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Revista mensal publicada originalmente em outubro/2008 pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
J. N. Darby
J. N. Darby
F. J. R.
T. H. Reynolds
J. G. Bellett (adaptado)
The Bible Student, 3:181
D. C. Buchanan
J. N. Darby (adaptado)
W. J. Prost
The Bible Student, 3:181
Hinário Little Flock – hino 323
Ressurreição
Os santos não têm nada no mundo, pois eles estão crucificados para ele. Para eles, a ressurreição é o começo e, além disso, a substância e o fim de sua esperança e vida. O primeiro dia da semana, no qual Jesus ressuscitou dentre os mortos, é o testemunho vivo para eles, em serviço alegre, do descanso que lhes resta, e um dia de lembrança daquilo pelo qual isso foi comprado. Esse descanso eles têm agora em espírito e saem dele para trabalhar ainda um pouco neste mundo em que estão vivendo. Não é para eles a criação e o descanso terrenal, mas redenção, ressurreição e a esperança do descanso celestial. Portanto, ele é desfrutado, não no dia do descanso de Deus na criação, mas no dia da ressurreição de Jesus, o começo da bênção e glória como cabeça da Igreja, “as Primícias dentre os mortos”, no qual Ele descansou, quanto à obra de redenção. Assim, nesta figura dupla, todo o descanso milenar está contido: o descanso celestial, ou em ressurreição, e o terrenal, ou descanso para a carne.
J. N. Darby
Morto e Ressuscitado com Cristo
A vida do Cristão é manifestada por meio de duas coisas – a morte para aquilo que está aqui e a mente colocada no que é celestial. “Se, pois, estais mortos com Cristo”, escreve o apóstolo, “quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças”? A expressão “rudimentos do mundo” é muito vasta. Eu devo estar morto não apenas para o pecado, mas para toda a religiosidade da natureza humana. O Judeu tem essa religiosidade, e ela foi cultivada por Deus, mas não produziu bons frutos; não produziu nada além de “uvas bravas”.
Liberdade e poder
Ora, se não entendermos que ressuscitamos, estaremos cultivando a natureza humana para Deus. Ele mesmo já tentou isso e diz que nada poderia ter sido feito além do que Ele já fez (Isaías 5). Mas o homem ainda estaria se esforçando para cultivar a religiosidade da natureza humana e introduzir pecadores no céu de outra maneira que não pela morte. Estamos mortos e ressuscitados, e isso é simplesmente celestial.
Nisto está o verdadeiro poder de vivermos acima do pecado. Isso pressupõe morte; segue o princípio de que estamos “mortos para o pecado” (Romanos 6). Obtemos uma abençoada liberdade em nos vermos e nos considerarmos mortos. Nós temos uma nova vida. Cristo tomou o Seu lugar onde a morte e a ressurreição O colocaram. E lá estou eu, onde Cristo está. É completamente outra vida. E esta vida tem seu próprio mundo e sua própria esfera de afeições. “Os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito” (Rm 8:5).
Novos motivos
A vida de ressurreição se manifesta ao caminharmos por este mundo de forma abstraída, retirada, indiferente aos motivos do mundo. Um Cristão tem novos motivos. Todos os motivos do mundo jamais tocam a nova natureza. Você acha que ela poderia estar pensando em ter amizade com o mundo? Poderia ela estar buscando riquezas, honra ou poder? Os motivos que acionam os homens não têm influência sobre ela. A perplexidade surge por termos um motivo que não é extraído do céu. Sempre que vejo a mim mesmo ou outra pessoa em perplexidade, posso ter certeza de que algum outro motivo está em ação.
Sempre há uma tendência a abandonarmos o foco dos nossos olhos. Quando no início recebemos o conhecimento da vida em Cristo, fomos absorvidos; prontamente admitimos que tudo o mais é “esterco” e “escória” (Filipenses 3). Mas quando o abandono (declínio) chega, os velhos motivos entram em ação novamente. Pouco a pouco, deixamos de ser absorvidos e, em seguida, uma centena de coisas começa a ser motivo – coisas nas quais não prestava atenção e que não agiam antes. As pessoas dizem: “Que mal há nelas?” Quando começo a perguntar: “Que mal há nisso ou naquilo?” existe ali a tendência de declinar. Pode não haver mal na coisa em si, mas o simples pensamento a respeito dela mostra que não estou absorvido pelo que é celestial. “Abandonaste o teu primeiro amor”. Não é em grandes pecados, mas é aqui que se manifesta o declínio nos santos.
O sentido da graça
Quando a percepção da graça diminui, nós declinamos quanto à prática. Nossos motivos devem estar em Deus. Às vezes, é feito um esforço para pressionar a conduta, as obras e a prática, porque (diz-se) a plena graça já foi pregada antes; agora que há declínio na prática, você deve pregar a prática.
Porém, o que mais deve ser pressionado é a graça – a primeira graça. É a graça, não o legalismo, que restaurará a alma. Onde a percepção de graça está diminuída, a consciência pode estar ao mesmo tempo extraordinariamente ativa; então ela condena a pressão da graça, e o resultado é o legalismo. Quando a consciência é colocada em ação por meio das reivindicações da graça, isso não é legalismo, e haverá prática santa em detalhes.
Podemos cair em uma de duas falhas; a de pregar frutos (porque os frutos não foram produzidos), ou a de ficar à vontade quando certas coisas passam a ter influência sobre nós novamente, pensando que o que aprovávamos no passado era legalismo.
Não seremos restaurados insistindo nos detalhes. Cristo é o grande motivo de tudo, e devemos nos aprofundar no conhecimento da ressurreição em Cristo para remediar os detalhes. Aqui há uma maravilhosa verdade e uma maravilhosa liberdade.
Tom e espírito
Outro ponto muito importante é o tom e o espírito de nossa caminhada. Confiança em Deus e mansidão de espírito são as coisas que convêm ao santo. Para isso, devemos nos sentir à vontade com Deus. O efeito de andar assim em Cristo, colocando o Senhor sempre diante de nós, é sempre nos fazer andar com reverência, humildade, adoração, quietude, tranquilidade e felicidade. Se eu for para onde não estou acostumado a estar – se eu entrar, por exemplo, em uma grande casa – pode haver muita bondade me sendo mostrada lá, mas quando saio novamente, me sinto à vontade. Estou feliz por estar fora. Se eu tivesse sido criado naquela casa, sentiria o contrário. A alma não apenas é feliz em Deus por si mesma, mas trará consigo o tom daquela casa; por causa de seu gozo em Deus, as ansiedades desaparecem e ela passa por dez mil coisas que poderiam perturbar e causar ansiedades a outras pessoas, sem se sentir perturbada o mínimo que seja. Não importa o que seja, trazemos tranquilidade de espírito a todas as circunstâncias, enquanto permanecemos em Deus.
Habitando lá
Se um homem ressuscitar com Cristo, se ele estiver habitando lá, isso se mostrará assim. Não teremos medo das mudanças ao nosso redor. Não viveremos em apatia e indiferença, mas no exercício das vivas afeições e energias para com o Senhor. Uma grande evidência de eu estar habitando em Cristo é a quietude. Eu tenho minha porção em outro lugar, e sigo em frente. Outro sinal é a confiança em obedecer.
Isso se conecta à comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo – comunhão não apenas no regozijo, mas nos pensamentos do Pai e do Filho. O Espírito Santo é o nosso poder de entrar, com as afeições, nas coisas de Deus. “O Pai ama o Filho” – que lugar em que isso me coloca, para assim conhecer os sentimentos do Pai para com Seu Filho amado.
Em nosso devido lugar, temos nossa mente cheia e associada a coisas que deixam este mundo como uma coisa pequena – um átomo – na vastidão da glória que existia antes do mundo.
J. N. Darby
A Esfera da Bênção Cristã
Os santos são as testemunhas da ressurreição do Senhor, mas nossa alma não se ocupa o suficiente com a estupenda importância do ato que introduziu uma total mudança na posição e no caráter do povo de Deus. É verdade que o homem sempre precisou do perdão dos pecados e, como pecadores, sempre foi necessário que eles nascessem de novo para entrar no reino de Deus. Contudo, antes da ressurreição, o perdão dos pecados não era entendido como uma bênção presente e garantida. A Terra e as bênçãos sobre ela, a duração dos dias e a abundância de riquezas, com o favor de Deus, eram o que delimitava a visão dos santos. Um Abraão poderia, na verdade, não obter tanto da herança prometida como apenas colocar seus pés nela, e um Davi poderia sofrer perseguição sob o governo de Deus, embora ele fosse o rei escolhido por Deus, mas a revelação dada a eles, respectivamente, da semente, em quem todas as nações seriam abençoadas e por quem a terra seria possuída, e do julgamento final dos ímpios e da libertação dos justos satisfazia a mente deles, de modo a continuarem contentes com Deus e com o que tinham. Assim também aconteceu com outros que abraçaram as promessas como as tendo visto de longe, mas que morreram em fé, não as tendo recebido. O Espírito de Deus em Hebreus 11 dá Seu próprio valor à fé que simplesmente esperava em Deus e, assim, a conecta com bênçãos invisíveis e celestiais. Mas não devemos supor que esses santos tivessem definitivamente uma porção no céu diante de suas mentes, pois isso não lhes foi revelado. Eles foram ensinados a procurar o tempo em que não haveria obstáculo para as bênçãos de Deus ao Seu povo aqui na Terra e quando os traços de pecado seriam removidos dela.
A mudança completa
Há uma mudança decidida e completa a esse respeito, quando a ressurreição é realizada. Não apenas o céu é apresentado como a esfera apropriada das bênçãos dos santos agora, mas a Terra é definitivamente recusada e o mundo é afastado, como impróprio para eles em seu verdadeiro caráter. Mais do que isso, o caráter e a extensão das bênçãos reveladas são agora encontrados naquilo que o Senhor Jesus desfruta como Filho do Homem ressuscitado e que subiu ao céu. Talvez possamos considerar os versículos 42-43 de Lucas 23 como ilustração disso. O que o ladrão realmente recebeu do Senhor foi uma figura da bênção dos santos agora, em contraste com o que ele propôs no versículo 42, que será a dos Judeus no dia futuro. “Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu Reino” (v. 42), era tudo o que as Escrituras levariam alguém a esperar, e assim esse homem, que estava sujeito aos ensinamentos do Espírito, foi guiado à mente revelada de Deus. Porém, “hoje estarás Comigo no Paraíso” (v. 43) é algo completamente novo. Literalmente, se refere ao estado de sua alma, sua condição de existência, imediatamente após a morte, mas em figura mostra o tipo de bênção que a Igreja tem em contraste com a outra. A ressurreição é tudo para a mulher no sepulcro, e Lucas 24 traz isso à tona.
Os anjos a anunciam (Lucas 24:4-8), quase censurando os discípulos por serem tão infiéis à sua bênção peculiar ao ainda se apegarem às esperanças terrenais, pois dizem: “Por que buscais o Vivente entre os mortos?” Ele não pode ser encontrado por nós de forma alguma neste mundo, e esperar encontrá-Lo aqui, ou procurar conectá-Lo com esperanças terrenais, é buscar o Vivo entre os mortos. “Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou”. Ele procurou, em Seu amor e cuidado, preparar o coração deles por meio de Suas palavras. O coração deles, como sempre, demorou a acreditar, mas eles “lembraram-se das Suas palavras”.
A dificuldade dos discípulos
Vemos a grande dificuldade que eles tiveram de apreender isso a princípio nos versículos 10-11, e parece, pelos versículos 13-25, que os dois a caminho de Emaús até voltaram às suas preocupações terrenais em um espírito que desistiu e negou a verdade de que toda a bênção deles estava conectada a Ele em Seu novo caráter e posição. Mas eles são imediatamente corrigidos, e o coração deles é relembrado, quando Ele é conhecido por eles como o Senhor em ressurreição, e eles imediatamente retornam ao seu caminho adequado, conectado com Esse (vs. 31-34) de Quem devem testemunhar. Deve-se observar que, embora o Senhor graciosamente tenha Se aproximado e dado a eles comunicações de Sua mente a partir da Escritura, de modo a causar exercício de coração neles, ainda assim, o fato de que o seu coração “ardia” dentro deles não deve ser confundido com comunhão com Ele, pois Sua presença naquela época era desconhecida para eles. Eles não estavam desfrutando inteligentemente de Sua companhia, e a verdadeira comunhão não poderia existir sem esse desfrute. Ao retornarem, eles descobrem que o mesmo Senhor pensou em outros de Seu povo que duvidavam, mas aqueles que não estavam tão prontos para agir em vontade própria entendem a verdade mais cedo e sem suas experiências. Os onze e os que estão com eles são encontrados reunidos, dizendo: “Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor”. Ele aparece entre eles para fortalecer e confirmar essa fé (vs. 35-43), e mostra como Ele próprio, conhecido como ressuscitado, é a chave de toda a Escritura (vs. 44-45), tornando-os testemunhas da verdade (v. 48) assim trazida à tona e conectando-os pelo dom do Espírito (v. 49) Consigo mesmo como Ascendido à glória (vs. 50-51), e verdadeiramente um objeto de adoração, bem como um tema de júbilo e louvor (vs. 52-53).
Assim, a bênção que é própria da Igreja é imensa. Ela não espera até que o reino manifeste a verdade a respeito de Cristo, mas mesmo agora entra nos pensamentos de Deus sobre Ele em virtude de conhecê-Lo tão de perto. Não apenas isso, mas também, a medida da glória na qual Cristo em ressurreição é conhecido estando muito acima da do reino, a extensão em que a sabedoria divina na Palavra é aberta é imensamente maior agora do que será naquela época.
F. J. R.
O Poder da Ressurreição
Quão pouco nós, como santos, percebemos que um novo poder já entrou neste mundo de morte! O homem tem um vago pensamento de ressurreição em um dia futuro. Nós também podemos frequentemente falar disso como uma doutrina, mas há mais – o poder foi realmente manifestado aqui.
O poder da morte
Estamos bem familiarizados com outro poder operando ao nosso redor – o poder da morte. É um poder temido pelo homem, mas familiar a ele, que muitas vezes prende sua atenção. As flores e grinaldas colocadas sobre o caixão e a sepultura são símbolos da atenção que a morte recebe. É apenas o conhecimento do novo poder que pode desviar nossa atenção, mas muitas vezes somos realmente tão ignorantes quanto as pobres mulheres afetuosas que foram com suas especiarias e unguentos ao sepulcro. Em Lucas 23:55-56, nós as vemos ocupadas com a morte – morte em uma forma nada comum, mas ainda assim com a morte; elas “viram o sepulcro e como foi posto o Seu corpo”. Então elas voltaram e prepararam especiarias e unguentos, mas o resto do dia de sábado impede que elas façam o que seria totalmente fora de caráter. Deus ordenou que o Senhor fosse ungido para Seu sepultamento não no túmulo, mas na casa em Betânia, onde a presença de Lázaro atestava o poder da ressurreição e onde o cheiro do unguento que Maria derramou sobre Aquele que é a ressurreição e a vida encheu a casa.
Um novo poder
Essas queridas mulheres ainda estão ocupadas com o poder adverso ao irem ao sepulcro no início da manhã do primeiro dia da semana. Lá elas descobrem que esse novo poder tinha sido exercido – a pedra foi removida, e elas não encontram o corpo do Senhor Jesus. Mas elas ainda não estão familiarizadas com isso; pelo contrário, elas estão “perplexas a esse respeito”. E certamente podemos nos perguntar se, em meio à perplexidade causada pelo poder adverso que opera aqui, sabemos o que é ter confiança no Deus da ressurreição. Como poderia o poder da morte reter Aquele que vive? E, no entanto, essas mulheres devotas buscavam o Vivo entre os mortos. Elas não precisavam ter sido ignorantes, pois os anjos lembram as palavras que Ele havia dito na Galileia: “Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite”.
Incredulidade
As mulheres se lembram das palavras d'Ele e se retiram do sepulcro para levar as notícias aos onze e aos demais. Com que incredulidade elas são recebidas! “E as suas palavras lhes pareciam como desvario”, pois eles ainda não estavam conscientes do poder que já havia operado nessa cena de morte. Há uma estranha incredulidade no coração do homem quanto à operação do Deus da ressurreição, e, no entanto, sem se elevar em pensamento aos conselhos de Deus assegurados nela; quão frutífera ela já tem sido para nós. Ela nos devolveu Jesus, um Homem vivo e abençoado, tal como os discípulos O haviam conhecido nos dias de Sua carne – em vida de ressurreição, é verdade, mas o mesmo Jesus, que já não morrerá mais. Isso é retratado para nós no que se segue.
Jesus andando e falando
Dois discípulos estão indo para Emaús, falando de tudo o que havia acontecido, quando “Jesus Se aproximou e ia com eles”. Assim como no início deste evangelho, foi dito aos pastores: “vos nasceu hoje o Salvador” – e o sinal para eles era “o Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. “Uma vez deitado em uma manjedoura, para que Tu pudesses estar conosco”, assim, no final da narrativa, Aquele que mãos iníquas haviam tirado daqueles tristes discípulos é devolvido a eles pelo poder da ressurreição. Ele anda e conversa com os viajantes abatidos até que o coração arde dentro deles, embora ainda não O reconheçam, pois questionamentos ainda ocupavam a mente deles. Uma visão de anjos havia sido vista, dizendo que Ele estava vivo. Se esses dois tivessem acreditado nesse relato, isto os teria detido em Jerusalém em atitude de expectativa. O fato é que outro motivo os leva para outro lugar. Que ternura de amor foi essa que se aproximou e caminhou com eles! Ele tem que chamá-los de insensatos e incrédulos, e podemos trazer Suas palavras para o nosso próprio coração quando deixamos de compreender, em alguma medida, o caminho que Ele trilhou. Como na Galileia, agora Ele precisa falar da necessidade de Seus sofrimentos. Porventura não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na Sua glória? Mas Ele Se detém no caminho antes de entrar na glória, para poder andar, conversar, comer e beber com eles após a ressurreição. O mesmo Jesus lhes é conhecido no ato familiar de partir o pão. Que poder já entrou nessa cena! Que companhia nova com Jesus ele concedeu, ainda que de uma nova ordem! Que promessa temos do que será desfrutado para sempre com Ele próprio. Que Ele interprete isso ao nosso coração.
T. H. Reynolds
A Atitude de Jesus em Relação à Morte e à Ressurreição
João 11 e 12 mostram como os pensamentos do Senhor fluíram em canais diferentes dos do homem. Suas ideias, por assim dizer, de miséria e felicidade eram muito diferentes dos pensamentos naturais do homem.
O capítulo 11 começa com uma cena de miséria humana. A querida família de Betânia é visitada por uma enfermidade, e a voz de saúde e de agradecimento em sua habitação tem que ceder ao luto, lamentação e aflição. Mas Aquele que tinha as maiores e mais ternas empatias é o mais calmo entre eles, pois carregava Consigo aquele conhecimento da ressurreição que O fazia ver além do aposento da enfermidade e do túmulo da morte.
Quando Jesus soube que Lázaro estava enfermo, ficou mais dois dias no local onde estava. Mas, quando essa enfermidade termina em morte, Ele inicia Sua jornada na plena e brilhante perspectiva da ressurreição. E isso torna Sua jornada estável e imperturbável. Ao Se aproximar da cena de tristeza, Sua ação ainda é a mesma. Ele responde repetidamente à paixão da alma de Marta a partir daquele lugar onde o conhecimento de um poder que estava além do da morte O havia assentado, com toda a serenidade. E embora Ele ainda tenha que seguir em frente, não há pressa, pois na chegada de Maria, Ele ainda está no mesmo lugar em que Marta O encontrou. No devido tempo, Ele justifica essa quietude do Seu coração e esse aparente atraso da Sua jornada.
Quando o homem estava curvado em tristeza ao pensar na morte, Ele estava levantado no resplendor da ressurreição. Mas o senso da ressurreição, embora desse essa corrente peculiar aos pensamentos de Jesus, deixou Seu coração ainda sensível às tristezas dos outros, pois Seus pensamentos não eram de indiferença, mas de elevação. E esse é o caminho da fé sempre. Jesus chora com o choro de Maria e daqueles que a acompanhavam. Toda a Sua alma estava sob o resplendor daquelas regiões onde não há morte, que ficavam longe do túmulo de Betânia, mas podia visitar o vale das lágrimas e chorar ali com os que choravam.
Quando o homem se elevava na expectativa de algo bom e brilhante na Terra, Sua alma estava cheia da santa certeza de que a morte espera por todos aqui, por mais promissor ou prazeroso que pareça ser, e que a honra e a prosperidade devem ser esperadas apenas em outras regiões mais elevadas. O capítulo 12 nos mostra isso.
Quando ouviram falar de Lázaro sendo ressuscitado, muitas pessoas se reuniram de Betânia a Jerusalém e imediatamente O aclamaram como o Rei de Israel. Eles queriam subir com Ele para a festa dos tabernáculos e antecipar a era da glória, assentando-O nas honras e regozijos do reino. Os gregos também se juntaram a Israel nessa hora. Por meio de Filipe, como que segurando a orla da veste de um Judeu (veja Zacarias 8), eles desejam ver Jesus e O adorar. Mas no meio de tudo isso, o próprio Jesus assentava-Se solitário. Ele sabe que a Terra não é o lugar para toda essa festividade e celebração do dia santo. Seu espírito pondera sobre a morte, enquanto os pensamentos deles estavam cheios de um reino com suas honras e prazeres. “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto”.
Esse era o caminho peculiar do espírito de Jesus. A ressurreição era tudo para Ele. Era Seu alívio em meio às tristezas da vida e Seu objeto em meio às promessas e perspectivas do mundo. Isso deu à Sua alma um Sol calmo quando nuvens escuras e pesadas se ajuntaram sobre Betânia. Ele moderou e separou Suas afeições quando o brilho refulgente de um dia festivo iluminava o caminho dali para Jerusalém. Pensar nela santificava Sua mente igualmente em meio à tristeza e regozijo ao Seu redor. A ressurreição era tudo para Ele! Ela fez d'Ele um Padrão perfeito desse excelente princípio do Espírito de Deus: “Os que choram, como se não chorassem; e os que folgam, como se não folgassem” (1 Co 7:30).
Oh, por um pouco mais da mesma mente em nós, amados! Oh, por um pouco mais dessa elevação acima das condições e circunstâncias passageiras da vida.
J. G. Bellett (adaptado)
A Verdade Prática da Ressurreição
A ressurreição é de fato uma verdade prática – na maneira que nos é mostrado como devemos andar agora, como vivos dentre os mortos. Sem dúvida, essa verdade responderia às mil e uma perguntas que nosso enganoso coração costuma fazer, tais como: “Posso ir lá?”; “Posso fazer isso?”. Pois podemos dizer: tal lugar ou curso de ação convém àqueles que estão “vivos dentre mortos”, mortos para o pecado e que, portanto, devem servir em novidade de espírito e não na velhice da letra? Oro para que a meditação dessa preciosa verdade possa ter o efeito de fazer com que não sejamos mundanos e nos tornar mais semelhantes a Cristo. O resplendor de Sua vinda nos anima.
The Bible Student, 3:181
Lidando com a Morte e Reagindo à Ressurreição
1 Reis 17:8-24 e 2 Reis 4:8-37
A morte e a ressurreição nos afetam de maneiras diferentes. Vale a pena considerar dois exemplos contrastantes de mulheres no Velho Testamento cujos filhos foram ressuscitados dos mortos. A primeira mulher era uma viúva de Sarepta que morava com seu filho durante uma fome quando Elias veio a ela. Em obediência ao seu comando, ela deu ao profeta Elias sua última refeição. Por sua vez, ele recompensou a obediência dela, sustentando-os com comida durante toda a fome. A segunda mulher era uma mulher rica de Suném, que providenciou alojamento para Eliseu. Como recompensa, o profeta prometeu a ela um filho. Ambos os filhos morreram mais tarde. A reação das duas mães foi muito diferente. A medida de fé de cada uma foi revelada por meio de suas provações. Podemos concluir, também, que a reação delas foi em parte resultado do ensino que receberam dos dois respectivos profetas.
Lidando com a morte
A viúva de Sarepta morava perto de Sidom, na época em que Elias pediu a Deus que retivesse a chuva como testemunho contra o mal em Israel. Sua mensagem foi um chamado para Israel retornar a Jeová, o verdadeiro Deus. Durante a fome, Elias prometeu à viúva que a farinha e o azeite não faltariam até que Jeová Deus enviasse chuva. Isso foi cumprido, mas depois o filho adoeceu e morreu. Sob esta provação, a mulher reagiu com duas perguntas. A primeira foi: “Que tenho eu contigo, homem de Deus?” Ela questionou seu relacionamento com o profeta e mostrou uma falta de confiança no profeta, após ele milagrosamente prover para eles. A segunda pergunta foi: “Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares meu filho?” Nisto vemos que ela era insegura em sua própria alma. Ela não tinha paz sobre seus pecados. Ela sabia sobre o poder de Deus, mas nada sobre o perdão de Deus. Seus comentários foram negativos.
A mulher de Suném percebeu que Eliseu era um homem santo de Deus e providenciou um local de alojamento para ele ficar quando ele viesse. Isso foi mais do que obediência a uma ordem; foi um ato de bondade de seu coração. Quando Eliseu quis recompensá-la, ela, satisfeita com suas circunstâncias, recusou a oferta. Mas o profeta, que não queria dever nada a ela, por sugestão de Geazi, prometeu a ela um filho. Mais tarde, quando o filho morreu, ela o pegou e o deitou na cama do homem de Deus, fechou a porta e saiu. Não havia como questionar seu relacionamento com o profeta. Pelo contrário, ela foi diretamente para ele. Foi ele quem deu a ela o filho. O comentário dela sobre o caminho para o profeta foi: “vai bem”. Ela confiava nele, e suas reivindicações a ele eram baseadas na graça dele, não no mérito dela. Ela tinha paz em suas circunstâncias.
As reações à ressurreição
Depois que o filho da viúva morreu, Elias pediu o filho sem vida e “o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama”. Lá, ele orou para que o Senhor não trouxesse mal à viúva. A alma do menino entrou nele novamente e Elias o levou até sua mãe e disse: “Vês aí, teu filho vive”. Sua resposta foi: “Nisto conheço, agora, que tu és homem de Deus e que a Palavra do SENHOR na tua boca é verdade”. Ela reconheceu que Deus estava perto dela no profeta, mas não havia reconhecimento de relacionamento com Deus por meio do profeta, nem houve palavra de agradecimento. Aqueles que pensam que merecem bênçãos costumam ser ingratos. Ela parece ter recebido seu filho de volta na mesma base que o tinha antes. Não há progresso de fé como Ana, que entregou seu filho ao Senhor.
É reconfortante ver a atitude da sunamita quando Eliseu lhe disse: “Toma o teu filho. E veio ela, e se prostrou a seus pés, e se inclinou à terra; e tomou o seu filho e saiu”. Suas prioridades estavam certas; ela adorou o Senhor primeiro e depois pegou seu filho. Ela entregou seu filho ao Senhor, colocando-o na cama do profeta. Ela se submeteu à vontade de Deus e recebeu seu filho de volta com base em Sua bondade. Isso leva a louvor e ação de graças.
Que o Senhor conduza cada um de nós a se levantar em fé a respeito de Seus caminhos perfeitos conosco, ao atravessarmos o vale da sombra da morte. “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Sl 23:4).
D. C. Buchanan
O Caráter e Poder da Ressurreição
A ressurreição, afinal, é a libertação completa e perfeita de todo o efeito e consequência do pecado. Ao mesmo tempo, mostra que Deus nos predestinou a um estado e uma condição de coisas totalmente novos. Nada é mais importante do que apreender claramente o que Deus está fazendo – se Ele está corrigindo a coisa antiga ou estabelecendo uma coisa totalmente nova. Ora, a ressurreição mostra que Deus não está trazendo uma modificação da cena em que estamos, mas que Ele está trazendo um poder totalmente novo. O discernimento disso tem o efeito mais importante sobre o modo de vida, os modos de procurar fazer o bem e sobre os objetivos e esforços dos Cristãos. Cristo andava fazendo o bem, e é claro que devemos seguir Seu exemplo, mas Cristo corrigiu ou acertou as coisas quando esteve aqui embaixo? Não! O próprio resultado da vinda do Senhor para o meio da nação Judaica foi que eles rejeitaram, odiaram e crucificaram o Príncipe da vida e o Senhor da glória. O Senhor Jesus andou fazendo o bem, mas aparentemente em vão. Ainda assim, nenhum dos conselhos de Deus falhou, mas quanto ao resultado exterior, o Senhor disse: “Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as Minhas forças” (Is 49:4). No que diz respeito à cena exterior, na qual Ele trabalhou, não havia nenhum tipo de restauração, pois quanto mais amor Cristo manifestava, mais ódio do homem para com Ele era despertado. “Em paga do Meu amor, são Meus adversários” (Sl 109:4).
Uma cena inteiramente nova
A ressurreição introduz uma cena inteiramente nova, de modo que Paulo diz: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura [“criação” – JND] é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17). Ora, é uma coisa muito difícil os homens submeterem sua mente a essa verdade, porque isso diz claramente ao homem que, em si mesmo como homem, ele está total e completamente arruinado. É bem verdade que, naturalmente, o homem tem grandes e maravilhosas faculdades. Mas, com tudo isso, o homem moralmente está totalmente arruinado e perdido. Paulo expõe nesse capítulo qual é o caráter e o poder da ressurreição, sendo o assunto a ressurreição do justo, embora a do injusto também seja mencionada. Não é meramente Deus agindo em poder soberano, o qual pode tirar uma coisa morta do estado de morte, mas em virtude da associação com a vida de Cristo, temos participação na ressurreição de Cristo. Não é apenas que somos abençoados, mas abençoados com Cristo. Se Ele vive, também vivemos junto com Ele. “Porque Eu vivo, e vós vivereis” (Jo 14:19). Se Ele é a justiça de Deus, nós n'Ele fomos “feitos justiça de Deus” (2 Co 5:21). Se Ele é Herdeiro da glória, somos “coerdeiros [juntamente] de Cristo” (Rm 8:17). Se Ele é o Filho, também somos filhos – “Eu subo para Meu Pai e vosso Pai” (Jo 20:17). Somos colocados, pela graça, neste lugar maravilhoso de filhos, de modo que é algo real, e, sendo assim, pela adoção, trazidos de um estado de pecado para o estado de filhos, o Espírito Santo nos é dado como o poder de nosso gozo nisso. Tal é o lugar maravilhoso para o qual somos trazidos, o da eterna companhia de Cristo – “membros do Seu corpo, da Sua carne, e dos Seus ossos” (ACF).
O homem aqui na Terra luta em vão por seu objetivo, pois, por mais maravilhosas que possam ser suas faculdades naturais, assim que “sai-lhes o espírito, e eles tornam para sua terra [ao pó – ARA]; naquele mesmo dia, perecem os seus pensamentos” (Sl 146:4). O que acontece então com suas maravilhosas faculdades? Tudo se foi, pois não há frutos colhidos por ele. O homem pode ter dirigido o mundo, mas o que vale isso se a morte vem e escreve “não é nada” em todos os seus poderes? Outro pode vir depois dele e melhorar o que ele fez, mas, quanto a ele, tudo se foi para sempre, apesar de o homem ter uma responsabilidade moral em relação a tudo isso.
Imortalidade
Neste capítulo (2 Coríntios 5), o apóstolo estava enfrentando a mente daqueles que duvidavam da ressurreição, mas não da imortalidade. Um homem lançará dúvidas sobre a ressurreição, enquanto falará de sua imortalidade e se engrandecerá nela por causa do “eu”. Sou eu que sou imortal. Mas se sou eu a coisa morta que Deus ressuscita dentre os mortos, e então – onde eu estou? Ora, meu orgulho é abatido e o poder de Deus é trazido e exaltado. Portanto, se estou falando de imortalidade, estou falando de mim mesmo, mas se estou falando de ressurreição, estou totalmente lançado em Deus.
O poder da morte
A ressurreição está ligada à morte (agora falo dos crentes), mas é a entrada do poder de Deus para libertar do poder da morte – não apenas uma forma de escapar dos meus pecados, mas uma completa e perfeita libertação de todas as consequências de meus pecados, para que até o próprio pó do meu corpo seja ressuscitado em glória divina. Na morte de Cristo, também tenho outra verdade, que é a de que minha ressurreição é consequência da morte e ressurreição de Cristo. Partilho dela como perdoado, pois Cristo me vivifica, em virtude de ter tirado meus pecados. “E, quando vós estáveis mortos nos pecados... vos vivificou juntamente com Ele (Cristo), perdoando-vos todas as ofensas” (Cl 2:13). Somos participantes da vida na qual Cristo ressuscitou, de modo que tenho uma vida totalmente isenta de toda a questão do pecado, pois não posso ter vida sem ter perdão e, consequentemente, descanso e paz.
Provas incontestáveis
Cristo teve uma vida imutável como Filho de Deus, mas morreu como Homem, pois havia completa evidência fornecida por muitas provas incontestáveis de que Ele realmente era um Homem morto e de que havia ressuscitado dentre os mortos e visto por muitas testemunhas. Todo o evangelho se baseia na ressurreição de Cristo. Não existe evangelho a menos que haja a ressurreição. Este é um ponto do mais profundo interesse, mostrando como realmente Cristo entrou no caso. Tão verdadeiramente Cristo estava morto em consequência de nossos pecados que, se Ele não ressuscitou dentre os mortos, tudo se foi para sempre. Tão completamente Cristo foi um Homem morto por nós que, se Ele não ressuscita dentre os mortos, nenhum homem jamais pode ressuscitar. E, se os mortos não ressuscitam, então Cristo não ressuscita. No entanto, sabemos que Ele não poderia ser retido pela morte – isso era impossível. Assim, tudo o que poderia ficar entre o pecador e Deus foi totalmente removido; o fardo do pecado sobre a alma, a ira de Deus contra o pecado, o poder de Satanás, a fraqueza do homem na morte. Pela graça, Cristo Se colocou inteiramente em nosso lugar. Será que a morte ainda tem poder sobre Ele? Não, pois Ele ressuscitou no poder de uma vida sem fim. Mas ainda assim Ele esteve lá por causa de nossos pecados e tirou completamente o pecado que O levou para lá, tendo ressuscitado sem eles. O que então pode haver entre mim e Deus, que Cristo ainda não tenha tirado? Nada. Visto que Cristo tão completamente tratou essa condição diante de Deus, a morte não é mais morte para mim; ela perdeu seu poder e seu terror também. Agora a morte para mim é simplesmente partir para estar com Cristo. É “deixar este corpo, para habitar com o Senhor”; é apenas se livrar de um corpo mortal.
Os olhos de Deus repousaram sobre o Bendito que O havia glorificado em relação ao pecado do homem, de modo que Ele O tira de entre os mortos e o leva para Si mesmo. Cristo cumpriu uma justiça na qual Deus colocou Seu selo, na medida em que Deus O ressuscitou dentre os mortos. Tendo nos vivificado juntamente com Cristo, somos feitos participantes da ressurreição. Se não houvesse ressurreição, seria um completo abandono por Deus: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação... permaneceis nos vossos pecados” (1 Co 15:14, 17).
Resultados da ressurreição
Mas agora vem uma irrupção completa de testemunho dessa obra realizada: “Agora, Cristo ressuscitou dentre os mortos” (ACF). Assim, o Justo e Amado é ressuscitado dessa cena para uma inteiramente nova, aquela em que Ele Se torna as Primícias dos que dormem, pois se Cristo ressuscitou, Seus santos serão ressuscitados, pois uma Cabeça não pode ser elevada sem um corpo – seria algo anormal. A ressurreição entra, não apenas pelo poder de Deus, mas também por meio de um Homem. “Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um Homem” (1 Co 15:21). É o Homem Cristo Jesus vindo em poder. Toda coisa criada, todo o universo, será totalmente colocado sob este Homem justo, este Homem agora glorificado, o Segundo Adão. Só se excetua Aquele que colocou todas as coisas sob Ele, isto é, Deus Pai.
Todo poder no céu e na Terra é dado a Cristo. Todos devem ser colocados sob Seu poder. Não apenas são os Seus santos que se curvarão diante d'Ele – que o fazem agora com deleite, no poder de uma nova vida, mas Seus inimigos também se curvarão diante d'Ele. Então, quando todas as coisas estiverem sujeitas e Cristo tiver entregado o reino a Deus, o Pai, o reinado mediador chegará ao fim, porque Deus será tudo em todos. No entanto, Cristo, o Homem, nunca deixará de ser “o Primogênito entre muitos irmãos”. Sujeição é a perfeição do homem. Portanto, a sujeição de Cristo como Homem resulta de Sua perfeição. “Então também o próprio Filho estará sujeito”. É muito abençoado que, para todo o sempre, Ele estará em nosso meio – Aquele cujo coração é amor, Aquele que, como o Homem de dores aqui, trouxe o amor de Deus para nós! Ele tomará Seu lugar em nosso meio como o Segundo Adão, como Cabeça, Fonte e Canal de toda bênção.
O poder então que nos livra da ira, do pecado e de Satanás é a ressurreição de Cristo em virtude de Sua justiça consumada, e assim somos levados à comunhão com Ele. Nossa porção, seja no sofrimento aqui embaixo, seja em glória lá em cima, está toda em Cristo, como Aquele que ressuscitou dentre os mortos. Que o Senhor nos mantenha com nosso coração cheio de regozijo, crucificando a carne e, estando mortos para a lei, para o pecado e para o mundo, vivamos para Deus no mesmo poder em que Cristo vive. Que o Senhor nos dê um coração agradecido por Sua misericórdia indizível.
J. N. Darby (adaptado)
Nenhuma Esperança Sem Ressurreição
Um artigo recente da Newsweek destacou o fato de que jovens nos EUA que têm sérias condições crônicas de saúde (por exemplo, diabetes, asma e alergias alimentares) às vezes param de tomar seus medicamentos quando saem de casa, geralmente para irem à universidade. Eles querem ser como outras pessoas que não precisam se preocupar com essas coisas e seguir seu estilo de vida sem ter que pensar constantemente em sua saúde. Outros podem tomar seus medicamentos esporadicamente ou até esquecê-los em certas ocasiões, como quando praticam esportes. Outros ainda correm riscos enormes ao comerem coisas questionáveis que sabem que podem causar uma reação alérgica fatal.
Embora possamos lamentar esse comportamento irresponsável, devemos reconhecer que essa atitude é encontrada em todas as faixas etárias, embora talvez se manifeste de maneiras diferentes. Os adultos maduros podem levar sua saúde mais a sério, mas se entregam a um estilo de vida que resulta em dívidas incapacitantes, sem capacidade previsível de pagar. Outros ainda podem correr outros riscos com a saúde, como comer demais ou beber demais. Alguns podem levar a saúde a sério, mas vivem como o homem rico em Lucas 12, que não pensou em nada além desta vida. Embora essas coisas sempre tenham sido um problema na sociedade, não há dúvida de que ela se acelerou bastante nos últimos vinte ou trinta anos.
Prazer presente ou ganho futuro
O que está promovendo esse padrão de pensamento? Eu creio que encontramos a resposta na Palavra de Deus. Esse tipo de comportamento faz parte de um problema maior – um que tem suas raízes na rejeição das reivindicações de Deus, tendo apenas esse mundo como horizonte. Quando os coríntios estavam sendo ensinados por alguns que não havia ressurreição, Paulo disse a eles aonde esse pensamento levaria. Entre outras coisas, ele apontou para eles que, se não houvesse ressurreição, seria perfeitamente adequado adotarmos uma atitude de “comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (1 Co 15:32). É natural ao coração do homem querer gratificação imediata de seus desejos, e Satanás usou isso a seu favor para tentar Eva a comer o fruto proibido. A negligência e abuso de nosso corpo nem sempre resulta em sérias consequências, mas, novamente, é um sintoma de um problema mais profundo e de uma atitude errada para com Deus. Quando vemos o significado maior de nossa existência e o fato de sermos responsáveis perante Deus por nossa conduta, somos capazes de renunciar ao prazer imediato em favor de ganhos futuros.
Perspectivas da ressurreição
A verdade da ressurreição traz duas coisas claramente diante de nós, e ambas terão um efeito sobre nós, quer sejamos salvos ou perdidos. Antes de tudo, a ressurreição traz diante de nós o fato de que Deus “tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos” (At 17:31). A ressurreição de Cristo nos assegura que Deus julgará este mundo e que todos devem um dia estar diante de Deus. Não podemos fazer o que queremos, pois somos criaturas de Deus, e Ele nos criou para Seu propósito (Ap 4:11). É um pensamento solene que Ele nos considera responsáveis por como vivemos nossa vida e, no final, exigirá que prestemos contas a Ele.
Segundo, para o crente, a ressurreição nos dá a certeza de nossa salvação e também traz diante de nós a correção de todas as coisas. Já que Cristo ressuscitou dentre os mortos, temos a certeza da satisfação de Deus com Sua obra na cruz. Temos a garantia, não apenas de nossa salvação, mas também de que seremos ressuscitados quando Ele vier. Certamente, aqueles que estiverem vivos na vinda do Senhor não precisarão ser ressuscitados, pois a Escritura diz: “nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados” (1 Co 15:51).
Além disso, ao reconhecer o legítimo Rei de Deus agora, seguimos Aquele que é rejeitado, mas que um dia será reconhecido como “REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19:16). Quando Ele tomar o Seu lugar de direito, seremos manifestados com Ele. Na ressurreição, tudo será corrigido e “se sofrermos, também com Ele reinaremos” (2 Tm 2:12). A vista de um futuro tão glorioso, podemos estar dispostos a sofrer aqui embaixo e a suportar doenças físicas e a restrição de certas coisas em nosso estilo de vida, pois estamos construindo para a eternidade, não para o tempo.
A persuasão de Satanás
É triste dizer que Satanás tem persuadido muitos a desfrutar “dos prazeres do pecado por um tempo”, em vez de construir para a eternidade. Entre os incrédulos, ele gradualmente trabalhou no coração dos homens para criar uma sociedade amoral, onde não há absolutos reconhecidos e onde a vida perdeu seu verdadeiro significado. Em tal ambiente, não surpreende que alguns estejam arriscando sua saúde e se recusando a suportar inconvenientes em sua vida. Se o diabo puder convencer os homens de que não há nada além deste mundo e nenhum significado duradouro para a vida, então a gratificação presente faz sentido. Dessa maneira, “as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Co 15:33).
Mesmo entre os crentes, é fácil ser vítima das artimanhas de Satanás e viver para o tempo, em vez de para a eternidade. Mas se Cristo está diante de nós e vemos claramente o que significa ressurreição, isso nos dará graça e energia para seguir um Cristo rejeitado, enquanto aguardamos o dia em que seremos manifestados com Ele. “Quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então, vós também sereis manifestados com Ele, em glória” (Cl 3:4).
W. J. Prost
Quatro Verdades
Notamos em 1 Coríntios 15:42-44 quatro fatos que se destacam:
Seremos ressuscitados em incorrupção – não haverá mais morte;
Seremos ressuscitados em glória – não seremos mais desprezados;
Seremos ressuscitados em poder – não haverá mais fraqueza;
Seremos ressuscitados em corpos espirituais – adequados para desfrutar por toda a eternidade as coisas que Deus preparou para aqueles que O amam.
The Bible Student, 3:181
Nosso Brado de Vitória
O próprio Senhor virá
E bradará uma palavra vivificante;
Milhares responderão do túmulo:
“Para sempre com o Senhor!”
Então, enquanto subimos,
Aquela palavra de ressurreição
Será o nosso brado de vitória:
“Para sempre com o Senhor!”
Lá, com olhar incansável,
Nossos olhos n'Ele descansarão,
E satisfaremos com louvor sem fim
Um coração supremamente abençoado.
“Conhecendo como somos conhecidos!”
Como amaremos essa palavra;
Quantas vezes repetiremos perante o trono:
“Para sempre com o Senhor!”
Aquela palavra de ressurreição
Aquele brado de vitória
Mais uma vez: “Para sempre com o Senhor!”
Amém, que assim seja!
Hinário Little Flock – hino 323
Quatro Verdades
Notamos em 1 Coríntios 15:42-44 quatro fatos que se destacam:
Seremos ressuscitados em incorrupção – não haverá mais morte;
Seremos ressuscitados em glória – não seremos mais desprezados;
Seremos ressuscitados em poder – não haverá mais fraqueza;
Seremos ressuscitados em corpos espirituais – adequados para desfrutar por toda a eternidade as coisas que Deus preparou para aqueles que O amam.
The Bible Student, 3:181
Nosso Brado de Vitória
O próprio Senhor virá
E bradará uma palavra vivificante;
Milhares responderão do túmulo:
“Para sempre com o Senhor!”
Então, enquanto subimos,
Aquela palavra de ressurreição
Será o nosso brado de vitória:
“Para sempre com o Senhor!”
Lá, com olhar incansável,
Nossos olhos n'Ele descansaremos,
E satisfaremos com louvor sem fim
Um coração supremamente abençoado.
“Conhecendo como somos conhecidos!”
Como amaremos essa palavra;
Quantas vezes repetiremos perante o trono:
“Para sempre com o Senhor!”
Aquela palavra de ressurreição
Aquele brado de vitória
Mais uma vez: “Para sempre com o Senhor!”
Amém, que assim seja!
Hinário Little Flock – hino 323
“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”
1 Coríntios 15:19
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