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Revista mensal publicada originalmente em agosto/2007 pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
Tema da edição
W. J. Prost
Adaptado de W. Kelly, The Bible Treasury, vol. 4
A. Miller, adaptado
E. Dennett, adaptado de The Christian Friend, 1881
J. N. Darby (adaptado)
W. J. Prost
H. Rule, de uma carta
Waterman
Doando
Deus é o grande Doador. “Aquele que nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes, O entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?” (Rm 8:32).
Deus dá como Ele “propôs no Seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9:7).
Tal Pai tal Filho. “O Filho de Deus, o Qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2:20). Como filhos do Pai, Ele quer que sejamos como Ele mesmo.
O Senhor observou como a pobre mulher que lançou duas moedas refletia o coração do Pai: Ele não poupou o Seu próprio Filho, e “ela, da sua pobreza, depositou tudo o que tinha, todo o seu sustento” (Mc 12:44).
Deus nunca ficará em dívida com qualquer homem. O que é dado por Ele é sempre pago com juros. “Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos pelo Reino de Deus e não haja de receber muito mais neste mundo e, na idade vindoura, a vida eterna” (Lc 18:29-30).
O programa do Senhor para dar produz bens pessoais permanentes. “Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-Me” (Mt 19:21). Estamos dando o que não podemos manter enquanto ganhamos o que não podemos perder? O futuro o dirá.
Tema da edição
O Motivo Para Dar
Uma das características maravilhosas desta presente dispensação é que Deus Se revelou a Si mesmo como um Doador. Ele sempre foi um Doador, em certo sentido, como Paulo poderia dizer aos atenienses: “Ele mesmo é Quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17:25).
No entanto, no Velho Testamento, Deus estava testando o homem para ver se havia algum bem no homem natural e, finalmente, provou a ele que não havia nenhum. Deus deu a Israel, como Seu povo escolhido, todas as vantagens possíveis no governo, lei, prosperidade e um relacionamento com Ele mesmo, pedindo apenas obediência em troca. Todos nós sabemos o resultado – eles se corromperam até o ponto em que Deus teve que permitir que eles fossem levados para o cativeiro. Finalmente, Ele enviou Seu Filho, a Quem eles rejeitaram e crucificaram.
Mas Deus ficaria frustrado em Seus propósitos de amor? Não, pois como resultado da obra de Cristo na cruz, “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20). Agora Deus aparece como um Doador, não apenas da salvação por meio do sangue de Cristo, mas também de “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1:3). Estes são nossos para desfrutar agora, enquanto esperamos ansiosamente pelos “séculos vindouros”, quando Ele mostrará “as abundantes riquezas da Sua graça, pela Sua benignidade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2:7).
A exibição do Seu caráter
Em vista de todo esse amor e graça, Deus nos chama a manifestar Seu caráter neste mundo como doadores e nos apresenta o motivo mais tocante para isso. Em 2 Coríntios 8:9 lemos: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que, pela Sua pobreza, enriquecêsseis.”.
Aquele que nos salvou e nos enriqueceu tornou-Se pobre para que pudesse fazer isso, e foi uma pobreza tal que nenhum de nós pode jamais experimentar. Sabemos que nosso bendito Senhor era um Homem pobre na Terra quando diz respeito às coisas naturais. Ele teve que pedir uma moeda quando quis usá-la para uma ilustração. Ele poderia dizer àquele que pediu para segui-Lo: “o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9:58). Sabemos que Ele recebeu a caridade dos outros às vezes, pois lemos sobre “algumas mulheres... que o serviam com suas fazendas (com seus bens – ARA)” (Lc 8:2-3). Tudo isso é o mais abençoado e toca nosso coração, quando pensamos em quem Ele era e como Ele Se humilhou.
No entanto, esse tipo de pobreza, por mais tocante que seja, nunca poderia tirar nossos pecados. Sua pobreza nas coisas naturais, embora manifestando o amor de Deus, nunca poderia nos tornar ricos. Mesmo Seus sofrimentos nas mãos do homem – o escárnio, flagelação, açoitamento e a coroa de espinhos – enquanto eles nos mostram o quanto Ele nos amou, nunca poderiam nos tornar ricos. Não, a pobreza necessária para nos enriquecer foi nas três horas de trevas, quando Ele sofreu nas mãos de Deus por nossos pecados. Aqui está uma profundidade de pobreza a qual nenhum de nós poderia ir, mas nosso bendito Salvador foi até lá, a fim de nos tornar ricos. Deus cerrou a visão do homem para aquela cena sagrada, enquanto Ele colocou sobre Seu Filho o julgamento que era nosso. Que amor e graça além do nosso entendimento!
O motivo correto
É essa doação do Senhor que Paulo usa como base para exortar os coríntios ao dar, e é a base de dar que Deus coloca diante de nossas próprias almas. Às vezes podemos dar “com tristeza ou por necessidade” (2 Cr 9:7), mas o único motivo correto para dar que a Escritura nos apresenta é o amor a Cristo – amor que flui de uma percepção de Seu amor e graça em nossa alma. Nosso Senhor foi o negociante de Mateus 13:46, que “encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a”. Quando consideramos o quanto Ele deu para nós, como nossos corações podem deixar de responder em amor e assumir o caráter de doadores também?
Se o amor d'Ele realmente se apoderasse de nossa alma e se tivéssemos uma percepção maior do que Ele fez por nós, certamente nosso coração responderia estando pronto para dar tudo por Ele. Se nos lembrarmos do preço que foi pago por nós, estaríamos mais prontos para aceitar o que a Escritura nos diz: “Ou não sabeis... que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6:19-20).
W. J. Prost
Dar no Caráter da Graça
“Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes” (Mt 5:42). Neste verso, temos um grande princípio para o Cristão. Chega ao final da exortação para resistir não ao mal, mas sim para sofrê-lo. Cristo é o padrão para o discípulo, e nenhuma exposição sólida pode explicar a Sua Palavra de forma a distorcê-la, por mais desagradável que seja à carne e ao sangue. A nova natureza segue lealmente como a perfeita lei da liberdade, e somente a mente carnal procura evitá-la.
O discípulo aprende com Deus que ele é um devedor da graça, não apenas nas misericórdias externas de todos os dias, que ele compartilha com toda a humanidade, mas naquele amor ainda mais profundo que o vivificou quando ele era um filho da ira por natureza. Quer judeu ou gentio – não fazia diferença – todos estavam sem esperança diante de Deus. Aqueles, então, a quem Cristo Se dirige já provaram que o Senhor é bom. Em breve eles seriam trazidos à plenitude quando Ele morresse, ressuscitasse, subisse ao alto e enviasse o Espírito Santo para guiá-los em toda a verdade. O Senhor, tendo diante d'Ele a plenitude de graça que receberíamos, espera por nossa apreciação disso por fé e pela ação do Espírito Santo em nossa alma. Como Ele disse em outro lugar: “de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10:8). É a mente do céu reproduzida na Terra – uma Terra cheia de repugnante egoísmo. Ninguém era mais caracterizado pela cobiça do que os judeus, que, tendo por algum tempo perdido seu lugar como testemunhas de Deus, procuravam uma desculpa para sua energia em amontoar riquezas. Não admira que almas tão abençoadas pela graça devam ser chamadas para uma caminhada inteiramente nova e uma adoração igualmente nova, ininteligível para aqueles que não entram no chamado e na esperança Cristãos. No entanto, o apóstolo diz claramente que “somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras” (Ef 2:10).
O caráter de Deus
Mas Cristo veio para salvar não apenas da ira, mas da ruína, não apenas da pena, mas do pecado, e de formar um novo caráter naqueles que ouvem Sua voz e O seguem. Era e só poderia ser Seu próprio caráter. Qual era o caráter daqueles como Sócrates, Antonino Pio, Gautama Buda ou Confúcio? Apenas sombras de vaidade ou orgulho, em comparação com Aquele que nunca fez a Sua vontade. Ele veio a esse mundo de pecado para Se entregar como sacrifício, trazendo assim Deus à cena e tirando o pecado para fora dela.
Portanto, como parte do processo espiritual, Ele imprimiria nos Seus o caráter da graça. Alguma vez houve uma necessidade, um desejo, um sofrimento apresentado a Ele sem uma resposta da graça e poder divinos, e em toda a ternura humana? Aquele que estava prestes a Se entregar a Si mesmo a Deus por nós, que bem ele reteve? O dinheiro era pouco demais para ser dado, salvo como um imposto do templo. “toma-o [de um banco estranho] e dá-o por Mim e por ti” (Mt 17:27). Daí as palavras em Lucas 6:38: “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão. porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”. É literalmente “ser-vos-á dado”, mas Lucas frequentemente declara as verdades impessoalmente, como está realmente apontando para Deus. Assim, Sua graça produz o mesmo nos outros.
Reproduzindo Sua graça
Sabemos que, se nos esforçarmos para reproduzir tal doação, em breve estaremos cansados. Somente Cristo deu o exemplo e somente Ele dá o poder. Antes que possamos pensar em dar nossos meios, devemos ter chegado a Ele, como aqueles que eram os mais necessitados de todos, para receber da Sua plenitude. Só então, quando O possuirmos como nosso tesouro infalível, teremos a fé e o amor para fazermos a nós mesmos “amigos com as riquezas da injustiça” (Lc 16:9). Só então poderemos dar com um olhar bom e simples e coração liberal, pois “Deus ama ao que dá com alegria” (2 Co 9:7). Ele é capaz de fazer com que toda a graça abunde para conosco, de modo que, tendo em todos os sentidos sempre toda a suficiência, podemos abundar em toda boa obra.
Adaptado de W. Kelly, The Bible Treasury, vol. 4
Dando com Simplicidade
“Aquele que dá, que faça com simplicidade” (Rm 12:8 – KJV). Aquele cujo dom são as riquezas e que dá de suas posses para as necessidades dos pobres ou para a obra do Senhor, deve fazê-lo com simplicidade. Devemos prestar atenção a esse ponto importante, pois nada é mais difícil do que distribuir dinheiro de acordo com essa palavra do Senhor. “Simplicidade” aqui tem o pensamento de “singeleza de coração”. Quão profundo a Palavra de Deus nos sonda! Ela nos protege contra a ostentação, o amor ao louvor, motivos errados e objetos impróprios. Por outro lado, nos adverte contra todos os pretextos evasivos, tais como: “Não é conveniente; Eu tenho tantas exigências sobre mim; Eu não sou capaz de doar”. Além disso, o Cristão é apenas um despenseiro, e ele tem o direito de buscar “simplicidade e sinceridade piedosa” tanto no receptor quanto em si mesmo. Há muitas necessidades que nos são apresentadas, as quais, quando examinadas com cuidado, descobrimos não ser nem simples nem sinceras. Ele também deve vigiar contra o suplicante astuto que coloca a alma do doador em servidão e o torna infeliz. Existe apenas um remédio para todas as dificuldades relacionadas à doação, como para todas as outras coisas. O doador deve andar diante do Senhor com pureza de motivos, livre de todos os desígnios impróprios e esperando para fazer Sua vontade com uma simplicidade honesta e imparcial. Quando o olho é simples, todo o corpo está cheio de luz. A perplexidade com a escuridão vai embora, a mente de Deus é discernida, e a luz clara do céu brilha no caminho do despenseiro.
A. Miller, adaptado
Dorcas
Tabita, ou melhor, Dorcas, se tornou conhecida entre os crentes, como alguém que ajudou a aliviar os sofrimentos dos pobres, suprindo algumas de suas necessidades. Vamos examinar sua história e ver que instrução o Espírito de Deus pretendia trazer para nós.
Boas obras
Em primeiro lugar, notamos que sua atividade não se limitou a vestir os que estavam nus. “Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia” (At 9:36). Este é um memorial maravilhoso para um santo de Deus. Foi registrado pela caneta infalível do Espírito Santo e, portanto, essas boas obras só poderiam ter sido produzidas na energia do Espírito de Deus. É proveitoso nos lembrarmos de o que são obras realmente boas. Nós fomos ensinados sobre o perigo da atividade sem descanso e da ocupação com o serviço, e fomos levados a admirar a boa parte que Maria escolheu (Lc 10:42). No entanto, também nos lembramos das palavras de Paulo: “Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens” (Tt 3:8). Os esforços filantrópicos de muitas formas são, muitas vezes, dignificados com o título de “boas obras” e enganam muitas almas simples, mas boas obras – aquelas que são assim diante de Deus – só podem fluir do poder do Espírito Santo e, portanto, de acordo com Sua mente e vontade. Assim, elas somente podem ser feitas por crentes e somente por crentes dirigidos pelo poder divino e em sujeição à Palavra de Deus.
Rico em boas obras
As “esmolas” de Dorcas são registradas, assim como suas boas obras. Sem dúvida, estas consistiam na administração de dinheiro ou comida àqueles que passam necessidades. Paulo, escrevendo a Timóteo, diz: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis. que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna” (1 Tm 6:17-19). Dorcas agiu no espírito desta exortação. Ela era rica em boas obras e estava pronta para distribuir, disposta a comunicar do que possuía. Ela havia aprendido sobre “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que, pela Sua pobreza, enriquecêsseis” (2 Co 8:9). Por essa mesma graça, ela se tornou Sua representante no mundo.
Beneficiários
Os objetos de seu ministério são claramente especificados. Quando Pedro chegou e entrou no quarto alto, lemos que “todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com elas” (At 9:39). Notamos também que estas viúvas são distintas dos santos (v. 41). Pode ser que ela tenha trabalhado para viúvas como uma classe, e suas atividades beneficentes não tenham sido dedicadas somente às viúvas crentes. Como alguém que conhecia o coração e a mente de Deus, ela procurou ministrar à necessidade onde quer que ela existisse, enquanto reconhecia as reivindicações especiais dos da família da fé.
É claro que Dorcas tinha a mente de Deus no trabalho para o qual ela se devotou. Que serviço poderia ser mais abençoado do que vestir aos nus e alimentar aos famintos? O próprio Senhor, no julgamento das nações, quando Se assentar no trono da Sua glória, fala deste tipo de coisas como serviços prestados a Si mesmo na pessoa de seus “irmãos”. Ele diz: “tive fome, e destes-Me de comer... estava nu, e vestistes-Me” (Mt 25:35-36). Isso, como ele explica, feito para um dos mais pequenos de seus irmãos, foi feito para Ele mesmo. Quão indescritível é o privilégio de alimentar e vestir Cristo na pessoa de um de seus membros!
Trabalho individual
Várias lições podem ser aprendidas do relato de Dorcas. Primeiro, deve ser observado que o trabalho de Dorcas era individual. Não há o menor traço de associação com os outros. Evidentemente, era o serviço especial ao qual o Senhor a chamou e ao qual ela voluntariamente se entregava. Seu exemplo não pode, portanto, ser citado para qualquer coisa além de sua linha individual de serviço. Nada é mais abençoado na atividade Cristã do que a comunhão – comunhão no Senhor. Mas o grande perigo de um dia como este é a associação – associação com outros para obter um objeto por meio da energia da cooperação e não no poder do Espírito. Satanás frequentemente consegue dessa maneira confiscar até mesmo o que poderia ter sido, no início, a ação do Espírito de Deus. O Senhor pode ter colocado um pensamento especial de serviço no coração de um de Seu povo. No entanto, em vez de partir para a sua realização no poder d'Aquele que o chamou para isso, o esforço é frequentemente feito para associar outros a isso, ou mesmo para formar uma sociedade para o fim em vista. Imediatamente o serviço, mesmo que seja exteriormente próspero, está no caminho do fracasso. Moisés pode bem ser um aviso para nós aqui. Ele reclamou ao Senhor que o fardo do povo era pesado demais para ele. O Senhor permitiu que ele tivesse setenta associados, mas Ele tomou do Espírito que estava sobre Moisés e colocou neles (Nm 11:11-17). Não houve ganho de poder por parte da associação, pois o Senhor lhe dera todo o poder que ele precisava para fazer o trabalho designado para ele. O serviço é intensamente individual, pois todo servo é individualmente responsável perante o Senhor. Ele não pode se dar ao luxo de subordinar suas convicções às de outro ou de buscar caminhar no nível da fé alheia (seja maior ou menor).
Tempo de lazer
Em segundo lugar, esta história oferece orientação distinta para as irmãs quanto à ocupação de seu tempo de lazer em suas casas. Deve-se notar muito especialmente que, se Dorcas passava algum tempo no trabalho rebuscados (e com certeza ela tinha liberdade para fazê-lo), os resultados de seu trabalho nessa direção não são mencionados. São “as túnicas e as vestes” somente que encontram um lugar na Palavra de Deus – nos ensinando que são trabalhos desse tipo que comandam a aprovação do Senhor. Sua perda foi tão intensamente sentida pelos discípulos que eles procuraram por Pedro, “rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles”. O apóstolo foi e foi autorizado a restaurá-la à vida, e “chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva” (v. 41). Assim, o Senhor Se interpôs ao clamor do Seu povo e consolou seus corações.
Cristo é o objeto
Uma última instrução pode ser acrescentada, a saber, que o trabalho de Dorcas era para situações de necessidade. Há algum perigo de tentarmos nos gratificar no ministério de um caráter de Dorcas – de gastar nossos esforços em casos selecionados, ou de escolher tais como recomendados a nós de uma maneira ou de outra, de modo que muitas vezes as necessidades de alguns dos santos pobres são abundantemente satisfeitas, enquanto as dos outros são quase totalmente negligenciadas. O antídoto é ter o próprio Cristo diante de nós como o objetivo de nosso ministério, lembrando que, como não foi nosso mérito, mas nossas necessidades que atraíram Seu coração ao serviço por nós, assim também o único incentivo para nosso amoroso ministério aos Seus deve ser suas necessidades. Em outras palavras, todo o nosso serviço deve ser atraído pelo amor de Cristo que nos constrange. É possível doar todos os nossos bens para alimentar os pobres e ainda assim ficar sem amor divino (1 Co 13) e, portanto, sem qualquer inspiração do coração de Cristo. Cristo deve ser o motivo, Cristo deve ser o objeto, e Cristo deve ser expresso em todo o nosso serviço.
E. Dennett, adaptado de The Christian Friend, 1881
Dinheiro e as Verdadeiras Riquezas
Lucas 16 deixa entrar a luz de outro mundo sobre os caminhos e procedimentos de Deus nisto. O mundo inteiro está falido diante de Deus, de modo que o homem agora está negociando com os bens de outro. Devemos, portanto, dispor de tudo agora em referência ao mundo por vir. Se estivermos servindo ao dinheiro, não receberemos a bênção de servir a Deus. Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? Se você está amando o dinheiro, você não pode ter seu coração cheio de Cristo. Não devemos ser “vagarosos no cuidado”, mas “fervorosos no espírito, servindo ao Senhor”, e para isso Ele abre o céu para nós. Ele nos mostrou o céu, o tendo aberto em graça. É a revelação da graça que dá poder sobre as coisas terrenais.
J. N. Darby (adaptado)
Doações Práticas
Em outros artigos desta edição, os motivos e o caráter da doação foram discutidos. No entanto, muitas vezes há perguntas sobre o lado prático da doação. Quanto devemos dar? Como teremos fundos disponíveis para doar, e como decidiremos a quem doar? Creio que a Palavra de Deus responde essas questões para nós.
Bons despenseiros
Primeiro de tudo, devemos entender que tudo o que temos que usar para o Senhor aqui embaixo é confiado a nós como despenseiros. O Senhor Jesus poderia dizer: “Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?” (Lc 16:11). O que temos aqui é que o Senhor chamou “no alheio”, enquanto Ele Se referiu às bênçãos espirituais como “o que é vosso” (Lc 16:12). Não devemos nos desfazer de nada aqui como se fosse nosso, mas devemos buscar a graça para sermos bons despenseiros. Da mesma forma, Pedro poderia dizer aos seus ouvintes que fossem “bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4:10). Não receberemos riquezas espirituais se não formos fiéis como despenseiros das coisas naturais.
Além disso, não é apenas o dinheiro que está em questão. Devemos ser bons despenseiros de tudo o que nos é confiado, seja tempo, energia, conhecimento espiritual ou um dom específico, assim como recursos materiais que podem ser representados pelo dinheiro. Se o amor de Deus é realmente desfrutado em nosso coração, então esse amor nos constrangirá a querer dar a nossa energia, tempo e habilidades para o Senhor, bem como o nosso dinheiro. Às vezes, o tempo é muito valioso, quando é gasto com alguém que precisa de uma visita e, às vezes, ajuda prática de alguma forma particular é muito mais aceitável do que dinheiro. Vamos sempre estar prontos para usar o que temos para o Senhor.
O quanto dar
Muitos crentes levantaram a questão sobre o quanto dar. Nosso coração natural tende a gostar de uma regra simples, mas esse não é o caráter do Cristianismo. Segundo a lei, era necessário dar um décimo, bem como o dízimo adicional prestado a cada três anos. Muitos crentes adotaram essa regra, mas não a encontramos em nenhum lugar do Novo Testamento. Pelo contrário, afirma-se: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração” (2 Co 9:7). Se nosso coração está correto diante de Deus, o dar nunca será “com tristeza ou por necessidade”, mas será feito com alegria, como para o Senhor.
Por outro lado, que nunca ponhamos desculpas dizendo, desde que não estamos debaixo da lei, não estamos presos por tais regras, e podemos assim dar menos. Daremos menos estando debaixo da graça, do que o que os israelitas eram obrigados a dar estando debaixo da lei? Será que temos tão pouca apreciação pelo que Cristo fez por nós a ponto de darmos menos do que esse simples mínimo? É certo que Deus não precisa de nenhum dos nossos recursos ou dinheiro, mas nos dá o privilégio de ter uma melhor parte, pois “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”.
Ganho futuro
Mais do que isso, todos nós sabemos que não podemos levar nada conosco quando deixarmos este mundo. No entanto, enquanto estamos aqui, podemos usá-lo para preparar “um tesouro nos céus” (Lc 12:33), que nada pode tirá-lo de nós. Nossas riquezas só podem ser usadas neste mundo, e podemos usá-las para nosso próprio prazer, ou para depositar no céu um lugar que permaneça por toda a eternidade. O mesmo princípio é revelado pelo Senhor Jesus em Lucas 16:8-9, onde o Senhor elogiou o mordomo injusto que havia perdido sua mordomia, porque ele usou sua posição para fazer amigos com as “riquezas da injustiça” (dinheiro). O Senhor não estava passando por cima do erro do mordomo (Ele o chama de injusto), mas sim está ilustrando o princípio de usar a vantagem presente para ganhos futuros. A história, sem dúvida, traz diante de nós o uso do nosso dinheiro para o Senhor neste mundo, de modo que teremos um tesouro no céu quando esse dinheiro não estará lá.
Dinheiro disponível
Depois, há a questão de como ter dinheiro para dar, assim como tempo e outros recursos. Há muitas exigências feitas sobre nós hoje, e um dos dispositivos mais eficazes de Satanás entre os crentes é tirar todo o seu tempo disponível, assim como seu dinheiro, para que não haja nada mais que reste para o Senhor. Nós todos sabemos com que facilidade isso pode acontecer. Eu acredito que a Palavra de Deus nos dá um princípio importante que se aplica aqui. Quando Paulo estava exortando os coríntios a darem pelos pobres santos em Jerusalém, ele os instruiu da seguinte forma: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade [como Deus o fez prosperar – KJV]” (1 Co 16:2).
Se não colocarmos algo de lado para o Senhor, descobriremos que, quando surgir uma necessidade, não teremos nada com o que atendê-la. Novamente, nenhuma quantidade ou porcentagem é especificada, pois deve ser do coração. Devemos ter esse propósito em nosso coração no quanto reservar, sem, é claro, fazer a quantia que reservamos o limite de nossas ofertas. Se surgisse uma necessidade maior, poderíamos usar outro dinheiro que não tivesse sido especificamente reservado, a fim de responder a essa necessidade. O mesmo princípio pode ser aplicado ao nosso tempo e a outros recursos, pois é fácil ter todo o nosso tempo e energia alocados para nossos próprios propósitos, não deixando nada para o Senhor. Temos que planejar com antecedência, certificando-nos de que o tempo e outros recursos sejam dados para o Senhor. Novamente, isso não nos limita, pois sempre podemos dar mais ao Senhor se a necessidade se apresentar.
Hospitalidade
Uma das áreas em que as Escrituras colocam alta prioridade é a hospitalidade. Paulo poderia exortar os que estavam em Roma dizendo: “segui a hospitalidade” (Rm 12:13), enquanto Pedro podia dizer aos seus ouvintes que seguissem “sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações” (1 Pe 4:9). É particularmente em conexão com a hospitalidade que Pedro nos diz para sermos “bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1 Pe 4:10). Nestes dias, quando marido e mulher costumam passar um tempo considerável fora de casa e quando nossa vida está cheia de muitas responsabilidades, é importante reservar tempo para a extensão da hospitalidade a outras pessoas.
Onde dar
Finalmente, há a questão de onde dar ou a quem. Novamente, a Escritura não nos dá nenhuma regra sobre isso. É um privilégio dar como assembleia, e sem dúvida isso estava nos pensamentos de Paulo quando ele exortou os coríntios, como vimos. Alguns podem achar que simplesmente colocariam todo seu dinheiro na caixa de coleta no Dia do Senhor, deixando para a assembleia distribuir diante do Senhor. Isto tem uma sanção escriturística, pois na Igreja primitiva, os homens foram colocados na atividade de distribuir os recursos entregues à assembleia (At 6:16). Eles eram homens dignos de confiança, e a assembleia encarregou a eles dessa responsabilidade.
Nosso tempo e energia
Contudo, a obra do Senhor na Escritura é sempre levada pela energia do Espírito de Deus no indivíduo, e assim o Senhor pode colocar em nosso próprio coração algum trabalho a fazer por Ele. Isso pode incluir o uso de nosso tempo, energia e dom, e certamente pode incluir o uso de nosso dinheiro também, seja para um trabalho que empreendemos ou para ajudar outro. O Senhor disse em Lucas 19:23, a respeito do servo mau que guardou sua mina num lenço: “Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros?” Se o servo não iria fazer uso da mina, colocando-a no banco, ele a deveria colocá-la à disposição de outro que precisasse dela. Uma aplicação disso é dar dinheiro a outro para que ele ou ela possa ser ajudado a servir ao Senhor de alguma forma.
Assim, vemos que Deus não nos limita, pois se estivermos andando com Ele, teremos orientação em todas essas coisas. Se nosso coração estiver cheio de amor, ele responderá de todas as maneiras, e seremos como os primeiros discípulos, que não diziam que as coisas que possuíam eram suas (At 4:32). Em vez disso, consideraremos tudo como pertencendo a Cristo, para serem usados para Sua glória, para Seus interesses aqui e para a bênção de Seu povo.
W. J. Prost
Doação Cristã
Meu querido irmão: Já que você pergunta como o assunto da doação Cristã é apresentado na Escritura, eu tentarei dar algo de como a questão foi trazida à minha mente na leitura das Escrituras. Muitos do povo de Deus têm pouco apreço pelo tema das doações Cristãs, embora ocupe um grande lugar na Palavra de Deus.
Embora muitos pareçam ter pouco ou nenhum exercício sobre dar, é reconfortante saber que há não poucos fiéis doadores abnegados que são abençoados por Deus em sua própria alma e que são uma bênção para os outros. Estes, na sua medida, são imitadores de Deus, o grande Doador, que não poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós e com Quem podemos contar, com Ele, também para nos dar livremente todas as coisas (Rm 8:32). É sabido por aqueles que observaram estas coisas que estes doadores liberais, em regra, são enriquecidos em sua própria alma, provando a verdade de Provérbios 11:25: “A alma generosa engordará [prosperará – ARA], e o que regar também será regado”. E é igualmente digno de nota que um Cristão que não dá está seco em suas afeições espirituais e, embora possa ter abundância de tesouros terrenais, sofre do que a Escritura chama de “magreza de alma” ou “definhar a sua alma”.
Israel e o Cristianismo
É bom notar a diferença na ordem de bênção conhecida por Israel e aquela conhecida no Cristianismo no Novo Testamento. O Cristianismo se conecta com a rejeição, morte, ressurreição e ascensão ao céu do Messias. Enquanto nosso fiel Deus e Pai supre Seu povo agora com misericórdias à criatura, é em uma cena da qual Seu Filho foi expulso e onde Ele não permite que nos acomodemos com o pensamento de encontrar nossa bênção onde Seu Filho encontrou apenas uma cruz e um túmulo. Nossas bênçãos agora estão em Cristo e onde Ele está. Elas são espirituais e celestiais. De acordo com isso e tendo em vista Sua própria rejeição em Israel e no mundo, o Senhor disse a Seus discípulos: “Vendei o que tendes, e dai esmolas, e fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lc 12:33-34).
Quão abençoadamente isto foi realizado no início de Atos, quando todos os corações ainda estavam no frescor do amor de Cristo! “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade”. “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha” (At 2:44-45; 4:34-35).
Nenhuma exigência legal
Não havia obrigação nisso. Não foi uma imposição legalista. Foi a oferta voluntária de corações tocados pelo amor de Cristo e energizados pelo poder do Espírito Santo. Com Ananias não foi assim, mas a ambição, talvez, de não estar por trás dos outros, e é em conexão com o seu caso que somos distintamente informados de que não havia obrigação. “Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder?” (At 5:4).
Sem dúvida, houve um chamado especial naquele momento, por causa dos muitos milhares de pessoas detidas em Jerusalém pela maravilhosa obra de Deus. Mas por que não devemos manter todas as nossas posses como sujeitas à disposição do Senhor e ser usadas para Ele como Ele nos guiar? Nós mesmos somos do Senhor, comprados por um preço, e tudo o que temos é d’Ele, mantido por nós como despenseiros, para sermos usados para Ele e para Sua glória.
Cuidar dos servos do Senhor
1 Coríntios 9:14 nos diz que “ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho”. Este é o mesmo princípio pelo qual os dízimos eram dados aos levitas. De fato, o contexto se refere a isso. O apóstolo não utilizou este direito para si mesmo, embora ele tenha recebido de algumas assembleias, mas ele o apresenta, como regra geral, como o que o Senhor ordenou. E, claro, isso coloca sobre os santos em geral a responsabilidade de cuidar daqueles devotados ao evangelho. Não há nenhuma questão de salário ou contratação, mas há a questão de cuidar de tais. O servo que se dedica ao serviço do evangelho ou serve nas coisas espirituais se coloca a si mesmo nas mãos do Senhor por seu apoio, espera n'Ele e conta com Ele. Mas o Senhor colocou sobre os santos a responsabilidade de pensar neles e a ministrar a eles seus bens, como o Senhor capacita e conduz. “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui” (Gl 6:6). “E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus Se agrada” (Hb 13:16).
Quanto à responsabilidade geral da doação Cristã, sua importância pode ser vista no fato de que dois capítulos inteiros em 2 Coríntios são dedicados a ela – capítulos 8 e 9 – para não falar de muitas outras passagens sobre o assunto.
Uma mente disposta
Quando examinamos essas Escrituras do Novo Testamento, apesar de vermos a mesma responsabilidade geral de dar, vemos também uma diferença marcante de muitas daquelas no Velho Testamento. Lá estava a lei – exigência legal – todos obrigados a dar de acordo com uma regra fixa. Aqui é a graça: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que, pela Sua pobreza, enriquecêsseis”. E assim, ao escrever aos coríntios, o apóstolo diz: “Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça”. Ele chama isso de “graça” porque é o fruto da graça no coração. E sendo graça, conecta-se com “uma mente disposta”. “Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem”. Não é aqui uma cobrança legal de dez por cento, como nos termos da lei, que ele deve pagar, mas de acordo com sua disposição e capacidade. Há uma ponderação deliberada do assunto. O que posso dedicar ao Senhor? Quanto posso gastar? Quanto devo dar para esse propósito ou aquele? “Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.
De acordo com a lei, os dízimos eram cobrados independentemente se um homem estava disposto ou não a dá-lo; ele poderia dar de bom grado ou de má vontade. Mas aqui Deus conta com os corações que Ele tocou com Sua graça e espera que eles deem de bom grado e alegremente, deixando para o amor que Ele colocou nestes corações para dizer quanto será dado. Nada além disso irá satisfazer a Ele. Ele ama um doador alegre, e a menos que nós demos assim, Ele não quer a nossa doação.
Semeando generosamente
Mas vamos aqui tomar cuidado, pois o engano de nossa carne miserável está sempre pronto para tirar proveito de Sua graça. Se quisermos gozar de abundantes bênçãos em nossas ofertas, devemos semear muita semente, pois está escrito: “Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará”. Quantos estão secando em sua alma, porque semeiam pouco! O próprio Deus fornece a semente, e Ele Se deleita em nos ter semeando abundantemente, e também é capaz de dar “pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça”. Por que, então, devemos dar de má vontade? Por que não dar com alegria e generosidade, contando com toda a graça d'Ele?
Colocando à parte os fundos
Outro ponto de grande importância aparece em 1 Coríntios 16:2. Está ligado à mesma ocasião especial, mas nos dá um princípio geral sobre como agir em vista da doação. “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade [como Deus o fez prosperar – KJV]”. Aqui está providenciando uma reserva, que pode ser usada conforme as ocasiões surgirem. É como os dízimos anteriormente dedicados ao Senhor, mas em vista de serem dados aos levitas. Nosso dinheiro devotado é, portanto, reservado, e a partir dele podemos tirar para dar aos pobres, ou para espalhar a verdade em livros e folhetos, ou dar a um servo do Senhor para ajudar no trabalho.
Se os santos em geral agissem de acordo com esse princípio em fidelidade a Deus, tenho certeza de que a questão de dar seria grandemente simplificada, e haveria abundância nas reservas para as várias necessidades. Um querido irmão uma vez me disse que tinha uma bolsa que ele chamou de “a bolsa do Senhor”, na qual ele colocava o que ele habitualmente colocava de lado, e ele disse que nunca estava vazio. Havia sempre algo ali para tirar em tempo de necessidade.
Se os santos fielmente separassem no primeiro dia da semana, à medida que o Senhor os prosperasse, quantas preciosas reservas de dinheiro haveria para atender às muitas chamadas para dar! Quantos pobres e necessitados e provados seriam alegrados pelas generosidades do povo de Deus! Quantos servos do Senhor, prontos para desmaiar sob pressão, tomariam nova coragem e continuariam com corações agradecidos! E o Senhor não seria honrado? Não seria a nova bênção o resultado – as janelas do céu seriam abertas? Quem pode duvidar disso?
Dando liberalmente
Não suponhamos, também, que, porque um décimo não é exigido, não importa se damos tanto ou não. Um décimo era a medida de Jacó e um décimo era a parte para os levitas, mas um israelita sob a lei tinha que dar muito mais do que isso para cumprir suas exigências. E por que um Cristão não deveria dar tão liberalmente? A graça não exige isso, mas se o coração está vivendo sob a luz do Sol do amor de Cristo, não entregará seus recursos de forma mais generosa do que sob a lei? Onde o israelita era fiel em dar, o Senhor o abençoou em seu cesto e em sua amassadeira. E enquanto a bênção do Cristão é de outra ordem, o Senhor honrará os que forem fiéis nessa responsabilidade.
Que o Senhor desperte a todos nós a dar, de acordo com a graça que recebemos, com nosso coração inflamado com o amor d'Aquele que nos amou e Se entregou a Si mesmo por nós, e em cuja presença e glória teremos em breve nossa porção, deixando para trás de nós tudo o que é da Terra e tudo o que não conseguimos dedicar a Ele, e encontrando, como tesouro acima, tudo o que foi dado a Ele.
Com afeto n’Ele
H. Rule, de uma carta
O Que Fizemos Hoje?
Faremos muito nos próximos anos,
Mas o que fizemos hoje?
Daremos o nosso ouro numa soma principesca,
Mas o que demos hoje?
Vamos elevar o coração e enxugar a lágrima;
Vamos plantar uma esperança, no lugar do medo;
Falaremos palavras de amor e alegria,
Mas o que fizemos hoje?
Seremos tão gentis no futuro,
Mas o que fizemos hoje?
Levaremos a cada vida solitária um sorriso,
Mas o que fizemos hoje?
Daremos à verdade um nascimento mais grandioso,
E à fé inabalável um valor mais profundo;
Alimentaremos as almas famintas da Terra,
Mas quem alimentamos hoje?
Waterman
“Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis”
2 Coríntios 8:9
amei esse estudo,