nós, todos nós estejamos com e sejamos como Ele é em um momento. Podemos ser desencorajados quando o futuro é tão brilhante? Pode haver muitos problemas aqui, tanto no mundo quanto entre o povo de Deus, mas não há futuro para o crente aqui embaixo. A Escritura fala apenas sobre um futuro para o crente – glória!
Andemos então “não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Co 4:18). Os dias são de trevas, mas as oportunidades são grandes e o futuro é brilhante. Não temos motivos para desanimar!
W. J. Prost
O Encorajamento de Deus
“Até quando os ímpios, SENHOR, até quando os ímpios saltarão de prazer?” (Sl 94:3).
No Salmo 94, o julgamento e a vingança são desejados para corrigir o mundo, mas, enquanto isso, encontramos a disciplina e o conforto do Senhor sustentando a alma. O poder do mal é evidente e a altivez do homem pressiona aquele que conhece a Deus. Mas em tudo isso, Deus não julga o mal imediatamente, mas começa o julgamento em Sua própria casa. A mão de Deus está nos procedimentos que fazem o Seu povo sofrer, e é para isto que o coração do santo se volta. Por meio deste processo onde o mal parece prevalecer, Deus quebra a vontade, ensina a dependência e separa o coração e o espírito do mundo.
Quando o espírito soberbo do homem faz com que o coração retroceda, nós nos tornamos subjugados, pois o coração tem provado que o Senhor é gracioso. O coração é levado a Deus, conhecido em graça e revelação de Si mesmo, Seus caminhos e Seus propósitos. O coração renovado entra em sua própria esfera, aprendendo os caminhos de Deus, o desenvolvimento de Sua graça e verdade e Sua santidade na esfera em que Ele Se revela para aqueles que O conhecem. Isso é descanso para o coração do santo, um repouso do espírito que busca e se deleita no bem. Se procuramos lidar com o mal, ficamos cansados e com o coração partido, mas quando somos levados para o nosso próprio lugar com Deus, encontramos descanso.
Se nossa mente trabalha
Se nossa mente trabalha, que perguntas se apresentam para nós, no labirinto do bem e do mal no mundo! O poder do mal desperta nossos pensamentos, porque temos conhecimento do bem e do mal. Mas a mente que desfruta da bondade de Deus pode se abster dele. Ela vê outro mundo do poder de Deus e se retira para Deus pela fé. Isso conforta e deleita minha alma. Há um refúgio e um recurso, não na explicação de tudo para a mente, mas na introdução do bem positivo na alma que está em Deus. Então sabemos que temos bem-aventurança e verdade, seja o que for que não consigamos resolver.
Deus ainda não acertou as coisas, nem eu sou competente para julgar até mesmo como fazer isso. No entanto, Ele introduziu o bem, o bem perfeito – Ele mesmo no meio do mal. Ele me fez descobrir meu próprio mal – julgar a mim mesmo – e esse é um imenso ganho moral. Aqueles que o fizeram podem ser chamados moralmente corretos. Esta é uma consciência verdadeira e honesta. Seu amor é derramado em nosso coração, e podemos contar com Sua fidelidade nesse amor. A comunhão direta com Ele mesmo nos eleva a um tipo e fonte de gozo que a dor e a tristeza não tocam; nada nos separa do Seu amor. Somos mais que vencedores no mundo, pois temos as alegrias de outro. O poder do mal nos leva ao nosso retiro, nossa alegria n'Ele, que é sempre O mesmo, e a Quem aprendemos a conhecer melhor.
J. N. Darby, adaptado de Practical Reflections on the Psalms
Moisés
“A solicitude no coração do homem o abate, mas uma boa palavra o alegra” (Pv 12:25). Nunca sabemos quantos corações curvados nós encontramos no dia-a-dia, pesados de tristeza, sobrecarregados de dificuldades, perplexos com problemas não resolvidos e aparentemente insolúveis. Devemos, é claro, estar andando em íntima comunhão com o Senhor, a fim de saber como falar “uma boa palavra” no tempo certo, e assim poder dizer que “O Senhor JEOVÁ me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça como aqueles que aprendem” (Is 50:4). Então nos é dito: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um”. Assim poderemos falar “uma boa palavra” para alegrar o coração de alguém. E não apenas abençoará os outros – também nos trará bênçãos quando falarmos a “boa palavra”, pois “o homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!” Então “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”. “Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”, a Palavra de Deus.
J. M. Marchbanks
Encorajamento e Perseverança
Você está passando por alguma dificuldade? Existe alguma pressão sobre você? Você está antecipando com apreensão e nervosismo algum mal terrível? Seu coração está tremendo ao pensar nisso? Pode ser que você seja como alguém que chegou ao outro extremo, como o apóstolo Paulo na Ásia: “sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos”. Se sim, amado amigo, aceite uma palavra de encorajamento. É nosso profundo e sincero desejo fortalecer suas mãos em Deus e encorajar seu coração a confiar n'Ele para tudo o que está diante de você. “Não temas”! Apenas creia. Ele nunca falha para com um coração confiante – não, nunca. Faça uso dos recursos que estão entesourados para você n’Ele. Apenas se coloque a si mesmo, aquilo que está a seu redor, seus medos, suas ansiedades, tudo em Suas mãos, e deixe tudo lá.
Sim, deixe tudo lá. É de pouca utilidade colocar nossas dificuldades e necessidades em Suas mãos e, quase imediatamente, trazê-las de volta para as nossas. Nós frequentemente fazemos isso. Quando em pressão, em necessidade, em uma provação profunda de um tipo ou outro, nós vamos a Deus em oração; nós colocamos nosso fardo sobre Ele e parecemos obter alívio. Mas ai de mim! Mal nos levantamos e começamos novamente a olhar para a dificuldade, ponderamos sobre a provação, permanecemos em todas as circunstâncias dolorosas, até estarmos de novo à beira do desespero.
Não, isso nunca vai funcionar. Infelizmente, isso desonra a Deus e, naturalmente, nos deixa sem alívio e infelizes. Ele deseja que nossa mente esteja tão livre de preocupação, quanto a nossa consciência está livre de culpa. Sua Palavra para nós é: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus” (Fp 4:6). E depois o que? “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo” (Fp 4:7 - ARA).
Assim foi que Moisés, aquele amado homem de Deus e honrado servo de Cristo, procurou encorajar seu companheiro de trabalho e sucessor, Josué, em referência a tudo o que estava diante dele, dizendo: “Não os temais, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que peleja por vós” (Dt 3:22). Assim também o bendito apóstolo Paulo encorajou seu amado filho e companheiro Timóteo a confiar no Deus vivo, a ser forte na graça que há em Jesus Cristo, a confiar firmemente no firme fundamento de Deus, a se comprometer com inquestionável garantia à autoridade, ensino e orientação das Escrituras Sagradas, e assim armado e munido, para se dar com santa diligência e verdadeira coragem espiritual àquele trabalho para o qual foi chamado. E assim, também, o escritor e o leitor podem encorajar um ao outro nestes dias de crescente dificuldade de se apegar com fé simples àquela Palavra que está estabelecida para sempre no céu – para tê-la escondida no coração como um poder e autoridade vivos no mundo, algo que nos sustentará, mesmo que o coração e a carne fracassem, e ainda que não tenhamos a presença ou apoio de um ser humano. “Porque toda carne é como erva, e toda a glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a Palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a Palavra que entre vós foi evangelizada” (1 Pe 1:25).
Quão precioso é isso! Que conforto e consolação! Que estabilidade e descanso! Que força real, vitória e elevação moral! Não está ao alcance da linguagem humana expressar a preciosidade da Palavra de Deus ou definir em termos adequados o conforto de saber que a mesma Palavra está estabelecida para sempre no céu. É aquilo que durará ao longo das incontáveis eras da eternidade. É isso que alcançou nosso coração – as boas novas do evangelho – nos transmitindo a vida eterna e nos dando paz e descanso na obra consumada de Cristo, e um Objeto que satisfaz perfeitamente em Sua adorável Pessoa. Verdadeiramente, quando pensamos em tudo isso, só podemos reconhecer que cada respiração deve ser um aleluia. Assim será em breve, e para sempre, toda a homenagem a Seu inigualável nome!
C. H. Mackintosh
No Limite
A fé é individual
O mais rico consolo para todos os servos fiéis de Cristo é este: Em todas as eras e sob todas as dispensações de Deus, qualquer que tenha sido a condição do povo de Deus como um todo, foi o privilégio do crente individual andar por um caminho elevado e desfrutar da alta comunhão como sempre foi conhecido nos dias muito mais brilhantes da dispensação.
Em todos os casos em que o homem coletivamente foi colocado em uma posição de responsabilidade, ele fracassou completamente. Além disso, Deus nunca restaura um testemunho fracassado. Em vez disso, a fé sempre encontrou sua fonte no próprio Deus vivo, e quanto mais profunda a escuridão moral ao redor, mais brilhantes são os lampejos da fé individual. O fundo escuro da condição corporativa lançou a fé individual em brilhante alívio. Essa linha da verdade tem encantos peculiares para o meu coração, e por muitos anos tenho encontrado nela o conforto e o encorajamento. Eu acho que nunca salientaremos suficientemente o valor e importância disso.
Há uma forte tendência entre o povo de Deus de reduzir o padrão de devoção ao nível da condição geral das coisas. Isso deve ser cuidadosamente evitado, pois é destrutivo a todo serviço e testemunho. “Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus, E qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade” (2 Tm 2:19). Deus é fiel. Seu fundamento nunca pode ser movido, e é privilégio do crente individualmente descansar nesse fundamento e manter-se firme nesse padrão, aconteça o que acontecer. Como os Baraques, os Gideões, os Jeftes e os Sansões poderiam ter resistido se tivessem se deixado influenciar pela condição geral do povo de Deus? Seguramente, eles nunca teriam alcançado aquelas esplêndidas vitórias registradas para nosso encorajamento, se tivessem sucumbido à condição geral ao seu redor.
O bezerro de ouro
Para ilustrar esse princípio, voltemos a Êxodo 33. Naquele momento, qual era a condição de Israel? De acordo com Êxodo 32, o homem mais elevado e mais privilegiado de toda a congregação havia feito um bezerro de ouro! Que imagem do coração humano! Quem teria pensado que os adoradores na margem do Mar Vermelho chegariam a exclamar palavras como: “Faze-nos deuses que vão adiante de nós”? Aqueles que disseram em seu magnífico cântico: “Ó SENHOR, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” tinham feito agora um bezerro de ouro! Não nos esqueçamos de quem foi que levou o povo a este curso de ação mais desastroso. Não era ninguém menos do que Arão – o irmão mais velho do próprio legislador. Isso nos ilustra a insensatez excessiva de se apoiar ou olhar para o mais alto e melhor dos homens. Na parte inicial do livro do Êxodo, Moisés hesitou em entrar no Egito por ordem de Deus. Mas quando ele ouviu que Arão deveria acompanhá-lo, ele estava pronto para ir. E, no entanto, esse mesmo homem foi a fonte da mais profunda tristeza que Moisés jamais provou. Este era o homem que havia feito o bezerro de ouro!
Fora do arraial
O coração de Moisés poderia afundar enquanto ele contemplava toda a congregação de Israel, com Arão, seu irmão à frente, afundado em abominável idolatria. Tudo parecia perdido. Mas “o fundamento de Deus permanece”. Esta é uma verdade grandiosa e imutável em todas as épocas. Nada pode tocar a Palavra de Deus. Ela resplandece todo o brilho de entre as sombras mais escuras em que o homem é capaz de afundar. Nós podemos formar apenas uma pequena ideia do que o coração de Moisés passou quando ele viu o seu Senhor trocado por um bezerro de ouro. Mas ele podia contar com Deus, e ele também poderia agir por Deus. As duas coisas sempre andam juntas. “Qualquer que profere o nome de Cristo [do Senhor – ARA] aparte-se da iniquidade” (2 Tm 2:19). Veja como este princípio prático foi abençoadamente aplicado por Moisés, o homem de Deus – um princípio tão verdadeiro entre as terríveis ruínas da Cristandade como no dia do bezerro de ouro. “E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação; e aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial” (Êx 33:7).
Aqui temos um ato ousado e magnífico. Moisés sentiu que Jeová e um bezerro de ouro não poderiam estar juntos e, portanto, se um bezerro estivesse no arraial, Jeová deveria estar do lado de fora. Tal foi o simples raciocínio da fé; a fé sempre raciocina corretamente. Quando o corpo público está todo errado, o caminho da fé individual está fora dele. Nunca pode estar certo e, graças a Deus, nunca é necessário continuar com a iniquidade. Quando a iniquidade é estabelecida naquilo que se supõe ser a testemunha de Deus sobre a Terra, “Aparte-se” é o lema da alma fiel. Custe o que custar, nós devemos nos apartar. “Todo aquele que buscava o SENHOR” teve que sair do local contaminado para encontrá-Lo, e mesmo assim aquele lugar não era outro senão o acampamento de Israel, onde Jeová havia Se estabelecido.
Assim, vemos que Moisés nesta ocasião foi preeminentemente um homem para a crise. Ele agiu por Deus, e ele foi o honrado instrumento de abrir um caminho para o povo de Deus por meio do qual eles poderiam escapar da contaminação e desfrutar do privilégio de comunhão com Deus em um dia mau. E quanto a ele, aprendemos o que ele ganhou com essa transação maravilhosa do seguinte registro: “E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo” (Êx 33:11). Assim, em nossos dias, não importa qual seja a condição exterior do povo de Deus, aqueles que desejam ser fiéis são encorajados a se apartar da iniquidade e depois desfrutar de tanta comunhão com Deus quanto nos dias mais brilhantes da dispensação.
C. H. Mackintosh, adaptado
Felicidade da Fé
Os Cristãos poderiam evitar muitos problemas e inconveniências se simplesmente acreditassem naquilo que professam – que Deus é capaz de fazê-los felizes sem qualquer outra coisa. Eles imaginam que se um amigo muito querido morresse ou tal e tal bênçãos fossem removidas, eles seriam miseráveis, enquanto Deus pode torná-los mil vezes mais felizes sem elas. Para mencionar meu próprio caso – Deus tem me privado de uma misericórdia após a outra, mas à medida que cada uma era removida, Ele veio e preencheu seu lugar, e agora, quando eu sou aleijado e incapaz de me mover, eu sou mais feliz do que jamais eu fui em minha vida antes, ou do que jamais esperei ser, e se eu tivesse acreditado nisso vinte anos atrás, eu poderia ter sido poupado de muita ansiedade.
Payson, de Christian Truth, 17: 119
Ele me Recreou
Você já notou o serviço de um irmão chamado Onesíforo? Creio que isso tem uma palavra para nós nestes dias em que muitos estão isolados e muitas vezes são incapazes de se encontrar com o povo do Senhor para comunhão.
O apóstolo falou dele em 2 Timóteo 1:16-18: “porque muitas vezes me recreou e não se envergonhou das minhas cadeias... com muito cuidado me procurou e me achou... quanto me ajudou em Éfeso, melhor o sabes tu”.
Que amável lista de coisas é mencionada aqui, e quão sugestivo certamente é para qualquer um que tem seu coração cheio do amor de Cristo! “Ele me recreou [deu ânimo - ARA]” como uma brisa da manhã, cheia de frescor e vitalidade, este querido homem tinha frequentemente recreado o coração do grande apóstolo. Embora Paulo às vezes tenha estado abatido, aqui estava alguém que havia ministrado a ele, que encorajava seu coração, que havia animado seu espírito e que sentia empatia com o prisioneiro do Senhor em seus grilhões. Não há alguns a quem poderíamos recrear, alguns espíritos abatidos a quem poderíamos regar, alguns a quem poderíamos animar e encorajar? E depois de ter feito isso uma vez, fazer isso com frequência?
Também é dito de Onesíforo: “Com muito cuidado me procurou e me achou”. E há alguns solitários que só serão encontrados dessa maneira. Eles precisarão ser procurados e achados, e tal serviço é notado por Aquele que procurou a pobre mulher rejeitada do poço de Sicar. Eles são conhecidos pelo Senhor e nunca esquecidos por Ele, mas Ele deseja que nós os procuremos e, ao fazê-lo, que também possamos lembrá-los do vínculo que nos une uns aos outros e a Cristo em glória.
Tanto em Roma como em Éfeso, Onesíforo ministrou ao apóstolo, de que maneira não sabemos, mas era do conhecimento do Senhor e isso era precioso para Ele porque foi feito para um dos Seus, como Ele diz: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes”. Que nós também possamos estar preparados para servi-Lo assim como servirmos aqueles que são Seus!
Christian Truth, 5:328
O Senhor Conhece
“Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos” (Sl 1:6). Que incalculável consolo e encorajamento isso traz ao nosso coração ao saber que “o Senhor conhece”. Quaisquer que sejam as provações que nos afligem, por mais triste que esteja nosso coração, por mais que sejamos mal entendidos por amigos ou inimigos, embora estejamos “por um pouco contristados com várias tentações”, ainda assim “o Senhor conhece”, pois “todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com Quem temos de tratar”, mesmo Aquele que “chama pelo nome às Suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as Suas ovelhas, vai adiante delas”. Ele diz para os Seus: “Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és Meu. Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43:1-2). Vamos seguir o exemplo de Davi, que “se esforçou no SENHOR, seu Deus”, pois “Ele sabe o meu caminho; prove-me, e sairei como o ouro”.
As inundações transbordam, e as provações oprimem,
E o coração está tão pesado como pedra,
Mas a Sua Palavra vem a nós,
“Tende bom ânimo”,
Pois Ele nunca nos deixará só.
J. M. Marchbanks, de Comfort of the Scriptures
O Segredo da Perseverança
Podemos ter experimentado com frequência o que seria ser despertado por uma palavra de forte exortação, mas incentivos desse tipo não dão poder para a perseverança. Elas são como o estalar do chicote, o que faz com que o velho cavalo aumente seu ritmo por alguns metros, mas logo está de volta ao seu velho trote.
O que é necessário para a perseverança é ter Cristo comandando o coração. Vire a cabeça do cavalo cansado em direção a casa e veja como ele irá! Precisamos mais da atração do lar, mais da atração daquela Pessoa bendita que é o centro de todos os pensamentos de Deus e do lugar onde Ele está.
Christian Truth, 13: 190
Descansando
Antes minhas mãos estavam sempre tentando,
Tentando arduamente fazer o meu melhor;
Agora meu coração está docemente confiante,
E minha alma está toda em repouso.
Antes meu cérebro estava sempre planejando,
E meu coração, com cuidados oprimido;
Agora confio no Senhor para me guiar,
E minha vida está toda em repouso.
Antes minha vida era cheia de esforço;
Agora está cheia de alegria e entusiasmo;
Desde que tomei Seu jugo sobre mim,
Jesus me dá Seu descanso.
A. B. Simpson
“E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança”
2 Tessalonicenses 2:16
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