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Foto do escritorRevista O Cristão

Edificando Sabiamente (Julho de 2023)



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Revista mensal publicada pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Tema da edição

F. G. Patterson, Words of Truth, Vol. 2 (adaptado)

E. F. Stock, To Every Man His Work (adaptado)

“Bible Talks” - Messages of the Love of God

W. J. Prost

W. J. Prost

J. R. - Faithful Words for Young and Old (adaptado)

W. Kelly (adaptado)

P. Wilson, Christian Truth, 1:134-139 (adaptado)

Casamento, O Cristão,Nov. 2014

H. Smith

W. J. Prost

C. P. H.

 

Edificando Sabiamente


Deus é um Construtor que edifica com perfeita sabedoria e habilidade. Ele deu ao homem a capacidade e a responsabilidade de ser um construtor. Alguns são construtores sábios e alguns são tolos. A primeira regra para um sábio construtor é começar com Deus e nunca deixar Deus de fora. Noé foi um sábio construtor. Deus lhe disse para construir a arca e lhe deu planos arquitetônicos e lhe disse exatamente quais materiais usar. Noé seguiu as instruções de Deus para salvar a sua vida e a da sua família. Sua arca, projetada por Deus, passou no teste do dilúvio. Paulo trabalhou para Deus no estabelecimento da Igreja como um sábio construtor. Somos instruídos a edificar-nos em nossa santíssima fé. Podemos, por um momento, fazer isso sem Deus? O primeiro construtor tolo foi Caim. Ele saiu da presença do Senhor para edificar uma cidade. Ela terminou em ruínas. Muitos têm seguido o caminho de Caim, pensando que podem edificar melhor do que ele. Eles “em soberba e altivez de coração dizem: os tijolos ruíram por terra, mas tornaremos a edificar com pedras lavradas (materiais melhores) (Is 9:9-10 – ARA). A história está cheia de ruínas dos esforços de construção do homem. Lembre-se: “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127:1). O homem é sábio somente se ele edifica para Deus sob a direção de Deus e de acordo com o plano e a vontade de Deus.


Tema da edição

 

Noé Construindo a Arca e Noé Vivendo na Arca


Duplo testemunho Cristão

Nos capítulos 6 e 7 de Gênesis, encontramos Noé em duas posições. No capítulo 6 ele estava construindo a arca, e no capítulo 7 ele estava vivendo na arca.


Na primeira posição, estava cercado por um mundo hostil e incrédulo, para o qual ele era um pregoeiro da justiça (2 Pe 2:5), enquanto em sua própria caminhada pessoal, que também era um testemunho de que o juízo se aproximava, ele estava construindo uma arca. Todas as suas expectativas e esperanças estavam centradas naquela arca. O mundo havia se corrompido, e o fim de toda a carne aos olhos de Deus havia chegado. Noé esperou pelo juízo do mundo. A iniquidade do mundo há muito tempo havia chegado ao seu ponto mais alto, e nada restava senão o mais catastrófico e espantoso juízo, quando chegou o seu momento nos conselhos de Deus.


Na segunda posição, ele foi colocado na arca que foi fechada pela própria mão do Senhor (Gn 7:16) e estava assentado na arca que flutuava, com segurança, sobre as águas do juízo. Durante um ano inteiro ele estava seguramente flutuando sobre as vagas e as ondas do juízo. Por estar coberta de betume, por dentro e por fora, nem uma gota das poderosas águas chegou a ele naquele lugar seguro. A ruína e a morte estavam ao redor e debaixo dele; o único lugar onde havia vida e sustento da vida estava na arca.


Construindo a arca

Tudo isso fala ao Cristão, com a diferença de que ele está, em figura, em ambas as posições ao mesmo tempo; o testemunho do Cristão é defeituoso quando ele não testemunha isso. Em Filipenses 3, o Cristão está construindo a arca e, assim, condenando o mundo que caminha para o juízo; Cristo é seu único Objeto e esperança. Tudo o que não serve ao seu propósito na “uma coisa” que o ocupa é “escória e esterco”. E tudo é deixado de lado como inútil, pois tem cheiro da vida humana e do orgulho, tudo o que está prestes a ser submergido nas poderosas águas do juízo, ou é deixado de lado como um obstáculo ao testemunho do obreiro Cristão, perante um mundo que está rejeitando Deus em Cristo. O mundo ao redor é hostil e incrédulo – falando de progresso e melhoria, adorno e beleza; confiante em seus próprios poderes para reparar a distância entre ele e Deus. Remover a sentença do juízo sob a qual ele se encontra, arrancando seus “espinhos e cardos” e “comprando e vendendo, plantando e edificando”, é ignorar a enchente do juízo que fluiu sobre ele na cruz.


Vivendo na arca

A arca é o objeto do Cristão; “conhecê-Lo (Cristo) é o seu objetivo. A justiça humana é posta de lado como inútil, a confiança em si mesmo ignorada, “as coisas” – “o que para mim” – parecem ser ganho são contadas como perda para a arca. “Todas as coisas” têm seu próprio valor, mas são como “escória e esterco” para a alma que está construindo uma arca e, por seu andar, condenando aqueles “cujo fim é a perdição, cujo deus é o ventre… que só pensam nas coisas terrenas” (Fp 3:19 – ACF). Todas as expectativas, as esperanças e as perspectivas do Cristão estão centradas em Cristo e no desejo de conhecê-Lo em glória e no poder de Sua ressurreição, que opera nele para levá-lo até lá. Ele deseja comunhão com os Seus sofrimentos, e conformidade com a Sua morte, seja por qualquer meio que o faça alcançar a ressurreição dentre os mortos. Comunhão de Seus sofrimentos e conformidade com Sua morte são cortejados e desejados, servindo como ajuda para construir a arca, por assim dizer, onde todas as suas expectativas estão centradas. Tudo o que não pode ser trazido para a arca é posto de lado como um peso; tudo o que pode ser trazido é cultivado e valorizado.


Mas enquanto o Cristão está construindo assim uma arca, ele também está “fechado dentro” em Cristo, (como Noé estava na arca) e, por Sua ressurreição e por aquele poder que operou n’Ele, o Cristão está ressuscitado juntamente com Cristo, e assentado nos lugares celestiais n’Ele (Ef 2). Enquanto o mundo está envolto nas águas de um juízo mais poderoso do que houve no dilúvio, o Cristão está no lugar seguro. Nem uma gota de suas águas pode alcançá-lo durante todo o período, até que o juízo seja retirado. Ele só tem que flutuar sobre tudo isso, desfrutando da comida e da vida que está na arca. Ele possui “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1). Ele está acima de toda a ruína e morte aqui embaixo, em Cristo, e ele acha isso um ganho infinito.


Viver para Cristo

Você acha que Noé perdeu alguma coisa ao ser fechado na arca? Acha que ele estava arrependido de ter desistido de todos os seus bens terrenais? Eles eram de pouco valor quando foram afundados sob as águas da morte, enquanto aquilo que era sua expectativa e esperança andava triunfante sobre as ondas! Nem uma única bênção viva lhe faltava na arca; nem uma única coisa nutritiva de “toda a comida que se come” estava ausente. As pessoas falam como se tivessem uma grande perda se fossem assim fechadas dentro em Cristo. Todo belo objeto vivo foi fechado dentro da arca com Noé, enquanto toda coisa mortífera foi fechada fora no dilúvio das águas. As pessoas têm medo de abandonar as coisas que lhes impedem de desfrutar de Cristo, temendo que, afinal, elas não fossem recompensadas cem vezes mais se o fizessem. Elas falam do juízo que paira sobre o mundo como uma nuvem de trovão e, ao mesmo tempo, são muitas vezes como Ló, que disse coisas verdadeiras, mas que “foi tido, porém, por zombador aos olhos de seus genros” (Gn 19:14). Talvez você veja pessoas assim pregando e ensinando, e ao mesmo tempo no mundo ministrando do mundo ao estado moral do mundo, por meio de sua posição, status ou outras coisas. Que interesse tem tais pessoas para falar sobre juízo, assim como Ló, e ao mesmo tempo estar como ele, assentados à porta deste mundo?


Podemos dizer honestamente: “Eu quero estar fechado em Cristo. Eu quero me alimentar de todo o sustento e vida que há ali. Eu quero não apenas construir a arca, mas estar na arca – fechado n’Ele, e n’Ele percebendo que tudo o que não está n’Ele tem cheiro de morte e juízo”? Se o Cristão tem qualquer outro objetivo diante de sua alma que não seja o de buscar ganhar a Cristo, ele não está em seu verdadeiro lugar; ele não está construindo a arca e condenando o mundo. Por outro lado, se ele não está mostrando claramente que aceitou o fato de que o fim de toda a carne (e sua própria carne também) chegou aos olhos de Deus e que ele está fechado em Cristo, andando triunfalmente sobre o juízo pelo qual o mundo está envolto, ele não está testemunhando e andando no poder do que ele professa. Seu testemunho é falho e comparativamente inútil.


Que o Senhor dê essa condição de alma ao Seu povo muito amado, e que eles, por outro lado, desejem tal condição de alma.


F. G. Patterson, Words of Truth, Vol. 2 (adaptado)

 

O Caráter dos que Edificam


Em Êxodo 25:8 lemos: “E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles” (ARA). Essas palavras, como sabemos, foram ditas a Moisés quando ele estava no monte com Deus, e que grande graça há nelas! O desejo de Deus era habitar entre Seu povo, os filhos de Israel, a quem Ele havia tirado do Egito, tendo primeiro os protegido pelo sangue do cordeiro morto na noite da Páscoa. Ele os conhecia e a seus corações desobedientes, e ainda assim Seu desejo era habitar entre eles. Ele os escolheu porque os amava, como Moisés poderia dizer-lhes mais tarde. “Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava” (Dt 7:7-8 – ARA).


Mas, se Deus fosse habitar com Seu povo, deveria ter um santuário, pois ninguém pode permanecer à luz de Sua presença, e Ele diz a Moisés: “E Me farão”. Sim, Ele vai deixar o Seu povo fazer um santuário. Que graça!


Lemos em Êxodo 31:1-6 de três coisas em conexão com Bezalel, Aoliabe e outros a quem Deus usou naquela obra. Eles foram chamados, foram cheios do Espírito de Deus e receberam sabedoria. Eles nunca poderiam ter edificado aquele belo tabernáculo sozinhos. Certamente era obra de Deus, mas Ele usou o Seu povo como Seus instrumentos. Primeiro, Ele lhes deu uma mente disposta a trazer todo o material necessário. E sabemos que eles trouxeram tanto que nos é dito: “tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava” (Êx 36:7). Então Ele os usou para realizar Seu propósito e edificar o santuário onde Ele mesmo deveria habitar. Em Êxodo 39:42-43, lemos: “Conforme tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel toda a obra. Viu, pois, Moisés toda a obra, e eis que a tinham feito; como o SENHOR ordenara, assim a fizeram; então, Moisés os abençoou”.


Trabalhadores unidos

Certamente há uma lição para nós em tudo isso, pois “tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito”. Em Efésios 2, lemos que Deus está edificando uma habitação para Si mesmo agora, e sabemos que ela é composta de pedras vivas – todo pecador que é salvo durante esta dispensação faz parte dela. Deus está edificando sozinho essa estrutura maravilhosa, mas Ele nos usa como Seus instrumentos. Que graça maravilhosa! “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus” (1 Co 3:9).


Então, as três coisas que caracterizaram aqueles a quem Deus usou para edificar o tabernáculo, devem ser verdadeiras para cada um daqueles que desejam ser usados por Deus agora. Primeiro, devemos ser chamados. E não nos chama Deus a cada um de nós para trabalhar para Ele? O privilégio não pode ser para uns e não para outros. Quando conhecemos o Senhor Jesus como nosso próprio Salvador, certamente como André, podemos encontrar alguém para “levar a Jesus”. Há almas perecendo ao nosso redor, e ao ouvirmos a pergunta: “A quem enviarei?”, que possamos responder: “Eis-me aqui: envia-me a mim”.


Cheio do Espírito

Então quão importante é Efésios 5:18, pois lá lemos estas palavras: “enchei-vos do Espírito”. Se formos cheios do Espírito, o mundo não terá lugar, o ego não terá lugar e o Senhor terá o Seu devido lugar e será capaz de nos usar como Lhe apraz. Quando o Senhor Jesus estava aqui na Terra, Ele falou da água viva que fluiria daqueles que creriam n’Ele, depois de terem recebido o Espírito. Para que a água viva flua de nós para os outros, devemos, nós mesmos, beber constantemente no manancial.


Não escolhamos nosso próprio serviço, mas dependamos do Senhor, para sermos guiados por Seu Espírito, para trabalhar apenas para Ele como e onde Ele quiser; então não será em vão.


Sabedoria

Por último, precisamos de sabedoria. Como isso também é importante! Olhando para trás, muitas vezes sentimos os erros que cometemos, por falta de sabedoria, mesmo com um verdadeiro desejo de servir ao Senhor. Mas sabemos onde ela pode ser obtida. “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada” (Tg 1:5 – AIBB). Essa é uma promessa para todos os que pedem com fé, para que nenhum de nós possa se desculpar de não servir ao Senhor porque não sabemos como fazê-lo. Nunca podemos ganhar almas sem a sabedoria dada por Deus. O Senhor conhece exatamente a condição daqueles em quem estamos interessados e desejamos ajudar, e se formos a eles na dependência d’Ele somente, Ele nos guiará pelo Seu Espírito. Seremos assim habilitados a apresentar a eles justamente as passagens da Palavra de Deus que satisfaçam a condição que se encontram, embora não possamos ler o coração deles. Só assim podemos ganhá-los, não por qualquer sabedoria nossa, mas com a sabedoria que vem de cima, do Doador de todo dom perfeito, e Ele terá todo o louvor.


À medida que os dias se tornam mais sombrios e a vinda do Senhor se aproxima, que cada um de nós seja encontrado respondendo ao chamado de nosso Senhor e Mestre, lembrando que a noite já está adiantada e o dia está próximo, e quando esse dia romper em todo o seu esplendor, nossas oportunidades de serviço cessarão para sempre.


E. F. Stock, To Every Man His Work (adaptado)

 

Edificando o Tabernáculo


A última seção do livro de Êxodo (caps. 35-40) relata como o povo respondeu alegremente às instruções que Deus deu a Moisés quanto à edificação do tabernáculo. Se Deus tivesse tratado com eles de acordo com o pacto que eles tinham voluntariamente firmado e rapidamente quebrado, então sua história teria terminado em juízo. Mas Moisés intercedeu por eles, e Deus, em Sua graça e misericórdia, os poupou.


Agora vemos o zelo deles ao trabalharem juntos na edificação e no serviço do tabernáculo. Mas antes de tudo, Deus lhes diz que eles deveriam trabalhar apenas seis dias, pois o sétimo deveria ser “o sábado do repouso ao Senhor”. Qualquer que seja a obra do Senhor, Ele sempre nos lembrará de que Seu descanso permanece para o Seu povo.


Há, então, o chamado falando do desejo do Senhor de receber de Seu povo uma oferta de materiais, sejam úteis ou ornamentais, comuns ou caros, para a edificação do tabernáculo. A entusiasmada prontidão do povo é mostrada, pois, “Assim vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração; trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, e todo vaso de ouro... e todo homem que se achou com pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, e peles de carneiro tintas de vermelho, e peles de texugos, os trazia... E todas as mulheres sábias de coração fiavam com as mãos e traziam o fiado, o pano azul, a púrpura, o carmesim e o linho fino. E os príncipes traziam pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral; e especiarias, e azeite para a luminária, e para o óleo da unção, e para o incenso aromático” (Êx 35:22-28).


Sabedoria do coração

Também o Senhor chamou Bezalel e Aoliabe e “encheu-os de sabedoria do coração, para fazer toda obra de mestre, e a mais engenhosa, e a do bordador, em pano azul, e em púrpura, e em carmesim, e em linho fino” (Êx 35:35). Esses homens devem ter amado o Senhor e, sem dúvida, essa é uma das razões pelas quais Deus os escolheu e lhes deu sabedoria para servi-Lo. Ele também lhes deu a capacidade de ensinar aos outros, e que imagem adorável temos aqui desses trabalhadores, chamados por Deus, para serem usados, por Ele, para Sua própria glória, na realização de Sua mente e vontade!


Certamente esse é um padrão para nós, como é para o povo de Deus em todas as dispensações, para que possamos encontrar muito encorajamento nessas Escrituras. O Senhor tem uma obra para cada um de nós fazer, e Ele dará sabedoria e força para isso. Quão amável é ver os crentes trabalhando alegremente juntos no serviço do Senhor, procurando agradá-Lo e glorificá-Lo.


Êxodo 36 nos mostra os trabalhadores escolhidos envolvidos em suas tarefas atribuídas, e até mesmo implorando a Moisés para verificar os suprimentos superabundantes que as pessoas estavam trazendo. Moisés inspecionou todo o trabalho e dez vezes em Êxodo 39 lemos que foi feito “como o Senhor ordenara”. Então, Moisés os abençoou.


A Palavra de Deus

Temos a Palavra de Deus para nos guiar exatamente “como o Senhor ordenou”, e agora Ele está escrevendo, em Seu Livro, sobre como estamos cumprindo o “padrão” que Ele nos deu. Infelizmente, todos nós devemos confessar o quanto temos falhado, mas há um dia chegando quando cada crente será exatamente como o nosso Padrão – assim como Cristo.


Por fim, a obra foi concluída e o tabernáculo montado. Então a glória do Senhor encheu o tabernáculo, de modo que Moisés não pôde entrar por causa da nuvem de glória que ali estava. Deus tinha encontrado finalmente uma morada no meio de Seu povo redimido do Egito. E aprouve-Lhe caminhar com eles, porque a nuvem de dia e o fogo de noite eram sempre o sinal da Sua presença diante de Israel. “Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR!” (Sl 144:15).


“Bible Talks” - Messages of the Love of God

 

“Plantavam e Edificavam”


Em Lucas 17:26-30, o Senhor Jesus dá aos Seus discípulos instruções sobre a condição futura deste mundo no momento em que Ele viria em julgamento. Nesses versículos, Ele Se refere tanto ao tempo de Noé quanto ao tempo de Ló. Embora Noé tenha vivido apenas cerca de 500 anos antes de Ló, parece que a condição moral de Sodoma e Gomorra nos dias de Ló era muito parecida com o estado do mundo nos dias de Noé. Depois de apenas algumas centenas de anos, parece que o terrível juízo do dilúvio tinha sido esquecido, e os homens tinham mais uma vez voltado para os seus maus caminhos.


O que é significativo na descrição de Sodoma e Gomorra é que eles “comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam” (v. 28). Sabemos que Deus confundiu a linguagem da humanidade quando tentaram edificar a torre de Babel após o dilúvio, e que isso resultou na formação de cidades, estados e nações. Mas os negócios, o comércio e o prazer continuaram. Ezequiel descreve seu estado moral em palavras solenes: “Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado. E se ensoberbeceram e fizeram abominação diante de Mim” (Ez 16:49-50). Alguém descreveu a beleza natural e o luxo de Sodoma no momento de seu juízo:


“Pensai em Sodoma no tempo do seu juízo. Ela está situada como um jardim, com segurança, beleza e fertilidade. Do norte, uma brisa refrescada pelo lago acaricia a cidade e seu povo. Pastores pastam seus rebanhos e os deitam nas encostas das colinas durante a noite. O ar nesta terra da oliveira e da videira é preenchido com perfume do florescimento perpétuo de flores ao longo do ano. A cidade justa se deleita na profusão de tudo o que a natureza e a arte podem produzir. Mas Deus é deixado de fora” (The Last Night of Sodom and Christendom, C. E. Lunden).


A proliferação de edifícios hoje

Em uma viagem recente que incluiu várias grandes cidades do mundo, fiquei impressionado com a quantidade de construções em andamento. Para onde quer que eu olhasse naquelas cidades, parecia haver guindastes projetando-se para o céu, construindo cada vez mais arranha-céus. Muitos desses edifícios eram bastante inovadores em seu design, como para fazê-los se destacar do que tinha sido construído anteriormente. Embora não haja nada inerentemente errado em construir algo atraente, tudo parece exibir o espírito de Sodoma, onde Deus foi deixado de fora.


Em algumas partes do mundo, fenômenos como tornados e terremotos, bem como inundações e incêndios florestais, devastaram o que o homem construiu. No momento em que escrevo isso, a Turquia e a Síria estão sofrendo muito com os recentes e fortes terremotos que mataram mais de 50.000 pessoas e derrubaram muitos edifícios. No entanto, em tudo isso, há geralmente o grito: “Vamos construir novamente, e ainda melhor do que antes”. A possibilidade de que Deus possa estar falando a todos nós por meio desses eventos trágicos raramente é considerada.


Caim – O originador da edificação

O núcleo de tudo isso começou muito antes de Ló ou Noé viverem, pois Caim foi quem deu origem ao sistema mundial, que foi perpetuado por aqueles no tempo de Noé, e por aqueles em Sodoma. Depois que Caim matou seu irmão Abel, lemos que, “E saiu Caim de diante da face do SENHOR e habitou na terra de Node, da banda do oriente do Éden… e ele edificou uma cidade e chamou o nome da cidade pelo nome de seu filho Enoque” (Gn 4:16-17). Caim e sua família, então, passaram a cercar-se de tudo o que poderia torná-los tão felizes e confortáveis quanto possível em um mundo arruinado pelo pecado, mas deixando Deus de fora. Esse mesmo sistema de mundo existe até hoje; as armadilhas externas mudaram, mas o espírito é o mesmo.


A capacidade do homem de construir edifícios maiores e mais bonitos aumentou rapidamente nos últimos 100 anos, à medida que a tecnologia evoluiu e a eletricidade e outras formas de energia se tornaram mais disponíveis. Com o gradual, mas claro abandono de Deus por nações que uma vez O honraram, pelo menos de uma maneira exterior, tem havido um ressurgimento do orgulho humano e um desejo de dominar este mundo para a glória do homem. Sim, há sinais de alerta preocupantes de que nem tudo está bem, e a recente pandemia de COVID, juntamente com a guerra na Ucrânia que a seguiu, têm causado angústia e medo generalizados. No entanto, o homem continua no seu curso, sentindo que de alguma forma tudo vai ficar bem.


O impedimento de Deus

O crente que conhece a Palavra de Deus sabe onde tudo terminará, pois o Senhor não suportará tudo isso indefinidamente. Nos dias de Noé, Ele poderia dizer: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem” (Gn 6:3), e naquele tempo, Deus colocou um limite de tempo definido de 120 anos no curso pecaminoso do homem. Deus não nos deu uma data tão definida nesta dispensação da graça, pois a esperança do Cristão é a vinda do Senhor por nós, não para um dia de julgamento. Mas Deus julgará este mundo, e há um tempo em que toda a gloriosa edificação, negócios e comércio do homem serão derrubados. No final da Grande Tribulação, lemos que “o sétimo anjo derramou sua taça no ar… e houve… um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terremoto… e as cidades das nações caíram” (Ap 16:17-19). Todo o edifício do homem será reduzido a nada, pois Deus traz juízo sobre este mundo. É digno de nota que o maior juízo recairá sobre aqueles que têm desfrutado da maior luz.


Como crentes, devemos viver e nos mover em um mundo de orgulho, edificação e todo o orgulhoso progresso do homem. Talvez alguns de nós possam trabalhar naqueles belos e impressionantes edifícios, e sem dúvida eles são funcionais e agradáveis de se trabalhar. Tudo isso é adequado e bom, pois devemos viver e ganhar a vida no mundo como ele é, assim como nosso Senhor reconheceu o templo de Herodes como a casa de Deus, mesmo que aqueles que eram responsáveis por ele não honrassem o Senhor. Por essa razão, Ele também profetizou do tempo em que não seria deixada “pedra sobre pedra” (Lc 21:6).


Nosso serviço hoje é ser um testemunho para este mundo e exortar as pessoas a “fugir da ira futura”. Mas, ao fazer isso, lembremo-nos de que nossa vida deve estar de acordo com o nosso testemunho. Caso contrário, podemos ser como Ló, que foi tido “por zombador” quando advertia seus genros sobre o juízo vindouro. Devemos ser vistos vivendo à luz da eternidade, e não apenas para este tempo presente.


W. J. Prost

 

Edificando para o Tempo Presente ou para a Eternidade?


Desde o início da história do homem neste mundo, tem havido tentativas de edificar estruturas que durariam mais do que a vida daqueles que as construíram e, portanto, seriam monumentos duradouros para recordar a história dos construtores. Em outro artigo nesta edição, já mencionamos a cidade que Ló edificou e, mais antigamente, a torre de Babel, que os homens tentaram edificar após o dilúvio. É digno de nota qual o objetivo declarado daquela torre: “façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a Terra” (Gn 11:4). Isso estava em contradição direta com o propósito de Deus, pois Sua instrução a Noé era: “frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a Terra” (Gn 9:1). Não era a vontade de Deus que todos permanecessem no mesmo lugar. Quando Deus confundiu as línguas, naquele tempo, forçou os homens a se separarem.


Edifícios duradouros

Os edifícios mais impressionantes e duradouros deste mundo são provavelmente as pirâmides do Egito, que aparentemente têm pelo menos 4.000 anos de idade. O tamanho e a grandeza delas é impressionante. A grande pirâmide de Gizé cobre aproximadamente 53.000m² (um quadrado de aprox. 230m de cada lado) em sua base, é composta de 2.300.000 pedras e pesa cerca de 6.000.000 toneladas. Enquanto a maioria das pedras pesa cerca de 2½ toneladas, algumas pesam até 80 toneladas.


A manufatura na grande pirâmide é impressionante. Quando a visitei pela segunda vez (há mais de 25 anos), levei um pedaço de papel comigo. Quando entramos na câmara funerária, andei cuidadosamente por toda a sala, tentando encaixar meu pedaço de papel nos espaços entre as pedras. As pedras estavam tão bem encaixadas que eu não podia deslizar o papel nem em 1 ou 2 milímetros em qualquer lugar.


Muito mais tarde, no tempo de Davi, está registrado na Escritura que o filho de Davi, Absalão, erigiu uma coluna e "chamou aquela coluna pelo seu próprio nome; pelo que até ao dia de hoje se chama o Pilar de Absalão” (2 Sm 18:18).


Mais tarde, outros também edificaram estruturas que eles esperavam que durassem indefinidamente. Nabucodonosor, rei de Babilônia, poderia vangloriar-se: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?” (Dn 4:30). No entanto, mais tarde, a cidade de Babilônia foi tão destruída que muitos historiadores questionaram se ela já havia existido. Foi somente na década de 1840, quando Sir Austen Layard começou suas escavações no Oriente Médio, que as ruínas da antiga Babilônia foram descobertas. É claro que nenhum verdadeiro crente jamais duvidou do relato na Escritura ou questionou a existência da antiga Babilônia.


A reconstrução de Londres

Na segunda metade do século XVII, na Inglaterra, um arquiteto inteligente e famoso chamado Sir Christopher Wren foi responsável pela reconstrução de Londres, Inglaterra, depois que o Grande Incêndio destruiu grande parte da cidade em 1666. Muitos templos atuais em Londres, incluindo a Catedral de São Paulo, foram projetados e edificados por ele. Há boas evidências de que ele era um verdadeiro Cristão, mas quando ele morreu e foi enterrado na Catedral de São Paulo, seu filho não resistiu a colocar um epitáfio em seu túmulo, em latim: “Se queres ver o meu mausoléu, olha à tua volta.”


Muitas outras estruturas sobreviveram, pelo menos parcialmente intactas, desde os tempos gregos e romanos, como a Acrópole de Atenas, alguns dos aquedutos, o Coliseu de Roma, algumas pontes e alguns anfiteatros. Poderíamos continuar, descrevendo outros edifícios que o homem fez em eras passadas. Alguns permaneceram, mas muitos desapareceram ou estão em ruínas.


O tempo, a energia e o dinheiro envolvidos na construção de alguns desses edifícios são fenomenais e, embora alguns deles possam ter sido edificados para uso prático, muitos foram claramente edificados para a glória humana. Mas todos perecerão um dia, seja sob o juízo direto de Deus ou quando esta Terra for queimada antes da criação dos “novos céus e da nova Terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3:13).


Viver à vista da eternidade

Que privilégio é viver neste mundo à vista da eternidade! Em seus dias, cerca de 3.500 anos atrás, Moisés viu claramente além de tudo o que este mundo tinha a oferecer e escolheu “antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado… porque tinha em vista a recompensa” (Hb 11:25-26). O apóstolo Paulo, da mesma forma, teve “por perda todas as coisas” para que pudesse “ganhar a Cristo” (Fl 3:8). Sua visão das suas ações era sempre para “aquele dia”, quando sua vida seria revista à luz do que Deus valorizava. Ele poderia dizer a Timóteo: “Eu sei em Quem tenho crido, e estou convencido de que Ele é capaz de guardar para aquele dia o depósito que Lhe confiei” (2 Tm 1:12 JND). Esse depósito nunca poderia ser roubado, cair em ruínas ou ser destruído, pois “aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2:17).


Nestes últimos dias, à medida que o orgulho do homem se eleva a um zênite, precisamos de ainda mais graça e coragem espiritual para ver “de longe”, pois “assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1:9, 11).


W. J. Prost

 

Edificado na Rocha


Por volta do ano de 1696, a primeira estrutura de farol foi erguida nas rochas Eddystone. (As rochas Eddystone são um grupo de rochas no oceano, ao longo da costa da Cornualha, no sudoeste da Inglaterra.)


O construtor se gabou de que não se importava com o quão selvagem a tempestade poderia ser; seu edifício foi capaz de resistir a tudo o que poderia varrer contra ele. No entanto, sua ostentação provou ser vã, pois no final do ano de 1703, em uma tempestade, conhecida por ter sido muito violenta, como nunca antes vista, que assolou as costas da Inglaterra, o farol caiu, e com ele pereceu seu construtor. Um segundo farol resistiu cerca de 40 anos, e foi então destruído pelo fogo.


O construtor do terceiro, mais sábio do que seus antecessores, encontrou um plano de forte e firme construção, que desde então tem sido muito admirado. A principal característica dela é que as enormes pedras que formam a edificação são encaixadas umas nas outras e, na fundação, elas são encaixadas na rocha sólida. Assim, toda a estrutura está firmemente unida e, da mesma forma, unida firmemente à sua fundação. Esse farol (construído na década de 1750) resistiu bravamente às tempestades mais violentas e às ondas mais ferozes do oceano por mais de 100 anos. Foi finalmente substituído por uma estrutura mais moderna na década de 1870, mas não porque tivesse risco de cair. Está agora preservado na cidade de Plymouth, Inglaterra, como um monumento à genialidade do homem que o projetou.


A fundação e a superestrutura

Vemos, na história desse terceiro farol, que há duas coisas necessárias para uma estrutura estável: Deve haver um alicerce imóvel, e a superestrutura deve estar firmemente fixada nesse alicerce firme. Com a posição do Cristão, graças a Deus, encontramos as duas coisas lá!


Deus diz (Is 28:16): “Eis que ponho para alicerce em Sião uma pedra, uma pedra provada, uma preciosa pedra angular, um firme fundamento” (JND), e Pedro em sua primeira epístola (cap. 2) aplica estas palavras notadamente a Jesus Cristo. Essa fundação nunca pode ser movida.


A mesma palavra também nos diz: “e quem nela crer não será confundido” (1 Pe 2:6). Tudo o que Cristo é – o Escolhido, o Precioso, o Fundamento seguro – tudo é para o crente. Aqueles que fazem da mentira seu refúgio e se escondem sob a falsidade podem imaginar-se seguros, como fez o homem que edificou o primeiro farol sobre aquelas rochas de Eddystone. Mas quando Deus estabelece o juízo como regra e a justiça como prumo, “a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo” (Is 28:17). Feliz é aquele que, pela graça, está sobre o fundamento seguro – Jesus Cristo. Ele nunca será confundido.


Pedras vivas

Deus fala de Si mesmo como edificando sobre o fundamento que Ele lançou. Todos os que foram colocados no edifício foram colocados por Deus. Se você creu, você é uma pedra neste maravilhoso edifício. E vejam quão maravilhosamente Deus constrói! A “Pedra Viva” é o fundamento, e todo crente n’Ele é uma pedra viva: Cada um, mesmo o mais fraco e frágil, é participante da Sua vida ressuscitada e está ligado indissoluvelmente ao Senhor, fazendo assim um tecido sólido. O Espírito Santo nos une inseparavelmente uns aos outros e nos une a Cristo ressuscitado. Estamos n’Ele ressuscitados, firmes n’Ele, e não há possibilidade de até mesmo o Hades prevalecer contra o edifício.


Não é, então, a posição do crente a mais abençoada? E se as tempestades vierem? E elas certamente virão, e se as provações e dificuldades se complicarem e se multiplicarem, sabemos que estamos ligados a Cristo, e Ele é a Rocha que nunca pode ser movida.


J. R. - Faithful Words for Young and Old (adaptado)

 

Neemias – Edificando o Muro


O livro de Neemias tem um profundo interesse para nós. Vemos muito claramente a forte analogia entre as palavras que foram ditas sobre Israel naqueles dias e a posição que a bondade de Deus nos deu agora, nesta dispensação de Sua graça.


Mas a primeira coisa que desejo notar é o espírito que impregna toda a conduta de Neemias. Qual é o grande traço moral que o caracteriza? Encontraremos isso em todo o livro – um senso profundo e constante do estado arruinado do povo de Deus. Nada é mais importante para nós também, pois falhamos, assim como Israel falhou! Como resultado de seu fracasso, Israel foi levado para o cativeiro. Um remanescente havia retornado alguns anos antes, mas evidentemente tinham aprendido pouco das lições que Deus procurava ensinar a eles. É verdade que nunca os encontramos retornando à idolatria depois disso; ainda assim, eles tinham muito pouco senso da glória de Deus que haviam perdido. Havia duas coisas que caracterizavam Neemias, e há duas coisas, amados irmãos, que deveriam nos caracterizar. Se houver uma falha em qualquer uma, há a maior perda para a alma. Uma delas é manter firme a grandeza da ruína, e a outra é manter firme a fidelidade de Deus, apesar dessa ruína. As duas atitudes foram encontradas juntas em Neemias. Que o Senhor permita que elas sejam encontradas em nós! Precisamos delas, e nunca podemos estar realmente respondendo ao que Deus espera de nós, a menos que entremos em ambas as atitudes em comunhão com Ele.


Uma percepção da ruína

Como copeiro do rei, Neemias estava numa posição elevada, rodeado de todo tipo de conforto. No entanto, parece que ele tinha exatamente o mesmo sentimento pelo povo de Deus que Moisés teve, muitos anos antes. Neemias amava o povo, e mais do que isso, ele amava a Deus. Ele tinha a percepção do que era a glória de Deus, e um senso de que Deus deve agir de acordo com a Sua própria glória. Ele sabia que não havia outra maneira de abençoar o povo. Seu coração estava cheio de tristeza e, portanto, volta-se para Jerusalém. Ela podia estar em ruínas, e estava, mas foi para lá que o coração dele se voltou.


Certamente assim deveria ser conosco, pois a Igreja de Deus é mais para Deus do que jamais foi Israel. A culpa da Cristandade, não hesito em dizer, é pior do que a de Israel. Incomparavelmente mais bem-aventurada, é incomparavelmente mais culpada, pois a culpa é sempre proporcional às misericórdias corrompidas ou abusadas. No entanto, devemos amar a Igreja, pois se entrarmos nos sentimentos de Cristo, saberemos que Cristo ama a Igreja. Devemos nos preocupar com o bem-estar dela, assim como Neemias se preocupou com o remanescente de Israel.


Eles se levantam e edificam

O rei, como sabemos com o segundo capítulo, acha o semblante de Neemias triste, e imediatamente comenta sobre isso. Neemias lhe diz a simples verdade. “Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?” (Ne 2:3). Resumindo, enquanto Esdras reflete sobre aquilo que pertence à adoração do Senhor – o altar e o templo - temos aqui em Neemias o muro de Jerusalém. Temos, então, não a casa edificada, mas o muro edificado. Foi isso o que encheu o coração de Neemias. Em primeiro lugar, ele faz um pedido a Deus. “Então, orei ao Deus dos céus”. Então ele se aproximou do rei. As cartas foram concedidas. A madeira e outros materiais que lhe faltavam foram concedidos pelo rei, e ele foi para Jerusalém sob a guarda do rei. Finalmente, ele se aproxima do povo e descobre que Deus também operou no coração deles. Eles responderam: “Levantemo-nos e edifiquemos. Fortaleceram as suas mãos para a boa obra” (Ne 2:18 – TB). Mas a mesma coisa que encheu seu coração de gozo e gratidão no meio de sua tristeza, entristeceu os inimigos do povo de Deus.


O estorvo do inimigo

No momento em que Deus começa a agir, o diabo tenta impedir. “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos” (Ne 2:19). Essa foi a primeira tentativa do inimigo. Lançar desprezo sobre uma obra tão simples e insignificante. Mas isso não foi motivo para alarme. “Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém” (Ne 2:20).


O próximo capítulo nos mostra os nomes e o trabalho daqueles que participaram da edificação do muro. Percebemos o trabalho de todos, e em um caráter distinto também. Todos nós temos uma obra a fazer para o Senhor, uma obra que podemos fazer melhor do que qualquer outra pessoa. Você está fazendo a obra?


Deus assinala aqui Sua apreciação dos vários serviços realizados pelos diferentes santos de Deus, e eles vêm diante de nós em sua ordem. Várias portas e várias partes do muro foram reparados por diferentes pessoas, e enquanto havia, evidentemente, alguns que não participaram, descobrimos que havia verdadeira devoção e serviço por parte de outros. No entanto, a oposição não demorou a chegar.


“E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus” (Ne 4:1). Mais tarde, outro homem, Tobias, se juntou a ele: “Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra” (v. 3). O que diz Neemias? Imediatamente ele se volta para o Senhor: “Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados”. Assim foi também nos primeiros dias da Igreja. Os apóstolos foram espancados e ameaçados, mas o que fizeram? Levaram isso perante o Senhor, e o Senhor respondeu. Ele responde com Seu próprio poder. O Espírito abalou o edifício onde eles estavam, e, com grande poder, Ele lhes deu testemunho.


Sem sinais de maravilha e poder

Entretanto, aqui era um dia de fraqueza, e o que eu gostaria de incutir em nossa mente é que não estamos mais no dia em que o Espírito sacode o edifício. Não estamos mais no dia em que sinais e maravilhas são operados. Será que estamos sem Deus? O que mais valorizamos – os poderes e maravilhas que Deus realiza ou o próprio Deus? A mesma pergunta serviu então para Neemias. Não havia tal coisa como o Mar Vermelho aberto para o povo – não havia tal coisa como o Jordão para ser cruzado. Não havia maná que caísse do céu, mas havia a evidente Palavra de Deus cumprida, e o caminho estava aberto para eles. Para o povo de Deus, havia uma porta aberta para a terra de Deus. Tinham-na perdido por uma questão de poder exterior, mas não de fé. Eles se apegaram a Deus, mesmo quando Deus não podia exteriormente reconhecê-los diante de todo o mundo.


Mas a oposição tornou-se mais séria, tanto que houve uma conspiração entre os inimigos para ir e lutar. “Porém nós oramos ao nosso Deus”. Assim, Neemias calmamente toma medidas: “e pus o povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas lanças e com os seus arcos” (Ne 4:13).


A luta de fé

A mesma coisa tem de ser feita agora, embora não da mesma forma. Com o Cristão, não se trata de lutar com espada, mas, sem dúvida, temos que lutar o bom combate da fé. Isso não somente significa que temos de trabalhar, mas temos de resistir, bem como estar em pé neste dia mau; isto é, temos de estar armados contra as artimanhas do diabo, e não somente estar realizando o trabalho pacífico do Senhor.


Em seguida, o inimigo tenta mais três artimanhas buscando parar a obra de edificação do Senhor. Primeiro, Sambalate e Gésem propõem um encontro no vale de Ono, sem dúvida querendo fazer mal. Mais tarde, Sambalate fingiu que os pagãos estavam acusando Neemias de fortificar Jerusalém para se rebelar contra o rei da Pérsia e para que ele (Neemias) pudesse ser seu rei. Finalmente, outro homem, Semaías, propôs uma reunião na casa do Senhor, alegando que alguns haviam tramado uma conspiração para matar Neemias. Neemias reconheceu claramente quem estava por trás de tudo isso, e todas as tentativas de mais danos foram frustradas.


Finalmente, lemos em Neemias 7:1 que “o muro fora edificado”! Deus tinha sido fiel, e o povo tinha edificado em fé. No entanto, ainda era um tempo para ser cauteloso, pois Neemias ordenou que as portas de Jerusalém não fossem abertas “até que o Sol aqueça” (Ne 7:3). Como nos dias de Neemias, assim em nossos dias precisamos edificar o muro de separação daquilo que não está de acordo com a mente de Deus e não abrir as portas até que a clara luz do dia (figurativamente falando) nos assegure que é seguro fazê-lo.


W. Kelly (adaptado)

 

Recompensas para os Bons Edificadores


Todo Cristão está edificando, e em 1 Coríntios 3 ele é exortado: “veja cada um como edifica”. O Espírito de Deus aqui usa a figura da construção para expressar o testemunho do Cristianismo neste mundo. Nem todos os trabalhadores fazem uma boa edificação; alguns deles evidentemente o fazem com entusiasmo e zelo, mas colocam materiais de baixa qualidade no edifício. Podemos ver facilmente que este não é o edifício de que nosso Senhor falou em Mateus 16 quando Ele disse que sobre a rocha da confissão de Pedro - “Cristo, o Filho do Deus vivo” - Ele iria edificar a Sua Igreja. Cristo nunca colocará material ruim em Seu edifício, e nada jamais destruirá o que Ele constrói. Ele está edificando Sua Igreja, e essa obra está inteiramente em Suas mãos. Ela é composta de todo verdadeiro crente n’Ele nesta era.


Mas, há aquele outro edifício que os homens edificam no mundo – o Cristianismo, confiado às mãos dos homens. Não há outro fundamento além de Jesus Cristo (v. 11). Abandonar esse fundamento seria deixar o próprio Cristianismo. Cada crente está dentro da esfera do Cristianismo neste mundo, e cada um está edificando algo neste testemunho. Podemos não ter considerado isso seriamente até agora, mas estamos acrescentando algo a esse edifício. Assim, a Escritura diante de nós é: “veja cada um como edifica sobre ele” (v. 10). Por que haveria necessidade de tal exortação? O versículo 12 fornece a resposta listando alguns dos materiais que estão sendo colocados no edifício; estes se dividem em duas classes: “ouro, prata, pedras preciosas” e “madeira, feno, palha”.


O teste de fogo

O padrão pelo qual os materiais de construção são testados é um padrão divino – aquilo que resistirá ao teste do fogo. Cada pedaço de material que entra neste edifício vai passar pelo fogo, pois lemos: “o fogo provará qual seja a obra de cada um” (v. 13). Então, apenas materiais à prova de fogo terão algum valor.


É um pensamento solene que cada um de nós está, dia após dia, edificando algo que será testado pelo fogo – o fogo de Deus que consumirá tudo o que não estiver de acordo com Sua mente e Sua Palavra. Sendo assim, podemos muito bem perguntar como podemos edificar coisas que resistirão ao fogo de Seu criterioso julgamento naquele dia? Podemos perguntar: Quais são, exatamente, os materiais de “ouro, prata, pedras preciosas” com os quais devemos construir? E quais são os materiais que queimam mais facilmente e que devemos evitar colocar neste edifício do Cristianismo na Terra?


Para responder a isso, podemos notar, primeiro, que as coisas que resistirão ao teste do fogo são – comparativamente – muito pequenas em tamanho. Um fardo de feno daria uma contribuição considerável para qualquer parede. Feno é muito bom em seu lugar, e há variação no preço e na qualidade do feno, mas nenhum tipo desse material é adequado para construção à prova de fogo. A madeira também constrói rapidamente e logo cria um visual diante dos olhos do homem, mas não é bom neste edifício. Ouro, prata e pedras preciosas fazem pouco volume, mas depois que o fogo passar, eles permanecerão, e seu construtor receberá uma recompensa.


De acordo com Sua Palavra

Ó companheiro Cristão, de quem queremos aprovação? Queremos fazer um show e impressionar homens, ou simplesmente agradar a Deus e deixar os resultados com Ele? Não procuremos apelo popular ou aquilo que tenha aprovação humana. Procuremos comunicar “as coisas espirituais por meios espirituais” (1 Co 2:13 – JND). Os homens podem agir com base no princípio de que os resultados justificam qualquer meio usado, mas a Palavra de Deus diz: [Ninguém] é coroado se não militar legitimamente”, ou em outras palavras, “madeira, feno, palha” serão queimados e somente “ouro, prata, pedras preciosas” subsistirão ao fogo. Aquele que edificou com estes últimos receberá um prêmio, ou será “coroado”, como na ilustração de um atleta (veja 2 Tm 2:5 – ARA).


Que o Senhor conceda a cada um de nós a graça de buscar mais e mais testemunhar por Ele neste mundo, e em todas as coisas fazer tudo de acordo com a Sua Palavra, e em devoção ao Seu nome. Então, esta não será uma questão de procurar fazer grandes coisas diante dos homens, mesmo ostensivamente por Sua causa, mas fazer tudo visando o dia que, em breve, declarará de que “tipo” foi a obra - não sua “quantidade”. Cada um de nós pode procurar encorajar a outros e falar d’Ele com frequência.


P. Wilson, Christian Truth, 1:134-139 (adaptado)

 

Casamento


E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem Se há de manifestar” (Lc 17:26-30). Nos dias de Noé eles se casavam; nos dias de Ló eles não se casavam. Nosso dia está se tornando mais parecido com o de Ló do que com o de Noé – um estado terrível para um mundo que teve a luz e o amor do Cristianismo brilhando sobre ele. Agora, qualquer dia ‘Ló’ deixará Sodoma, e choverá fogo e enxofre. Que cada um de nós valorize mais do que nunca a instituição do matrimônio e encoraje a sua continuidade. É a primeira instituição que Deus iniciou para o bem do homem, e Deus determinou que, pelo casamento do Cordeiro, permanecerá uma instituição para sempre.


Casamento, O Cristão, Nov. 2014

 

Edificando-vos Sobre a Nossa Santíssima Fé


Ainda que devamos lutar pela fé, somos lembrados, em Judas 20, da necessidade de edificação individual. Não podemos lutar corretamente pela fé, a menos que estejamos nos edificando em nossa santíssima fé. Não somos chamados a edificar-nos em todas as diferentes formas que o mal pode assumir. Não seremos capazes de resistir ao erro simplesmente conhecendo o erro. Só podemos enfrentar o erro à medida que somos edificados na verdade. Além disso, nossa fé é uma “santíssima fé” (v. 20), de modo que, ao sermos edificados na fé, não estamos apenas adquirindo um conhecimento mais profundo da verdade, mas a verdade está nos remodelando. Isso tem um efeito santo e santificador sobre nossa alma, levando a uma maior separação do mal pelo qual estamos cercados (Jo 17:17).


H. Smith

 

Ordem e Desordem Mundial Revisitadas


Em uma edição recente da revista O Cristão (fevereiro de 2023), comentei o conceito de ordem mundial e como ela está sendo corroída pelos eventos dos últimos anos. Usando citações de vários autores de hoje, apontei que a chamada “ordem mundial” dos últimos 75 anos corria o risco de ser seriamente perturbada por eventos como a pandemia da Covid, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e pela ascensão da China como superpotência mundial. Eu também citei um proeminente jornal canadense, onde o autor enfatizou que a condição padrão do mundo é de desordem, em vez de ordem. Ele apontou que, “a ordem deve ser infinitamente reconstruída... [em] um mundo hostil que está incansavelmente trabalhando para desfazer nossos esforços”.


Qualquer um que olhe para a atual situação mundial com uma mente sensata e honesta admitirá que a ordem mundial está de fato dando lugar à desordem, tanto no nível individual quanto no governamental. Podemos ser gratos, de fato, pela medida de estabilidade que existe, mas ela está sendo rapidamente varrida.


Enquanto escrevo isso em março de 2023, ocorreu um evento há alguns dias que incide sobre esse assunto e talvez mereça um comentário. O presidente chinês, Xi Jinping, fez uma visita de Estado à Rússia por vários dias, e tanto ele quanto o presidente russo, Vladimir Putin, tiveram longas discussões sobre o relacionamento entre os dois países. A visita foi assistida com a pompa e cerimônia habituais, e depois de assinarem documentos relativos à sua cooperação pretendida com o outro, ambos os homens emitiram declarações públicas sobre o sucesso da visita. Suas declarações mostraram claramente que ambos os países pretendem trabalhar juntos para promover seus respectivos interesses econômicos e militares, mas o mais importante talvez tenha sido uma declaração de Xi Jinping. Ele é citado como tendo dito: “Não importa como o cenário internacional possa mudar, a China permanecerá comprometida com o avanço da abrangente parceria estratégica de coordenação China-Rússia para a nova era”. Considerando outras declarações que foram feitas, tanto recentemente quanto no passado, fica claro que a Rússia e a China pretendem trabalhar juntas em direção a uma nova ordem mundial que diminuirá a influência do Ocidente e, em vez disso, enfatizará as políticas e as perspectivas dos estados totalitários.


Preparando o cenário

Tem-se assinalado muitas vezes que é perigoso tentar interpretar a profecia à luz dos acontecimentos deste dia da graça de Deus, pois a Igreja, como companhia celestial, não é objeto de profecia. Como a profecia diz respeito à Terra, o período da Igreja é deixado de fora do cálculo do tempo profético. No entanto, como estamos tão perto da vinda do Senhor, não é errado olhar para fora e ver Deus “preparando o cenário” para eventos que ocorrerão depois que a Igreja for chamada para o lar. Podemos muito bem nos perguntar: Será que a Rússia e a China serão capazes de efetuar essa “nova era” que eles imaginam? Embora eles possam ter algum efeito sobre o mundo a curto prazo, ainda é claro a partir da profecia que durante o período da tribulação, a besta romana, como chefe da confederação ocidental, dominará a cena. Seu poder será tal que “toda a Terra” se maravilhará com ele e dirá: “Quem poderá batalhar contra ela?” (Ap 13:3-4). É bem possível que o acordo entre a Rússia e a China leve o Ocidente, e especialmente a Europa, a se unir em oposição a eles. As disputas internas serão esquecidas em seus esforços para sua união contra inimigos comuns. Isso já aconteceu em grande medida, alimentado tanto pela pandemia da Covid quanto pela guerra Rússia-Ucrânia.


Sabemos que, no tempo do fim, a Rússia certamente será uma força a ser considerada, mas é claro que eles não descerão à terra de Israel para “arrebatar a presa” (Ez 38:12) até que a besta e seus exércitos, e também o rei do norte, tenham sido destruídos pelo Senhor. Não se diz muito especificamente sobre a China na profecia, mas eles estarão envolvidos no tempo do fim, pois lemos em Apocalipse 16:12 que “a sua água (do rio Eufrates) secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente”. Na questão do governo totalitário versus democracia, parece que no fim não haverá necessidade de a China e a Rússia tentarem forçar essa questão, pois, apesar da existência de governos democráticos na maioria dos países ocidentais, é claro que a besta romana será um governante despótico. Embora possa haver oposição à sua ascensão ao poder, ainda vemos na Escritura que, a respeito dos vários reinos sob Seu controle, “Deus tem posto em seu coração que cumpram o Seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu reino” (Ap 17:17). No entanto, essa transição para o regime totalitário não será sem luta e, evidentemente, não será completa.


A imagem de Nabucodonosor

Na imagem que Nabucodonosor viu em seu sonho (Dn 2:31-35), lemos que os pés e os dedos dos pés eram “parte de barro de oleiro e em parte de ferro” (v. 41). O ferro tem sido muitas vezes comparado ao regime totalitário, enquanto o barro pode representar uma forma democrática de governo. Esses dois não se misturam e, embora possa parecer haver prós e contras para ambos, sabemos, pela Escritura, que Deus usa formas totalitárias de governo. Historicamente, muitos governos autoritários foram liderados por homens perversos que oprimiram o povo, enquanto eles próprios viviam em luxo. No século 20, o mundo testemunhou a terrível baixa de vidas humanas que resultou da ação de ditadores como Stalin, Hitler, Mao Tse Tung, Pol Pot, Nicolae Ceausescu e outros. A mesma tradição está sendo levada adiante por homens como Vladimir Putin hoje.


Embora a democracia tenha aparentado funcionar por um tempo, está ficando cada vez mais claro que ela só funciona quando a liberdade de escolha que ela oferece tem como resultado os serviços e sacrifícios que decido fazer por mim mesmo. À medida que a moralidade declina, a democracia é incapaz de lidar com os resultados desastrosos. Se a nossa interpretação do significado do ferro e do barro estiver correta, então é evidente que a luta entre democracia e totalitarismo ocorrerá dentro do Império Romano revivido. Assim, o reino da besta romana, embora forte, não terá a coesão e a força do antigo Império Romano. Como a Escritura diz, “por uma parte o reino será forte e por outra será frágil” (Dn 2:42). No entanto, ele não será vencido nem pela Rússia nem pela China. Pelo contrário, ele será destruído pelo próprio Senhor, assim como também a Rússia será destruída no fim.


A vinda do Reino de Cristo

Como aqueles que conhecem o Senhor Jesus como Salvador, podemos descansar na plena certeza de que Ele logo terá o Seu lugar de direito. Todo o governo puramente do homem desaparecerá, pois naquele glorioso reino milenar, “o principado [governo – ARA] estará sobre os Seus ombros” (Is 9:6). Ele tomará Seu lugar como Rei, e o mundo experimentará o primeiro governo realmente justo em sua história. Será um governo totalitário, mas com Cristo como o Cabeça, será justo e reto. Será caracterizado por uma “vara de ferro”, mas uma versão melhor diz que “Ele os pastoreará com uma vara de ferro” (Ap 19:15 – JND). Todo o poder justo do ferro será exercido com o cuidado e a ternura de um pastor.


Como cidadãos celestiais, podemos “vigiar do lado de fora”, por assim dizer, e ver o cenário sendo preparado para a realização dos planos de Deus. O homem pode executar várias manobras para tentar estabilizar este mundo, e várias alianças podem ser formadas para apoiar um tipo de ordem mundial sobre outra. No entanto, no final, os propósitos de Deus serão cumpridos, e todo o resto cairá por terra. Podemos continuar em paz, como diz o hino:


Por meio das cenas de lutas e do deserto na vida, Trilhamos nosso caminho em paz. (J. N. Darby)


W. J. Prost

 

Cavando Profundamente


Cave um pouco mais fundo,

E quando as tempestades começarem a se aproximar,

Você descobrirá que não será abalado...

Não apenas que você não cairá.


Cave um pouco mais fundo,

E quando as provações parecerem aumentar,

Sua paz transbordará em você...

Beberá profundamente de Sua fonte.


Cave um pouco mais fundo:

Existem joias em Sua mina;

Sua Palavra está repleta de tesouros...

Extrai-os e veja-os brilhar.


Cave um pouco mais fundo:

Escave além do limite;

Rocha sólida e tesouros encantadores...

O trabalho vale a pena!


C. P. H.

 

“Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam”

(Salmo 127:1)

 

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