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ÍNDICE
Prefácio
Aos pais Cristãos, amados no Senhor:
Acho que posso me dirigir a vocês assim, pois estas páginas são destinadas apenas para aqueles que pertencem a ELE, e esse vínculo nos torna uma família: todos queridos uns pelos outros. Portanto, tenha paciência com um ancião que gostaria de transmitir a alguns dos membros mais jovens dessa grande Família algumas das lições que tentou aprender com as crianças felizes que já estiveram antes em sua casa, mas que agora estão longe.
Talvez eu devesse ter dito que eram lições que nosso Divino Mestre (Mt 23:8) procurou ensinar por meio de Sua Santa Palavra; e isso também seria verdade. Pode ser que nosso Senhor use tanto Sua Palavra quanto as crianças para ensinar essas lições verdadeiramente; de modo que não as conhecemos apenas em teoria.
Você já viu uma criança que acha uma lição terrivelmente difícil: talvez o professor a tenha a repetido mais de uma vez e toda a página esteja manchada de lágrimas antes de ser aprendida. Algumas destas páginas foram manchadas com lágrimas; e não tenho certeza de que todas as lições que o escritor está tentando passar para você foram aprendidas.
Não pense que ele escreve por causa de qualquer superioridade imaginária. Não; ele não pensa assim: algumas dessas lições causaram tanta dor que, finalmente, em angústia de coração, ele colocou tudo de lado e decidiu não ter mais nada a ver com isso. E lá ficaram por vários anos, como uma criança desanimada que esconde seu caderno de exercícios porque ele mostra tão claramente os borrões, erros e falhas.
Mas isso não poderia ficar escondido assim, então finalmente ele teve que tirá-lo e tentar terminá-lo. Você não precisará ler muito antes de perceber que essas páginas foram escritas apenas para certos olhos especiais verem: olhos que muitas vezes “olharam amor nos olhos que se encontraram novamente”; e assim você deve perdoar a liberdade e a intimidade do estilo; pois nada foi alterado. Este livreto não seria oferecido a você agora, a não ser pelo fato de que, “como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu”: – “Eu sou devedor”.
Estamos nos “tempos trabalhosos” preditos nas Escrituras (2 Tm 3:1); e não é fácil criar nossos filhos. O próprio Senhor diz: “Nutri e fiz crescer filhos, mas eles se rebelaram contra Mim” (Is 1:2 – TB). Infelizmente, existe algo no coração de nossos filhos (e também no nosso) que os faz naturalmente se voltarem para a direção errada; e somente a graça de Deus é suficiente para a necessidade dos pais. Graças a Deus, Ele considera nossos filhos “santos” (1 Co 7:14); e Ele diz: “a Minha graça te basta”. Se estas páginas forem um encorajamento ou um sinal de alerta para algum jovem pai, quão grato eu ficaria! Que o Deus da esperança esteja com você, querido pai ou mãe.
“Um avô”
Prefácio à Segunda Edição
É com surpresa e gratidão a nosso Senhor que descobrimos que outra edição deste pequeno livro é necessária.
Um leitor disse que é um livro triste, e temo que seja verdade, mas não é a história do homem, de Adão em diante, uma triste história de fracasso, pecado e tristeza? Mas quanto mais tenebrosa seja esta parte da cena, mais claramente brilha o amor, a graça e a fidelidade de Deus. Assim, espera-se que em meio ao triste fracasso, nossos olhos se voltem para Aquele que “não falha”, e possamos ser encorajados a contar com Sua fidelidade para a responsabilidade que nos pertence.
Deus ainda é “o Deus de todo encorajamento” (2 Co 1:3 – JND), e mesmo que as páginas que se seguem devam ser solenes e possam nos entristecer, esperamos que também possam encorajar o coração de cada leitor.
Introdução
Há muitos anos, quando você era jovem, eu, a caminho do trabalho, costumava passar por uma casa em ruínas. Estava vazia desde que eu a conheci e, com o passar dos anos, a visão tornou-se cada vez mais triste. Era uma casa grande, quadrada, de tijolos vermelhos, isolada no que antes tinha sido um belo terreno. Parecia aconchegante e confortável nos dias em que a conheci, embora estivesse vazia. Mas a imagem que me vem à mente, como a vi pela última vez, é muito diferente. A cerca estava derrubada, a varanda caída aos pedaços, as janelas desaparecidas, as portas e dependências quebradas – uma triste, triste ruína.
Mas a parte mais triste de tudo era o fato de que esta casa já havia sido a antiga propriedade da família de um rico, próspero e proeminente homem de negócios Cristão. Todos o conheciam como um homem Cristão; e agora este era o triste monumento ao mundo pelo qual ele era lembrado.
A família era uma ruína ainda mais triste do que a casa; muito triste para eu tentar contar a história.
Você pode imaginar que muitas vezes, ao passar por aquela casa, uma pergunta vinha à minha mente, se não aos meus lábios: “Como é que uma família, conhecida como família Cristã, pode chegar a isso?” E alguns de vocês, enquanto eu olhava apreensivo para os anos que viriam, pesariam profundamente em meu coração.
Voltei-me para a minha Bíblia, o querido Livro antigo que sempre dá conforto na tristeza, paz na ansiedade e instrução para a nossa ignorância. Encontrei naquele Livro uma vasta quantidade de ensinamentos sobre esse assunto indescritivelmente importante. Não estou sugerindo que sequer comecei a cavar fundo na mina de riqueza em nossas mãos, nem segui (como sinceramente gostaria de ter feito) os ensinamentos que encontrei lá. Esses ensinamentos são apresentados de várias maneiras – como um exemplo, como uma advertência, como um preceito.
Agora, meus queridos, vocês não são mais “os pequeninos” que eram: mas, em vez disso, vocês têm “pequeninos” para treinar para o seu Senhor e Mestre. Vocês permitirão que o avô desses “pequeninos” transmita a seus pais algo do que ele colheu enquanto meditava nas alegrias e tristezas dos pais que encontramos diante de nós nas Escrituras?
Como você sabe, ele não escreve por causa de qualquer sucesso eminente que teve em criar seus próprios filhos, mas ele deve implorar como Davi: “Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão n’Ele, apesar de que ainda não o faz brotar” (2 Sm 23:5). Mas, apesar de todo o seu fracasso, ele pode testemunhar a grande graça de Deus e Sua paciência infalível, mesmo nesta pesada responsabilidade.
Suponho que qualquer pai temente a Deus deve perceber profundamente quão solene é refletir sobre histórias de pessoas como Adão, cujo filho mais velho foi um homicida; Noé, alguns de cuja posteridade ainda está sob uma maldição; Abraão, cujo filho mais velho sempre foi, e ainda é, um inimigo implacável e uma fonte de tristeza e angústia para o povo de Deus; Moisés, cujo neto foi provavelmente um dos primeiros, senão o primeiro, sacerdote idólatra em Israel; Davi e suas tristezas familiares; e ao considerarmos a família de Josias é o suficiente para partir o coração de qualquer pai.
Assim, nosso coração clama por uma resposta à pergunta que surgirá: “Por que tais bons homens tiveram filhos tão perversos?” Não podemos deixar de perguntar em nosso coração, mesmo que nossos lábios se recusem a formular a pergunta; “Existe alguma maneira de ter certeza de que minha família não seguirá neste triste, triste caminho?”
Essas perguntas sempre estiveram no coração do escritor, e talvez você também tenha se preocupado com pensamentos semelhantes. Procurarei, portanto, pela graça e ajuda de Deus, apontar algumas das respostas que a Palavra de Deus parece dar a essas perguntas. E como essa pergunta novamente ecoa de volta para nós: “Por que tais honrados servos do Senhor têm filhos tão maus?”, a Palavra de Deus parece ecoar de volta outra pergunta (como tantas vezes acontece) em resposta à nossa: “Não haverá uma causa?”
Não há sempre uma causa para haver um filho perverso de um pai piedoso? As Escrituras parecem nos dizer que existe tal causa. Essas tristes histórias não são registradas na Bíblia para enfraquecer as mãos dos pais Cristãos hoje, mas sim como advertências para nos falar dos perigos à espreita em nossa própria vida familiar; e se dermos ouvidos a essas advertências, seremos eternamente gratos Àquele que as deu. Triste, realmente triste é a reclamação do Senhor em relação a alguns: “A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a Palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela” (Jr 6:10). E qual é o remédio se sentimos que tal é a nossa condição? Suponho que encontramos o remédio em Jeremias 4:4. “Circuncidai-vos para o SENHOR e tirai os prepúcios do vosso coração”. Suponho que a exortação para “circuncidar-nos para o Senhor” significa cortar essas “concupiscências da carne” que tão facilmente nos enredam. Como cuidamos de nossos filhos, embora não cuidemos de nós mesmos, ainda assim, por causa de nossos filhos, mesmo que não s
eja pelo motivo mais elevado – por amor do Senhor –, não ousemos continuar sem atender a esta exortação; não ousemos arriscar que nossos ouvidos se tornem pesados a ponto que essas advertências mais solenes não sejam ouvidas. Oh, meus filhos, permitam-me suplicar a vocês, a qualquer custo, que ouçam e prestem atenção a estas advertências da Palavra de nosso Pai Celestial: pois meu coração treme, se vocês não o fizerem, que venha o dia em que, com o coração quebrantado, vocês dariam tudo o que possuem para ter esta oportunidade mais uma vez, mas ela passou e não volta. Já vi a angústia de um pai com o coração partido olhando em agonia para um filho rebelde, sabendo muito bem que a causa era sua própria caminhada descuidada, talvez em um caminho trilhado anos antes. Mas “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7), é uma citação que é terrivelmente verdadeira para nós e nossos filhos.
Adão
Vamos primeiro olhar para a história de Adão. Bem, sabemos a causa da queda do primogênito de Adão. “Sereis como Deus” foi a promessa do tentador a Eva, e Eva e seu marido haviam caído. E qual foi a causa de sua queda? Desobediência. Desobediência à clara Palavra de Deus. Desobediência deliberada à clara Palavra de Deus que eles bem conheciam e entendiam completamente. E podemos ter certeza de que a desobediência a essa Palavra, mesmo que pareça facilitar nosso caminho aqui, trará tristeza, não apenas para nós mesmos, mas tristeza – e talvez ruína – para nossos filhos.
Talvez a DESOBEDIÊNCIA, a primeira causa da ruína trazida diante de nós, ainda ocupe o primeiro lugar como a causa mais geral do naufrágio dos lares Cristãos. Permita-me implorar a você, como você ama seu Mestre, como você ama seus filhos, que preste uma obediência plena, sincera, amorosa e instantânea à Palavra de Deus. É o nosso único caminho seguro aqui.
Mas qual foi a causa da desobediência de nossos primeiros pais? Suponho que a primeira causa foi a dúvida lançada pela serpente sobre essa Palavra: “É assim que Deus disse?” Que o próprio Senhor te guarde, nestes dias em que está na moda duvidar de Sua Palavra, que Ele te guarde com uma confiança tão inabalável nela, que nada possa jamais, nem mesmo de forma mínima, perturbar essa fé.
Quão firme fundamento, ó santos do Senhor, está posto para sua fé em Sua excelente Palavra!
Há certas coisas das quais devemos fugir. “Foge, também, dos desejos da mocidade” (2 Tm 2:22). “Fugi da idolatria” (1 Co 10:14). “Fugi da fornicação” (1 Co 6:18 – TB). “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas” (1 Tm 6:11). Mas, até onde eu sei, nunca nos dizem para fugir do diabo. Ao contrário, lemos: “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Eu acredito que nunca há uma dúvida lançada sobre a Palavra de Deus que não tenha o diabo como seu autor. Resisti-lhe, e ele fugirá de vós.
Mas, como vimos, houve uma isca especial oferecida a Eva para fazê-la desobedecer. “Sereis como Deus”. Ele oferece a Eva um lugar mais alto do que aquele que Deus havia dado a ela. Não vemos exatamente o mesmo esforço sendo feito pelos próprios pais em todos os lados? A maioria das pessoas não está procurando “subir na sociedade”? A maioria não está procurando obter um lugar mais alto no mundo, se não para si, pelo menos para seus filhos?
É triste dizer, mas os pais Cristãos não estão livres desse mesmo artifício do inimigo para derrubar a nós e nossa família. Em cada lado, nós o vemos. Nossos pais estavam contentes com uma casa de campo, nós devemos ter uma bela casa. Nossos pais se contentavam em viajar a pé, nós devemos ter um carro. Nossos pais se contentavam com tapetes de pano, devemos ter tapetes e carpetes bonitos e caros. Você me diz que os tempos mudaram. É verdade que eles têm mudado. “Havia gigantes na terra” nos dias de nossos pais, nas coisas de Deus; mas em nossos dias, há enfraquecidos.
É a mesma reclamação que Adão teve. Foi até caricaturado na imprensa diária: quem nunca viu ou ouviu falar em “acompanhar nossos vizinhos”? Isso nos divertia quando deveria ter nos alertado, pois também muitas vezes somos tentados a “acompanhar” nossos vizinhos e conhecidos. Não suportamos ser considerados diferentes; no entanto, Deus, em Sua misericórdia fez uma diferença, nós somos diferentes. Acredito que a falha em lembrar essa diferença, esse desejo por parte dos pais de Caim de estar em uma posição mais elevada do que aquela em que Deus os colocou, foi uma das causas da ruína de Caim e da morte de Abel.
O Novo Testamento nos dá um pouco mais de luz sobre este assunto: “Por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1 Jo 3:12). Ele tinha ciúmes de seu irmão e “quem pode resistir à inveja?” (Pv 27:4 – ARA). A inveja derrubou muitos santos de Deus. Seria bom que você pegasse sua Bíblia e uma boa concordância e visse exatamente o que o Senhor tem a dizer sobre a inveja; mas veja agora apenas uma passagem: “Porque, onde há inveja e espírito faccioso [de contenda – TB], aí há perturbação e toda obra perversa” (Tg 3:16). Sim, foi a inveja a raiz do homicídio cometido por Caim. É a inveja que nos faz buscar no mundo um lugar mais alto do que aquele que Deus nos deu. Então, meus queridos, prestem atenção para deixar de lado todas as invejas (1 Pe 2:1).
Enquanto Eva colhia aquele fruto proibido, quão pouco ela pensou no fruto indescritivelmente amargo que ela estava preparando para si mesma, fruto que iria tirar dois filhos dela de uma só vez. E quão leviana e descuidadamente podemos nos entregar a algum pecado reconhecido que pode trazer anos de tristeza e angústia para nós mesmos e nossos filhos. Então preste atenção!
Mas há outra indicação que nos foi dada de que nem tudo estava como deveria estar na casa de Adão. Concluímos de Gênesis 4:1 que foi Eva quem deu o nome a Caim. Isso pode estar de acordo com a prática moderna, mas tememos que seja totalmente contrário à ordem de Deus. Parece uma palha que diz para que lado o vento soprou na casa de Adão. Você se lembra que foi Eva quem liderou o caminho para a queda de Adão e, aparentemente, Eva continuou a liderar naquela primeira casa. Mas quando chegamos a Sete em Gênesis 5:3, descobrimos que as coisas mudaram. “E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e chamou o seu nome Sete”. Adão e Eva aprenderam a lição e encontramos Adão em seu correto lugar.
E qual era aquele lugar? Qual era o lugar correto para Eva naquela primeira “casa”? Suponho que, por um lado, 1 Pedro 3:4-6 responde a esta pergunta para nós, “o incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus e estavam sujeitas ao seu próprio marido, como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor” E, por outro lado, são as jovens, as jovens esposas e mães, vocês, queridas, a quem escrevo, que devem “governar a casa” (1 Tm 5:14). A palavra grega (oikodespoteō) é especialmente interessante. É o único lugar no Novo Testamento onde é usada, e traduzida literalmente, suponho, seria: “Seja a dona da casa” - é uma única palavra, um verbo. O substantivo correspondente (oikodespotēs) é usado doze vezes (todos nos três primeiros Evangelhos, e sempre falando do pai) e é traduzido como “mestre”, “pai de família”, etc. O pensamento no versículo em Timóteo foi parafraseado de uma forma bela assim: “Isto traz o pensamento da soberania de uma rainha, e que não põe de lado a soberania do rei que é o próprio senhor da casa” Antes, como rei e rainha, eles governam juntos no pequeno domínio que Deus confiou aos seus cuidados.
E talvez vejamos algo dessa unidade de mente e ação em conexão com o bebê Sete: pois em Gênesis 4:25, parece que foi Eva quem novamente assumiu a liderança em nomear a criança, enquanto no capítulo 5:3, encontramos as mesmas palavras usadas para Adão.
O Livro dos Provérbios exige mais do que uma mera referência passageira, mas essa encantadora harmonia de pai e mãe é bem ilustrada pelo fato de que, das quatorze vezes em que a mãe é mencionada, doze vezes o pai e a mãe estão juntos.
Aparentemente, esta amável unidade esteve ausente da família de Adão por muitos anos, e o contraste entre Gênesis 4:1 e 5:3 constitui uma séria lição para nós. Eva “guiou a casa” verdadeiramente, mas ela parece ter negligenciado a admoestação equilibrada de 1 Pedro 3. Mas é revigorante ver que a lição foi finalmente aprendida, e Sete, o fruto e a evidência dessa lição dificilmente aprendida, é o primeiro na longa linhagem da semente da mulher, que culminou naquela Semente Gloriosa, Que esmagou a cabeça da serpente.
Lameque
O próximo pai trazido diante de nós nas Escrituras é Lameque, “o sétimo depois de Adão”, mas o sétimo na linhagem de Caim, não na de Sete. Primeiro observe que Lameque é o primeiro mencionado na Bíblia com mais de uma esposa. Esse costume se originou com um filho de Caim, não um filho de Sete.
Você já ouviu homens dizerem sobre certos pais: “Eles podem estar orgulhosos de sua família”. Lameque, Ada e Zilá, (suas duas esposas), eram exatamente esse tipo de pais. Os meninos aparentemente foram criados para serem homens úteis e trabalhadores, e sua irmã Naamá, (Agradável), completa um quadro muito encantador de um lar terrenal. Os dois filhos de Ada, Jabal e Jubal, foram, respectivamente, o pai dos que habitam em tendas e têm gado; e os que tocam a harpa e o órgão; enquanto Tubalcaim, (que significa “derramamento de Caim”, em memória de seu famoso ancestral), foi o pai da indústria metalúrgica, um grande e glorioso comércio que está se tornando cada vez mais importante a cada dia que vivemos. Sim, enquanto Lameque observava o notável sucesso na vida de cada um de seus quatro filhos, ele pode muito bem ter sido (do ponto de vista do mundo) um homem orgulhoso e feliz.
Mas as aparências enganam e, como seu ancestral, cujo nome ele procurava perpetuar em um de seus filhos, Lameque cometeu um pecado que parece tê-lo perseguido; e o pecado tira a alegria de qualquer vida. Como Caim, Lameque era um homicida, e o medo da vingança evidentemente pesava sobre ele e minava a paz e a alegria que poderiam ter sido suas.
E a família dele? E quanto aos primeiros pioneiros na agricultura, na música e no comércio de metais? Eles há muito já saíram de c
ena: “Sim, mas para onde, para onde vão?” Treinados para a Terra, bem-sucedidos na Terra, não há nenhuma sugestão de que eles tenham deixado o caminho largo que já levou à destruição tantos caminhando nele, com Caim, seu ancestral honrado, liderando o caminho.
Milhares de pais Cristãos deram a seus filhos um bom começo no caminho largo, quando pretendiam apenas dar-lhes um bom começo na vida. Quanto melhor para os seus querido pequenos serem desconhecidos e despercebidos nesta vida, com seus nomes escritos no céu, do que tê-los brilhando nas tábuas mais brilhantes deste mundo, sem Cristo!
Enoque
É um gozo passar do “sétimo depois de Adão” na linhagem de Caim para o “sétimo depois de Adão” na linhagem de Sete (Judas 14). A propósito, você já parou para pensar por que o Espírito Santo, em um livro tão breve quanto Judas, deveria Se dar ao trabalho de apontar para nós o número de gerações de Adão a Enoque? A história de Enoque deve trazer conforto a qualquer pai Cristão hoje. Lemos: “E viveu Enoque sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Metusalém, trezentos anos e gerou filhos e filhas” (Gn 5:21-22).
Observe que não há registro de que Enoque andou com Deus por sessenta e cinco anos antes que o bebê Metusalém entrasse em cena. Aparentemente, foi aquela criancinha que levou Enoque a andar com Deus.
Você deve ter notado como a maioria dos jovens Cristãos são egoístas, não importa se são casados ou solteiros. O “eu”, o “eu” bom ou o “eu” mau, geralmente ocupa um lugar importante em seus pensamentos. “O que eu gostaria?” “Eu não quero fazer isso!” Quantas vezes ouvimos tais expressões! Quantas vezes nós mesmos as usamos! Mas quando as crianças começam a chegar, começamos um novo curso de aulas. O bebê está inquieto e não dorme. A mãe teve o filho o dia todo e agora é a vez do pai. Muitas horas caminhei pela casa com um de vocês em meus braços, quando de bom grado estaria dormindo em minha cama quente e aconchega
nte. Felizes os pais que podem andar com Deus, como eles andam pela casa com um bebê chorando e inquieto. Eles encontrarão aquelas temidas vigílias noturnas transformadas em comunhões celestiais, com seu melhor e mais querido Amigo. A casa silenciosa, quando todos estão dormindo, será exatamente o lugar onde seu Senhor e você podem caminhar juntos sem serem perturbados.
E quando o bebê, (como cada um de vocês fez por sua vez), desce à beira daquele rio frio e escuro, e aquela pequena vida, que se tornou mais preciosa para você do que a sua própria, parece prestes a se esvair, você aprende uma das lições mais profundas que esta vida pode ensinar; a dizer com toda a sinceridade: “Seja feita a Tua vontade!”
Mas um livro pode ser escrito sobre as lições que aprendemos com nossos querido pequenos, com aquelas mãozinhas delicadas, cujo toque passa a significar tanto para nosso coração, ou aquelas vontades teimosas que se colocam em desafio contra nossa autoridade.
Não podemos falar mais dessas lições, apenas um pai as conhece e as entende, e suponho que apenas um pai pode entender verdadeiramente a história de Enoque. Parece ter sido escrita especialmente para nós, pais, e que cada um de nós descubra, como Enoque descobriu, que nossos queridos pequenos nos levam, ou nos impulsionam a andar com Deus, e nesta maravilhosa companhia possamos encontrar força e conforto para o nosso caminho como pais.
Aquele bebezinho, que parece ter sido o meio de fazer seu pai andar com Deus, deve ter observado aquele pai amado dia após dia em sua caminhada. Ele deve tê-lo ouvido proferir aquelas solenes profecias de julgamento vindouro, registradas para nós milhares de anos depois por Judas; e seu próprio nome Metusalém significa: “Quando ele morrer, isso acontecerá”. Tudo isso deve ter dado a ele esperanças e ambições muito diferentes das de seus primos, os filhos de Lameque.
“O que há em um nome?” tornou-se um provérb
io em nossos dias; mas quanta significância estava envolvida no nome do filho de Enoque, para aqueles que tinham olhos para ver e ouvidos para ouvir. Por trezentos anos ele observou a caminhada consistente de seu pai, até que “não se viu mais, porquanto Deus para Si o tomou”; “o tomou” sem ver a morte, como aprendemos em Hebreus 11. Mas Metusalém viveu aqui abaixo, e ele sabia que, enquanto ele vivesse, o juízo não cairia. Seu próprio filho Lameque nasceu e viveu 777 anos (muito diferente do homem do último livro da Bíblia, cujo número é 666) e morreu, mas Metusalém, seu pai, viveu por mais cinco anos. Ele observou seu neto Noé (que significa “Conforto”) durante 600 anos de vida, ouviu o solene anúncio do juízo e viu a arca sendo preparada para salvar a vida de toda a família de seu neto, antes que finalmente ele, o homem mais velho que já viveu, saiu desta cena e preparou o caminho para o juízo que viria. Os 969 anos da vida de Metusalém são uma voz poderosa que clama àqueles que têm ouvidos para ouvir, falando-nos da paciência e longanimidade de Deus; esse juízo é Sua obra estranha, mas proclamando com igual clareza e precisão a certeza do julgamento vindouro.
Compare por um momento o lar desses dois patriarcas, cada um sétimo depois de Adão; um respirou o ar da Terra, o outro a atmosfera do céu. Um era culpado de haver causado morte, o outro nunca provou a morte.
Nós, pais, podemos muito bem desejar uma vida como a de Enoque como um exemplo a ser dado a nossos filhos. Não pode haver nada que os separe mais poderosamente deste mundo que jaz sob sua destruição iminente do que uma vida como esta.
Embora minha pena tenha ido muito além do que pretendia dizer sobre Enoque, gostaria de incluir as seguintes linhas que ligam esses Patriarcas, Enoque, Metusalém e Noé.
Enoque até Noé
O mundo agitado seguia em seu caminho,
Determinado a plantar e construir, comprar e vender:
E nem sabia, nem se importava que todos os dias
O próprio Senhor viesse de Sua Mora
da celestial
Para caminhar com o homem.
E assim, o curso do tempo rapidamente passava.
Até que logo trezentos anos se completaram,
Enquanto Enoque, profeta do Senhor, anunciava
Que o Senhor viria com milhares de Seus santos,
Viria para julgar.
Ai, o mundo agitado continuava em seu caminho,
Sem pensar, nem se importar com o clamor solene de Deus.
Então, estranhamente, um dia Enoque não foi encontrado,
Pois Deus o havia levado para morar nas alturas,
Para morar com Ele.
Mas o filho de Enoque ainda espalhava a mensagem séria:
"Quando eu morrer, o julgamento certamente virá" (1)
E Noé construiu uma arca para salvar as almas dos seus:
Ele, também, enquanto construía, pregava o chamado solene:
O Juiz está próximo.
O mundo seguia sem pensar em Deus.
Não tinha tempo para ouvir o que Ele poderia dizer.
Eles só souberam, quando veio o dilúvio,
E os levou a todos, sim, todos foram levados:
O Juiz havia chegado.
E ainda o mundo agitado segue seu próprio caminho,
Determinado a plantar e construir, comprar e vender:
E não presta atenção, assim como na época de Noé,
Que Deus ainda envia aquele clamor solene:
O Juiz está próximo.
Antes que caia rapidamente aquele julgamento terrível,
Assim como Enoque uma vez, nosso Deus reivindicará os Seus.
O mundo, e todas as suas obras, serão consumidos pelo fogo;
Mas os Seus caminharão com Ele em branco, em Casa:
Em Casa, com Ele
(1) N. do A.: Metusalém significa “Quando ele morrer, isso acontecerá”
Noé
Poucos foram tão grandemente honrados como Noé. Como seu bisavô, está registrado que ele andou com Deus. Ele, pela fé, sendo avisado por Deus das coisas ainda não vistas, movido por temor, preparou uma arca para a salvação de sua casa. O nome e a presença de seu avô devem ter sido uma lemb
rança diária do julgamento que diariamente se aproximava . Podemos muito bem acreditar que aqueles últimos cinco anos entre a morte de seu pai e a de seu avô, quando a arca estava quase terminada, também devem ter sido anos de testemunho muito enérgico, por aquele antigo “pregoeiro da justiça”. E então veio aquela morte que abriu caminho para o dilúvio. E então o dilúvio em si, com a destruição total de amigos, conhecidos e de todo o mundo que eles conheciam. Os três filhos de Noé e suas esposas passaram por esses anos solenes e terríveis. Aqueles anos deveriam ter deixado uma marca solene em toda aquela pequena família. Mas qual é o primeiro espetáculo que contemplamos após a libertação do longo confinamento da arca? Vemos Noé bêbado em sua tenda, descoberto, e seu filho Cam zombando dele. E um desses três filhos favorecidos, libertado pelas águas do dilúvio, agora cai sob uma maldição que dura até os dias atuais.
Quem foi o culpado? Por que o filho de um servo de Deus tão honrado como Noé caiu sob uma condenação tão terrível? O que ele tinha visto e ouvido desde a infância na casa de seu pai e especialmente nos últimos anos deveria tê-lo impedido de seguir um caminho tão perverso. Mas, verdadeiramente, quem era o culpado? Quantas vezes deve ter pesado na consciência de Noé: “Se eu não tivesse sido culpado daquela indulgência própria que me deixou bêbado, então eu não teria me comportado daquela maneira vergonhosa que sujeitou meu filho à tentação que causou sua ruína”. Arrependimentos muito amargos devem ter enchido o coração de Noé, mas eram arrependimentos vãos, e o fruto amargo da indulgência própria daquele dia dura até o momento presente. E o segundo filho de Cam, Mizraim, evidentemente foi mais longe do que seu pai nos caminhos da maldade, pois um antigo escritor diz dele: “Mizraim foi o inventor dessas artes perversas chamadas astrologia e magia, e era a mesma pessoa a quem os gregos chamavam de Zoroastro.”
Oh, meus queridos, prestem atenção à indulgência própria! É tão fácil cair nela, e a achamos muito mais agradável do que suportar firmemente como bons soldados de Jesus Cristo; soldados a serviço, não de folga. Ouviremos mais sobre os frutos amargos da indulgência própria à medida que continuarmos a meditar sobre os pais da Escritura: mas, enquanto isso, lembremo-nos de que “domínio próprio em todas as coisas” (1 Co 9:25 – AIBB), não importa se chocolates, um livro ou um hobby – como também naquilo em que Noé falhou – é um bom lema para cada um de nós, pais.
Abraão
Vejamos a seguir Abraão. Qual foi a causa da dor de Abraão com Ismael? Infelizmente, Abraão, o pai dos fiéis, falhou na fé. Como tantas vezes em nossos fracassos, havia uma longa história ligada a isso. O Senhor havia ordenado a Abrão que fosse para a terra de Canaã, e sabemos que ele veio e habitou ali com sua tenda e seu altar. Mas veio a fome, como tantas vezes é permitido àqueles que trilham o caminho da fé, e Abraão desceu ao Egito (Gn 12:10) em vez de confiar no Senhor na terra para a qual Ele o trouxera.
Foi na terra do Egito que ele foi bem tratado por causa de Sara, sua esposa (um acontecimento vergonhoso), e por causa dela “ele teve ovelhas, e vacas, e jumentos, e servos, e servas, e jumentas, e camelos” (Gn 12:16). Será que Agar, a egípcia (Gn 16:3), que depois causou tanta tristeza e confusão na casa de Abraão e se tornou a mãe de Ismael, teria sido uma daquelas “servas” dadas a Abraão por causa de Sara no Egito? Parece muito provável que foi essa a razão.
Mas aconteceu outro passo no mesmo caminho, de falta de fé antes de Agar se tornar a mãe de Ismael, que é o ancestral dos árabes que têm sido um flagelo para o povo de Deus desde aquele dia até hoje. E, lembre-se, foi Sara, não Abraão, quem assumiu a liderança em todo o triste caso de Agar, não apenas ao entregá-la a seu próprio marido, mas ao tratá-la com severidade, de modo que ela fugiu e, finalmente, foi Sara quem fez a irada exigência de expulsar a escrava e seu filho, uma exigência aprovada por Deus. Mas durante todo esse assunto, Sara parece ter estado fora de seu lugar, e isso parece fazer a graça de Deus brilhar ainda mais intensamente ao dar a Sara o elogio especial, já mencionado, em 1 Pedro 3:5-6.
Mas quem sou eu para apontar o fracasso de um homem e uma mulher como Abraão e Sara? No entanto, essas coisas foram escritas para nossa advertência; que o Senhor nos ajude a ser admoestados por elas.
Ló
Passamos a Ló, uma história triste, mas muito instrutiva. Quando os servos de Abraão e Ló brigaram, Abraão sugere que eles se separem, em vez de permitir que o amorreu que estava na terra presenciasse a triste visão de conservos do Deus verdadeiro brigando entre si. Num amável espírito de mansidão, Abraão, o ancião, convida seu sobrinho Ló a escolher para onde iria. Foi uma triste exibição de egoísmo que permitiu a Ló aceitar tal convite; mas assim foi, e ele escolheu as campinas bem irrigadas de Sodoma para seu novo lar. Oh, quantas vezes temos levado nossa família a um contato desnecessário com a corrupção, na esperança de trazer maior lucro para eles ou para nós.
Quão infinitamente melhor para Ló ter permanecido pobre, do que enriquecer com a grama verde de Sodoma. Conhecemos a triste história de primeiro olhar para as campinas de Sodoma, “todas bem regadas”, depois armar sua tenda em direção a Sodoma, depois habitar na própria cidade e, finalmente, ter um lugar “na porta”.
Sabemos também que Ló afligia sua alma justa dia após dia enquanto habitava neste lugar imundo. Talvez tenha sido a esposa e a família que o persuadiram a se mudar para Sodoma e depois ficar lá, apesar das questões que diariamente surgiam e o afligiam. Talvez fosse a vantagem que as crianças provavelmente obteriam em um local tão privilegiado. Seja como for, aparentemente suas filhas se casaram com homens de Sodoma e estabeleceram lá seu lar. E tenhamos sempre em mente que tudo isso surgiu da escolha indelicada e egoísta que o próprio Ló havia feito, em vez de esperar que seu tio escolhesse, como a cortesia exigia que ele devesse fazer.
Mas, para mim, a parte mais triste de toda essa história infeliz está em Gênesis 19:14: “Então, saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos; saí deste lugar, porque o SENHOR há de destruir a cidade” Mas ele parecia alguém que zombava ou brincava, conforme a tradução de J. N. Darby. “Acharam, porém, que ele gracejava com eles” (ARA).
Ele parecia alguém que brincava. Isso fala muito, muito para mim. Como você sabe, este mesmo pecado vem como uma tentação peculiar para mim, e então eu posso entender, talvez melhor do que você, pela amargura da experiência pessoal, que mesmo com uma alma afligida, Ló tinha o hábito de brincar. Ele pode ter sido um homem muito espirituoso, sempre pronto para uma piada. Seja assim ou não, tenho certeza de que não foi a primeira vez que Ló brincou com seus genros, ou eles nunca poderiam ter confundido a seriedade desesperada de L
ó naquela noite terrível, com uma piada.
Pensem nisso, meus queridos, as brincadeiras de Ló lhe custaram a vida de suas filhas e suas famílias. Todos eles pereceram na destruição da cidade – morreram devido ao que se acreditava ser “uma brincadeira inocente”. Bem, podemos entender a palavra em Eclesiastes 10:1: “As moscas mortas fazem que o unguento do perfumista emita mau cheiro, assim um pouco de estultícia pesa mais do que a sabedoria e a honra”. Quão diferente do sabor de Seus bons unguentos em Cantares 1:3; ou à deliciosa fragrância do unguento que enchia toda a casa onde o Senhor e Seus discípulos estavam assentados. Quão lamentavelmente triste se tudo isso tivesse sido arruinado por algumas “moscas mortas”.
Não é de admirar que o Novo Testamento exorte tão sinceramente aqueles em posição de autoridade na assembleia a serem sóbrios e sérios (1 Tm 3:2, 8, 11; Tt 1:8; 2:2), e nos adverte contra conversas tolas e piadas, pois não são convenientes (ou “apropriadas”) (Ef 5:4). Oh, que agonia de remorso, se houver aqueles a quem amamos que passarão a eternidade no lago de fogo por causa de nossas zombarias!
Gostaria que este fosse o fim da triste, triste história da família de Ló, mas não é. O olhar para trás da esposa disse onde seu coração estava habitando, e ela se tornou uma estátua de sal: aviso solene para todos nós. Suas próprias filhas, libertas de Sodoma, embebedaram Ló em duas noites sucessivas (aparentemente não uma ocorrência muito incomum com ele), e então, para vergonha eterna dele e delas, elas se tornaram as mães dos moabitas e dos amonitas: dois dos mais amargos inimigos dos filhos de Israel.
Tal é o fruto final do percurso de um “homem justo”, iniciado com um olhar cobiçoso para as campinas bem regadas deste mundo.
Oh, nosso Deus, guarda-nos, nós Te pedimos!
Isaque
Passamos para Isaque. Por que sua velhice foi arruinada pelo que prometia ser uma briga fatal entre seus dois filhos? Qual foi a causa? Acho que essas palavras “um guisado saboroso, como eu gosto” nos dão uma pista para as respostas a essas perguntas.
Isaque era um homem muito rico. Ele nunca havia “suportado dificuldades” como seu pai havia feito. Ele era o que chamamos de homem “sossegado”. Ele havia caído no hábito do luxo e da indulgência própria. “Um guisado saboroso, como eu gosto” são palavras totalmente indignas do santo de Deus. Como Noé, a queda de seu filho deveu-se em grande parte à sua indulgência própria.
Mas esse não era todo o problema na casa de Isaque. Quão indescritivelmente triste é ver Rebeca planejando deliberadamente enganar seu marido. Quando nos lembramos da história de Rebeca em Gênesis 24, como ela deixou sua casa e parentes e tudo o que tinha, para cruzar as areias do deserto para se tornar a noiva do amado filho unigênito, que era herdeiro de todas as coisas: então nosso coração emocionado por alguém que amava, com o objeto desse amor ainda invisível (mas não desconhecido), e assim ela se tornou a imagem requintada de Cristo e Sua Igreja. Mas agora seu amor esfriou. Ela e Isaque têm cada um o seu filho favorito, e a esposa deliberadamente se aproveita da cegueira do marido para enganá-lo. Quão longe tudo isso é da casa de um homem de Deus, como ela deveria ser. Tampouco podemos esperar a bênção de Deus em nosso lar, se marido e mulher não forem um. E os filhos são dados para unir o lar, para cimentar os laços divinos que tornam marido e mulher um. Essas crianças não devem se tornar favoritas e, assim, dividir o lar, trazendo tristeza e vergonha para todos.
G. C. Willis
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