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Andando Dignamente (Março de 2018)



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Revista mensal publicada originalmente em março/2018 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Tema da edição

The Remembrancer (1893)

J. N. Darby (adaptado)

T. B. Baines (adaptado)

Christian Truth (adaptado)

G. V. Wigram (adaptado)

J. N. Darby

W. J. Prost

T. Holliday

 

Andando Dignamente


O que é digno? Do que ele é digno? Do que você é digno? Muitas vezes, o valor ou a dignidade são medidos pela comparação com os outros e seus valores. João Batista comparou seu valor ao do Senhor Jesus e declarou: “não sou digno de desatar-Lhe as correias das sandálias”. O centurião disse: “Senhor, não Te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado”. O valor de alguém ou de algo pode mudar. Ao voltar para casa, o filho pródigo lamentou a seu pai: “Já não sou digno de ser chamado teu filho”. Os vasos para o reino dos céus devem ser reunidos e avaliados. De alguns, será dito: “Lançai, pois, o servo inútil [indigno – KJV]. Se olharmos para nós mesmos em comparação com Deus ou Seu Filho, devemos dizer de nós mesmos: Eu “não sou digno”. Mas Deus não nos deixou em nosso estado sem valor, pois fomos redimidos a Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Agora devemos viver de uma maneira que seja adequada, não ao valor próprio, mas ao valor das pessoas e do lugar para o qual fomos levados. Devemos andar dignos de Deus. Devemos andar dignos do Senhor. Devemos andar dignos do lugar celestial e da herança em que fomos chamados a compartilhar. Devemos andar dignos do valor da grande mensagem – O Evangelho – que nos chamou e agora está fluindo para outros por meio de nossa vida. Como avaliar o nosso desempenho? Vamos ler e considerar.


Tema da edição

 

Andar Digno da Vocação, do Senhor, de Deus e do Evangelho


Em Efésios, vemos a expressão “andar digno” em conexão com o caráter da epístola. Ela trata do Cristão e depois dos privilégios da Igreja, e então o santo é exortado que enquanto estiver na Terra deve andar “como é digno da vocação”.


Em Colossenses, onde a glória da Pessoa de Cristo é enfatizada, eles devem “andar dignamente diante do Senhor”.


Em Tessalonicenses, eles, que uma vez viveram sob o poder de demônios e foram levados a conhecer o único Deus verdadeiro, são exortados para que se “conduzísseis dignamente para com Deus”. A respeito deles que nos é dito: “como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro”.


Em Filipenses, onde o Evangelho é apresentado como estando em conflito no mundo, eles deveriam andar dignos do Evangelho (Fp 1:27). Então Paulo foi “posto para defesa do Evangelho”. Timóteo havia “servido com ele no Evangelho”. As mulheres haviam “contendido com ele no Evangelho”. Então Paulo foi “posto para defesa do Evangelho” e foi preso por causa disso. Era necessário um andar correto, mas eles não deveriam ficar aterrorizados por seus adversários. O verdadeiro Evangelho estava, como uma causa, em conflito no mundo. A mensagem era de dignidade infinita e deveriam andar de maneira digna dela. Eles estavam “trabalhando juntos no mesmo conflito com a fé do Evangelho” (JND) no mundo – não “pela” fé, mas “com” a fé, como estando associados a ela e seus conflitos.


Os Tessalonicenses deveriam “andar dignos de Deus”, como filhos queridos, “que vos chama para o Seu reino e glória”. A manifestação divina da dignidade de Deus é vista no homem Cristo Jesus, o Senhor. Ele está agora no céu. Na Terra, aqueles que O chamam de “Senhor” devem andar dignos d’Ele. Eles foram chamados para terem parte em um lugar com Ele, no céu, e compartilhar de Sua herança. Agora eles devem viver na Terra de uma maneira que manifeste a dignidade de seu chamado.


The Remembrancer (1893)

 

Reconciliação


Somos libertos do poder das trevas e passamos para o lugar onde Cristo está – de onde Ele é mencionado apenas como estando naquele lugar. Não apenas somos transportados das trevas para a luz, mas somos associados, no reino, com o único objeto gerado por Seu especial amor – o reino do amado Filho de Deus. Nós temos este lugar no qual a graça nos trouxe. Ele nos “fez idôneos para participar da herança dos santos na luz” (Cl 1:12).


Mas então temos tudo isso nestes pobres vasos de barro, embora “ressuscitados juntamente com Cristo” e, portanto, devemos buscar “as coisas que são de cima”. É-nos dito: “Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos” (Cl 3:2-3) – mortos para a lei, mortos para o pecado, vivificados juntamente com Cristo. “Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então, também vós vos manifestareis com Ele em glória” (Cl 3:4). O Cristo ressuscitado que está à destra de Deus é a nossa vida, e ainda assim não somos tirados deste mundo.


Três dignidades

Também nos é dito que devemos andar “de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado” (Cl 1:10 – ARA). Eu encontro três “dignos” nas epístolas: esse acima citado; “para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória” (1 Ts 2:12 – AIBB) e “que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4:1). Meu caminho por este mundo deve ser digno d’Ele. Minha vida deveria ser a expressão de Cristo; minha vida, caminhos, tudo deve ser a expressão de tudo que Cristo expressou.


“frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1:10). Aqui eu tenho crescimento. Eu não tenho crescimento na reconciliação, não há crescimento no valor do sangue de Cristo, mas no momento em que eu chego aqui, há crescimento. Eu conheço a Deus e digo: “Isso não serve para Deus”. Eu me purifico. Ele não diz que eu sou tão puro quanto Cristo, mas que eu devo me purificar “como também Ele é puro” (1 Jo 3:3). À medida que purifico meu olhar, vejo melhor e tenho meus “sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”, e quanto mais avanço, mais eu vejo aonde estou chegando.


Perfeição

Aqui eu quero dizer algo, pois eu encontro frequentemente em certos círculos o ensino de que a perfeição pode ser alcançada aqui. Porém, não há perfeição para o Cristão exceto Cristo em glória. Se sou um homem ressuscitado, tomo-O na Terra como um padrão para os meus passos, mas não para o que devo alcançar. Cristo aqui embaixo é inatingível, porque Cristo não teve pecado e eu tenho. Não há perfeição aqui embaixo, você nunca encontra alguém que sustente que exista, e que não reduza a perfeição à condição de Adão. Eu procuro andar como Cristo andou, não segundo a carne, mas o ponto que estou mirando e olhando é o próprio Cristo em glória. “Quando Ele Se manifestar” eu serei como Ele, e até então eu procuro ser como Ele aqui, como sempre é possível ser. “Mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação [ou, chamado do alto] de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13-14). Eu não tenho chamado aqui, pois o “chamado do alto” é tudo que Deus colocou diante de nós.


As pessoas dizem que Deus não pode te dar uma regra que você não possa alcançar. Mas eu digo: Deus nunca lhe dá uma regra à qual você possa alcançar – nunca! Primeiro houve a Lei. Poderia o homem atingir aquele padrão estando na carne? Ela não estava sujeita à lei de Deus, nem pode estar. E agora temos Cristo em glória. Posso alcançar isso? Nunca aqui! Mas eu prossigo para isso, pois está diante de mim e eu nunca a alcançarei até chegar a Ele. Este objetivo que tenho em vista me governa onde estou, e então “Vivo por fé no Filho de Deus” (JND), e se você não está vivendo por Ele, glorificado, você não O tem de forma alguma. Se você procura a perfeição aqui embaixo, você perdeu seu Objeto; é um completo erro na natureza do assunto. Cristo em glória é o Objeto para o qual nossa mente deve estar sempre olhando. Nós somos predestinados para sermos “conformes à imagem de Seu Filho”, e se você está olhando para qualquer outra coisa, você não está olhando para Ele.


Paciência e longanimidade

E agora, no que diz respeito ao caminho até aqui, somos fortalecidos “em toda a fortaleza, segundo a força da Sua glória” (Cl 1:11). E qual é o fruto disso? Parece uma coisa simples demais – “paciência”! Mas há uma operação da nossa vontade própria que não gosta de ser frustrada, e isto não é paciência! “Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma” (Tg 1:4). Precisamos de poder divino para termos paciência, esta é a primeira coisa. O que vem depois? “Longanimidade”. Quando chegamos em Efésios, lemos: “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade” (Ef 4:1-2). E então eu tenho “gozo”. No momento em que eu tenho a minha vontade quebrantada – minha vontade se curvando à vontade de Deus e suportando com paciência tudo o que surgir em meu caminho – então o gozo é desimpedido.


Assim, temos ao lugar em que fomos estabelecidos e, depois, o comportamento com o qual devemos andar. O que o apóstolo procura é que “sejais cheios do conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (Cl 1:9). Mas muitas vezes somos ignorantes quanto a Sua vontade, não é verdade? Quando somos ignorantes, sempre há nossa própria vontade trabalhando. Ele procura uma conformidade espiritual com a mente de Cristo, de modo a marcar nossa mente, caminhada e maneiras de tal forma que nossa vida deveria vestir-se da expressão da vida de Cristo. Não é apenas evitar cometer pecados, é muito mais do que isso. A pergunta é: O que vai agradar a Cristo? A questão realmente é: Será que Cristo está em nosso coração o suficiente para nos fazer buscar apenas uma coisa nesta Terra até chegarmos a Ele onde Ele está? Se nosso coração está posto em Cristo, nosso único desejo será “andar de modo digno do Senhor”, e então o mundo não nos conhecerá.


Assim, vemos que não apenas nossos pecados se foram, mas somos trazidos a este novo lugar em Cristo: libertos “da potestade das trevas” e transportados “para o Reino do Filho do Seu amor”, e que, sendo assim trazidos, nós devemos agora andar nele como alguém “digno do Senhor”.


Ele quer que sejamos “santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis”. É isso que Ele quer que tenhamos – o que é agradável a Si mesmo. Somos perdoados, justificados, reconciliados a Deus, aptos para a herança dos santos na luz, aptos para o reino do querido Filho de Deus, e enviados agora para andarmos aqui na consciência do nosso lugar lá em cima.


Que o Senhor apenas dê aos Seus santos uma percepção mais profunda e verdadeira do lugar para onde Ele os trouxe no Senhor Jesus Cristo, para que possam saber o que é ser trazido a Deus de acordo com a aceitação que está em Cristo Jesus.


J. N. Darby (adaptado)

 

O Chamado Celestial - O que Significa Ser Digno Disso?


A Epístola aos Efésios, depois revelar o mistério da Igreja de uma forma bendita, continua: “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4:1). A lei fazia a posição depender da caminhada. Graça faz a caminhada depender da posição. Ela nos coloca nos lugares celestiais em Cristo e, em seguida, pede um andar digno da posição. Esta é a presente maneira de Deus agir e é tão distante do legalismo, por um lado, quanto do antinomianismo (uma doutrina errada, ensinando que os Cristãos são libertos da obediência a qualquer lei moral, tendo sido supostamente libertados pela graça, como apresentado no Evangelho) do outro. A caminhada do Cristão individual deve ser adequada ao seu chamado em Cristo. Como membro do Seu corpo ele deve se comportar de maneira consistente. Se o corpo não é do mundo, o membro não é do mundo, e se o corpo é celestial, o membro é celestial. Como todo o corpo deve manifestar seu verdadeiro caráter, assim deve cada membro. Ora a Igreja está separada do mundo, unida a Cristo no céu e habitada pelo Espírito. Se então o crente deve andar de maneira digna de sua vocação, tal é o caráter que ele deve manifestar no mundo.


Separado do mundo

Olhando para o assunto deste ponto de vista, qual é o andar que seria adequado para um Cristão? Tendo um chamado celestial, como ele poderia se misturar com os prazeres, a política, as vaidades e as ambições do mundo? Os prazeres mundanos seriam evitados, não porque a consciência natural os condenasse, mas como inconsistente com a vocação do crente. São tais cenários, ele perguntaria, adequados para alguém que está associado a Cristo na morte e ressurreição, que pertence ao céu, e está aguardando o retorno do Salvador para levá-lo até lá? Como posso desfrutar dos prazeres e frivolidades de um mundo do qual sou separado por meu chamado celestial – um mundo que odeia a minha Cabeça celestial e despreza minha esperança celestial, e que está correndo em direção aos terríveis juízos que precedem o dia do Senhor? Será que as honras, os aplausos ou os altos lugares de um mundo tão condenado atrairiam seu coração? Ele não diria como Daniel ao ver o julgamento de Babilônia traçado pelo dedo de Deus na parede: “As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia, lerei ao rei a Escritura e lhe farei saber a interpretação”? (Dn 5:17).


O que pensaria Belsazar e seus grandes da interpretação a respeito de Daniel se o tivessem visto agarrado ao poder e a um lugar na cidade cuja queda ele havia predito? E o que o mundo pode pensar ao ver os crentes se agarrando aos status vazios de um cenário na qual a sombra do julgamento que se aproxima já repousa? Certamente é para aqueles que podem ler o que foi escrito à mão estar solenemente avisando ao mundo em vez de perseguir suas honras fugazes ou procurar por seus inúteis aplausos.


T. B. Baines (adaptado)

 

Digno do Senhor


Há muitos que confessam o nome de Jesus, o Salvador, e pregam o perdão dos pecados por meio daquele bendito Nome. Alguns desses também falam em se reunir em nome de Jesus. Agora, o nome de Jesus é inexprimivelmente precioso e “Bem-aventurados aqueles cujas maldades [iniquidades – ARA] são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado” (Rm 4:7-8). Mas para aqueles que ouviram e creram na graça de Deus, Paulo orou assim: “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para que possais andar dignamente diante do Senhor [ou como dignos do Senhor], agradando-Lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1:9-10).


O Senhorio de Jesus

O senhorio de Jesus não é apenas igualmente deixado de lado pelas duas grandes correntes da impiedade humana – infidelidade e superstição – mas o que é ainda mais angustiante é que muitos que pregam o perdão dos pecados em nome de Jesus e que confessam a esse nome tão precioso, muitas vezes deixam de lado a autoridade d’Ele como Senhor.


Podemos falar d’Ele como Senhor do Céu e da Terra, mas nós realmente O reconhecemos como nosso Senhor em todos os detalhes da vida diária? Pecadores após receberem a salvação são frequentemente deixados para que encontrem seu próprio caminho na atual confusão da profissão Cristã, nunca perguntando ou refletindo sobre o que é adequado ao Senhor, ou se isto é um andar digno do Senhor. Quando Jesus, o Salvador, não é conhecido como Jesus, o Senhor, a pessoa será encontrada fazendo o que parece certo aos seus próprios olhos.


“Faze-me saber os Teus caminhos”

Nas multidões que caminham pelo caminho largo da profissão, há, sem dúvida, homens eruditos e prevenidos, mas o caminho de seguir ao Senhor é um caminho estreito, e “não o viram os olhos do falcão” (Jó 28:7 - AIBB). Só pode ser discernido pelo Espírito e em completa submissão às reivindicações d’Aquele que é o Senhor. Considere a fervorosa oração de Paulo: “Senhor, que queres que faça?” Ou mesmo as palavras de Moisés em outro dia, que pôde dizer: “Agora, pois, se tenho achado graça aos Teus olhos, rogo-Te que agora me faças saber o Teu caminho” (Êx 33:13).


Vamos ler mais algumas palavras de Moisés: “E conhecer-Te-ei, para que ache graça aos Teus olhos; e atenta que esta nação é o Teu povo” (Êx 33:13). Será este o desejo de nosso coração, tendo encontrado graça aos Seus olhos, para que também O conheçamos, nos familiarizemos cada vez mais com Ele mesmo e, assim, encontremos sempre Seu pleno e gratuito favor? Será que O conhecemos, e assim falamos com Ele, todos os que pertencem a Sua Igreja redimida? Qual foi a resposta do Senhor? “Disse, pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar” (Êx 33:14). Será isto suficiente?


“Minha presença”

Sim, é suficiente. “Então, disse-lhe: Se a Tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui. Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos Teus olhos, eu e o Teu povo? Acaso, não é por andares Tu conosco?” Isso não deveria nos separar de tudo aquilo que não reconheça o Senhorio de Jesus? “e separados seremos, eu e o Teu povo, de todo o povo que há sobre a face da Terra” (Êx 33:15-16).


E Israel, como nação, era mais separado dos povos que estavam sobre a Terra do que a Igreja de Deus? Mas note, se não é a separação para ir em direção ao próprio Senhor, é apenas sectarismo, ou o não reconhecimento de Jesus como Senhor. Podemos realmente dizer: “Acaso, não é por andares Tu conosco, e separados seremos”? Devemos andar com o Senhor, ou não poderemos andar dignos do Senhor. O mundo sempre O nega e O não reconhece. E não nos é dito a respeito dos seus que estão no mundo: Eles “não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo” (Jo 17:14)?


“O conhecimento de Sua vontade”

A primeira coisa, então, pela qual Paulo ora, pelos amados santos em Cristo, é que eles sejam “cheios do conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual” (Cl 1:9). Esta é nossa oração, nosso desejo? Ou estamos apenas contentes em andar de uma maneira que se adapte aos nossos gostos e desejos naturais – uma maneira correta aos nossos próprios olhos? Se, no entanto, um servo conhece a vontade de seu Senhor e não a faz, seu conhecimento o beneficia? Pelo contrário, ele é o mais culpado. Assim a oração continua, “para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-Lhe em tudo” (Cl 1:10).


O Senhor ou o Mundo?

Depois de Cristo ter subido ao céu, o Espírito Santo desceu e formou a Igreja. E então, por meio do apóstolo Paulo, instruções foram dadas a respeito de sua organização e operação. Desde aquele tempo, todas as formas de comunhão Cristã formadas pelo homem tiram o Senhor Jesus de Seu devido lugar. No princípio o mundo odiou e perseguiu a Igreja de Deus. Agora, muitos principais e pessoas que comandam o mundo também governam a Igreja professa. Tudo isso devemos reconhecer e lamentar, pois não é possível andar dignamente do Senhor enquanto andamos dignamente do mundo indigno.


Você reconhece Jesus como seu SENHOR? Sem dúvida, isso só pode ser feito pelo Espírito de Deus. “E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12:3). Nós podemos reconhecer outros senhores, mas se nós verdadeiramente confessamos Jesus como “o Senhor”, podemos descansar assegurados que isso vem do Espírito de Deus.


Que conforto divino, então, há nestas palavras de vida, “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). Sim, se encontramos graça aos Seus olhos, devemos contar com Sua presença conosco. É suficiente, não precisamos de mais nada, em breve veremos Sua face em glória – Aquele que é Senhor de tudo.


Christian Truth (adaptado)

 

O Poder para Andar Dignamente


Todas as nossas bênçãos são realizadas por meio de Cristo e estão investidas n’Ele, nosso lugar é de possuir e desfrutar delas. Para possuirmos e desfrutarmos dos dons de Deus, devemos primeiramente valorizá-los como dons de Deus, e aqui está a nossa dificuldade: nosso orgulho nos cega quanto à nossa necessidade. A graça providenciou e colocou tudo em Cristo e eu posso desfrutar disso quando estou em uma posição de desfrute. Podemos ver isto na oração do apóstolo em Efésios. Primeiramente, ele ora para que os santos possam conhecer o poder que operou em Cristo e o que Ele realizou para eles; em segundo lugar, para que possam conhecer o próprio Cristo – para que sejam cheios de toda a plenitude de Deus. Por conhecer sua posição n’Ele, eles poderiam desfrutar d’Ele e de sua posição.


Quando a alma toma conhecimento do lugar ao qual ela foi trazida; ela aprende a respeito do poder que operou em Cristo. Verdadeiramente, o poder de Deus deve primeiramente operar em mim para me elevar a esta posição, e, estando na posição, eu não apenas conheço o poder como também desfruto de seus frutos, e enquanto os mantenho posso desfrutar deste poder eficazmente. Eu não ganho a posição, pois é por meio da graça que ela é minha, e então eu a tomo. Há um poder em tomá-la, e um poder ainda maior, evidentemente, em mantê-la, pois é seu efeito.


Sou compelido a me apossar de cada posição na qual a graça de Cristo me colocou, e a minha fraqueza é que não faço isso. A posição é a confirmação do poder de Cristo, e em a tomando e a mantendo, estou conhecendo mais a Ele, mesmo que nesta posição as minhas próprias fraquezas são mais abertamente reveladas. Quando estamos impressionados com a magnitude da obra de Cristo e com o que é a graça, nós tomamos a posição para a qual somos chamados, à medida que temos luz. Também somos ensinados instintivamente que é um erro moral desistir de nossa posição em nossa caminhada, porque fazendo isso é como se houvesse um retorno ao estado natural.


Aptidão para andar dignamente

Estamos, no entanto, constantemente permitindo que a questão da aptidão prejudique nosso desfrutar. Nossa aptidão não nos colocou lá. A graça nos colocou lá, e enquanto confessamos Cristo e Sua obra nós podemos desfrutar dos efeitos dela. Nosso olho repousa sobre a bondade e o valor do Doador, não sobre a indignidade do recebedor. Nosso trabalho não é o de nos preparar para expressar a graça que nos é mostrada, mas de caminhar dignamente da vocação. Se uma alma se recusar a reconhecer a vocação como sua, suas ações, por mais sinceras que sejam, devem, no mínimo, ser legais e forçadas.


Outro obstáculo é a tendência de nos medirmos com as dificuldades do caminho e não de olhar para Aquele que nos pôs lá. Dificuldades no caminho sempre ocorrem para aqueles que não têm coração pronto para enfrentá-las. Assim, Israel perdeu Canaã para os gigantes, e as cidades fortificadas até o céu excluíram a bondade e a majestade de Deus. Calebe, como indivíduo, manteve a posição e ele tinha o poder para isso. Anos depois, quando ele conquistou os gigantes e as cidades, ele teve o pleno gozo disso.


Perder

É possível ter desfrutado de nossa posição e depois perdê-la, ou melhor, a sensação dela. Nós não andamos dignos dela, e o efeito é um desejo de gozo e libertação que já foram conhecidos. Ai de mim! Neste estado, quantas coisas são oferecidas para compensar nossa perda! Atenção às formas, boas obras, atos de obediência e similares são livremente propostos e adotados, mas se tivéssemos mantido nossa posição, não deveríamos apenas conhecer o poder que operou em Cristo, mas o alcance, de acordo com a segunda oração em Efésios, seria para o próprio Cristo e toda a plenitude de Deus. Não podemos ter poder genuíno para agir em qualquer posição se duvidarmos de nosso título dessa posição. Se eu aprendi distintamente o real valor de Cristo para mim, embora eu possa cometer muitos erros, ainda assim a luz gradualmente invade meu entendimento e eu avanço em conhecimento do poder que operou em Cristo.


Nunca se render

Que nunca abandonemos qualquer posição a que somos levados pela graça de Deus. “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste” (2 Tm 3:14). Se a abandonamos, isso é questionar a excelência da posição, pois como, então poderíamos provar nossa apreciação de seu valor como sendo o chamado de Deus? Isso se aplica a toda verdade que aprendemos. Se um Cristão não age como um filho de Deus, ele pode abandonar o entendimento do fato de que é um filho de Deus, ou ele pode até manter o pensamento de que é um, e sendo humilde, lançar-se na graça que o deu tal imerecido chamado. No primeiro caso ele escapa da correção, pois ele nega a responsabilidade, mas no outro caso ele aprende com a correção, embora esteja afligido por ela. Este desejo de escapar da correção negando a responsabilidade é um grande mal e vem de um estado de pouca comunhão, porque a alma tem sido preenchida imperceptivelmente com outras coisas, e a sensação da graça se tornou fraca. Tribulação ou mais mortificação se segue.


O lugar de poder

Eu poderia tentar manter minha posição, mas de um jeito descuidado. Isso não seria poder e levaria a julgamento. Isso acontece quando há mais imitação dos outros do que aprender por mim mesmo. A posição de poder deve ser em espírito e energia de acordo com Deus, ou é meramente humana, o que é inútil. Eli é um exemplo. Sendo justamente um sacerdote, ele não tinha discernimento nem energia adequados para tal posição. O homem que não é fiel a Deus é fiel a qualquer outra pessoa.


Que não nos desviemos de uma posição para escapar das responsabilidades dela. Há direitos e privilégios inalienáveis e sempre existentes para a Igreja – privilégios dos quais ela pode perder o desfrutar pelo fracasso. Ainda assim, o arrependimento sempre nos coloca à porta aberta da possessão. A Igreja nunca perdeu seu direito às afeições de Cristo ou ao privilégio de Seu senhorio. No momento em que ela ocupa uma posição verdadeira, mesmo sendo seu estado cada vez mais baixo, está no poder adequado para ela. Desejo insistir nisso, que tomar minha posição correta, independentemente do fracasso anterior, é o lugar do poder. Poderia a alma fazer uma coisa pior do que procurar um lugar mais baixo do que aquele designado por Deus? Certamente não. E isso não é humildade.


Considere Esdras e Neemias

Esdras e Neemias ansiosamente e sem hesitação retornam à posição para a qual Deus chamou sua nação. É verdade que eles também voltaram a Jerusalém despojados judicialmente do poder físico com o qual a nação já foi honrada. Mas, embora conscientes de tudo isso, ainda assim, eles confiantemente retomaram sua antiga posição com Deus e, embora houvesse muitos inimigos, enquanto eles a mantivessem, eles tinham poder e bênçãos. Alguns diriam a eles: “Não veio ainda o tempo” (Ag 1:2), e o resultado foi: “Olhastes para muito… Eu lhe assoprei” (Ag 1:9). Mas quando eles foram admoestados e retomaram a obra, o Senhor disse: “desde este dia vos abençoarei” (Ag 2:19). Agora aprendemos aqui o que tem sido um mal ainda hoje, a saber, porque não somos capazes de apresentar uma oposição tão grande para o mundo quanto uma vez fomos autorizados a fazer, consequentemente dizemos que “a hora não chegou”. Estou persuadido que daí vem toda a nossa fraqueza.


Queremos aprender tudo para o que Deus nos chamou desde o princípio; nada menos do que a Sua vocação irá satisfazê-Lo, e abençoar-nos. Que nossa alma de fato aprenda que, se quisermos ter poder para servi-Lo, devemos reconhecer o lugar e tomar o lugar em que Sua graça nos coloca. Voltar para uma posição mais baixa ou permanecer assim é fazer com que o Senhor “assoprará o que trouxermos à casa”. A Igreja pode ser fraca e vacilante, mas ela é amada apesar de tudo, e ela apenas coroa seu pecado quando não o confessa. Se temos conflitos com espíritos malignos nos lugares celestiais, é porque estamos em lugares celestiais e temos comunhão com a vitória de Cristo sobre todo o poder do mal. A verdadeira alma sempre quer o sentido dessa vitória, e enquanto ela possui o serviço completo de Cristo e onde Sua graça nos estabelece, ela fica satisfeita e progride com energia. Mas se perdermos o nosso lugar, como estamos propensos a fazer nesta jornada sombria, nos ocuparemos em expressar nossa própria vitória em vez da de Cristo. Tais tentativas são insatisfatórias e tão impotentes que há um insensível mas decidido retorno ao mundanismo. Nada além da posição verdadeira é poder, pois nada mais é graça.


G. V. Wigram (adaptado)

 

“Anda em Minha Presença”


Aqueles que lutam as batalhas do Senhor devem se contentar em não ser considerados, de forma alguma. Eles não devem esperar ser, de maneira nenhuma, encorajados pelas perspectivas de louvor humano. E se você abrir uma exceção para que os filhos de Deus o louvem, seja o que for que o mundo disser, tome cuidado com isso, pois você pode transformá-los em um mundo e encontrar neles um mundo, e você pode semear na carne, ao semear para a aprovação deles, e você não será beneficiado por eles nem eles por você, enquanto o ser respeitado por eles seja sua motivação, enquanto estiver consciente do que eles pensarão de você.


Todos esses motivos são um veneno e tiram de você a força pela qual você deve dar glória a Deus, e porque esse tempo pode ser necessário para você, eu te suplico: esteja preparado para um momento em que você será como uma pessoa desconhecida, mesmo para com aqueles que conhecem a Deus. Não é verdade de que todos os que veem a face do Senhor vejam uns aos outros. Não é verdade de que a má compreensão do mundo é a única má compreensão sob a qual o Cristão deverá se contentar em trabalhar aqui. Ele deve esperar que até mesmo seus irmãos o vejam como que por meio de uma névoa, e se desapontar quanto à simpatia e as aclamações de aprovação deles. O homem de Deus deve caminhar sozinho com Deus; ele deve estar contente que o Senhor sabe. E é um alívio, sim, é um tão grande alívio para o homem natural dentro de nós, recorrer ao semblante e à simpatia humanos que muitas vezes nos enganamos e pensamos que é amor fraternal, quando estamos apenas descansando na simpatia terrenal de um irmão verme [N. do T.: Veja Jó 25:6]. Vocês devem ser seguidores d’Aquele que foi deixado só, e você deve, como Ele, regozijar-se por não estar sozinho, porque o Pai está com você para que você possa dar verdadeira glória a Deus. Não posso deixar de falar sobre isso. É uma glória tal para Deus ver uma alma que foi, por meio da carne, acessível ao louvor do homem, cercada por centenas e milhares de seus semelhantes, cada um dos quais ele sabia agradar, e ainda assim que ele estaria contente, sim, pacífico e feliz em fazer, com uma única referência a Deus, aquilo que ele sabe que todos vão entender de maneira errada e interpretar mal. Aqui estava a vitória de Jesus.


J. N. Darby

 

“Tu, porém, permanece”


Como muitos irão reconhecer, a citação acima vem de 2 Timóteo 3:14, a última epístola de Paulo, pouco antes de ele ser martirizado por causa do nome de Cristo. Na primeira parte do capítulo, ele descreveu o estado da Cristandade nos últimos dias – dias que ele caracteriza como “tempos trabalhosos”. As condições descritas nos versículos 1-8 não são as do mundo pagão, antes, são as do que se tornou aquele testemunho que professa conhecer a Cristo e levar o Seu nome. Esse estado de coisas já havia começado antes dos apóstolos serem levados para casa para estar com o Senhor e por esta razão temos ministério e instrução para os dias em que vivemos.


Uma corrida de resistência e paciência

Apesar do declínio em torno dele e da profecia nefasta de que “os homens maus e enganadores irão de mal para pior” (2 Tm 3:13), a exortação de Paulo a Timóteo é “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado” (v. 14). O caminho Cristão é uma corrida, mas não é apenas uma corrida de 100 metros, antes, é uma maratona, onde a paciência e a persistência são necessárias. Acima de tudo, é importante continuar firme até o fim. O próprio Paulo reconheceu isso e expressou o desejo de que ele “cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus” (At 20:24). Mais tarde, neste mesmo livro de 2 Timóteo, ele pôde dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira [corrida – JND], guardei a fé” (2 Tm 4:7). (Obs.: A palavra traduzida como “carreira” e “corrida” é a mesma no grego original).


Até o mundo reconhece que a perseverança até o fim naquilo que é certo é louvável. Já no século XVI, o famoso capitão do mar britânico Sr. Francis Drake costumava usar estas palavras: “Ó Senhor Deus, quando Tu deres a teus servos para empenhar-se em qualquer grande assunto, dá-nos também a saber que não é o começo, mas a continuação do mesmo, até que seja completamente terminado, que produz a verdadeira glória”. Apesar de sua prática de atacar e saquear navios mercantes espanhóis, é possível que ele tivesse fé: O Senhor sabe! Outros exemplos poderiam ser citados daqueles que perseveraram naquilo que se apossaram deles e o terminaram apesar das dificuldades.


Nossa caminhada

Para o crente nestes últimos dias, há uma necessidade especial de permanecer naquilo que nos foi dado. É triste dizer que há muitos que começam bem no caminho Cristão, mas depois decidem que é muito difícil. Eles podem não se afastar do Cristianismo, mas sim de um caminho de fidelidade ao Senhor, no que eles “aprenderam” e talvez até tenham sido “inteirados [ou assegurados]. Aprender algo é ouvi-lo ou lê-lo. No caso de Timóteo, ele era bem versado nas Sagradas Escrituras desde a juventude, por causa da fidelidade de sua mãe e avó. Além disso, ele havia aprendido muito com Paulo, sem dúvida verbalmente, sobre a verdade da Igreja. No entanto, ter certeza de alguma coisa bíblica é ter andado nela. Apenas quando andamos no que ouvimos, podemos realmente tê-lo como nosso. Antes de andarmos no que sabemos, estamos entre aqueles que “parecem” tê-lo – veja Lucas 8:18. Aquilo que parecemos ter será finalmente tirado de nós, se não andarmos nele.


O ensino e o estilo de vida de Paulo

Paulo sabia disso por experiência, pois ele pôde dizer em 2 Timóteo 1:15 que “os que estão na Ásia todos se apartaram de mim”. Eles ainda eram Cristãos, mas a doutrina de Paulo não era algo que eles queriam. Um caminho mais amplo os atraiu, com mais respeito do mundo. O tipo de ensino e estilo de vida que fazia de um homem um desprezado prisioneiro não lhes convinha.


E assim acontece hoje. Nestes últimos dias, Deus achou por bem restaurar para nós a preciosa verdade da Igreja – verdade que havia sido perdida, pelo menos para a Igreja coletivamente, por centenas de anos. Mas agora, no final da dispensação, Deus a recuperou para nós. Muitos estão cientes disso, ouviram e até andaram nela. Estamos dispostos a continuar nesta verdade?


É fácil continuar quando as coisas estão indo bem – quando o testemunho é brilhante, quando a obra do Senhor está se expandindo, quando há abundante bênção no Evangelho e bom ministério para os crentes. No entanto, Satanás está sempre pronto para atacar aquilo que honra a Cristo, e é então que a prova vem. Continuaremos diante de mal-entendidos, conflitos e provações dentro da casa de Deus? A reprovação e a perseguição do mundo são ruins o suficiente, mas é mais difícil suportar o que vem de dentro. Sem dúvida, o próprio Paulo sentiu intensamente a rejeição por parte daqueles a quem ele havia ministrado algumas das mais elevadas verdades já dadas ao homem. Ainda assim ele continuou, e ele exortou Timóteo a fazer o mesmo.


O término

Deus valoriza aqueles que terminam a corrida. Embora, em certo sentido, todo verdadeiro crente irá terminar a corrida, ainda assim, Deus atribui um alto valor àqueles que são fiéis até o fim, naquilo que lhes foi confiado. O que está confiado a nós pode não ser o mesmo para todos os crentes, pois Deus leva em conta a luz dada a nós. É claro que o propósito de Deus é “que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2:4 – ARA). No entanto, vivemos em um dia em que a Igreja exteriormente está em um estado destruído e dividido. Como resultado, há vários graus de luz e entendimento entre os que compõem a verdadeira Igreja. Aqueles que têm mais luz são mais responsáveis, assim como os outros com menos luz serão responsabilizados apenas pelo que lhes foi dado.


Esses últimos dias são de fato perigosos, como já observamos, e à medida que nos aproximamos do fim, as coisas ficarão piores, e não melhores. No entanto, Deus prometeu a graça necessária para tudo o que Ele envia, e Ele nunca nos dará a verdade em Sua Palavra sem tornar possível que a cumpramos. Paulo foi fiel até o fim, como foi nosso verdadeiro exemplo, nosso Senhor Jesus Cristo. Nós também podemos prosseguir sem medo, sabendo que a recompensa pela fidelidade está, em última instância, na glória, não aqui embaixo.


W. J. Prost

 

“Para o Seu Porto Desejado”


Eu sei, ó Senhor, mesmo quando tudo ao redor está sombrio,

Não preciso temer:

Agitadas estão as ondas que balançam meu pequeno barco,

Mas Tu estás perto;

Os ventos tempestuosos somente cumprem a Tua Palavra;

Sua fúria cessará;

Quando Tu deres a ordem "Aquieta-te",

Tudo será paz.


Sim, eu verei, assim que essa tempestade passar,

Através da alma:

Que Aquele que não dormita segurou cada rajada,

Em Seu controle;

E embora obscurecido por esta aflição presente,

Meu coração possa vacilar;

Forte em graça, na força que Tu me concedes,

Eu prevalecerei.


Ó bendito Salvador, por cuja vida eu vivo,

Ilumina meus olhos;

Não me deixes perder as lições que Tu dás;

Oh, torna-me sábio;

Guarde-me enquanto estou à deriva na tempestade no mar sombrio da vida,

Próximo ao Teu lado;

Aí ancorado pela esperança certa em Ti,

Permite-me permanecer.


Senhor Jesus Cristo, meu Senhor, meu tudo, o que posso perder,

Já que Tu és meu?

Guarda-me, ó meu mais Amado, escolhe minha porção,

Pois eu sou Teu;

Permite-me chegar ao "porto desejado",

DO TEU PRÓPRIO MODO;

Não haverá noite em Teu abençoado lar,

MAS UM DIA SEM NUVENS.


T. Holliday

 

"Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória"

(1 Tessalonicenses 2:12)

 

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